Portugal será a única economia avançada a entrar em recessão
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FMI alerta para riscos no sector financeiro português
Quarta, 9 Abr 2003 19:32
O Fundo Monetário Internacional chamou hoje a atenção para a «continuação dos riscos do sector financeiro» português, fundamentalmente em resultado do facto de o crédito concedido estar a ser canalizado para «sectores com fracas perspectivas de crescimento» e o seu aumento permanecer superior ao dos depósitos.
Nesse contexto, o FMI sublinha que «os riscos do sector financeiro» justificam uma «vigilância continuada por parte da supervisão», aprova as disposições mais recentes do Banco de Portugal no sentido de melhorar os requisitos específicos de provisionamento do crédito, mas «nota que estes passos foram acompanhados por um relaxamento do provisionamento geral dos empréstimos hipotecários».
Entre os conselhos dados ao Banco de Portugal para reforçar a supervisão, figura a necessidade de «melhorar a definição de crédito malparado e do sistema de provisionamento de perdas por empréstimos incobráveis».
A recomendação e a crítica que traz subjacente não foi unânime entre a delegação do Fundo que elaborou o relatório sobre Portugal, já que no texto se refere que «alguns directores» foram da opinião «que as provisões actuais estão em linha com a prática internacional».
Mas não é só a banca que merece cuidados aos olhos do Fundo. Quanto aos seguros, os representantes do Fundo «exigiram um acompanhamento rigoroso do sector (...) e dos fundos de pensões, onde, como em muitas outras economias avançadas, o desempenho se tem deteriorado».
O FMI saudou ainda a intenção do Banco de Portugal de conduzir num futuro próximo um Programa de Avaliação do Sector Financeiro.
Por Jorge Campos da Costa
por Canal de Negócios
Quarta, 9 Abr 2003 19:32
O Fundo Monetário Internacional chamou hoje a atenção para a «continuação dos riscos do sector financeiro» português, fundamentalmente em resultado do facto de o crédito concedido estar a ser canalizado para «sectores com fracas perspectivas de crescimento» e o seu aumento permanecer superior ao dos depósitos.
Nesse contexto, o FMI sublinha que «os riscos do sector financeiro» justificam uma «vigilância continuada por parte da supervisão», aprova as disposições mais recentes do Banco de Portugal no sentido de melhorar os requisitos específicos de provisionamento do crédito, mas «nota que estes passos foram acompanhados por um relaxamento do provisionamento geral dos empréstimos hipotecários».
Entre os conselhos dados ao Banco de Portugal para reforçar a supervisão, figura a necessidade de «melhorar a definição de crédito malparado e do sistema de provisionamento de perdas por empréstimos incobráveis».
A recomendação e a crítica que traz subjacente não foi unânime entre a delegação do Fundo que elaborou o relatório sobre Portugal, já que no texto se refere que «alguns directores» foram da opinião «que as provisões actuais estão em linha com a prática internacional».
Mas não é só a banca que merece cuidados aos olhos do Fundo. Quanto aos seguros, os representantes do Fundo «exigiram um acompanhamento rigoroso do sector (...) e dos fundos de pensões, onde, como em muitas outras economias avançadas, o desempenho se tem deteriorado».
O FMI saudou ainda a intenção do Banco de Portugal de conduzir num futuro próximo um Programa de Avaliação do Sector Financeiro.
Por Jorge Campos da Costa
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Governo «subscreve na íntegra» apreciações do FMI sobre política económica
Quarta, 9 Abr 2003 19:12
«Não vemos qualquer observação» no relatório do FMI «sobre a condução da política económica, que o Governo não pudesse subscrever na íntegra», disse ao Negocios.pt o porta-voz da Ministra das Finanças, Manuela Ferreira Leite.
Questionado especificamente sobre as projecções para a economia portuguesa, que o FMI prevê que sofra este ano uma contracção de 0,3%, Nuno Jonet afirmou que «a conjuntura é má e a Comissão Europeia explicou [ontem, nas suas Previsões de Primavera] porque é que é tão difícil invertê-la em Portugal».
