A ilusão da decisão de amanhã sobre taxas de juro
Também ainda pode acontecer o seguinte:
Corte da TAXA. Certo.
As Familias, vão ao banco pedem crédito mais barato,para pagar crédito mais caro em dívida.
Positivo, para o endividamento. Bolha a crescer cada vez mais.
No meu ponto de vista a crise é necessária. Pelo menos elimina o pior da história, isto é, o mercado tem bom e mau. Vai haver familias a desesperar, vai haver empresas a falir, tudo isto acontece na economia.
Custa, claro que custa, mas é assim o mercado.
Cumps
Corte da TAXA. Certo.
As Familias, vão ao banco pedem crédito mais barato,para pagar crédito mais caro em dívida.
Positivo, para o endividamento. Bolha a crescer cada vez mais.
No meu ponto de vista a crise é necessária. Pelo menos elimina o pior da história, isto é, o mercado tem bom e mau. Vai haver familias a desesperar, vai haver empresas a falir, tudo isto acontece na economia.
Custa, claro que custa, mas é assim o mercado.
Cumps
Vai onde te leva o sonho, mas cuidado, não vá ele tornar-se um pesadelo....
Acho que estamos a pôr a carroça à frente dos bois. Teremos que nos preocupar é quando o mercado já não reagir aos cortes da taxa de juro. Quando o mercado disser "menos 25 pb? Isso não faz nada" então é que a coisa está para descer.
Acho que o Ulisses se está a guiar por históricos diferentes da situação recente. Nomeadamente alturas em que as taxas de juro já iam acima dos 6% e então sim, começaram a fazer descidas até aos 2% (notando-se que as ultimas 3 ou 4 descidas já em nada afectavam os mercados).
Sendo que o corte da taxa de juro para hoje é desejada não vejo que os analistas estejam a prever o regresso aos 2% tão cedo. É até provável que continuemos com mais cortes durante uns tempos mas a minha perspectiva é que até meio do próximo ano (se não for antes) já as estarão a subir novamente (com mais cuidado que desta vez provavelmente) devido aos problemas da inflacção.
Houve uma bolha no mercado imobiliário, essa bolha estoirou, continuo a achar que é possível e provável que esse rebentamento fique contido.
Mas estas coisas, só o futuro o dirá, a minha bola de cristal neste momento está a tentar descobrir se o Rui Costa marca logo à noite ou não
Acho que o Ulisses se está a guiar por históricos diferentes da situação recente. Nomeadamente alturas em que as taxas de juro já iam acima dos 6% e então sim, começaram a fazer descidas até aos 2% (notando-se que as ultimas 3 ou 4 descidas já em nada afectavam os mercados).
Sendo que o corte da taxa de juro para hoje é desejada não vejo que os analistas estejam a prever o regresso aos 2% tão cedo. É até provável que continuemos com mais cortes durante uns tempos mas a minha perspectiva é que até meio do próximo ano (se não for antes) já as estarão a subir novamente (com mais cuidado que desta vez provavelmente) devido aos problemas da inflacção.
Houve uma bolha no mercado imobiliário, essa bolha estoirou, continuo a achar que é possível e provável que esse rebentamento fique contido.
Mas estas coisas, só o futuro o dirá, a minha bola de cristal neste momento está a tentar descobrir se o Rui Costa marca logo à noite ou não

Be Galt. Wear the message!
The market does not beat them. They beat themselves, because though they have brains they cannot sit tight. - Jesse Livermore
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existe sempre a possibilidade do não corte da tx .
existe sempre a possibilidade de desvio de atenções.
o meu parecer é este , simples mas também falível se cortarem a taxa e tanto faz que seja de .25 ou .50 e passado algum tempo repetirem a operação este Bull já era.Entraremos em outro ciclo económico, o que pode aguentar este mais uns tempos são mesmo as eleições americanas , como já aqui foi afirmado ,os políticos não gostam de entregarem o poder com facilidade , porque isso a boia ainda está ao alcance e com mais ou menos batota, pode ser que se salve o afogado mercado.
existe sempre a possibilidade de desvio de atenções.
o meu parecer é este , simples mas também falível se cortarem a taxa e tanto faz que seja de .25 ou .50 e passado algum tempo repetirem a operação este Bull já era.Entraremos em outro ciclo económico, o que pode aguentar este mais uns tempos são mesmo as eleições americanas , como já aqui foi afirmado ,os políticos não gostam de entregarem o poder com facilidade , porque isso a boia ainda está ao alcance e com mais ou menos batota, pode ser que se salve o afogado mercado.
