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Caldeirão da Bolsa

BCP - para fórum

Espaço dedicado a todo o tipo de troca de impressões sobre os mercados financeiros e ao que possa condicionar o desempenho dos mesmos.

p/ Engenheiro

por JAS » 23/11/2002 2:33

Engenheiro Escreveu:Caro JAS... e em relacao aos direitos... qual sera a sua tendencia? De descida ao longo dos dias da subscricao? Acredita que esta operacao seja um sucesso? o Banco fara credito, conforme fez para as accoes? Sera que as pessoas e clientes ainda acreditam?


Tendência dos direitos:
Sendo difícil o cálculo do seu valor (tenho um post com esse tema) ainda é mais difícil prever o que possa suceder ao longo do tempo.
Normalmente começa-se com um preço muito alto ou muito baixo que depois vai sendo corrigido ao longo do tempo para valores mais justos.
No período final os direitos voltam a subir ou a descer consoante haja escassez de oferta (operação com grande suceeso) ou excesso de oferta (operação de pouco sucesso).

Crédito:
Penso que sim. O Banco costuma ter essa política e não vejo razão para não previligiar os seus accionistas numa altura em que eles estão um bocado chateados com as cotações.

Confiança dos investidores
Costumo dizer que na Bolsa como no Casino os jogadores não saiem quando ganham exactamente porque se sentem "experts" ou porque estão em dia de sorte. E quando perdem...voltam no dia seguinte para tentarem recuperar.
Comprar acções com empréstimos é péssimo em períodos Bear mas penso que a generalidade das pessoas acredita que ou já estamos a iniciar um novo Bull ou estamos em vias de o iniciar.

JAS
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por Engenheiro » 23/11/2002 0:00

Caro JAS... e em relacao aos direitos... qual sera a sua tendencia? De descida ao longo dos dias da subscricao? Acredita que esta operacao seja um sucesso? o Banco fara credito, conforme fez para as accoes? Sera que as pessoas e clientes ainda acreditam?
Engenheiro
 

por Touro » 22/11/2002 23:50

Caro Jotabil,

A taxa de juro nominal anual bruta de 9% a vencer trimestralmente significa que os 9% ao ano sobre o valor das obrigações é pago por 4 vezes no ano (trimestralmente), o que em termos efectivos dá uma taxa bruta superior a 9%. Isto é, os juros em vez de serem pagos de uma só vez no final do ano, vão sendo pagos ao longo deste. Isto permite que o investidor receba 1/4 dos juros logo ao fim do 1ro trimestre, que pode aplicar noutro investimento.

Um exemplo: para uma aplicação a prazo vulgar com taxa anual nominal de 10 %, se os juros forem pagos de uma só vez no final do ano a taxa efectiva´coincide com a nominal; se o pagamento for faseado ao longo do ano, por exemplo mensal, a taxa anual efectiva é de 10,47%. Esta diferença resulta do facto de se poder ir reaplicando os juros à medida que se vão recebendo.

Quanto ao facto de serem acções ou obrigações, pelo que sei são obrigações convertíveis em acções ao fim de 3 anos, com um rácio pré-determinado; pelo que foi aqui dito: valor nominal da obrigação (5€)/média dos preços da acção BCP dos dias 20,21,22 e 23 de dez.

Se tem acções BCP aconselho-o a ligar para o banco e falar no assunto. Geralmente eles avisam, mas às vezes também se esquecem.
Cumprimentos,
Touro
 
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ESCLARECIMENTO

por jotabil » 22/11/2002 19:01

Alguém faz o favor de me esclarecer esta afirmação"A emissão terá uma taxa de juro nominal bruta de nove por cento, a vencer trimestralmente."
Trata-se de acções ou obrigações?
Eu detenho algumas centenas de acções do banco em causa.....serei contactado?......tenho de tomar a iniciativa de as requerer?..... de facto sou inerme nesta coisas....
Mas sou bom aluno.
Cumps
 
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por JN » 22/11/2002 16:43

Depois de uma leitura rápida penso que se pode concluir que É mais provavel UMA subida das acçoes DO QUE a descida. É realmente uma grande enginhoca, Sr Enginheiro. he he he isto é bom para artistas com vagar :wink:
Um abraço
JN
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Rubens, tens toda a razão...

por JAS » 22/11/2002 16:43

Nestas notícias só depois de se ler tudo muito bem é que devemos tirar conclusões...
Tens toda a razão no que dizes quanto ao período entre o dia 04 e o dia 23.

Portanto parece que podemos concluir que:

- de hoje até ao dia 03 a procura deve exceder a oferta e as cotações sobem.
- do dia 04 ao dia 23 parece que só o BCP é que poderá estar interessado em segurar as cotações. Os accionistas irão querer que baixe para aumentar o factor de conversão e vão tentar aumentar a oferta. E por outro lado muitos presisarão de vender para pagarem as obrigações...
Portanto nesse período as cotações devem baixar.
- do dia 23 e até ao fim do ano é natural que se assista a uma recuperação nas cotações pois o BCP é importante para muitos Fundos.

