Caldeirão da Bolsa

Novo aeroporto internacional de Lisboa

Espaço dedicado a todo o tipo de troca de impressões sobre os mercados financeiros e ao que possa condicionar o desempenho dos mesmos.

por Sei lá » 17/12/2007 10:25

Depois de ver esta foto, eu propunha uma nova localização: bem no meio do estuário do Tejo, porque tem mais água que a Ota :mrgreen:
O mercado cega... nem uma ida a Cuba resolve. Cuba?!? :shock: Phone-ix!! Eles são socialistas pá!!!!
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por karlitos » 15/12/2007 20:56

muito boa essa foto.

nao ha parecidas para alcochete e a outra opçao?
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por Keyser Soze » 15/12/2007 20:29

OTA

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por charles » 10/12/2007 22:50

Keiser essa teoria explica muita coisa, até explica a exclusão desse assunto por parte de Antonio Costa, no debate para a Presidênica da C.M.L., e foi bastante critico para quem quiz tocar no assunto, afinal de contas era , quanto a mim, o assunto central no momento, acho que andam por ai umas forças ocultas/sociedades secretas que mandam nisto tudo.

ASAE a vasculhar as maçonarias e as opus dei, já :mrgreen: .
Cumpt

só existe um lado do mercado, nem é o da subida nem o da descida, é o lado certo
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por Sei lá » 10/12/2007 20:58

Camisa Roxa Escreveu:
JAM Escreveu:Folgo em saber que na China, Bangladesh e Vietname, a miséria está aquase erradicada com a chegada das empresas.


folgo em saber que não sabes o que realmente se está a passar no mundo!

Nesses países onde até há 20 anos a esmagadora maioria da população estava naquele conjunto de extrema pobreza que vive com menos de 1$ por dia, hoje existem centenas de milhões que já abandonaram esse patamar e pelo menos na China, Bangladesh e India existe uma classe média a crescer a um ritmo imparável...

Pois é, a globalização criou e está a aumentar classes médias em paises onde só existiam meia dúzia de elites obscenamente ricas e populações no limiar da sobrevivência!

Isto está tudo comprovado com números, mais uma vez estás a falar com base apenas no teu senso comum, no ouvir falar...


O meu senso comum não me diz que a globalização foi feita para tirar esses paises da miséria, até porque se a China se desenvolve a ritmo de cruzeiro, Vietname e Bangladesh continuam a ser antros de pobreza extrema e exploração desumana. No pai natal acreditei até aos 7 ou 8 anos, entendido?

Não foi o meu senso comum que me disse que não foi com a globalização que a China retirou cerca de 40% da população de viver abaixo do limiar da pobreza. Também não foi o meu senso comum que me disse que o coeficiente de Gini nestas novas economias cresce exponencialmente com a economia. Então concluo que a minha afirmação da verdadeira razão da abertura de fronteiras corresponde à verdade... Mas deixemo-nos de falar da globalização (já sou conhecido como fanático e colocam-me videos...) porque aqui discute-se o aeroporto da OTA ups de Lisboa!

Camisa Roxa Escreveu:Isso é o que têm feito os responsáveis por todos os elefantes brancos deste país: não atentam nas necessidades do mercado!

Vão basear-se em quê? Nas opiniões dos compradores de frango de aviário? Eu vou criar uma empresa, mas não quero saber se há mercado potencial que me permita ter rentabilidade, nem com a forma como posso potenciar uma oferta adequada à procura?


Meu caro, se também acha que se fazem elefantes brancos (uma coisa que estamos de acordo :mrgreen: ) também deverá saber que para o mercado (em que "mercado" são as empresas que explorarão o novo aeroporto) não importa o preço do aeroporto ou a sua localização. Sabe porque? Essas empresas entram para ganhar dinheiro, e esse irão ganhá-lo na OTA ou em Alcochete, e será o dinheiro dos utentes ou de qualquer subsídio estatal, porque nunca o estado entrega a exploração de estruturas publicas sem garantir grandes margens aos operadores.

