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Caldeirão da Bolsa

Porque não uma aplicação prática especulativa em futuros?

Espaço dedicado a todo o tipo de troca de impressões sobre os mercados financeiros e ao que possa condicionar o desempenho dos mesmos.

Grande Cem

por Red » 19/5/2003 14:29

Olá, excelente ideia essa, ainda crias uns turtles portugueses como diz a Pata-Hari :)
Acho que esses exemplos práticos e reais são os melhores para entusiasmar e mostrar que funciona, lembro-me de ver o teste real de opções sobre o psi20, que fizeste no forum do Emerging Trade e de ficar fascinado.

Surgiram-me algumas duvidas e questões... Quando ao sistema das Médias Móveis, nos testes incompletos que fiz, reparei que ele era bastante perdulário e deixava passar alguns periodos de tendência, bastava que no inicio o setup não acontecesse pela ordem certa, as MM não se cruzassem lá na ordem pre-estabelecida e o trigger nunca era dado. Pelo que percebi, só irás executar ordens quando os dois sistemas concordarem numa direcção. Tens ideia dos resultados que isso dá?

Outra coisa, em relação ao ajuste da volatilidade, achei interessante a adaptação da adaptação... e de usar como ponto de partida a volatilidade média da carteira. Só fiquei com uma dúvida, usas a MM simples de 250 dias do ATR21 dividido pelo close. Mas, o close é o actual, enquanto que há 250 barras atrás ele podia ser muito diferente, não vai distorcer um pouco o valor da volatilidade? Eu costumo fazer uma coisa parecida mas uniformizo dividindo pelo close, em cada barra. Do tipo Mov(ATR(21)/Close,250,S). Tem também a vantagem de ficar bastante mais suave.
Já agora porque escolheste um periodo tão grande, 250 dias?

Obrigado e boa sorte com o desafio, vou seguir atentamente os resultados, a ver se são tão bons como os testes :)

Um abraço,
red
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por Ulisses Pereira » 19/5/2003 12:24

Cem,

Excelente ideia e só tenho a agradecer-te pela disponibilidade que continuas a demonstrar para partilhares conhecimentos nos fóruns de bolsa.

Fico muito curioso para seguir os próximos capítulos! ;)

Um grande abraço,
Ulisses
"Acreditar é possuir antes de ter..."

Ulisses Pereira

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por Cem » 19/5/2003 9:45

Well, tantas perguntas!
Ao amigo FT:
Eu tinha e tenho a intenção de fazer esta experiência em tempo real apenas com futuros.
Irei reproduzir fielmente as condições normais da realidade, incluindo as comissões envolvidas. Como este sistema conjunto é um bocado alentejano, trata-se de algo do tipo relaxante, só deve dar sinais 3 ou 4 vezes por ano em cada activo.
O valor do slippage, incluindo os roll-overs ( transferência de posições de um mês de futuros mais próximo para o do ciclo seguinte que pode ser mensal ou trimestral), não deve assim pesar muito no resultado final. Mas não há nada como experimentar!
Quem tiver acesso a produtos CFDs e warrants, se tomar a opção de querer seguir os sinais de algum dos activos da experiência ( fá-lo obviamente à sua responsabilidade) acredito que tem de pesar esses possíveis contras, mas confesso que não me preocupei nesse aspecto porque acho que este sistema está mais desenhado para produtos do tipo de futuros.
É de facto um risco a considerar, mas aí felizmente a opção não é minha; embora nos warrants CFDs em posições do lado curto o risco dos juros desapareça em definitivo, resta interiorizar que uma trade "curta" oferece normalmente menos garantias de sucesso que uma trade "longa", vá-se lá saber porquê...
À nossa Patarolas:
Eu não sou muito versado em espaços de sites, normalmente gosto de deambular pelo espaço dos foruns quando me dá na real gana e fico-me por aí.
Mas se achas que podia ser vantajoso criar esse tal espaço, força!
Fazemos assim: eu deixo no forum os posts normais e tu "importas" a matéria que achares interessante para essa tal "Colherada", mas deixa-me saborear as entradas no forum antes de mexeres na sopa.
Os estrugidos nunca mais te vão largar, lol!
Beijinhos para ti e abraço ao FT,
Cem
 
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por Pata-Hari » 19/5/2003 9:12

Cem, e quanto a criar uma "colherada" para colocarmos o b-a-ba dos sistemas, a descrição que fizeste dos mesmos? acho que seria util pelo menos para consulta.