O FMI, ao contrário de todas as previsões feitas até ao momento, que apontavam para a continuação da estagnação, projecta para Portugal uma nova e acentuada degradação da situação económica em 2003, em resultado do que a taxa de desemprego deverá saltar para 6,8% e o défice orçamental para 3,9% do PIB.
O FMI elogia a política seguida em 2002 pelo actual Executivo, mas salienta que «a qualidade do ajustamento orçamental é crucial para assegurar uma inversão relativamente bem sucedida dos desequilíbrios macroeconómicos», chamando a atenção do Governo para «a urgência da substituição das medidas de carácter pontual por cortes duradouros na despesa».
As medidas pontuais, segundo o FMI, justificaram-se em 2002 pela magnitude da derrapagem de 2001 e pela falta de tempo do novo Governo, mas para 2003 a receita é desaconselhada.
Nesse sentido, o Fundo alerta para o facto de «as medidas orçamentais identificadas até ao presente poderem não ser suficientes para alcançar os objectivos orçamentais de 2003», ou seja, um défice de 2,4% do PIB.
Por Jorge Campos da Costa
por Canal de Negócios
Quarta, 9 Abr 2003 19:12
«Não vemos qualquer observação» no relatório do FMI «sobre a condução da política económica, que o Governo não pudesse subscrever na íntegra», disse ao Negocios.pt o porta-voz da Ministra das Finanças, Manuela Ferreira Leite.
Questionado especificamente sobre as projecções para a economia portuguesa, que o FMI prevê que sofra este ano uma contracção de 0,3%, Nuno Jonet afirmou que «a conjuntura é má e a Comissão Europeia explicou [ontem, nas suas Previsões de Primavera] porque é que é tão difícil invertê-la em Portugal».
O FMI, ao contrário de todas as previsões feitas até ao momento, que apontavam para a continuação da estagnação, projecta para Portugal uma nova e acentuada degradação da situação económica em 2003, em resultado do que a taxa de desemprego deverá saltar para 6,8% e o défice orçamental para 3,9% do PIB.
O FMI elogia a política seguida em 2002 pelo actual Executivo, mas salienta que «a qualidade do ajustamento orçamental é crucial para assegurar uma inversão relativamente bem sucedida dos desequilíbrios macroeconómicos», chamando a atenção do Governo para «a urgência da substituição das medidas de carácter pontual por cortes duradouros na despesa».
As medidas pontuais, segundo o FMI, justificaram-se em 2002 pela magnitude da derrapagem de 2001 e pela falta de tempo do novo Governo, mas para 2003 a receita é desaconselhada.
Nesse sentido, o Fundo alerta para o facto de «as medidas orçamentais identificadas até ao presente poderem não ser suficientes para alcançar os objectivos orçamentais de 2003», ou seja, um défice de 2,4% do PIB.
Por Jorge Campos da Costa
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FMI antecipa forte derrapagem orçamental em 2003
Quarta, 9 Abr 2003 18:03
O défice orçamental português deverá este ano atingir 3,9% do PIB, ou seja, mais 1,5 pontos percentuais do que o compromisso político do Governo, de acordo com as previsões do Fundo Monetário Internacional (FMI), realizadas no âmbito das consultas bilaterias, enquadradas pelo Artigo 4º daquela organização internacional.
A forte derrapagem orçamental avançada pelo Fundo está relacionada quer com a projecção de uma recessão na economia – o Governo fez o Orçamento em vigor contando com um crescimento do PIB, no mínimo, de 1,25% –, quer com o facto de o ajustamento de 2002 se ter «baseado amplamente em medidas de carácter pontual», e, portanto, muitas deles insusceptíveis de se repetirem.
Na avaliação que faz ao desempenho do actual Executivo, o FMI não deixa de reconhecer, porém, que a referida necessidade de recurso a medidas de carácter pontual «reflectiu sobretudo a verdadeira magnitude da derrapagem de 2001 e também a limitada margem de tempo que ainda restava em 2002, depois do novo Governo ter iniciado as suas funções».