Por isso é que acho que os movimentos de cidadania (vamos excluir os partidos políticos) também têm um papel importante na escolha da solução para o aeroporto. Serão os cidadãos a pagar a maior fatia, de forma directa ou indirecta.

Em relação ao excerto do blogue que o Kayesr colocou, está extremamente interessante. Eu tenho emitido opinião apenas sobre a localização do novo aeroporto, porque não possuo conhecimentos para discutir se a opção de desenvolver o que existe é melhor do que a de criar de novo. Mas este blogue deixa-nos a pensar sobre a questão dos interesses. Olha a câmara de Lisboa a arranjar dinheiro para pagar as dívidas... ou então dinheiro para se aguentar mais uns anos sem aumentar a divida :mrgreen:
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por Keyser Soze » 10/12/2007 17:03

Segunda-feira, 10 de Dezembro de 2007
O que é o lóbi Ota
O "lóbi Ota": como nasceu, cresceu, tentou reproduzir-se, e morreu.


No início da década de 80 discutia-se novamente se se deveria construir um aeroporto para Lisboa, que ou substituisse ou complementasse o aeroporto da Portela.
O Campo de Tiro de Alcochete estava na mira de algumas pessoas encarregadas da investigação.
Alguém tem então uma ideia luminosa: e se se descobrisse um local que, uma vez decidido em aeroporto, viesse a matar a Portela, podendo os terrenos desta ser aproveitados para a especulação imobiliária?

Infelizmente, nem a Fonte da Telha, nem a Marateca, nem o Montijo, nem Santa Cruz, nem Alverca, nem Alcochete, nem Poceirão, nem Faias, nem Pinhal Novo, nem... bem, nem nenhum dos locais até aí estudados tinha a característica de ser operacionalmente incompatível com a Portela.

Mas havia um local de que, até 1982, ninguém se tinha lembrado. E ninguém se tinha lembrado porque toda a gente metida no assunto - especialistas - sabia que essa localização, se tornada aeroporto, obrigaria ao encerramento da Portela, coisa que na época, e ao contrário do que se diz hoje, não era um dado definitivamente decidido. (Tal como hoje, precisamente! Ainda dizem que a História não se repete!...)

Esse local era a base militar da Ota.

E por que razão é a Ota incompatível com a Portela? Porque a pista 03 da Portela converge na Ota; e, reciprocamente, o tráfego que aterre na 21 da Portela sobrevoa a zona Ota. As pistas de um aeroporto estão no enfiamento das do outro. (Se não percebeu procure neste blogue por este assunto.) Da mesma forma, há uma pista do Montijo que não pode operar ao mesmo tempo de certa pista da Portela; mas, como ambos estes aeroportos têm mais do que uma pista, acabam por ter pistas que permitem a compatibilização mútua dos dois aeroportos. (Cf. Relatório ANA 1994, disponível neste blogue).

Ora, visto asim, o lóbi da Ota não está na Ota. Está nos terrenos da Portela.

A Ota é, de todos os sítios até hoje estudados, o único sítio que obriga a fechar a Portela, por incompatibilidade operacional.
Mais nenhum sítio obriga a isso. Se houver dificuldades, serão apenas derivadas da gestão de 2 aeroportos ao mesmo tempo. Serão dificuldades financeiras, não técnicas.

Os terrenos da Ota valem muito?, dirão. Bem, ao pé do que valem os terrenos da Portela, não valem nada.

A Portela são cerca de 600 hectares dentro de uma capital europeia, ou seja, 6.000.000 m quadrados, cada um deles valiosíssimo. Isso em especulação imobiliária dá muito dinheiro. Muito mas muito. E a uma Câmara falida também dava... E aos amigos dos especuladores também. E a assessores. E a consultores. E a partidos políticos. E nestas coisas o bloco central funciona muito bem. Muito bem mesmo... Dois partidos em desacordo, excepto nos fluxos de dinheiro que os alimentam...

Quem desmantelar a Portela liquidará o turismo de Lisboa, com os seus empregos directos e indirectos.
Lisboa é a 9ª cidade mais procurada no Mundo para congressos internacionais. Porque tem um óptimo clima e um aeroporto dentro da cidade.

