Caldeirão da Bolsa

Juros não vão subir este ano na Europa

Espaço dedicado a todo o tipo de troca de impressões sobre os mercados financeiros e ao que possa condicionar o desempenho dos mesmos.

por Açor3 » 11/1/2008 11:22

Deixa o petróleo continuar a estes valores,deixa estas constantes injecções de dinheiro por parte dos bancos centrais,deixa este crescimento de preço nas matérias primas,deixa estes constantes aumentos nos bens essenciais,deixa este não parar do endividamento das familias...etc...etc...e logo verão daqui a poucos meses.
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Juros não vão subir este ano na Europa

por Resina » 11/1/2008 11:13

Juros não vão subir este ano na Europa
O BCE manteve ontem os juros. Para combater a crise, a decisão vai repetir-se em 2008.

Luís Reis Ribeiro

As taxas de juro dos empréstimos às famílias e empresas, a Euribor, continuam demasiado elevadas e a pesar nas prestações aos bancos. É como se a taxa directora do Banco Central Europeu (BCE) estivesse em 4,25% e não em 4%, como acontece desde meados do ano passado. A autoridade monetária da zona euro sabe disso – que os mercados a estão a substituir no controlo da inflação – pelo que ontem optou por manter juros, apesar de estar com muita vontade de os subir para prevenir uma eventual derrapagem nos preços europeus este ano. Mas fez também outra coisa: Jean-Claude Trichet, o presidente do banco central mostrou-se extraordinariamente agressivo relativamente aos aumentos salariais, mas em contrapartida citou “riscos descendentes” sobre o crescimento das economias na abertura do seu discurso. Não o fazia desde Junho de 2003, o ano da recessão em vários países europeus, Portugal incluído, observa Julian Callow, economista do Barclays Capital.

O BCE manteve taxas de juro, mas relembrou que o principal ‘inimigo’ da inflação estável (abaixo mas próxima de 2%) são os aumentos salariais e que, portanto, “não tolerará” grandes actualizações. Um recado, sobretudo, para a Alemanha, a maior economia do euro, onde “os trabalhadores estão a reivindicar a reposição do poder de compra perdido nos últimos anos de baixo crescimento e sacrifícios”, lembra Teodora Cardoso, economista e consultora do BPI.

Por seu turno, Adrian Blundell-Wignall, economista da OCDE, sublinha que “as autoridades monetárias estão a tentar combater as pressões sobre a liquidez”, mas sabem que, neste contexto, “quanto mais baixas estiverem as taxas de juro mais ajudam as economias”.

A maioria dos observadores ouvidos pelas agências internacionais dão um ‘desconto’ à agressividade da retórica anti-inflacionista do BCE, prevendo que este ano fique tudo igual nas taxas directoras e que, caso mexam, será para baixo. Teresa Gil Pinheiro, economista do Banco BPI, observa que “as taxas de juro Euribor a três meses estão hoje num nível [4,6%] compatível com uma taxa de 4,25% do BCE, o que é o mesmo que dizer que o mercado está a fazer o trabalho do BCE”. O gabinete de estudos daquele banco considera que o BCE “vai manter os 4% até final deste ano”, mas que a incerteza sobre a dimensão dos estragos provocados pelo ‘subprime’ e os riscos sobre o crescimento mundial, designadamente sobre os Estados Unidos, “tornam mais provável uma descida no segundo semestre”.

Desde Agosto que a crise dos créditos ‘subprime’ tem obrigado os juros a subir de forma abrupta e inesperada e, dizem os analistas, tiraram margem de manobra ao BCE para controlar a inflação e, ao mesmo tempo, assegurar que o forte abrandamento da economia norte-americana (eventualmente uma recessão) não contamina a Europa.

Esta semana foi rica em más notícias: economistas a dizer que os Estados Unidos já entraram ou vão entrar em recessão este ano, o Governo alemão a admitir que a economia pode crescer apenas 1,8%, Espanha em risco de crescer apenas 2%, o Banco Mundial a rever em baixa o crescimento mundial, outrora uma referência de vigor.

Para lidar com a crise financeira, os bancos centrais têm optado por fazer empréstimos de emergência de dinheiro fresco e barato aos bancos comerciais da zona euro de modo a facilitar a vida ao sector financeiro e, por arrasto, não penalizar ainda mais o endividamento do sector privado e dos Estados. Como a situação é grave e a tendência é para piorar, ontem foram anunciadas repetições das injecções de liquidez em dólares pela dupla BCE e Banco Nacional da Suíça.


Situações de ‘stress’ contagiam economias de todo mundo

1 - Fed preocupada pode cortar juros em 0,5 pontos
O presidente da Reserva Federal norte-americana (Fed), Ben Bernanke, afirmou que as perspectivas para a economia dos Estados Unidos em 2008 pioraram, sugerindo novos cortes nas taxas de juro para combater o risco de recessão.
A Fed está preparada para “tomar as medidas adicionais necessárias para suportar o crescimento”, disse. Estes comentários surgem depois de vários bancos afirmarem que os EUA já estão em recessão e de muitos estarem a antecipar um corte agressivo de meio ponto percentual no próximo dia 30. A Fed já cortou os juros duas vezes desde o Verão passado. A taxa directora está em 4,25%, um mínimo de dois anos.

2 - Banco de Inglaterra prepara descida em Fevereiro
O Banco de Inglaterra (BoE) manteve a taxa de juro inalterada em 5,5%, depois de uma semana de especulação sobre se a autoridade iria cortar os juros pelo segundo mês consecutivo por causa do fantasma da recessão que também se agiganta no reino. No passado mês de Dezembro, o BoE cortou a taxa em 0,25 pontos percentuais para impulsionar o crescimento. No entanto, esta pausa deverá ser breve já que o banco central estará a preparar um novo corte nos juros a anunciar na reunião de Fevereiro, quando forem divulgadas as novas previsões para o crescimento e inflação. Os preços no consumidor subiram 2,1% em Novembro, acima dos 2% recomendados.

3 - Banco do Japão não quer subir juros com medo da crise
O banco de investimento Goldman Sachs reduziu a estimativa de crescimento económico para o Japão. Segundo a Reuters, a instituição financeira informou ontem, numa nota aos clientes, que há 50% de possibilidade de uma recessão atingir a segunda maior economia do mundo. Assim, o Banco do Japão não deverá subir as taxas de juro durante este ano. A entidade manteve em Dezembro passado a taxa de juro nos 0,5%, depois de, em Julho de 2006, ter subido a taxa para 0,25%, a primeira alteração desde 2001. A taxa anterior era praticamente zero (0,069%).
Se não podes vencê-los, o melhor mesmo é juntares-te a eles!
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