JAS
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Jas..há aí um erro...

por rubens » 22/11/2002 16:09

no comunicado tens:
"O destaque dos direitos terá lugar no dia 4 de Dezembro de 2002, pelo que as acções do BCP transaccionadas nessa data já não conferem o direito de participar na oferta."

Ou seja, não estará correcto quando escreves:
"Quando a operação está reservada apenas aos accionistas estes não podem vender as acções pois perdem o direito a subscrever o Aumento ou, neste caso concreto, a adquirir as obrigações.

Portanto, vender as acções para tentar baixar a cotação para depois ir comprar em condições mais vantajosas as obrigações não funciona neste caso... "

É que, mesmo que se segre o papel até dia 3... daí até dia 23 vai passar muita água sobre a ponte...seja manobras de o segurar como de o baixar... a ver quem tem mais força.

Cump
 
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Mais BCP

por JAS » 22/11/2002 16:01

Já há por aqui muitos posts com várias opiniões e não pretendo responder integralmente a todos mas apenas sistematizar as ideias.

Em primeiro lugar parece que o esquema da operação é, sem dúvida, brilhante pelas seguintes razões:

- o produto oferecido é atractivo pois paga um alto juro bruto de 9%, durante os 3 anos, o que me parece nitidamente superior aos eventuais dividendos das acções BCP.

- o produto, por ser obrigatóriamente convertível e sendo o factor de conversão definido à partida, é perfeitamente equivalente às próprias acções.

- o produto é tanto mais rentavel para o BCP quanto maior fôr a cotação das suas acções.


É certo e sabido que quando há uma OPV ou um Aumento de Capital em que o preço de venda é função das cotações dos últimos dias o grande capital procura fazer baixar as cotações para ir comprar a preços de saldo.
Mas isso é apenas válido quando há uma tranche reservada para os institucionais...

Quando a operação está reservada apenas aos accionistas estes não podem vender as acções pois perdem o direito a subscrever o Aumento ou, neste caso concreto, a adquirir as obrigações.

Portanto, vender as acções para tentar baixar a cotação para depois ir comprar em condições mais vantajosas as obrigações não funciona neste caso...

JAS
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por bowie » 22/11/2002 15:34

Ao JN,

desculpa a correção. Não é Dr é Engº
bowie
 

faltou outra achega...

por rubens » 22/11/2002 15:24

...de hoje até final da operação..antes do Natal.. vamos ver quem tem mais força a mover o papel..

- se o BCP a manter o papel alto para (como dizia ali o tceti) dar menos papéis.

- se os pesos pesados que vão ficar com o papel.. que desejam a cotação em forte baixa..para no final da conversão ficarem com mais papel ( que os pequeninos accionistas pouco podem fazer quanto a isto)


cump
 
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JAS...

por rubens » 22/11/2002 15:18

... os do Público têm a sua razão...é uma análise simplista..mas não "verdadeira".

Valor nominal obrigação 5 euros e se cotação média dos últimos 4 dias for literalmente 2.5

5/ 2.5 = 2 1 obrigação comprada a 5 euros daria hoje 2 ações no valor de 5 euros... se não contamos com juros e blá..blá..blá..... a diferença que eles esqueceram foi o blá, blá.. assim como muitos que as forem comprar :)

Mas.. seja que contas sejam feitas... ninguém me negue que o bcp levou o papel ao colo até aos 2,5 (para a altura de comunicar a operação) para incentivar este tipo de cálculos.


Cump
 
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por JN » 22/11/2002 15:11

Eu apenas dou os meus parabens, mais uma vez, ao Dr. Jardim Gonçalves. Ele é sem duvida o elo mais forte da nossa praça.

Ao Bowie: a mim aconteceu-me precisamente o mesmo e a resposta que dei ao meu G. conta foi:
Agora não compro nada, obrigado, estou vendedor de tudo. Parceu-me que ele ficou a pensar que eu estava agozar com ele, até porque nunca mais me fez oferta nenhuma do genero... :)
Um abraço
JN
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por Touro » 22/11/2002 14:57

Se entendi bem, e analisando a situação do ponto de vista do emitente, quanto mais alta for a média das cotações dos últimos 4 dias menor será o número de acções atribuídas por obrigação detida ao fim dos 3 anos.

Significa que ao comprar os títulos (aumentando assim o preço) estamos a tornar a operação menos interessante para o investidor.

Se este meu raciocínio estiver correcto, deixo aqui os meus parabéns ao BCP, pois desenhou esta operação de forma muito inteligente. Pode inclusivé, vender agora acções ao mercado e recomprá-las ao fim dos 3 anos para entregar aos detentores de obrigações.
Cumprimentos,
Touro
 
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BCP

por JAS » 22/11/2002 14:27

Ulisses Pereira Escreveu:Sinceramente, não me espantava nada que esta violenta puxada no BCP nos últimos tempos, tivesse como objectivo tornar esta operação mais interessante para os accionistas... Aqui fica a notícia para perceberes o porquê desta minha afirmação.