Sou contra a Ota porque a Ota implica a extinção da Portela. Este facto basta-me para ser contra a Ota.

Há problemas com as bagagens na Portela? Bem, o eng. Mário Lino disse que os aterros na Ota eram "uns aterrozinhos". Não me digam que as malas de viagem causam mais problemas do que "uns aterrozinhos"...

Voltando a 1982: o Campo de Tiro de Alcochete estava na mira, como está hoje. O bloco central reuniu e mandou uma alta patente da "inteligentsia" dizer ao Ministério da Obras Públicas: "aí onde está o Campo de Tiro de Alcochete ponha a Ota".

Agora já sabem.

Isto foi-me contado na Sociedade de Geografia de Lisboa há uns meses por quem esteve por dentro do assunto na altura.

De aí para cá limitei-me a constatar que esta informação, que não tinha razões para ser falsa, bate certo com a realidade. A grande insistência de um Ministro na Ota está não na Ota mas nas suas consequências. Depois de serem investidos milhões e milhões na Portela, vai-se arrasar aquilo? Para quê? Para espremer em euros, claro está.

Fiz hoje 30 anos e estou um pouco farto da cultura de silêncio que se vive neste país.

30 anos a aturar um cultura contra o mérito

30 anos a ouvir dizer : quem é você para ter opinião sobre um assunto que é dos especialistas?

30 anos a ver portugueses que desejam que outros portugueses não pensem pela própria cabeça, e que quem pense e fale em público do que não se deve, seja abatido nas suas relações políticas e sociais

30 anos de limitação constante, subreptícia e kafkiana, dos mais básicos direitos dos cidadãos

30 anos de democracia vivida sob a coacção do poder social dos medíocres

30 anos de financiamento maciço dos partidos políticos pelos patos-bravos que não são capazes de ver que, a continuar assim, os seus filhos e netos viverão num país miserável! Mas eles não querem nada aos filhos e aos netos. Eles querem um cachucho no dedo, um bom automóvel, e uma amante rasca. E serem vistos a fumar charuto, como homenzinhos, ao mesmo tempo que o anel de ouro brilha no mindinho!

As pessoas que defendem hoje publicamente a Ota não pertencem a este lóbi. São pessoas genuinamente interessadas na defesa do Oeste, meus compatriotas com os quais estou em oposição mas que respeito no seu bairrismo. O lóbi da Ota a que me refiro actuou intensivamente na comunicação social até à altura em que se tornou público que o Primeiro-Ministro tinha um acordo tácito com a CIP. Foi nessa altura que o lóbi Ota começou a morrer. Daí para cá quem tem defendido a Ota são uma dúzia de especialistas que teimam em querer ver no Oeste o grande aeroporto de Portugal, e algumas populações da região.

O que muitos como eu têm feito contra a Ota foi no sentido de não deixar que este lóbi voltasse a ganhar fôlego.

O lóbi de quem olha para 600 hectares dentro da cidade e pensa em cifrões, mais nada.

O lóbi para quem triunfar na vida não consiste em ganhar, mas sim em fazer perder os outros. Em destruir o que está feito para dizer que depois foram eles a (re)fazer. Apagam então da História o que eles incendiaram.

NÃO à política da terra queimada!

Publicada por Gabriel Órfão Gonçalves

http://bravosdopelotao.blogspot.com/200 ... i-ota.html
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por Camisa Roxa » 9/12/2007 14:16

JAM Escreveu:Folgo em saber que na China, Bangladesh e Vietname, a miséria está aquase erradicada com a chegada das empresas.


folgo em saber que não sabes o que realmente se está a passar no mundo!

Nesses países onde até há 20 anos a esmagadora maioria da população estava naquele conjunto de extrema pobreza que vive com menos de 1$ por dia, hoje existem centenas de milhões que já abandonaram esse patamar e pelo menos na China, Bangladesh e India existe uma classe média a crescer a um ritmo imparável...