Bons investimentos
JacSilva
JacSilva
hy
Marcof Escreveu:Viva!
Só venho deixar uma acha para a fogueira.
De facto a história e como o Ulisses bem diz sempre nos disse que um corte das taxas de juro pode significar um abrandamento económico.
Contudo, e corrigam-me se tiver errado, no passado os cortes das taxas de juro nunca tiveram por base uma crise hipotecária como a que se vive neste momento e onde as taxas de juro têm um papel fundamental no agravamento ou não desta crise. Daqui a minha duvida, esta descida das taxas de juro é justificada sobretudo por esta crise e não está directamente relacionada com um eventual abrandamento da economia.
Uma descida das taxas de juro pode sim neste momento fazer com que muitas pessoas possam cumprir no curto/médio prazo com as suas obrigações juntos dos bancos nos quais tem crédito, poderá levar a um aumento mesmo que residual do consumo privado e por consequencia as empresas beneficiam. Estas ultimas beneficiam também por outro prisma pois o seu esforço para sportar os encargos com a divida é menor logo mais recursos são canalizados para o investimento.
Pode sim ser visto é como um passo atrás para mais tarde dar dois passos a frente
É claro que isto não é tão linear assim pois a inflação está sempre á espreita e é necessário estar atento, é como o Mechanic aqui já referiu "tapa a cabeça , mas destapa os pés"
Abraço
Marco
È precisamente a minha ideia.
Tambem compreendo o Ulisses, mas este caso é especial.
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É preciso viver..nao apenas existir.
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Ulisses Pereira Escreveu:Marcof, a tua observação é bastante pertinente e acredito que tenhas alguma razão.
Queria, no entanto esclarecer, algo que parece não ter sido claro... Eu acho que os cortes de taxas estimulam quase sempre a economia e desta vez não será excepção. Não coloco isso em causa. Contudo, esses efeitos só se sentem bastante tempo mais tarde. O que eu quis frisar foi que os cortes de taxas, nos últimos 15 anos não beneficiaram, no médio prazo (entre 3 a 2 anos) os mercados. Bem pelo contrário.
P.S. Neste tópico há fantásticas opiniões em escassas horas de debate. 5 estrelas.
Não creio muito bem que isso aconteça, porque depois de 4 anos decrescimento sustentado~existe sempre a noção do "copo saturado", isto é, por mais que se corte na taxa para estimular a economia, está não responderá de forma positiva como outrora, entrando numa estagnação com "laivos" de recessão.
Outa situação que é de extrema complexidade é esta injecção massiva de moeda no mercado para responder a 1 único problema. Quando assim é o pânico está instalado, a começar pelos que injectam a liquidez.
Esta injecção de liquidez só beneficia um tipo de investidor: "o Especulador".
Para alem deste facto Bernnenke não tem carisma. Isso é o maior problema da FED. É um homem demasiado reservado, fala pouco e não transmite confiança. Em vez de injectar liquidez no mercado falasse um pouco para os sectores em particular, possivelmete não estariamos a criar rapidamente a bolha de pânico que se vai assistir.
Como se põe água na fervura? Abrindo as portas dos deuses aos humanos.
Cumps
Vai onde te leva o sonho, mas cuidado, não vá ele tornar-se um pesadelo....
O Dia B(en)
Ola,
Uma coisa e certa, no curto-prazo os mercados ja sabem que vai ser 0.25 ou 0.5 de corte, e ja reagiram... a descer
Agora para fazer mudar o rumo dos acontecimentos so um corte de 0.75 ou corte nenhum.
Quanto ao longo prazo, estou de acordo com o Touro que faz uma comparacao com 1998.
Abracos
CN
Uma coisa e certa, no curto-prazo os mercados ja sabem que vai ser 0.25 ou 0.5 de corte, e ja reagiram... a descer

Quanto ao longo prazo, estou de acordo com o Touro que faz uma comparacao com 1998.
Abracos
CN
Marcof
Era bom que assim fosse, mas não é basta ler jornais, ver televisão ou passar a frente de qualquer banco, todos tentam desesperadamente vender credito.
Alias na banca tradicional tens mil vezes mas hipoteses de escolha em crédito que em produtos para investir.