Queres que te crie um espaçinho para poderes ir actualizando com o que quiseres, ou crio eu um espaçinho para isso e meto lá apenas os teus posts com a descrição do sistema?

Apita!
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por Flying Turtle » 19/5/2003 9:12

Viva Cem, acho esta experiência excelente em termos formativos tanto teóricos como práticos. Do mesmo modo que tenho acompanhado tudo o que respeita aos dois sistemas simples que aqui publicaste, incluindo os interessantes contributos do Red e do ajrsoares (este na concorrência, mas não faz mal :wink: ), irei estar muito atento e desejoso de aprender mais quanto a esta aplicação prática do sistema composto.

Eu próprio tenho andado a fazer diversas experiências à volta do sistema EMA, inventando variantes que consigam contribuir para a superação do seu desempenho próprio. Estou a aproveitar para aprender a programar no Metastock, uma vez que nunca antes tinha tentado programar fosse o que fosse ali. Vou avançando, mas lentamente... :?

Queria no entanto levantar uma questão que a mim se colocou nas experiências que já fiz: O método de money management do Red, extremamente interessante, e que agora te propões seguir, privilegia os subjacentes com menos volatilidade, uma vez que nestes o risco é menor. Mas parece-me que, na prática, nem sempre assim é: Fiz uns testes precisamente com o S&P500 reproduzindo, em todos os detalhes, as condições dos CFD da LJCarregosa e, do lado longo, num método que procura aproveitar movimentos tendenciais mais ou menos prolongados, os juros cobrados nas posições longas (cerca de 5.5% ao ano), adicionados aos spreads, podem comer por completo o ganho proporcionado pelo sistema.

Um exemplo:

Imaginemos que entramos longos no S&P500 a 950pts. Para facilitar as coisas, não vamos entrar com variações cambiais EUR/USD e admitamos que a taxa de câmbio está fixa numa situação de perfeita paridade.

O Bid/Ask estará a 949.25/950.75.

Se não quisermos pagar comissões teremos de adquirir pelo menos 10.000/950,75 = 10,52 CFD, ou seja, 11 CFD. A margem utilizada será pois 11x950,75/10 = 1.045,82€. O juro cobrado é de 1,23€/dia.

Suponhamos que o sistema nos diz para sairmos ao fim de 4 meses, com o S&P500 a cotar 985 pontos, isto é, com uma variação percentual de 3,68%. Damos a ordem de venda e o ganho é de:

11x(984,25-950,75)= 368,50€

E o juro cobrado será 1,23x120 = 147,60€

Isto é, o juro come neste caso 40% do ganho na operação. Portanto, se o sistema nos der alguns falsos sinais, por exemplo na ordem dos 50% (o que até nem acho muito mau), corremos o risco de, com sorte, ficarmos em casa apenas...

Nunca negociei com futuros e sei que aí não existem juros, mas sei que é necessário renovar os contratos, o que envolve igualmente custos (neste caso tanto do lado longo como do lado curto, imagino). Gostaria de perceber se a erosão provocada por trades longos é semelhante. Se quiseres dar-te ao trabalho de reproduzir o mais fielmente possível as condições reais de negociação, tanto melhor! :)

Uma coisa me parece certa, e nisto muita gente concorda: Atenção aos encargos envolvidos nos trades porque, quando chegamos ao dinheiro na conta, facilmente podemos verificar que aquilo que parece um bom negócio afinal não o é tanto... :shock:

Um abraço e muito obrigado pelas tuas iniciativas! :)
FT
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por Cem » 19/5/2003 9:03

Oi Patinha!
Olha, em relação à tua questão a resposta é nim, e passo a explicar porquê.
O primeiro sub-sistema, baseado nos swings, tal como foi apresentado, é fruto de regras visuais gráficas. Em tempos cheguei a arranjar forma do software reconhecer os padrões das "outside bars" mas a fórmula ficou num antigo computador com uma versão antiga do Metastock a que já não tenho acesso...
Estando assim tolhido de movimentos, por não ter programado o 1º sub-sistema, o outro sub-sistema, relativo às médias exponenciais, fica um pouco manco.
De qualquer modo, neste 2º caso, é possível programar os sinais de compra e venda através de um indicador que desenvolvi no Metastock e que retorna o valor "+1" na primeira situação e o valor "-1" no caso de venda.
Neste momento não tenho acesso ao Metastock mas brevemente conto deixar ficar aqui a fórmula do indicador em causa.
Beijinhos e aproveito para enviar também um abraço ao Cram2.
Cem
 
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por Pata-Hari » 19/5/2003 8:40

Ena, Cem! isto vai ser giro. Por uma vez estaremos a testar um sistema que todos conhecemos e que poderemos utilizar. Que ideia tão gira! Já programaste o sistema no meta, presumo, certo?