Pois é, a globalização criou e está a aumentar classes médias em paises onde só existiam meia dúzia de elites obscenamente ricas e populações no limiar da sobrevivência!

Isto está tudo comprovado com números, mais uma vez estás a falar com base apenas no teu senso comum, no ouvir falar...

JAM Escreveu:São eles que pagam o aeroporto? Eles têm de ter uma importante palavra a dizer no meio do processo, mas não são os únicos.


quem decide (os poderes políticos) devem atender quase exclusivamente ao mercado: utilizadores e empresas aéreas. Quer dizer, vais fazer um aeroporto e não atendes às necessidades do mercado?????

Isso é o que têm feito os responsáveis por todos os elefantes brancos deste país: não atentam nas necessidades do mercado!

Vão basear-se em quê? Nas opiniões dos compradores de frango de aviário? Eu vou criar uma empresa, mas não quero saber se há mercado potencial que me permita ter rentabilidade, nem com a forma como posso potenciar uma oferta adequada à procura? Vou fazer uma autoestrada que sirva 3 aldeias do interior porque algum autarca local acha que também tem direito a autoestradas como o resto do país? Ao fazer 1 aeroporto com base em critérios políticos e não de mercado vou prejudicar os utilizadores e o país!

E é óbvio que o aeroporto deve ser pago por esses utilizadores! Como as autoestradas devem ser pagas pelos respectivos utilizadores! Agora deixem é o mercado funcionar! O mercado deveria ser liberalizado de forma a que os aeroportos de Lisboa, Porto e Faro concorressem entre si para atrair passageiros de forma a racionalizar a gestão e baixar tarifas!

Se temos um monopólio como actualmente no caso da ANA, não só os aeroportos de Faro e Porto sáo prejudicados face ao aeroporto de Lisboa como o são os utilizadores que face a uma oferta em forma de monopólio não podem esperar melhores tarifas...
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por silvaxico » 9/12/2007 12:58

Voltando ao aeroporto...

Achei curiosa esta parte da entrevista ao Correio da Manhã de Marques de Almeida, coronel, piloto aviador e ex-comandante da base aérea do Montijo.



- E estes adiamentos da decisão do LNEC? O que é que significam?

- Estes adiamentos vão levar até ao princípio de 2009 e depois como é ano de eleições o PS coloca no programa de Governo a sua solução, para ser legitimada pelo eleitorado, cidadãos que não percebem nada de aeroportos nem querem saber disso para nada e também não olham para os programas, votam, o PS tem outra vez maioria absoluta e decide na semana seguinte o aeroporto na Ota. Uma decisão legitimada pelo voto.

- É a sua convicção? O aeroporto vai mesmo para a Ota?

- É a minha convicção. Depois de 2009 a decisão vai para a Ota.



É mais um a pedir estudos "a sério". Primeiro deve-se ver o que é preciso e só depois se deve estudar a questão dos custos, sob risco de se construir algo mais barato, mas que não serve.
 
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por Rics » 9/12/2007 4:29

Tanto fundamentalismo anti-globalização e, muitas vezes, com tão pouco fundamento...

É óbvio que a China, o Vietname e qualquer outro país que não viva uma condição de excepção (como uma guerra) está melhor hoje, com a globalização, que nunca antes na história, no que à pobreza diz respeito!

Vale a pena ver os vídeos do Prof. Hans Rosling, um sueco que dedicou mais de vinte anos da sua vida ao estudo da fome e pobreza em África...

Este do ano passado, no TED:
http://www.ted.com/index.php/talks/view/id/92

E este é deste ano:
http://www.ted.com/index.php/talks/view/id/140


E, já agora, uma pequena bio do carismático professor:
http://www.ted.com/index.php/speakers/view/id/90


PS: Segundo me lembra, já outros "foristas" bem informados colocaram, no passado, estes mesmos vídeos. Como parece que o seu conteúdo, ou passou despercebido, ou caiu em saco roto, fica a repetição...
 
