Caldeirão da Bolsa

"short sellers" à solta no mini-mercado

Espaço dedicado a todo o tipo de troca de impressões sobre os mercados financeiros e ao que possa condicionar o desempenho dos mesmos.

Re: Qual é a diferença?

por rmmrod » 27/6/2008 12:46

LUMAPICA Escreveu:Eu estou completamente de acordo.
Para mim, também, especulação e investimento em Bolsa não faz qualquer sentido em se estabelecer diferenças, mas que essa ideia está bem enraizada isso não tenhamos dúvida, até mesmo na massa empresarial.
A frase que utilizei era para separar bem os conceitos, tidos por grande parte do pessoal que anda nisto.
Até porque, não tenho nada contra a transacção em curto, utilizou-a com frequência.



Ok Lumapica.

Obrigado :wink:
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Re: Qual é a diferença?

por LUMAPICA » 26/6/2008 23:19

RicHochet Escreveu:
LUMAPICA Escreveu:
A questão é que nós partimos do pressuposto, que quem joga em Bolsa só tem duas formas de o fazer: ou joga no curto prazo, especulando, ou opta pelo longo prazo investindo.



Lumapica, qual é a diferença?

Dito assim, até parece que uns são bons e os outros são maus.
Não sei porque se criou a ideia de que quem investe na Bolsa não passa de um especulador "maldito" quase desprezível. É essa a ideia que dá.
É isso que é passado pela intoxicação da comunicação social e pelos políticos feitos à pressa com ideias pré concebidas sobre como o mundo deveria ser e as sociedades se deviam organizar.

Porquê?
Quando alguém compra um terreno num sítio onde prevê que venha a haver um forte crescimento e por isso tem a perspectiva que o mesmo terreno se venha a valorizar, e poderá por isso vendê-lo muito mais caro do que comprou, está a investir ou está a especular?

Quando alguém compra uma casa que não precisa, ainda na planta, com a ideia de a vender mais cara um tempo depois, está a investir ou está a especular?

Quando uma empresa vende um produto que custa 5, por 50, ganhando a diferença, apenas porque existe um mercado que está disposto a pagar essa diferença, está a especular ou está apenas a colher os frutos do investimento?

Não consigo entender o porquê desta espécie de "complexo do papel" que no fundo até representa uma parte do capital de uma empresa, apelidando aqueles que o transaccionam de especuladores.

Das duas uma, ou tudo o que são ganhos emais valias, tenham eles a proveniência que tiverem, são fruto de especulação, ou então são actividades normais do ser humano.

Especular para mim, é criar a ideia de uma inverdade no outro, é levar o outro a acreditar que uma possibilidade pode ocorrer, mas ninguém tem a certeza que ocorrerá, para com ela colher benefícios para si.
O que fazem por exemplo todos os dias as companhias de seguros quando nos agitam com a possibilidade de um acidente que nos pode acontecer, levando-nos a acreditar que precisamos da cobertura delas para sairmos do problema que só existe no campo das hipóteses, senão especular?

Dito isto, renovo a pergunta - porque é que os investimentos curtos em bolsa são especulação e os longos são investimentos?

Lamento, mas não faz de todo sentido que seja assim.


Eu estou completamente de acordo.
Para mim, também, especulação e investimento em Bolsa não faz qualquer sentido em se estabelecer diferenças, mas que essa ideia está bem enraizada isso não tenhamos dúvida, até mesmo na massa empresarial.
A frase que utilizei era para separar bem os conceitos, tidos por grande parte do pessoal que anda nisto.
Até porque, não tenho nada contra a transacção em curto, utilizou-a com frequência.

O que eu queria era que houvesse uma boa supervisão pelos órgãos competantes e que os infractores fossem sancionados severamente.
"Lá fora alguns vão parar lá dentro por manobras pouco ortodoxas no Mercado"
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por MarcoAntonio » 26/6/2008 21:21

Para mim, a questão central é mesmo o dinheiro.



Para que existe a Bolsa, porque vêm as empresas para o Mercado?


Para se financiarem. Porque precisam do capital...