Os bancos não vão cair de novo na mesma asneira, logo um aumento dos pedidos de crédido com esta descida das taxas acho pouco provável. Bem, os pedidos de crédito até podem aumentar, mas os créditos concedidos é que duvido.
Era bom que assim fosse, mas não é basta ler jornais, ver televisão ou passar a frente de qualquer banco, todos tentam desesperadamente vender credito.
Alias na banca tradicional tens mil vezes mas hipoteses de escolha em crédito que em produtos para investir.
A Tendência é Nossa Amiga.
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Vale a pena ler...
...a entrevista hoje concedida à revista Fortune por Alan Greenspan ou, pelo menos, este excerto que contém o essencial dela:
http://money.cnn.com/2007/09/16/magazin ... /index.htm
http://money.cnn.com/2007/09/16/magazin ... /index.htm
Alex existe um facto que hoje é encontornável com esta crise, os dias do crédito fácil já foram.
Os bancos não vão cair de novo na mesma asneira, logo um aumento dos pedidos de crédido com esta descida das taxas acho pouco provável. Bem, os pedidos de crédito até podem aumentar, mas os créditos concedidos é que duvido.
Abraço
Marco
Os bancos não vão cair de novo na mesma asneira, logo um aumento dos pedidos de crédido com esta descida das taxas acho pouco provável. Bem, os pedidos de crédito até podem aumentar, mas os créditos concedidos é que duvido.
Abraço
Marco
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Boas ! Bom tópico, Ulisses, sem dúvida !
My call: os mercados vão para baixo. Com ou sem corte nas taxas pelo FED - que o fará, sem margem para dúvidas !
Porquê ? A banca está em dificuldades e vai estar assim durante uns tempos. No curto prazo vêm aí anuncios sucessivos de baixas de resultados. E a queda da banca vai arrastar tudo e todos à frente - leia-se sectores (tech, commodities, serviços, etc.) e mercados (Europa, Ásia, Emergentes, etc.)
É a banca que anda a largar papel 'a rodos' e que o vai continuar a fazer, para gerar liquidez - a mesma que não consegue no mercado há semanas a esta parte, mesmo forçando as sucessivas intervenções dos bancos centrais (que nunca satisfazem a procura).
Para mim o Fed vai baixar 25p, dizendo que chega pq "a economia está estruturalmente saudável", mas deixando em aberto movimentos semelhantes para futuro, caso entenda que "as circunstâncias o recomendam" (usual bullshit).
Baixar 50p não se justifica, dado que os mercados bolsistas até continuam positivos no ano, além de que as descidas nas taxas não vão impedir em nada a queda abrupta - hoje por hoje já inevitável - nos resultados dos bancos locais.
Os mercados irão inverter quando o efeito 'subprime' estiver incorporado nos balanços dos bancos; e aí vai ser tempo de 'bull' novamente. A 'billion dollar question' é: será que até finais de Outubro/finais de 2007 se dá banho à porca... sorry, a coisa se branqueia ?!?!?
Abraço e muito boa sorte a todos !! JW
PS: ando estupefacto... não há heróis e no meio de tantas 'leituras' diferentes e de tanta análise de dados, a margem de erro é enorme !! Nunca em quase 17 anos de bolsa tive tanta 'sorte' como neste ano... Desta nunca mais me esqueço !!!!!
My call: os mercados vão para baixo. Com ou sem corte nas taxas pelo FED - que o fará, sem margem para dúvidas !
Porquê ? A banca está em dificuldades e vai estar assim durante uns tempos. No curto prazo vêm aí anuncios sucessivos de baixas de resultados. E a queda da banca vai arrastar tudo e todos à frente - leia-se sectores (tech, commodities, serviços, etc.) e mercados (Europa, Ásia, Emergentes, etc.)
É a banca que anda a largar papel 'a rodos' e que o vai continuar a fazer, para gerar liquidez - a mesma que não consegue no mercado há semanas a esta parte, mesmo forçando as sucessivas intervenções dos bancos centrais (que nunca satisfazem a procura).
Para mim o Fed vai baixar 25p, dizendo que chega pq "a economia está estruturalmente saudável", mas deixando em aberto movimentos semelhantes para futuro, caso entenda que "as circunstâncias o recomendam" (usual bullshit).
Baixar 50p não se justifica, dado que os mercados bolsistas até continuam positivos no ano, além de que as descidas nas taxas não vão impedir em nada a queda abrupta - hoje por hoje já inevitável - nos resultados dos bancos locais.