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por Sei lá » 9/12/2007 2:35

Camisa Roxa Escreveu:
JAM Escreveu:Quem é o mercado?


os utilizadores e as empresas de aviação


São eles que pagam o aeroporto? Eles têm de ter uma importante palavra a dizer no meio do processo, mas não são os únicos.

Ainda em relação ao seu parágrafo
sempre se criticou a miséria no mundo, mas é a globalização que está a fazer mais pela erradicação da miséria do mundo que qualquer outra medida política...


Folgo em saber que na China, Bangladesh e Vietname, a miséria está aquase erradicada com a chegada das empresas.
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por Camisa Roxa » 8/12/2007 20:46

JAM Escreveu:Quem é o mercado?


os utilizadores e as empresas de aviação
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por Sei lá » 8/12/2007 20:07

Camisa Roxa Escreveu:um aeroporto cuja localização e modo de funcionamento são definidos pelo Estado parece-me tudo menos uma situação em que esteja tudo liberalizado...

é por não se deixar o mercado decidir em que condições o aeroporto deve ser realizado que aparecem decisões como a OTA...


Quem é o mercado? O consórcio que constroi a obra? As empresas que irão explorar o aeroporto? Os interesses em torno da OTA?

Os principais interessados no meio de tudo isto são os cidadãos. Vão pagar parte do aeroporto. As empresas pagam a outra parte, mas se o custo fôr demasiado alto, os custos de exploração do aeroporto também o serão e a competitividade perder-se-á. Se o estado decidir ajudar posteriormente a melhorar essa competitividade, já se sabe quem paga...
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por Camisa Roxa » 8/12/2007 18:34

JAM Escreveu:Aboliram-se as fronteiras mundiais para quê? Para as grandes empresas ganharem mais dinheiro em novos mercados. Ganham as empresas mas não ganham os cidadãos dos paises industrializados.


e ganham os cidadãos dos países em desenvolvimento que até agora viviam na miséria...

sempre se criticou a miséria no mundo, mas é a globalização que está a fazer mais pela erradicação da miséria do mundo que qualquer outra medida política...

JAM Escreveu:Um aeroporto com tudo liberalizado é sempre um sucesso, seja na OTA, em Alcochete ou no alentejo. Ou não é assim?


um aeroporto cuja localização e modo de funcionamento são definidos pelo Estado parece-me tudo menos uma situação em que esteja tudo liberalizado...

é por não se deixar o mercado decidir em que condições o aeroporto deve ser realizado que aparecem decisões como a OTA...
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por Sei lá » 8/12/2007 18:01

Camisa Roxa Escreveu:E a pergunta que fica é: se TODOS os estudos (públicos e privados) são a favor de Alcochete com que base é que raio se decidiu pela OTA há 10 anos????


Pela razão que nem sempre o que os politicos decidem é para bem de todos. Nos aeroportos, na economia, na industria, no emprego... sempre foi assim e sempre será assim.

Aboliram-se as fronteiras mundiais para quê? Para as grandes empresas ganharem mais dinheiro em novos mercados. Ganham as empresas mas não ganham os cidadãos dos paises industrializados.

Querem flexisegurança para que? Para algumas empresas poderem sobreviver por causa da globalização referida no parágrafo anterior. Os cidadãos e o estado que aguentem com a factura.

Croiu-se uma guerra no Iraque para quê? Para bem das empresas dos EUA e da familia Bush com as suas negociatas no petróleo. Cidadãos iraquianos e americanos têm ganho quase nada com isso.

Estabelece-se que o aeroporto era na OTA porque? Para ir de encontro a alguns interesses instalados, permitir-lhes ir adquirindo terrenos que valerão muito dinheiro, além de irem criando projectos para colocar em prática quando fôr oportuno. Os portuguesse e os utilizadores do aeroporto não terão vantagens nenhumas com isso.

Como vês o objectivo é sempre o mesmo, e as pessoas vão atrás convencidas que é assim que tem que ser e que é a melhor e única opção.

