Novo aeroporto internacional de Lisboa
Voos low cost ameaçam TAP
2007/12/05 | 11:26 || Patrícia Pires
Companhias aéreas que voam a «baixo custo» ganham terreno e já são 25 por cento do tráfego no aeroporto da Portela. TAP tem cancelado voos todos os dias. Europa investe em aeroportos para low cost. Alcochete ou Montijo podiam servir para este mercado
Há uma nova realidade nos céus. As companhias de low cost são um verdadeiro sucesso e ameaçam as grandes companhias nacionais com voos regulares, roubando clientes em viagens de pequena distância. A questão do novo aeroporto de Lisboa tornou este fenómeno mais visível, tal como as suas consequências.
O último estudo apresentado ao Governo pela Associação Comercial do Porto (ACP) analisa esta nova realidade e a possibilidade de Lisboa ter dois aeroportos a funcionar em simultâneo, com «clientes» diferentes.
O trabalho realizado pelo Centro de Estudos de Gestão e Economia Aplicada da Universidade Católica conclui que a coexistência «é possível» e que a «Portela + 1» revela-se como a solução mais económica para o país.
Menos 30 por cento de voos na Portela
Neste estudo encomendado pela ACP, o Montijo surge como a localização ideal para um aeroporto low cost. Com a possibilidade de mais tarde, quando a Portela esgotar por completo, ser transformado num aeroporto principal.
Em três anos seria possível colocá-lo em funcionamento e desviar 30 por cento dos voos da Portela. O principal aeroporto da capital ficaria com mais tempo de vida.
Além do Montijo, Alcochete também pode servir para o mesmo fim, apesar do custo ser mais elevado.
Aliás, já em 1994 um estudo da ANA dizia ser possível o funcionamento simultâneo do Montijo e Portela. O estudo analisou a Ota, Rio Frio e Montijo. Elegeu este último como o melhor.
Recentemente, o presidente da TAP, Fernando Pinto admitiu a possibilidade de discutir a solução «Portela + 1», desde que o actual aeroporto da capital ficasse direccionado para os voos da transportadora nacional.
TAP cancela voos
Segundo um artigo publicado no suplemento Cargas e Transportes do jornal Público, «desde o início de Janeiro de 2007 que a TAP tem vindo a cancelar centenas de voos. Mesmo em pleno mês de Agosto, que é aquele em que o tráfego na Portela atinge o valor mais alto, houve voos anulados».
E como ganham as low cost os passageiros? Neste momento já é possível viajar para de Londres para a Madeira através da companhia EasyJet. Ou seja, alguns passageiros eram obrigados a fazer escala nos aeroportos nacionais e agora não precisam. Qual a consequência? Menos passageiros para a TAP e para o aeroporto.
Mais de 80 por cento do mercado (voos) do aeroporto de Lisboa é europeu, precisamente o negócio onde as low cost estão a investir e a criar ligações.
Custos baixos, bilhetes baratos
Como podem as companhias de baixo custo ser lucrativas com os preços que praticam? Simples: a maioria trabalha através da internet ou com operadores telefónicos, sem intermediários. Como fazem viagens curtas (2 a 3 horas), as tripulações dormem nas próprias casas e não em hotéis. A nível de funcionários, veja esta comparação: a TAP tem 684 passageiros por trabalhador, enquanto a Ryanair tem 10.050 passageiros por funcionário e a Easyjet 6.300.
Compram aviões novos e grandes: com capacidade para mais de 180 passageiros em cada viagem, consumos menores de combustíveis e fácil manutenção, uma vez que a frota é toda do mesmo modelo. Os bilhetes são todos de classe turística, sem regalias.
Neste momento, as duas empresas de low cost que mais passageiros transportam, em Portugal, são a Easyjet e a Ryanair.
Girona, Reus e Beauvais
Girona, a 90 quilómetros de Barcelona, é um bom exemplo de um aeroporto direccionado para voos de baixo custo. Começou em 2003, ficou barato, e já transporta 5 milhões de passageiros por ano.
Reus, perto de Taragona, também em Espanha é outro exemplo.
Tal como, Beauvais, a 84 quilómetros de Paris. Com uma pista de 2400 metros e um simples terminal, faz ligações a 16 cidades da Europa.
2. MOVIMENTO NOS AEROPORTOS
Até Setembro de 2007 movimentaram-se 109 648 aeronaves em voo comercial, nos aeroportos localizados no território nacional, ao que correspondeu um movimento de cerca de 21,4 milhões de passageiros, com variações homólogas de 4,6% e de 8,6%, respectivamente.
Considerando o sentido dos movimentos de passageiros realizados, desembarcaram 10,5 milhões de
passageiros e embarcaram 10,6 milhões nos aeroportos nacionais. De registar que cerca de326,2 mil movimentos corresponderam a passageiros em trânsito directo.