Os mercados irão inverter quando o efeito 'subprime' estiver incorporado nos balanços dos bancos; e aí vai ser tempo de 'bull' novamente. A 'billion dollar question' é: será que até finais de Outubro/finais de 2007 se dá banho à porca... sorry, a coisa se branqueia ?!?!?
Abraço e muito boa sorte a todos !! JW
PS: ando estupefacto... não há heróis e no meio de tantas 'leituras' diferentes e de tanta análise de dados, a margem de erro é enorme !! Nunca em quase 17 anos de bolsa tive tanta 'sorte' como neste ano... Desta nunca mais me esqueço !!!!!
James Wheat
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A minha opiniao
Boa noite,
Post do Ulisses--> concordo perfeitamente com ele e adiciono o seguinte:
se um dos objectivos é sair desta "crise" do subprime, e se os bancos estao com falta de liquidez, como se pode captar dinheiro???
Lá diz o ditado que nao se apanham moscas com mel, mas será que desta vez se aumentassem as txs de juro, nao apanhavam mais moscas, vulgo, poupancas?
É que se baixam as txs de juro, estao a estimular as pessoas a voltar novamente a pedir creditos e mais creditos e o problema aumenta exponencialmente.
Se a ideia é conter esta bola de neve, toda a gente sabe que os mercados vao na direcao que tiverem que ir e aqueles que tentam influencia-lo, serao espezinhados por ele.
Os americanos tem a mania de meter a foice em seara alheia, so que desta vez a seara é a deles e nao sei se vao ter capacidade de resolver assim tao fácil.
O mais engracado nisto tudo é que ate aqui era tudo boas noticias, mas quando aparece uma má noticia atraves de alguem com alguma responsabilidade, aparecem logo 2 ou 3 com mais noticias más.
Para terminar: no outro dia li/ouvi (nao sei bem) que houveram grandes subornos a analistas do mercado americano para dar boas recomendacoes às empresas americanas. Conclusao: aquilo está tudo minado. Estou mesmo a imaginar um segundo caso "Enron".
Post do Ulisses--> concordo perfeitamente com ele e adiciono o seguinte:
se um dos objectivos é sair desta "crise" do subprime, e se os bancos estao com falta de liquidez, como se pode captar dinheiro???
Lá diz o ditado que nao se apanham moscas com mel, mas será que desta vez se aumentassem as txs de juro, nao apanhavam mais moscas, vulgo, poupancas?
É que se baixam as txs de juro, estao a estimular as pessoas a voltar novamente a pedir creditos e mais creditos e o problema aumenta exponencialmente.
Se a ideia é conter esta bola de neve, toda a gente sabe que os mercados vao na direcao que tiverem que ir e aqueles que tentam influencia-lo, serao espezinhados por ele.
Os americanos tem a mania de meter a foice em seara alheia, so que desta vez a seara é a deles e nao sei se vao ter capacidade de resolver assim tao fácil.
O mais engracado nisto tudo é que ate aqui era tudo boas noticias, mas quando aparece uma má noticia atraves de alguem com alguma responsabilidade, aparecem logo 2 ou 3 com mais noticias más.
Para terminar: no outro dia li/ouvi (nao sei bem) que houveram grandes subornos a analistas do mercado americano para dar boas recomendacoes às empresas americanas. Conclusao: aquilo está tudo minado. Estou mesmo a imaginar um segundo caso "Enron".
Cumprimentos,
Alex Tomás
Alex Tomás
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Uma descida de taxas amanhã não significa o início de um ciclo de descida de taxas. É preciso notar muito bem isto, pois a seguir a este corte (que considero quase certo) podem seguir-se novos aumentos de taxas.
Em 1998 foi exactamente isso que aconteceu, as taxas caíram para acalmar a crise, tendo depois subido novamente antes de se iniciar o ciclo de descida.
Passará pela cabeça de alguém termos umas eleições americanas com a economia em recessão? Pelo que me é dado saber isso nunca aconteceu, ou melhor, as Bolsas nunca caíram num ano pré-eleitoral. Será que vão cair este ano?
Devo dizer ainda que na minha opinião os índices americanos, principalmente estes, estão bem sustentados tecnicamente, estão em consolidação. O DAX também está em consolidação. O PSI está com atraso nessa consolidação e parece mais desamparado, mas tendo em conta o comportamento dos outros índices, a probabilidade de desenhar uma consolidação é grande.