Se vêm porque precisam, então os investidores (seja de que tipo forem) não são parasitas. Não é parasitismo, é uma simbiose. Uma parasita é aquele que se aproveita do "hospedeiro" e o "hospedeiro" não precisa dele para nada. Para o "hospedeiro" o parasita é um peso morte que se alimenta dele e nada dá em troca.


Acontece que os especuladores ou traders ou chamem-lhes o que quiserem não são parasitas porque dão algo em troca, algo que as empresas precisam e algo que as empresas querem (ou não estariam no mercado, ou não fariam aumentos de capital, etc): dinheiro!


Os especuladores, traders, etc não deixam de ser investidores como os outros.


E podemos alargar isto a qualquer forma de investimento porque investir capital seja em Bolsa seja noutro lado qualquer baseia-se sempre no mesmo.

Só que para alguns, uns são (investidores) honrados e outros são (investidores) parasitas. Vá-se lá saber porquê...
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FLOP - Fundamental Laws Of Profit

1. Mais vale perder um ganho que ganhar uma perda, a menos que se cumpra a Segunda Lei.
2. A expectativa de ganho deve superar a expectativa de perda, onde a expectativa mede a
__.amplitude média do ganho/perda contra a respectiva probabilidade.
3. A Primeira Lei não é mesmo necessária mas com Três Leis isto fica definitivamente mais giro.
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por rmmrod » 26/6/2008 21:10

MarcoAntonio Escreveu:É irrelevante como os investidores estão na Bolsa porque o dinheiro não tem personalidade. As notas, os euros, são todas iguais.



Marco,

Tens toda a razão no que dizes, mas nem sequer é a questão dos euros serem todos iguais.

É que o epíteto de especulador é aplicado gratuitamente aos operadores dos mercados como se fossem os únicos.
Maior especulação é a que é feita cá fora com o diz que disse, o ruído à volta dos acontecimentos e que muitas vezes nada tem de real e serve apenas para entreter. É como se fosse imperioso dizer alguma coisa, não importa se é verdade ou não, e manipular as opiniões.
Esta sim, é a maior manipulação que eu constacto nos mercados - a das opiniões, não a das cotações.

Os exemplos que dei, foi na tentativa de demonstrar que a palavra não pode ser cincunscrita da forma que é.
Ainda bem que concordas comigo. Já cheguei a pensar que devia haver alguma coisa errada comigo por divergir do que toda a gente parece pensar.
É que este ponto de vista não parece colher muitos apoios... infelizmente.

Obrigado
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por MarcoAntonio » 26/6/2008 20:34

Ainda há dias escrevi sobre isso acerca de uma "citação" do Eng. Belmiro de Azevedo. Vou deixar um quote, para mais uma vez, lutar contra esse preconceito que não tem razão de ser:

MarcoAntonio Escreveu:
(...)

É irrelevante como os investidores estão na Bolsa porque o dinheiro não tem personalidade. As notas, os euros, são todas iguais.

E quando uma empresa faz IPO's e Aumentos de Capital está a pedir o investimento, está a pedir o Capital desses que "estão na bolsa para ganhar dinheiro à custa do trabalho dos outros".

Por definição, é isso que faz qualquer investidor.

Quando ele (Eng. Belmiro de Azevedo) investe numa empresa, coloca lá o dinheiro dele para ganhar com o trabalho dos outros. Pois que eu saiba não é ele que trabalha nas caixas do Continente ou coloca os produtos na prateleira ou que está nos help-desk da Novis ou do Clix. Que eu saiba, ele é essencialmente um investidor e quem trabalha são os outros. E ele ganha pelo investimento que faz no trabalho dos outros. Quem dá "o couro" são os outros...




A velha problemática dos "especuladores" é um falso problema. Um milhão de euros investidos no conjunto de xis especuladores disperso por xis empresas ou um milhão de euros "mais quietos" investidos por uns quantos investidores de peso, no final vai dar ao mesmo pois as "notas" são todas iguais e o dinheiro vai todo para o mesmo.

Investir nas empresas, nas pessoas, nas suas capacidades, etc.

Para produzir...


Senão, com que lata se fazem IPO's e Aumentos de Capital?