No caso da OTA temos um governo que começou a mostrar uma obssessão repentina pelo aeroporto e parece-me que isso fez alguém mexer-se. Se não fosse o estudo da CIP, já estariamos "enterrados" na OTA a esta hora.

Tantas discussões que temos à volta do mesmo e desta vez sais com uma pergunta dessas? :mrgreen: Até me custa a acreditar.

Um aeroporto com tudo liberalizado é sempre um sucesso, seja na OTA, em Alcochete ou no alentejo. Ou não é assim?
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por karlitos » 8/12/2007 15:57

Camisa Roxa Escreveu:E a pergunta que fica é: se TODOS os estudos (públicos e privados) são a favor de Alcochete com que base é que raio se decidiu pela OTA há 10 anos????


com base no € que fica para quem comprou terrenos la...

das varias coisas que foram ditas ao longo do post, concordo com a grande maioria:

1- Se nao fossem as Low Cost eu de certeza que nao andava de aviao.

2- Nos paises civilizados (espanha, italia, frança, alemanha entre outros) existem aeroportos principais (Portela?), e depois aeroportos a cerca de 20, 30 ou até 40 km da cidade principal circundante... Temos o exemplo de bergamo--> Milão. Girona--> Barcelona. etc etc.

3- Faria todo o sentido um aeroporto principal com taxas mais elevadas para onde voassem as companhias de bandeira e que estivesse central como é o caso da portela, e depois o de apoio, para as low cost com menos infrastruturas, logo com menores taxas.

mas prontos, em portugal já se sabe que a politica nao é a favor do povo, razao pela qual quando voto, voto em branco pois nao ha nenhum que faça nada diferente dos outros nos actuais politicos.
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por Camisa Roxa » 8/12/2007 14:49

E a pergunta que fica é: se TODOS os estudos (públicos e privados) são a favor de Alcochete com que base é que raio se decidiu pela OTA há 10 anos????
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por Jiboia Cega » 8/12/2007 14:43

E agora?


Sol Escreveu:
Estudos estão concluídos


LNEC elege Alcochete para o aeroporto
Os estudos que o LNEC (Laboratório Nacional de Engenharia Civil) está a coordenar, com vista à localização do futuro aeroporto de Lisboa, são esmagadoramente favoráveis ao Campo de Tiro de Alcochete


Ou seja, em comparação com a Ota, Alcochete é considerada a melhor solução na maioria das sete áreas de estudo que foram delineadas – nomeadamente, a capacidade de navegação aérea, as acessibilidades, o ordenamento, a competitividade e o desenvolvimento económico-social.

Os trabalhos têm decorrido sob grande secretismo. Segundo o SOL apurou, só na área ambiental é que não se verifica uma vantagem tão clara a favor do Campo de Tiro (ambos os locais apresentam vantagens e desvantagens).

As questões ambientais não têm, porém, um peso significativo na decisão. Até porque, para se realizar um estudo completo de impacto ambiental, seria necessário pelo menos um ano, devido às migrações de aves.

O certo é que os relatórios estão todos concluídos e o LNEC estava em condições de apresentar o estudo comparativo ao Governo já na próxima quarta-feira, o prazo inicialmente acordado.

Aliás, na semana passada, apenas faltava chegar ao LNEC a análise relativa ao Custo/Benefício de cada opção. Mas estava previsto que este estudo – da responsabilidade de João Duque, do Instituto Superior de Economia e Gestão (ISEG) – fosse entregue até à passada segunda-feira, no máximo.




Fonte: Sol
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por Sei lá » 7/12/2007 15:18

johncq Escreveu:Toda a informação e pontos de vista aqui colocadas é interessante e importante. Contudo, a decisão está tomadissima e só nos surpreendermos se não fôr na OTA.


Eu por vezes ainda tenho uns rasgos de crença nos políticos (cada vez mais raros e mais curtos), mas ainda tenho alguma fé que não seja na OTA. Se fôr, acho que um novo rasgo de crença nessa classe de gente só o terei lá para 2020....
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Para mim ee claro !

por bboniek33 » 7/12/2007 13:23

O novo Aeroporto de Lisboa devia localizar-se em Xabregas.
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por johncq » 7/12/2007 13:18

Toda a informação e pontos de vista aqui colocadas é interessante e importante. Contudo, a decisão está tomadissima e só nos surpreendermos se não fôr na OTA.
 