Em 1998 foi exactamente isso que aconteceu, as taxas caíram para acalmar a crise, tendo depois subido novamente antes de se iniciar o ciclo de descida.
Passará pela cabeça de alguém termos umas eleições americanas com a economia em recessão? Pelo que me é dado saber isso nunca aconteceu, ou melhor, as Bolsas nunca caíram num ano pré-eleitoral. Será que vão cair este ano?
Devo dizer ainda que na minha opinião os índices americanos, principalmente estes, estão bem sustentados tecnicamente, estão em consolidação. O DAX também está em consolidação. O PSI está com atraso nessa consolidação e parece mais desamparado, mas tendo em conta o comportamento dos outros índices, a probabilidade de desenhar uma consolidação é grande.
Cumprimentos,
Touro
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Ulisses Pereira Escreveu:Marcof, a tua observação é bastante pertinente e acredito que tenhas alguma razão.
Queria, no entanto esclarecer, algo que parece não ter sido claro... Eu acho que os cortes de taxas estimulam quase sempre a economia e desta vez não será excepção. Não coloco isso em causa. Contudo, esses efeitos só se sentem bastante tempo mais tarde. O que eu quis frisar foi que os cortes de taxas, nos últimos 15 anos não beneficiaram, no médio prazo (entre 3 a 2 anos) os mercados. Bem pelo contrário.
P.S. Neste tópico há fantásticas opiniões em escassas horas de debate. 5 estrelas.
a questao do custo do dinheiro, tambem é uma questão temporal, ou seja:
temos problemas estruturais (visiveis ou nao), e baixamos a taxa para "adiar" o problema; ou temos problemas especificos, conjunturais, e pretendemos "ganhar" tempo... eu tenho a segunda visao... o problema aqui, é outro: até que ponto, haverá racionalidade, para distinguir um cenario do outro?
beijos e abraços
Marcof, a tua observação é bastante pertinente e acredito que tenhas alguma razão.
Queria, no entanto esclarecer, algo que parece não ter sido claro... Eu acho que os cortes de taxas estimulam quase sempre a economia e desta vez não será excepção. Não coloco isso em causa. Contudo, esses efeitos só se sentem bastante tempo mais tarde. O que eu quis frisar foi que os cortes de taxas, nos últimos 15 anos não beneficiaram, no médio prazo (entre 3 a 2 anos) os mercados. Bem pelo contrário.
P.S. Neste tópico há fantásticas opiniões em escassas horas de debate. 5 estrelas.
Queria, no entanto esclarecer, algo que parece não ter sido claro... Eu acho que os cortes de taxas estimulam quase sempre a economia e desta vez não será excepção. Não coloco isso em causa. Contudo, esses efeitos só se sentem bastante tempo mais tarde. O que eu quis frisar foi que os cortes de taxas, nos últimos 15 anos não beneficiaram, no médio prazo (entre 3 a 2 anos) os mercados. Bem pelo contrário.
P.S. Neste tópico há fantásticas opiniões em escassas horas de debate. 5 estrelas.
Viva!
Só venho deixar uma acha para a fogueira.
De facto a história e como o Ulisses bem diz sempre nos disse que um corte das taxas de juro pode significar um abrandamento económico.
Contudo, e corrigam-me se tiver errado, no passado os cortes das taxas de juro nunca tiveram por base uma crise hipotecária como a que se vive neste momento e onde as taxas de juro têm um papel fundamental no agravamento ou não desta crise. Daqui a minha duvida, esta descida das taxas de juro é justificada sobretudo por esta crise e não está directamente relacionada com um eventual abrandamento da economia.
Uma descida das taxas de juro pode sim neste momento fazer com que muitas pessoas possam cumprir no curto/médio prazo com as suas obrigações juntos dos bancos nos quais tem crédito, poderá levar a um aumento mesmo que residual do consumo privado e por consequencia as empresas beneficiam. Estas ultimas beneficiam também por outro prisma pois o seu esforço para sportar os encargos com a divida é menor logo mais recursos são canalizados para o investimento.
Pode sim ser visto é como um passo atrás para mais tarde dar dois passos a frente
É claro que isto não é tão linear assim pois a inflação está sempre á espreita e é necessário estar atento, é como o Mechanic aqui já referiu "tapa a cabeça , mas destapa os pés"
Abraço
Marco
Só venho deixar uma acha para a fogueira.