Basicamente a teoria de que uns querem ganhar à custa dos outros só funciona para alguns. O dinheiro de uns é válido como investimento e útil só por isso. O dinheiro dos outros, que tem exactamente o mesmo fim, já não serve. São vistos como "parasitas"...


A razão porque o dinheiro de uns é visto como investimento e o dos outros como parasitismo é que me escapa por completo...


Mas lá que esse preconceito ainda vagueia muito por aí, lá vagueia!
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1. Mais vale perder um ganho que ganhar uma perda, a menos que se cumpra a Segunda Lei.
2. A expectativa de ganho deve superar a expectativa de perda, onde a expectativa mede a
__.amplitude média do ganho/perda contra a respectiva probabilidade.
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Qual é a diferença?

por rmmrod » 26/6/2008 20:15

LUMAPICA Escreveu:
A questão é que nós partimos do pressuposto, que quem joga em Bolsa só tem duas formas de o fazer: ou joga no curto prazo, especulando, ou opta pelo longo prazo investindo.



Lumapica, qual é a diferença?

Dito assim, até parece que uns são bons e os outros são maus.
Não sei porque se criou a ideia de que quem investe na Bolsa não passa de um especulador "maldito" quase desprezível. É essa a ideia que dá.
É isso que é passado pela intoxicação da comunicação social e pelos políticos feitos à pressa com ideias pré concebidas sobre como o mundo deveria ser e as sociedades se deviam organizar.

Porquê?
Quando alguém compra um terreno num sítio onde prevê que venha a haver um forte crescimento e por isso tem a perspectiva que o mesmo terreno se venha a valorizar, e poderá por isso vendê-lo muito mais caro do que comprou, está a investir ou está a especular?

Quando alguém compra uma casa que não precisa, ainda na planta, com a ideia de a vender mais cara um tempo depois, está a investir ou está a especular?

Quando uma empresa vende um produto que custa 5, por 50, ganhando a diferença, apenas porque existe um mercado que está disposto a pagar essa diferença, está a especular ou está apenas a colher os frutos do investimento?

Não consigo entender o porquê desta espécie de "complexo do papel" que no fundo até representa uma parte do capital de uma empresa, apelidando aqueles que o transaccionam de especuladores.

Das duas uma, ou tudo o que são ganhos emais valias, tenham eles a proveniência que tiverem, são fruto de especulação, ou então são actividades normais do ser humano.

Especular para mim, é criar a ideia de uma inverdade no outro, é levar o outro a acreditar que uma possibilidade pode ocorrer, mas ninguém tem a certeza que ocorrerá, para com ela colher benefícios para si.
O que fazem por exemplo todos os dias as companhias de seguros quando nos agitam com a possibilidade de um acidente que nos pode acontecer, levando-nos a acreditar que precisamos da cobertura delas para sairmos do problema que só existe no campo das hipóteses, senão especular?

Dito isto, renovo a pergunta - porque é que os investimentos curtos em bolsa são especulação e os longos são investimentos?

Lamento, mas não faz de todo sentido que seja assim.
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por LUMAPICA » 26/6/2008 19:34

Ulisses Pereira Escreveu:Lumapica, bastante interessante o teu post.

Queria apenas esclarecer a minha opinião sobre a manipulação que é, muitas vezes, mal interpretada. Sem dúvida que é bastante fácil (para quem tem dinheiro) mover um título com menor liquidez para onde quer. O que eu digo é que é muito complicado conseguir ganhar dinheiro com isso.

Um abraço,
Ulisses


A questão é que nós partimos do pressuposto, que quem joga em Bolsa só tem duas formas de o fazer: ou joga no curto prazo, especulando, ou opta pelo longo prazo investindo.
O que se passa é que estes tipos/organizações com grande capacidade financeira jogam na Bolsa, curto, médio e longo prazo.
Quando conseguem trazer a cotação de um título para valores impensáveis, possibilitam obter valores médios mais baixos, depois é uma questão de tempo. Claro está que isto também não funciona sempre, por vezes aparecem as surpresas. Ex: Zon, Sonae Industria etc.
Além disso este tipo de indivíduos/organizações têm equipas a fazer análise e projecções que lhes possibilita arriscar com uma margem de risco aceitável.
Eu sei que isto é conversa e que nunca se chega a parte nenhuma, mas dá para pensarmos um bocadinho. Histórias de lavagem de dinheiro, offshores em paraísos fiscais etc, etc, possibilitam com alguma facilidade este tipo de coisas.
Há muito tempo que cheguei à conclusão que o dinheiro para alguns não tem o mesmo valor do que para a maioria dos mortais.