Começo por transcrever o que hoje escrevi noutro post:

O BCP está a cair, julgo que momentanea e injustificadamente, devido à oficialização do anúncio do aumento de capital com emissão de obrigações convertíveis.
O mercado corrigiu automaticamente a cotação em -10% quando isso foi anunciado pelo que não se justifica uma 2ª correcção agora.
A compra das obrigações parece-me um excelente investimento mas para as obter é necessário deter acções do BCP até ao dia 03 de Dezembro.
Isto faz-me pensar que quem as tem não se desfaz delas e quem as não tem vai querer adquirir. A conclusão lógica é que as acções vão subir até ao dia 04 de Dezembro. Ao fim do dia de hoje podem gerar-se excelentes oportunidades para entrar neste título.

Finalmente o último parágrafo da notícia do Público" parece-me um perfeito disparate e não tem qualquer sentido...

Público Escreveu:A recente subida das acções facilita a operação, na mediada em que, se a troca da acções preferenciais por ordinárias fosse feita aos valores de ontem, seriam equivalentes.


As obrigações convertíveis têm o valor nominal de 5 euros a o BCP está cotado a 2,50. O factor de conversão é fixado pela média ponderada dos últimos 4 dias (18,19,20 e 23 Dez). Se o BCP mantiver esta cotação o factor será 2 e portanto, no final dos 3 anos, 1 obrigação dá 2 acções.
Isso significa que são equivalentes?
Os conhecimentos de aritmética dos nossos jornalistas parecem-me reduzidos...
JAS
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por bowie » 22/11/2002 14:12

Ainda me recordo á uns meses atrás o meu gerente de conta do BA ter-me telefonado para peguntar se eventualmente estava interessado a adquirir um lote a 5,90E e na mesma altura disse-me que a broker deles tinha os 6,50 E como price target a 6 meses. Eu perguntei-lhe se eles no lugar do lote que estavam a vender, não tinham um lote para emprestar (short), ele riu-se e desejou-me uma boa semana.
bowie
 

por Ulisses Pereira » 22/11/2002 14:00

Tceti,

Sinceramente, não me espantava nada que esta violenta puxada no BCP nos últimos tempos, tivesse como objectivo tornar esta operação mais interessante para os accionistas... Aqui fica a notícia para perceberes o porquê desta minha afirmação.

Um abraço,
Ulisses


"O BCP anunciou ontem a emissão de 140 milhões de acções preferenciais obrigatoriamente convertíveis em ordinárias, no valor de 700 milhões de euros, acima dos 500 milhões anunciados recentemente. O reforço da operação, que na prática representa um aumento de capital, vem dar razão a alguns analistas que defendiam a necessidade de reforço dos capitais próprios.

As acções preferenciais, destinadas aos actuais investidores, terão um valor nominal de cinco euros, sensivelmente o dobro da actual cotação, terão a designação de Capital BCP 2005, serão distribuídas na proporção de uma por cada 10 acções detidas, com arredondamento por defeito, e com aplicação do factor 0,60368995. A emissão terá uma taxa de juro nominal bruta de nove por cento, a vencer trimestralmente. Esta operação fica, no entanto, condicionada à verificação cumulativa de eventos fixados no prospecto de emissão, designadamente a existência de lucros distribuíveis no BCP, e não ser o rácio de solvabilidade do banco em base consolidada inferior ao fixado pelo Banco de Portugal.

O período de oferta decorre entre os dias 9 e 23 de Dezembro, deixando a partir do dia 4 de garantir direito a participar na operação. O preço da conversão será fixado no período de subscrição da presente emissão e corresponderá à média das cotações das acções ordinárias do BCP ponderada pelos volumes no mercado de cotações da Euronext Lisboa, nas quatro últimas sessões compreendidas no período de subscrição.

Segundo um analista contactado ontem pelo PÚBLICO, e tendo em conta os dados disponíveis, a operação parece garantir um bom rendimento, pelo que deverá merecer aceitação pelos actuais accionistas. A recente subida das acções facilita a operação, na mediada em que, se a troca da acções preferenciais por ordinárias fosse feita aos valores de ontem, seriam equivalentes. "

(in www.publico.pt)
"Acreditar é possuir antes de ter..."

Ulisses Pereira

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por Touro » 22/11/2002 12:40

Quedas até aos 2,42-2,43€ não põem em causa a tendência ascendente do título, por isso não são de assustar.
Cumprimentos,
Touro
 
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Noticia DE...

por alce » 22/11/2002 10:27

Bom dia.
Com a noticia acima relatada, o que ontem aconteceu à EDP, irá hoje suceder com o BCP.
Neste momento só existem compradores a 2.48 e vendedores a 2.50 são já mais de 200 000.
Abraç.
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por MozHawk » 22/11/2002 9:08

Bom dia tceti,

É realmente um valor de grande monta.

Bom, vamos ver como reage o papel a esta notícia. Eu poria os olhos nos €2.50 que estão a constituir, para já, um verdadeiro tampão para o papel. Estão lá 184.505 acções na compra.

Um abraço,

MozHawk
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por tceti » 22/11/2002 6:56

Olá Bom Dia a todos.
Qual será a reacção do papel à notícia da emissão de valores mobiliários no calor de 700 milhões ?
Os pormnores estão no DE e no Canal de Negócios.
Obrigado.
tceti.
 
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