De Janeiro a Setembro de 2007, os movimentos de tráfego internacional foram responsáveis por 76,1% do total do movimento de aeronaves e por 79,5% do movimento total de passageiros nos aeroportos nacionais e, complementarmente, o tráfego nacional de aeronaves e passageiros contribuiu com 23,9% e 20,5%, respectivamente.
Movimento de passageiros nos aeroportos aumenta nos primeiros nove meses de 2007 - 3.º Trimestre de 2007 03 de Dezembro de 2007
- Anexos
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Perspectiva ambiental
Ministro do Ambiente diz que opção Alcochete para novo aeroporto tem “grande credibilidade”
01.12.2007 - 09h07 PÚBLICO
A hipótese de o novo aeroporto de Lisboa vir a ser construído no Campo de Tiro de Alcochete tem “grande credibilidade” do ponto visto ambiental, afirma Francisco Nunes Correia, ministro do Ambiente, do Ordenamento do Território e do Desenvolvimento Regional.
Segundo o ministro, a opção Alcochete – proposta pela Confederação da Indústria Portuguesa, em alternativa à localização na Ota – “resolve muitos, mas muitos problemas” que outras opções na margem Sul tinham. “Nesse sentido, é uma opção que ganha grande credibilidade”, disse Nunes Correia numa entrevista ao PÚBLICO e à Rádio Renascença, no programa “Diga Lá Excelência”, em colaboração com a RTP.
O ministro do Ambiente recorda que a escolha da Ota foi motivada por razões ambientais, dado que a alternativa que então havia na margem Sul do Tejo era mais desfavorável. “Nessa altura, não se falava na desafectação de uma zona de tiro, que hoje a Defesa já disse que está disposta a abdicar”, acrescenta Nunes Correia.
Enquanto a solução Campo de Tiro agrada ao ministro do Ambiente, a hipótese Portela + 1, defendida pela Associação Comercial do Porto, não lhe inspira simpatia. “A Portela tem tremendos impactos ambientais”, justifica Nunes Correia. “Às vezes é esquecido que retirar o aeroporto da Portela tem mais valias imensas”.
Não está em causa, para o ministro, a construção da nova infra-estrutura. “Lisboa precisa de um aeroporto”, afirma.
O LNEC deverá entregar ao Governo, dia 12 de Dezembro, uma análise comparativa das alternativas Ota e Campo de Tiro de Alcochete para o novo aeroporto.
A entrevista com Nunes Correia pode ser lida na edição de amanhã do PÚBLICO e será transmitida hoje, às 21h00, na RTP2, e amanhã, às 12h00, na Rádio Renascença.
tirado da caixa de comentários do blog Blasfémias
Eu explico outra vez...
O financiamento do novo aeroporto inclui fundos do estado, fundos europeus, e a entrega da ANA (Lisboa, Faro e Porto).
Por outras palavras, o Governo vai utilizar os aeroportos do norte e algarve para pagar o aeroporto de Lisboa.
Ora, a fazer sentido o investimento, deveria ser pago com fundos do Estado, e não com outras infraestruturas. Os investimentos que referiu, de melhoramento do ASC, não foram pagos com o aeroporto da Portela, nem tal faria sentido nenhum.
Quanto às taxas praticadas no Porto, são semelhantes às de Lisboa, o que efectivamente não faz grande sentido, tendo em conta o potencial de crescimento que este aeroporto tem.
Existe uma razão para isso. A ANA pretende ter taxas elevadas em Lisboa (inadequadas a um país periférico como o nosso). Para não perder tráfego para o aeroporto mais próximo (ASC), mantém as taxas igualmente elevadas neste. Ou seja, o ASC é um meio para garantir taxas elevadas na Portela.
Com a privatização da ANA por inteiro, teremos a entrega de todos os aeroportos a um monopólio privado, pelo que a situação actual se deverá agravar ainda mais. Ou seja, taxas ainda mais elevadas em Lisboa, e baixas taxas de ocupação no ASC.
Seguramente concordarão que os lisboetas nada têm a ganhar em ter de pagar taxas aeroportuárias mais elevadas...
De resto, são os movimentos pró-Ota que insistem em que este é um projecto nacional: «Não se trata de servir esta região ou aquela mas sim o interesse nacional»
http://sol.sapo.pt/PaginaInicial/Socied ... t_id=68922
A argumento é óbvio: se se pretende justificar um investimento megalómano, «um novo e grande aeroporto internacional para servir a Península Ibérica», que vai custar 5% a 10% do PIB, é necessário alegar que é do interesse de todo o país.
Curiosamente, não é sequer do interesse de Lisboa: "o novo equipamento a construir será sempre uma infra-estrutura de «passagem» para muitos dos utilizados das linhas transatlânticas".
Ou seja, a Ota não é para trazer turistas (de lazer ou negócios) a Lisboa, ou para servir os lisboetas. É tão somente para os remisturar e enviar para outro sítio.