De facto a história e como o Ulisses bem diz sempre nos disse que um corte das taxas de juro pode significar um abrandamento económico.
Contudo, e corrigam-me se tiver errado, no passado os cortes das taxas de juro nunca tiveram por base uma crise hipotecária como a que se vive neste momento e onde as taxas de juro têm um papel fundamental no agravamento ou não desta crise. Daqui a minha duvida, esta descida das taxas de juro é justificada sobretudo por esta crise e não está directamente relacionada com um eventual abrandamento da economia.
Uma descida das taxas de juro pode sim neste momento fazer com que muitas pessoas possam cumprir no curto/médio prazo com as suas obrigações juntos dos bancos nos quais tem crédito, poderá levar a um aumento mesmo que residual do consumo privado e por consequencia as empresas beneficiam. Estas ultimas beneficiam também por outro prisma pois o seu esforço para sportar os encargos com a divida é menor logo mais recursos são canalizados para o investimento.
Pode sim ser visto é como um passo atrás para mais tarde dar dois passos a frente

É claro que isto não é tão linear assim pois a inflação está sempre á espreita e é necessário estar atento, é como o Mechanic aqui já referiu "tapa a cabeça , mas destapa os pés"
Abraço
Marco
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- Registado: 29/5/2007 19:16
- Localização: Braga
Boas noites a todos.
Passo a transmitir a minha opinião:
1) Acho que o Ulisses está completamente certo, cortes nas taxas de juro revelam preocupações com a economia que acabam por ter um impacto negativo nos mercados no curto prazo;
2) O comportamento dos índices nas últimas sessões já descontaram um corte de 50 bp na taxa de referência nos states;
3) Se o corte for 25 bp ou inferior, os investidores deverão ficar menos preocupados quanto á situaçao económica do país e com isso potenciar ganhos mais consistentes nos dias ou semanas seguintes;
4) Se o corte for de 50 pb, isso deverá suster a cotaçao com ligeira tendencia para subir logo no inicio, mas irá provocar uma queda nos dias seguintes porque terá implícito a manutenção das preocupações com o estado da economia;
5) Corte superior a 50 pb irá provocar uma subida em flecha dos mercadps mas irá pesar imenso nos dias seguintes, se não for logo na própria sessão.
cps,
AA
Passo a transmitir a minha opinião:
1) Acho que o Ulisses está completamente certo, cortes nas taxas de juro revelam preocupações com a economia que acabam por ter um impacto negativo nos mercados no curto prazo;
2) O comportamento dos índices nas últimas sessões já descontaram um corte de 50 bp na taxa de referência nos states;
3) Se o corte for 25 bp ou inferior, os investidores deverão ficar menos preocupados quanto á situaçao económica do país e com isso potenciar ganhos mais consistentes nos dias ou semanas seguintes;
4) Se o corte for de 50 pb, isso deverá suster a cotaçao com ligeira tendencia para subir logo no inicio, mas irá provocar uma queda nos dias seguintes porque terá implícito a manutenção das preocupações com o estado da economia;
5) Corte superior a 50 pb irá provocar uma subida em flecha dos mercadps mas irá pesar imenso nos dias seguintes, se não for logo na própria sessão.
cps,
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subscrevo completamente, Ulisses: o mito do corte das taxas de juro induzir a booms nos mercados de capitais nasce do conceito de que com taxas de juro baixas se torna mais rentável investir nos mercados de capitais do que nas aplicações financeiras tradicionais nomeadamente depósitos bancários
contudo o que hoje em dia fundamentalmente move os mercados é a percepção actual da futura saúde financeira das empresas, da economia
para além disso, a democratização nos últimos 15 anos do acesso aos mercados financeiros com o acesso à internet, a mais informação, etc. bem como a própria bolha de crédito que injectou liquidez excessiva nos mercados, muita da qual foi canalizada para os mercados de capitais, levaram a que o investimento em depósitos bancarios tradicionais e derivados caísse a pique em detrimento dos cada vez mais inovadores e diversificados instrumentos financeiros, com potencial de rentabilidade infinitamente superior (e risco também, mas isso é outra história...)
Resumindo: a dicotomia depósitos bancários vs mercados de capitais a variar em função das oscilações nas taxas de juro desapareceu.