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por Keyser Soze » 7/12/2007 13:13

silvaxico Escreveu:Mais uma achega (retirado do negocios.pt)


Portugal apresenta-se no novo século à procura de uma nova matriz económica que lhe permita encarar de forma competitiva e sustentável os desafios decorrentes da globalização. Qualquer que seja a estratégia a adoptar, existe um sector que estará sempre incluído no modelo de crescimento económico português – o Turismo –, sector este responsável por cerca de 10% do PIB.

Na minha opinião, como cidadão português a viver e a trabalhar em Londres, cidade que tem cinco aeroportos, apaixonado por viagens e tendo um dever cívico para com a meu país e, particularmente, para com a minha cidade natal (Lisboa), não poderia ficar indiferente a este tema.

O debate tem sido centrado na localização desta infra-estrutura. E por que não colocar a decisão um pouco mais a montante e questionarmos os porquês de construir um “mega” aeroporto ao invés de vários “mini” aeroportos?

Defendo, neste caso, a criação de estruturas descentralizadas (uso de bases militares, novas infra-estruturas) e especializadas (internacional, regional, carga), pelas razões que passo a enunciar.

- Permitem uma maior flexibilidade da oferta face à procura. Ou seja, uma melhor adaptação (ampliação) da infra-estrutura ao longo do tempo face à procura induzida pelos operadores aéreos. O risco inerente ao projecto diminuirá uma vez que o planeamento, concepção e desenvolvimento de cada infra-estrutura é feita em resposta às necessidades do mercado.

- Haverá um aumento da segurança face a eventuais ataques terroristas, problemas operacionais, tecnológicos ou humanos. Por se tratar de um sistema descentralizado, a inoperabilidade de uma infra-estrutura não induz riscos de funcionamento nas demais.

- No que respeita à eficiência de custos, haverá, igualmente, um substancial aumento, numa perspectiva operacional e tecnológica, uma vez criada concorrência entre estas infra-estruturas. Partindo do pressuposto de que a concessão destas infra-estruturas ficaria na mão de privados, para esta concorrência ser eficaz o governo teria de implementar um quadro regulador claro e objectivo, quantificando indicadores quantitativos e qualitativos que as concessionarias teriam de satisfazer para se manterem em actividade.

- Crescerá o desenvolvimento regional devido à criação de várias “mini” cidade aeroportuárias. Onde hoje existem espaços desertificados, haveria condições para criar de raiz cidades aeroportuárias.

- Para os consumidores, haverá um aumento da oferta de ligações o que levará a um desequilíbrio na relação procura/oferta conduzindo a uma diminuição no custo das passagens. Passando a infra-estrutura aeroportuária de um sistema monopolista para um sistema concorrencial regulado, haverá um excedente económico que passará da empresa concessionaria para o consumidor e um consequente aumento da qualidade do serviço prestado.

Acresce que Portugal poderá sempre usar como estudo de mercado o aumento das receitas turísticas, ajustadas ao crescimento mundial do turismo, em cidades que aumentaram o número de infra-estruturas. (...)

Reconheço que esta solução não se apresenta benéfica para todos os stakeholders. Na realidade, num mercado em que a maior barreira à entrada são os direitos de aterragem e descolagem (slots), a TAP perderia a sua quota de mercado no uso dos prime slots (horário nobre) de uma só infra-estrutura e teria que reequacionar a sua estratégia face a esta nova realidade. Uma solução seria operar somente num aeroporto fazendo desta infra-estrutura uma plataforma giratória (hub) Portugal-Africa e Portugal-America do Sul.

Por outro lado, gostaria de perceber a necessidade de ligar o TGV a este tipo de infra-estruturas. Londres e Paris não tomaram tal decisão aquando do planeamento do Eurostar. Pelo contrário, usou-se a linha ferróviária convencional e surgiram no mercado operadores rodoviários que complementaram as necessidades de mercado.