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por smallfield » 26/6/2008 9:51

O artigo é um pouco naif, muito complicado o short selling em Portugal, uma vez que para os Market Makers seja de Futuros , seja de CFd´s ou Warrants cobrir as posições em Portugal, quando os montantes aumentam um pouco. Em geral, concordo com o Ulisses, para mal do Mercado Português, do seu dinamismo, eficácia, spreads e liquidez ,etc, os mecanismos normais de mercado inclusivé o short selling existem pouco no mercado nacional. Basta ver que:
- Os Futuros têm pouco volume
- As empresas portuguesas são as únicas sem opções listadas do universo NYSE EURONEXT
- Poucos put warrants
- Muitas acções onde os CFDS não cotam BIDS
 
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por Garfield » 26/6/2008 3:47

Então e quando se compram "puts" não se está também a exercer pressão vendedora? Ou é exactamente o oposto? O que se passa por ali nos bastidores?
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por Ulisses Pereira » 25/6/2008 23:04

Lumapica, bastante interessante o teu post.

Queria apenas esclarecer a minha opinião sobre a manipulação que é, muitas vezes, mal interpretada. Sem dúvida que é bastante fácil (para quem tem dinheiro) mover um título com menor liquidez para onde quer. O que eu digo é que é muito complicado conseguir ganhar dinheiro com isso.

Um abraço,
Ulisses
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por LUMAPICA » 25/6/2008 22:44

Concordo com o Ulisses quando, repetidamente, afirma que não é possível manipular o mercado português, mas ninguém me convence que alguns títulos da nossa praça, com pequena liquidez, que transaccionam na ordem das centenas de milhares de acções, em determinadas alturas são bem acompanhados de perto...
Poderia dar aqui alguns exemplos.
O caso que poderá servir de exemplo de como é possível um título ser controlado é o EDPR neste momento. Claro está que o mercado foi avisado e há toda a legalidade na operação, mas existe uma instituição financeira que tem como missão segurar o título para este não descambar.
Se isto é possível de fazer na EDPR porque não será possível em títulos até com muito menos liquidez.
Basta ver o pequeno histórico da EDPR para perceber que perto do final das sessões o título era trazido ao colo. (Isto é minha leitura, poderá estar errada).
Nesta conjuntura, há títulos que se constata que no final da sessões atingem valores inacreditáveis de fecho, quando se sabe que no outro dia abrem logo com 5 e 6 centimos a menos.
Portanto, meus amigos, de facto não acredito que alguém consiga manobrar o PSI20, apesar de pequenino, o mesmo já não posso dizer de alguns títulos.
O que me custa a perceber é como é que tanta gente confrontada com todos estes indicadores negativos, se atira para a frente como se a cotação do PSI20 estivesse a ultrapassar a MM50 ou a MM150 e estivessem todas em plena ascensão.
Claro que tudo isto depende da forma de estar em mercado.
Mas para aqueles mais distraídos lembro que os Relatórios Semestrais estão quase aí e não devem ser muito animadores, atendendo ao preço do petróleo, das matérias-primas, à diminuíção do consumo, ao aumento dos stocks etc.etc.
E lembrem-se de uma coisa, os EUA ainda só deslizaram, ainda não tiveram um verdadeiro tombo.
Se isso acontecer, entre as 14H30 e as 16H30 podem por as barbas de molho. E já agora para aqueles que levam o tempo a dizer que os títulos estão ao preço da "uva mixona", convido-os a actualizarem os PER's atendendo aos Relatórios de Contas apresentados, vão ter algumas surpresas na maior parte dos títulos.
Mas isto agora não está para fundamentais, nem mesmo para AT, é a convicção a trabalhar e a chamada Análise Conjuntural que tanta gente se esquece de fazer nestes períodos.
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Shorts?