Actualmente os aumentos da taxa de juro já não implicam uma deslocalização de fundos dos mercados de capitais para os depósitos bancários tradicionais pois taxas de juro a subir significam economia a aquecer, aumento do consumo, aumento das vendas e lucros empresariais: aumento de dividendos a distribuir e do respectivo preço das acções
PS: quando falo na remuneração depósitos bancários, refiro-me não só a nível interno como também internacional. A teoria económica tradicional diz que diferenciais de taxas de juro entre países tendem a ser responsáveis pelo fluir de capitais para os países com taxas de juro mais elevadas onde a remuneração do capital é maior...
PS2: quando falo em depósitos bancários refiro-me a todos os produtos financeiros que são remunerados através de taxas de juro, nomeadamente obrigações, títulos de dívida pública, depósitos a prazo etc.
contudo o que hoje em dia fundamentalmente move os mercados é a percepção actual da futura saúde financeira das empresas, da economia
para além disso, a democratização nos últimos 15 anos do acesso aos mercados financeiros com o acesso à internet, a mais informação, etc. bem como a própria bolha de crédito que injectou liquidez excessiva nos mercados, muita da qual foi canalizada para os mercados de capitais, levaram a que o investimento em depósitos bancarios tradicionais e derivados caísse a pique em detrimento dos cada vez mais inovadores e diversificados instrumentos financeiros, com potencial de rentabilidade infinitamente superior (e risco também, mas isso é outra história...)
Resumindo: a dicotomia depósitos bancários vs mercados de capitais a variar em função das oscilações nas taxas de juro desapareceu.
Actualmente os aumentos da taxa de juro já não implicam uma deslocalização de fundos dos mercados de capitais para os depósitos bancários tradicionais pois taxas de juro a subir significam economia a aquecer, aumento do consumo, aumento das vendas e lucros empresariais: aumento de dividendos a distribuir e do respectivo preço das acções
PS: quando falo na remuneração depósitos bancários, refiro-me não só a nível interno como também internacional. A teoria económica tradicional diz que diferenciais de taxas de juro entre países tendem a ser responsáveis pelo fluir de capitais para os países com taxas de juro mais elevadas onde a remuneração do capital é maior...
PS2: quando falo em depósitos bancários refiro-me a todos os produtos financeiros que são remunerados através de taxas de juro, nomeadamente obrigações, títulos de dívida pública, depósitos a prazo etc.
Editado pela última vez por Camisa Roxa em 17/9/2007 21:58, num total de 2 vezes.

Free Minds and Free Markets
... forecasting exchange rates has a success rate no better than that of forecasting the outcome of a coin toss - Alan Greenspan (2004)
sonae sgps
Mas, meu caro Semitela, os analistas estão todos a dizer que a economia está de boa saúde!!!
Eu penso que isto é mais o pânico junto á incerteza...
Abraço
Clinico
Eu penso que isto é mais o pânico junto á incerteza...
Abraço
Clinico
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- Registado: 1/6/2003 0:13
Os jornalistas financeiros limitam-se a fazer o chamado story telling. Para quem não conhece o termo, consiste em partir de um determinado acontecimento passado e reunir um conjunto de factos que possam ter ser consideradas causas prováveis.
Desde sempre que é usado e nunca deixará de o ser.
A descida da taxa de juro funciona para mim como uma sirene que acabou de ser disparada a assinalar uma mudança clara do nível de perigo.
Esperava para meados deste ano que existisse uma queda acentuada (bem mais do que se verificou) de curta duração. As quedas "ligeiras" e prolongadas que surgiram elevaram o meu nível de alerta e este sinal da descida das taxas de juro leva-me a dar toda a atenção ao mercado.
O principal inimigo do mercado financeiro é a falta de confiança. Basta analisar o caso do banco Northern Rock, e tantos outros casos anteriores semelhantes a este. O verdadeiro problema com que este banco se depara foi provocado pela imprensa ao provocar um efeito de falta de confiança generalizada entre os seus clientes.
O mesmo se passa neste momento com os mercados financeiros.
Desde sempre que é usado e nunca deixará de o ser.
A descida da taxa de juro funciona para mim como uma sirene que acabou de ser disparada a assinalar uma mudança clara do nível de perigo.
Esperava para meados deste ano que existisse uma queda acentuada (bem mais do que se verificou) de curta duração. As quedas "ligeiras" e prolongadas que surgiram elevaram o meu nível de alerta e este sinal da descida das taxas de juro leva-me a dar toda a atenção ao mercado.