Por último, sempre se dirá que desactivar uma infra-estrutura como a Portela quando se procura aumentar a capacidade instalada será certamente um caso de estudo nas escolas de gestão num futuro próximo.



é como vejo as coisas

mas o que se quer fazer é uma mega-aeroporto (nem á para ser o Novo Aeroporto de Lisboa, é para ser o Novo Aeroporto de Portugal, como se descaiu há uns tempos um politico), vai-se manter o monopólio da gestão dos aeroportos (passa-se de público a privado), como resultado vai-se sacrificar, sempre que possivel, o tráfego nos outros aeroportos portugueses, para maximizar as receitas no novo aeroporto, as taxas em todos aeroportos manter-se-ão elevadada para não competirem com o novo aeroporto, prossegue-se no modelo centralista de desenvolvimento do pais, em que tudo tem q passar por Lisboa, sacrificando o resto do pais, e q tão bons resultados tem dado
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por Sei lá » 7/12/2007 13:08

Kayser, quando eu falei nas questões ambientais deveu-se ao incrementeo de tráfego aéreo que elas implicam. Logicamente que se formos a falar da industria na China, nem vale a pena pensar no impacto ambiental das Low Costs...

Na altura achei que representavam cerca de 5% por algo que li, o que em principio se confirma. Mas reconheço que há coisas mais importantes em termos ambientais do que o que as lowcost têm contribuido para a poluição.
O mercado cega... nem uma ida a Cuba resolve. Cuba?!? :shock: Phone-ix!! Eles são socialistas pá!!!!
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por Keyser Soze » 7/12/2007 12:59

JAM Escreveu:O grafico colocado pelo Keyser Soze vai de encontro ao que escrevi ontem e contraria o que o próprio colocou aqui. Se em 2000 os gases da avisação representavam 4%, agora deverão represetar os 5% que falei ou até mais.


não vai ao encontro do que tu disseste, nem me contradiz

a tua afirmação foi:

JAM Escreveu:E ainda não se falou nos efeitos que as low-cost têm no ambiente...


ora o sector dos Transportes é responsável por apenas 21% dos Gases Estufa (co2, ch4, n2o)

Imagem

dentro so sector dos Transportes, a Aviação é das que emite menos (ver o gráfico anterior)

Imagem


dentro da Aviação, devido ao seu modelo de negócio, as low cost são as que poluem menos

Carbon dioxide emissions per 1,500km (tonnes per passenger):

Ryanair 0.09
easyJet 0.11

Air France 0.14
Alitalia 0.145
Lufthansa 0.15
SAS 0.16
British Airways 0.17
LOT 0.19


Imagem

e convém ainda, não esquecer o efeito postivo que as low cost têm na economia:

Imagem

não faz muito sentido andar a "marrar" com as low cost por razões ambientais
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por Vencer na Bolsa » 7/12/2007 11:28

O novo Aeroporto de Lisboa afinal será em Bragança. :lol: :lol:
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por Sei lá » 7/12/2007 1:59

O grafico colocado pelo Keyser Soze vai de encontro ao que escrevi ontem e contraria o que o próprio colocou aqui. Se em 2000 os gases da avisação representavam 4%, agora deverão represetar os 5% que falei ou até mais.

Esta visão de um emigrante no estrangeiro está muito interessante. Fechar a Portela pode ser um erro, porque em Londres existe um aeroporto no centro da cidade que é altamente apetecível e que, salvo erro, até já aceita a utilização por aviões comerciais de médio porte.

Fazer um grande aeroporto é questionável, aliás, sempre foi, mas o lobby é extremamente forte. Num país em que não se olha se é possível (financeiramente) fazer, olhando-se antes para quem ganha (€) com a realização de uma obra, é impensavel não fazer um novo aeroporto.

Investir no TGV para chegar ao aeroporto também é questionável, mas eu questiono mais, questiono a relação custo / proveito / necessidade de termos TGV em Portugal.
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