por Pirronico » 25/6/2008 21:54

Só uma nota: quem entrou no PSI há cerca de 3/4 anos em títulos como por ex. a Altri, a Semapa, a Mota, a EDP ou a Brisa e não vendeu até agora ainda está a realizar avultadas mais-valias! Para quem está a ganhar 250 ou 300% é irrelevante se perde agora 8 ou 10%...
Eu suspeito q mt dos investidores estrangeiros q agora estão a vender de forma desenfreada estão nestas circonstâncias.
Não se esqueçam q a Altri entrou em bolsa a 1,10 e já fez um "stock split" de 1 p 2.
Qt à explicação dos "shorts" não me parece ter qq sentido, pois como já aqui foi dito a maior parte dos títulos de PSI nem sequer se conseguem "shortar".
 
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por Crómio » 25/6/2008 18:27

Mais uma vez os meus parabéns pela tua opinião imensamente didática e pelo muito que ensinas a todos nós


Ah, sim :oops: faltou essa no meu último post.
Subscrevo

Abraço
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por marijon2 » 25/6/2008 18:25

Ulisses

Mais uma vez os meus parabéns pela tua opinião imensamente didática e pelo muito que ensinas a todos nós :)

:clap: :clap:

Bjs

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por Crómio » 25/6/2008 18:24

RicHochet,

Que "pandan"... é só rir.

Devias abrir um tópico para estas análises, até acredito que depois para escrever peças destas os srs.jornalistas especialistas em mercados e economia tivessem mais atenção às barbaridades que propagam.

Sim, porque isto é como um vírus, quem lê fica com a opinião além de baralhada (sem o saber) obscurecida.

Será que o objectivo é mesmo estupidificar o pessoal?
Huuuuu... a conspiração está no ar...

Abraço
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por HeikinAshi » 25/6/2008 18:17

Enslaved Escreveu:
HeikinAshi Escreveu:E os culpados são: os especuladores selvagens que não satisfeitos com os ganhos no crude viraram-se para o short no PSI. :lol:
O Sr. que escreveu isso esqueceu-se que actualmente, na bolsa portuguesa poucos são os titulos que se podem shortar e qualquer dia não é nenhum.

Abraço
HA


Em warrants não tens muitas escolhas mas em CFD's penso que podes negociar em todas as acções do PSI. No entanto, não acredito minimamente que as quedas sejam por causa dos curtos. Basta ver aqui no caldeirão para perceber que maior parte do pessoal raramente entra curto. Claro que não é uma amostra representativa no entanto dá para perceber razoavelmente quais as posições dominantes.


Enslaved
Mesmo em CFD`s são muito poucos os que podes entrar curto.

Abraço
HA
 
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por Enslaved » 25/6/2008 18:00

Muito bom RicHochet. 5 Estrelas :clap: :clap:.
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Re: "short sellers" à solta no mini-mercado

por rmmrod » 25/6/2008 17:55

Um curioso... Escreveu:Este texto foi extraido do Jornal de Negócios.
Querem comentar?



É difícil observar os monitores da Bolsa portuguesa e não ficar como burro a olhar para um palácio. O que é isto? Porquê isto? E até quando isto? Isto é um momento dramático para os investidores, grandes e pequenos, que vêem o que julgavam ser de aço derreter como cera ao sol. E em Portugal, pior.


O que é "isto"? "Isto" é o mercado a funcionar. Mas a avaliar pelas perguntas típicas de burro, parece que o pior está para vir. Vejamos mais à frente:

Mas como explicar este paradoxo de ver empresas baratas que ninguém quer comprar?


Frase estranha, para quem mais à frente diz isto:

...muitas têm ainda preços relativamente elevados face aos lucros,...