O principal inimigo do mercado financeiro é a falta de confiança. Basta analisar o caso do banco Northern Rock, e tantos outros casos anteriores semelhantes a este. O verdadeiro problema com que este banco se depara foi provocado pela imprensa ao provocar um efeito de falta de confiança generalizada entre os seus clientes.
O mesmo se passa neste momento com os mercados financeiros.
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R. Martins Escreveu:Semitela Escreveu:Boas,
O mais certo é haver um corte de 25 pb e o reiterar de que a inflaçao nao está controlada e que o subprime nao vai levar os Eua á recessao . Prova disso foram as palavras de Alan Greenspan que se há alguns meses falava numa probabilidade de 33% de haver recessao , hoje diz que é muito improvavel ; aumentarao as falencias , aumentarao as pessoas que nao poderao pagar os seus emprestimos , mas a economia irá continuar a crescer , ainda que mais devagar . As consequencias sao inevitaveis , quem pede emprestimos sabendo antecipadamente que nao o pode pagar tem que ser penalizado![]()
E nada de comparaçoes com 2000 , estamos com crescimento da economia Mundial na ordem dos 5 % e enquanto a China crescer acima de 10% , nao há crise nenhuma , há é uma crise de confiança e de liquidez ( mas essa já nao tem remedio ) vai acabar por estourar com o sistema financeiro todo tal como hoje o conhecemos .
Abraços
Uma coié a bolsa a outra é o crescimento económico, que me parece não ser assim tão grande quanto os 5% referidos...
Rmartins
Acho que cada vez mais os investidores têm em atençao á saude da economia e nao da bolsa , as bolsas sobem ou descem porque nao há eficiencia por parte dos intervenientes , mas nao vêm as bolsas a subir se se aproximar recessao economica certa , isso vos garanto , se com 5% a bolsa descer , o que fará quando o crescimento economico mundial estagnar ?
taxas
Aqui o "simplório" do vosso amigo tem a sensação que o mercado está ávido duma recuperação, mesmo temporária e curta, e que se houver um corte das taxas de juro de 25 ou 50 pontos haverá um rebound que será um pouco mais longo se forem 50, e mais curto se forem 25 (falando de dias, claro e se os números das casas de Agosto a sair esta semana - parece-me - não acabarem mais cedo o rebound)
De resto estou inteiramente de acordo que depois continuará as quedas, até se entender as consequencias de tudo isto, que só irão aparecer com os números mensais de desemprego, imobiliário, confiança e/ou falência/dificuldades das entidades bancárias e hedge funds ao longo deste ano epróximo.
Tambem não é agora, em final de Setembro que fecha o 3º trimestre do ano? avervamos, como dizia o ceguinho...
E neste momento, o ceguinho sou eu...
Abraços
Clinico
De resto estou inteiramente de acordo que depois continuará as quedas, até se entender as consequencias de tudo isto, que só irão aparecer com os números mensais de desemprego, imobiliário, confiança e/ou falência/dificuldades das entidades bancárias e hedge funds ao longo deste ano epróximo.
Tambem não é agora, em final de Setembro que fecha o 3º trimestre do ano? avervamos, como dizia o ceguinho...
E neste momento, o ceguinho sou eu...
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Clinico
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Semitela Escreveu:Boas,
O mais certo é haver um corte de 25 pb e o reiterar de que a inflaçao nao está controlada e que o subprime nao vai levar os Eua á recessao . Prova disso foram as palavras de Alan Greenspan que se há alguns meses falava numa probabilidade de 33% de haver recessao , hoje diz que é muito improvavel ; aumentarao as falencias , aumentarao as pessoas que nao poderao pagar os seus emprestimos , mas a economia irá continuar a crescer , ainda que mais devagar . As consequencias sao inevitaveis , quem pede emprestimos sabendo antecipadamente que nao o pode pagar tem que ser penalizado![]()
E nada de comparaçoes com 2000 , estamos com crescimento da economia Mundial na ordem dos 5 % e enquanto a China crescer acima de 10% , nao há crise nenhuma , há é uma crise de confiança e de liquidez ( mas essa já nao tem remedio ) vai acabar por estourar com o sistema financeiro todo tal como hoje o conhecemos .
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Uma coié a bolsa a outra é o crescimento económico, que me parece não ser assim tão grande quanto os 5% referidos...
Rmartins
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