De resto, continuo a não perceber qual o interesse de alguns lisboetas (que até são uma minoria dos lisboetas) numa solução que os vai levar a ter taxas aeroportuárias mais altas.
http://norteamos.blogspot.com/2007/11/m ... ela-1.html
PMS | Homepage | 28.11.07 - 11:52 am |
Novo aeroporto internacional de Lisboa
esta é a opção que sempre me pareceu a mais indicada, sustentada agora num estudo da Universidade Católica, promovido pela ACP
PS: este assunto vais ser o tema do fórum TSF de hoje
PS: este assunto vais ser o tema do fórum TSF de hoje

Novo aeroporto internacional de Lisboa 2007-11-28 00:05
Opção Portela e Montijo poupa 3,6 mil milhões
Associação Comercial do Porto defende a construção de uma pista para as “low cost”.
Nuno Miguel Silva
Novo estudo, nova localização de aeroporto, nova teoria para desenvolver o negócio do transporte aéreo em Portugal nas próximas décadas. A avaliação económica que a Associação Comercial do Porto (ACP) encomendou sobre a nova localização do aeroporto internacional de Lisboa defende a manutenção da Portela a médio prazo e a construção de um aeroporto com uma pista no Montijo (no local onde está implantada a actual base aérea), dedicado a ‘low cost’ no início, mas para onde se transferiria gradualmente o tráfego e se ampliaria a respectiva capacidade de forma faseada até que se encerrasse definitivamente a Portela.
O estudo, desenvolvido pelo CEGEA – Centro de Estudos de Gestão e Economia Aplicada, da Universidade Católica Portuguesa, conclui que esta opção “Portela + 1”, caso não se pondere o abandono da Portela e se construa um aeroporto modular no Montijo, permite uma poupança de 3,6 mil milhões de euros face à opção de construção do novo aeroporto internacional de Lisboa na Ota.
“Em termos relativos, tomando como referência a Ota – que requer um investimento total em infra-estruturas de quase três mil milhões de euros – a “Opção Portela + 1” no Montijo, oferece uma poupança no custo económico-social equivalente a cerca de dois terços desse valor”, sublinha o referido estudo solicitado pela ACP.
A análise, ontem divulgada, acrescenta que, num cenário de necessidade de reforço da rede viária, com um investimento extraordinário de 700 milhões de euros na adaptação rodoviária da Terceira Travessia do Tejo Chelas-Barreiro, “a ‘Opção Portela + 1’ no Montijo garante uma vantagem de quase 1,5 mil milhões de euros”.
Em conclusão, decorre do modelo apresentado no estudo encomendado pela associação presidida por Rui Moreira que a manutenção da Portela como aeroporto “full service” de Lisboa apenas ocorrerá enquanto este tiver capacidade para acomodar, integralmente, o tráfego até ao limite de 18 milhões de passageiros por ano. “Logo que alcançado este valor, haverá uma completa transferência do tráfego para uma nova localização que, por questões de razoabilidade sócio-económica e de ordenamento do território, se deverá colocalizar juntamente com o aeroporto ‘low-cost’, inicialmente construído como o “+ 1” na “Opção Portela + 1”.
TAP não rejeita “Portela + 1” só para ‘low cost’
Depois de ter defendido que a manutenção de dois aeroportos em simultâneo era um erro, Fernando Pinto aligeirou o discurso perante a alternativa apresentada pela Associação Comercial do Porto (ACP). “Temos de estudar todas as hipóteses, está tudo em aberto”, afirmou aos jornalistas, à margem da entrega do primeiro A330 de fábrica, em Toulouse. A ACP defende a manutenção da Portela e de um aeroporto para ‘low cost’, no Montijo, ficando no actual aeroporto de Lisboa toda a operação da TAP. Uma opção que estaria a funcionar em 2010, altura de conclusão do plano de expansão da Portela. Para a TAP, a solução seria vantajosa, já que a infra-estrutura teria capacidade para acomodar mais voos e passageiros, estaria pronta mais rapidamente e não seria necessária uma duplicação de custos e serviços da companhia de bandeira. O estudo da ACP visa o impacto do novo aeroporto na TAP, responsável por cerca de metade dos movimentos na Portela, mas avança que “em circunstância alguma se admitiu que a companhia de bandeira será forçada a distribuir o seu tráfego põe mais que um terminal.” A questão que fazia Fernando Pinto recusar a opção Portela+1.
Alternativas
- Beja, Évora e Monte Real não foram escolhidas porque ficam muito longe de Lisboa, a 130, 112 e 121 quilómetros respectivamente.
- Sintra e Tires têm constrangimentos relacionados com a área disponível para expansão e a concentração de serviços da Força Aérea.
- Alverca não pode ser utilizada por questões de operacionalidade, devido à proximidade do actual aeroporto.
- Alcochete é a localização recomendada pelo estudo da CIP.
- Montijo apresenta área suficiente para ser operacionalmente viável.
Quem está ligado:
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