Afinal em que é que ficamos? As empresas estão baratas, ou estão ainda caras face aos resultados? Então e se estão caras, qual é o espanto das cotações descerem para valores consentâneos com o valor real? Não se percebe... mas continuemos:

O que se está a passar nos últimos dias na Bolsa de Lisboa não é apenas mais um passeio aleatório de ursos pessimistas. Os investidores estrangeiros estão em debandada e há empresas a preços inacreditáveis...


Mau! Os estrangeiros o quê? Estão em debandada? Mas quando? Ontem? Hoje? Começaram a debandar quando se as cotações só descem de há quase um ano para cá? E espera aí... Há empresas a preços inacreditáveis? Então mas ele não disse mesmo ali atrás que estavam caras? Cada vez percebo menos. Mas adiante:

A dimensão do “subprime” está por estimar. As economias europeias e americana atrofiam. Com inflação alta, juros a subir, mercado imobiliário em queda, preços das matérias-primas a disparar, a ordem é para não correr riscos.


Afinal teve um rasgo de clarividência. Afinal parece que ele percebeu finalmente o que é "ISTO", e porquê "ISTO". Prossigamos:

Há suspeitas de que estes “short-sellers”contribuam eles mesmos para a queda de empresas ou mesmo de índices de mercados.


Mau, mau mau... mas então.... mas ele não justificou ali atrás porque é que as cotações desceram? Agora já são os short-sellers? Acho este rapazinho com as ideias um bocadinho confusas. Continuemos:

Acontece que os “hedge funds” estão a cavalgar esta prática


Qual prática? O short selling?
Os fundos? AH AH AH AH AH AH... ai ai .... AH AH AH
ai que me dói a barriga...
Acho que ele se esqueceu de uma palavra chave - resgates.
É... resgates. Saídas superiores às entradas. Estão a acontecer desde o ano passado, razão pela qual os fundos têm neste momento ou prejuízo ou uma rentabilidade miserável. Mas claro... ele esqueceu-se. Adiante:

Pequenas bolsas como a portuguesa são mais fáceis de manipular...


Ele se calhar ainda não era nascido quando o Pedro Caldeira teve azar. Mas pronto... também não sou eu que lhe vou explicar. Continuemos:

as primeiras vítimas da inovação financeira fora de limites são sempre os pequenos investidores, aforradores ou credores.


Ah sim? Deixa ver se entendi... Os pequenos perdem, mas o grandes que têm participações qualificadas, esses ganham. Porreiro pá. Não percebo a lógica, mas só contaram para ele, de maneira que mais ninguém sabe. Continuemos:

Ninguém se atreve a prever o comportamento da Bolsa e quem o fizer está apenas a apostar


Ah.....
Então se ninguém se atreve a prever nada, alguém acredita que manipular ou tentar manipular o mercado é solução?
Já percebi, estamos todos numa lógica de casino. Se der deu, se não der não deu.

Um artigo muito infeliz de facto.
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por Ulisses Pereira » 25/6/2008 17:53

Vou transcrever um artigo que publiquei há alguns anos atrás...

Cada vez mais leio opiniões de muitos investidores defendendo que uma grande parte das quedas que têm assolado os mercados mundiais, nos últimos 30 meses, se deve aos detentores de posições curtas. Julgo ser a altura de deixar aqui a minha opinião sobre essa matéria.

Para aqueles que estão menos familiarizados com estas questões, recordo que os detentores de posições curtas (vou usar o termo inglês “short”, de forma a tornar menos denso este artigo) se posicionam de forma inversa aos accionistas “normais”, vendendo primeiro e comprando depois, de forma a tentar obter ganhos com a queda dos mercados (perdendo, obviamente, se as cotações subirem).

Uma vez que quem está “short” beneficia das quedas dos mercados, começa a ser comum ouvir que é pelo facto de importantes investidores estarem “shorts” que os mercados caem há longos meses para cá. Eu, pessoalmente, discordo completamente desta ideia que começa a conquistar cada vez mais adeptos!

Na minha opinião, o facto de se poder “shortar” só traz vantagens ao mercado. Por um lado, permite um preço de equilíbrio entre compradores e vendedores mais justo (se em Portugal se pudesse “shortar” warrants, os preços deles seriam bem mais justos!). Por outro lado, os “shorts” dotam o mercado de uma maior liquidez, para benefício dos investidores que enfrentam “spreads” mais pequenos e das corretoras que vêem as suas comissões crescerem.