Ainda acabamos como uns mini-tuga-turtles, todos a transaccionar da mesma forma, lol.

A sério, acho uma ideia muito gira. Faltará depois conseguirmos todos programar o bicho para dar os mesmos sinais. Eu nunca consegui programar correctamente nenhum deles, só programei metade tendo a noção que tinha alguns falsos sinais gerados que não sabia eliminar por programação e tendo que fazer a verificação à mão.

Acho até que poderiamos e deveriamos criar uma colherada para sistematizar as regras do sistema, mesmo que depois os updates fossem feitos aqui, não achas boa ideia?
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a arte no money management

por cram2 » 19/5/2003 0:17

......Cem, gostaria de dizer.....venha de lá a arte na aplicaçao pratica do money management- a sua arte é muito bem vinda! :)
Realmente, enquanto o "macromanagement" pode, e deve,ser determinado matematicamente, já o "micromanagement" passa muito mais pela arte individual de cada um em usar os imputs e outputs do sistema por forma a moldar uma actuaçao o mais dinamica possivel no que diz respeito ao numero de posiçoes a assumir a cada momento, tendo sempre como referencia o valor determinado no "macromanagement", como é obvio.
Obrigado pela sua entrega e pela disponibilidade em levar a cabo uma "tarefa" que acredito ser bastante exigente. :)

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Porque não uma aplicação prática especulativa em futuros?