O grande argumento de quem acusa os “shorts” de serem os grandes responsáveis pelas quedas dos mercados mundiais é de que a pressão vendedora que exercem é tão forte que os mercados são, naturalmente, empurrados para baixo. Contudo, esquecem-se de um pormenor muito importante que é o facto dessas posições terem que ser fechadas. Quando isso acontece, a sua pressão deixa de ser vendedora para passar a ser compradora.

É por isso que as maiores subidas ocorrem em “bear markets”. Geralmente as subidas são violentas e curtas e resultam, sobretudo, dos “shorts” a apressarem-se a fechar posições, o que dá explosividade ao movimento de subida. A título de curiosidade, das maiores 10 subidas da história do Nasdaq, 8 registaram-se nos últimos 30 meses. Sintomático...

Uma situação muito curiosa ocorreu, durante este ano, no mercado japonês. Depois de 20 anos de “bear market” (sim, ouviram bem... 20 anos!), as autoridades nipónicas tentaram inverter a tendência de queda, anunciando medidas que tornam muito difíceis (eu diria praticamente impossível) efectuar “shorts” sobre acções japonesas.

O momento escolhido para anunciar esta polémica medida não foi, no meu ponto de vista, inocente. A decisão foi anunciada em Fevereiro deste ano, depois do mercado ter testado os mínimos de Setembro, criando a ilusão de que se tinha formado um duplo fundo perfeito.

A reacção que se seguiu foi explosiva. Como podem ver no gráfico, o Nikkei (o principal índice japonês), depois dessa decisão, subiu cerca de 30% em pouco mais de um mês!



Os “shorts” entraram em pânico e atropelaram-se para fechar as suas posições, exercendo uma pressão compradora muito violenta, o que criou um clima de euforia no mercado nipónico e a convicção de que, finalmente, o terrível “bear market” tinha chegado ao fim. As autoridades japonesas esfregavam as mãos de contentes...

Contudo, estes movimentos artificiais estão sempre condenados a fracassarem, mais cedo ou mais tarde. O tempo encarrega-se de colocar no sítio aquilo que foi tirado do lugar de uma forma artificial. E foi isso que aconteceu no Nikkei. Os compradores começaram a perder força e os vendedores voltaram ao mercado em força. O resultado foi que, anteontem, o mercado japonês atingiu o nível mais baixo dos últimos 20 anos!



Ou seja, não foi o facto de terem tornado a vida difícil aos “shorts” (hoje em dia é quase impossível “shortar” acções japonesas) que o mercado recuperou de uma forma consistente. Caíam assim por terra os argumentos daqueles que defendiam que os “shorts” impediam a recuperação do mercado japonês.

No fundo, esta ira contra os “shorts” não é mais do que descarregar a frustração dos nossos insucessos sobre alguém. Em tempos foi sobre a CMVM, noutros tempos sobre o Governo, agora os bodes expiatórios são os “shorts”.

Acho que é tempo de percebermos que a culpa não é dos outros, nem muito menos dos mercados. É tempo de olharmos para dentro de nós e vermos onde é que erramos e porque é que perdemos dinheiro.

Nós não podemos controlar o mercado, mas podemos controlar a nossa forma de negociar.

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por Enslaved » 25/6/2008 17:25

HeikinAshi Escreveu:E os culpados são: os especuladores selvagens que não satisfeitos com os ganhos no crude viraram-se para o short no PSI. :lol:
O Sr. que escreveu isso esqueceu-se que actualmente, na bolsa portuguesa poucos são os titulos que se podem shortar e qualquer dia não é nenhum.

Abraço
HA


Em warrants não tens muitas escolhas mas em CFD's penso que podes negociar em todas as acções do PSI. No entanto, não acredito minimamente que as quedas sejam por causa dos curtos. Basta ver aqui no caldeirão para perceber que maior parte do pessoal raramente entra curto. Claro que não é uma amostra representativa no entanto dá para perceber razoavelmente quais as posições dominantes.
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por HeikinAshi » 25/6/2008 17:21

E os culpados são: os especuladores selvagens que não satisfeitos com os ganhos no crude viraram-se para o short no PSI. :lol:
O Sr. que escreveu isso esqueceu-se que actualmente, na bolsa portuguesa poucos são os titulos que se podem shortar e qualquer dia não é nenhum.

Abraço
HA
 
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"short sellers" à solta no mini-mercado

por Um curioso... » 25/6/2008 17:10

Este texto foi extraido do Jornal de Negócios.
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É difícil observar os monitores da Bolsa portuguesa e não ficar como burro a olhar para um palácio. O que é isto? Porquê isto? E até quando isto? Isto é um momento dramático para os investidores, grandes e pequenos, que vêem o que julgavam ser de aço derreter como cera ao sol. E em Portugal, pior.


O nosso mercado accionista (Belmiro chama-lhe “mini-mercado”) é dos mais afectados, perdendo 28% este ano (quase 12% só neste mês de Junho, que já está ao nível do negro Janeiro em quase todas as classes de activos). É o preço da nossa pequenez, risco e vulnerabilidade aos “short-sellers” (já lá vamos).

O que se está a passar nos últimos dias na Bolsa de Lisboa não é apenas mais um passeio aleatório de ursos pessimistas. Os investidores estrangeiros estão em debandada e há empresas a preços inacreditáveis. Os accionistas do BPI que recusaram vender acções ao BCP por sete euros ficaram com papéis que valem quase menos dois terços. A Zon, que em Outubro era especulada para os 10 euros, negoceia a 5,95, a Teixeira Duarte a um euro. A PT já vale menos de sete mil milhões, a Brisa menos de cinco, a Mota menos de um. Mas como explicar este paradoxo de ver empresas baratas que ninguém quer comprar?

A dimensão do “subprime” está por estimar. As economias europeias e americana atrofiam. Com inflação alta, juros a subir, mercado imobiliário em queda, preços das matérias-primas a disparar, a ordem é para não correr riscos. E Portugal tem três: o risco geral do mercado, o específico das acções (e muitas têm ainda preços relativamente elevados face aos lucros, o rácio PER) e a volatilidade de ser um subúrbio da Europa.

Se “o país está de tanga”, a bolsa está de “shorts”. O único negócio que está a dar dinheiro no mercado é “shortar”, vender o que não se tem e aproveitar a descida dos mercados. A minúscula bolsa da deprimida economia do periférico Portugal sofre mais do que os outros também por causa dos “short-sellers”, que aliás estão a ser pressionados pelos reguladores, que suspeitam das suas intenções.

Um “short-seller” ganha dinheiro quando as bolsas caem. Pede “emprestado” uma acção, vende-a e depois “paga” a acção quando ela está mais barata. Esta é uma estratégia de diversificação de risco popular desde a “bolha” das tulipas holandesas no século XVII. Acontece que os “hedge funds” estão a cavalgar esta prática e isso relançou a discussão (relança sempre que os mercados estão em forte queda). Há suspeitas de que estes “short-sellers”contribuam eles mesmos para a queda de empresas ou mesmo de índices de mercados. Alguns reguladores (inglês, americano, indiano, etc.) estão atentos a possíveis conluios para fazer cair os preços. Em contrapartida, os “short-sellers” dizem que as empresas estão apenas à procura de bodes expiatórios para justificar os seus maus desempenhos.

Pequenas bolsas como a portuguesa são mais fáceis de manipular, sendo presa fácil para “short-selling”. Cientes disso, os analistas recomendam a saída de bolsas periféricas e de maior risco. A história repete-se: as primeiras vítimas da inovação financeira fora de limites são sempre os pequenos investidores, aforradores ou credores.

Ninguém se atreve a prever o comportamento da Bolsa e quem o fizer está apenas a apostar. Não se sabe qual é o momento-gatilho para inverter esta queda contínua. Até lá, “shortar” vai compensando quem assumir riscos de casino. Por cá, do que estamos “shorts” é de negócios. De economia. E de ideias.
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