por Cem » 18/5/2003 20:13

A ideia básica por trás deste pequeno exercício prático é aplicar regras de trading ao longo do tempo, acompanhadas por princípios de money management, a uma carteira de 5 activos de risco idêntico a partir de um valor inicial de 50000 Euros.
Como estabelecer esses princípios básicos?
A partir de 2 pequenos artigos que publicados na net, no Caldeirão e no ClubeInvest, sobre sistemas de trading alternativos, o primeiro o “Barras Cem” e o segundo o “EMA” ( exponential moving averages), achei curioso juntar ambos os métodos num único e denominar o sistema de “BCRES” ( iniciais de “Barras” “Cem” “Red” “EMA” e “Soares”).
Justificação: sendo estes sistemas do domínio público as regras de entrada e saída podem ser confirmadas por toda a gente; no primeiro sub-sistema, em que será usada a versão simplificada de um conjunto de períodos de 3 sessões, o “Red” contribuiu de uma forma muito válida e consistente para a verificação de testes de avaliação de risco e performance numa grande variedade de índices; no segundo sub-sistema o nosso amigo “ajsoares” efectuou igualmente um estudo de testes muito curioso no qual adaptou igualmente uma regra específica de saída da trade para além do valor inicial do stop de colocação de defesa.
Assim, as regras serão muito simples: quando ambos os sistemas derem sinal longo ou curto simultâneos, compramos ou vendemos contratos em futuros de acordo com a quantidade permitida pelo estudo de risco abaixo detalhado.
Assim, para além do sistema de trading habitual que uso ( mais conhecido por “Perdigueiro”) passarei a usar também este como sistema complementar, com a diferença de atribuir especificamente a esta carteira “BCRES” um valor calculado a partir de monitorização permanente, a actualizar ao fim de cada trade encerrada, com um valor inicial de 50000 Euros.
Os activos potenciais da carteira “BCRES” serão exactamente os mesmos 5 que uso na chamada carteira “105”.
As características para 1 contrato em futuros em cada um deles apresentam as seguintes particularidades básicas:
- S&P 500: 1 contrato E-Mini, 1 ponto = 50 USDólares, margem mínima da corretora = 5000 USDólares.
- Nasdaq 100: 1 contrato E-Mini, 1 ponto = 20 USDólares, margem mínima da corretora = 5000 USDólares.
- DAX 30: 1 contrato, 1 ponto = 25 Euros, margem mínima da corretora = 10000 Euros.
- IBEX 35: 1 contrato Mini, 1 ponto = 1 Euro, margem mínima da corretora = 700 Euros.
- Euro Stoxx 50: 1 contrato, 1 ponto = 10 Euros, margem mínima da corretora = 3000 Euros.
Os testes efectuados em ambos os componentes dos sistemas permitem, de uma forma aproximada, e baseado também em experiência própria que tem em consideração o facto dos sinais deste sistema não serem muito frequentes, embora bastante fiáveis, considerar que a alavancagem média necessária prática da carteira não deverá corresponder nunca a um factor superior a 4.
Por exemplo, senão levássemos em conta a questão do risco associado a uma variável tão importante quanto é a volatilidade, o valor alavancado que teríamos de ter disponível em carteira, para usar em 1 contrato sobre o Mini-IBEX, teria de ser:
6482 pontos x 1 Euro/ponto / 4 = 1620 Euros necessários
Como se pode verificar, terá de ser sempre um valor superior à margem mínima imposta pela corretora, para segurar riscos futuros de grandes movimentos do mercado contra a carteira.
Mas…calma, isto foi só o primeiro passo, para colocarmos todos os 5 activos em igualdade de risco, teremos de antecipar a respectiva volatilidade ou amplitude de flutuação.
Para calcular esse risco equivalente sugiro a adaptação de um indicador retirado de um artigo publicado pelo “Red”, adaptado a partir do grau de risco usado no método dos “Turtles”.
A minha sugestão é o uso do indicador Average True Range de 1 mês, actualizado no final de cada mês, calculado através da sua média anual.
Na prática isto corresponde a calcular no final de cada mês o valor do indicador Mov(ATR(21),250,S)/Close em cada índice, correlacionando-se no conjunto através da sua média, a volatilidade média da carteira.
Para início do cálculo poderemos usar o presente valor calculado no final da sessão do dia 16 de Maio:
- S&P 500: 0,0212 .
- Nasdaq 100: 0,0314 .
- DAX 30: 0,0444 .
- IBEX 35: 0,0274 .
- Euro Stoxx 50: 0,0377 .
Daqui extraímos a volatilidade média da carteira, calculada pelo indicador referido, representando o valor actual de 0,0324 .
Chegados a este ponto resta-nos avaliar o risco idêntico de cada activo, tendo em conta o valor actual da carteira.
Isto faz lembrar que estamos numa aula de Matemática ou de Economia a debitar umas quantas fórmulas, mas tenham paciência, a teoria só é dada hoje!
O número de contratos em futuros inicial para cada activo será então dado por:
Número de contratos = Valor total actualizado da carteira / Número total de activos x Volatilidade média da carteira / Volatilidade do activo / Valor subjacente correspondente a 1 activo ( em Euros) x Alavancagem média do activo.
A quantidade de contratos desta carteira de 50000 Euros será então, para cada activo no seu estágio inicial, de:
- S&P 500: 50000 / 5 x 0,0324 / 0,0212 / ( 944 x 50 / 1,1588 ) x 4 = 1,50 = 2
- Nasdaq 100: 50000 / 5 x 0,0324 / 0,0314 / ( 1154 x 20 / 1,1588 ) x 4 = 2,07 = 2
- DAX 30: 50000 / 5 x 0,0324 / 0,0444 / ( 2989 x 25 ) x 4 = 0,39 = 0
- IBEX 35: 50000 / 5 x 0,0324 / 0,0274 / ( 6482 x 1 ) x 4 = 7,30 = 7
- Euro Stoxx 50: 50000 / 5 x 0,0324 / 0,0377 / ( 2349 x 10 ) x 4 = 1,46 = 1
Entre outras conclusões podemos verificar que o presente valor da carteira conjunta não comporta ainda a autorização para accionar contyratos sobre o DAX, atendendo ao perfil de risco atribuído.
Resta concluir dizendo que, à data presente, ainda não foi accionado qualquer sinal de trading em nenhum dos 5 activos, devido ao motivo relacionado com o aguardar de sinal do sub-sistema “EMA Soares”.
Atenção ao perigo que representa o trading real em futuros, esta experiência prática destina-se exclusivamente a divulgar na prática o uso de conceitos associados de sistemas de trading baseados exclusivamente em AT, em regras de money management associadas a activos de risco idêntico e …don’t play this game but wish me luck!

Continuação de bom fim de semana a todos e bons negócios,
Cem
 
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