FMI apela a medidas adicionais
Para que o défice não volte a valores muito próximos da derrapagem de 2001 e o Governo concretize o objectivo orçamental enunciado para este ano, o FMI considera, assim, que «é necessário implementar significativas medidas adicionais».
A diferença entre o objectivo para o défice adoptado pelo Governo e a projecção do FMI é exactamente igual, quando medida em percentagem do PIB, ao valor que o Fundo estima que tenha sido, em 2002, o somatório dos valores obtidos com medidas pontuais.
Outro indicador da forte deterioração das contas públicas antecipada pelo FMI está na previsão para o défice primário, ou seja, o défice contabilizado, quando se excluem os encargos com a dívida pública.
Segundo o Fundo, o saldo primário cai de uma posição positiva de 0,3% do PIB, em 2002, para uma posição negativa de 0,6% do PIB, em 2003.
O resultado será um forte crescimento da dívida pública, que saltará de 58,1% do PIB em 2002, para 61,8% do PIB neste ano, ou seja, violando o segundo critério nominal mais importante do Pacto de Estabilidade e Crescimento, que impõe que o grau de endividamento das administrações públicas não ultrapasse os 60% do PIB.
Dívida pública supera 60% do PIB em 2003
A concretizarem-se as perspectivas fortemente pessimistas do FMI, Portugal violará este ano os dois critérios nominais, uma vez que também o défice ultrapassará a fasquia-limite dos 3%.
Mas se o futuro parece sombrio, a avaliação de 2002 não deixa de conter alguns elogios à condução da política orçamental. O relatório do Artigo 4º refere que a queda do défice orçamental no ano passado «ocorreu num contexto de fraco crescimento, tendo a redução do défice estrutural [o défice ajustado dos efeitos do ciclo económico] sido a mais elevada durante a última década».
Neste contexto, «os directores executivos elogiaram as autoridades por terem conseguido uma redução substancial do défice orçamental em 2002 – o maior ajustamento orçamental efectuado em Portugal em muitos anos –, apesar de uma conjuntura caracterizada pelo enfraquecimento do crescimento económico», repete o relatório.
O elogio é porém matizado, quando se refere que, pese embora o facto de ter sido o expediente possível, a consolidação se ter feito com base em medidas de carácter pontual, algo que não deverá ocorrer em 2003. Diz o relatório que «a qualidade do ajustamento orçamental é crucial para assegurar uma inversão relativamente bem sucedida dos desequilíbrios macroeconómicos», chamando «a atenção [das autoridades] para a urgência da substituição das medidas de carácter pontual por cortes duradouros na despesa».
As dúvidas em relação a exequibilidade das metas orçamentais para este ano ficam bem expressas na declaração dos directores do FMI, quando mostram «a sua preocupação relativamente ao facto de as medidas orçamentais identificadas até ao presente poderem não ser suficientes para se alcançarem os objectivos» de 2003.
Sem o referirem pelo nome, os directores do FMI desaconselham implicitamente a aposta no choque fiscal. Diz o relatório que «os cortes nos impostos não devem ser efectuados até ser identificada uma poupança adequada do lado da despesa».
O que quer que seja que de concreto o FMI tenha em vista na recomendação, o que se sugere é que a baixa anunciada no IRC fique na dependência de uma prévia consolidação orçamental bem sucedida, conseguida com reduções permanentes na estrutura da despesa.
Nesse sentido, o Programa de Estabilidade e Crescimento, cujo horizonte vai até 2006, é considerado «adequado» como estratégia orientadora da política orçamental a médio prazo, mas o FMI quer que se vá mais longe: propõe alterações no «processo orçamental», através da adopção de um «quadro plurianual».
Jorge Campos da Costa e Marta Moitinho Oliveira
por Canal de Negócios
Quarta, 9 Abr 2003 18:03
O défice orçamental português deverá este ano atingir 3,9% do PIB, ou seja, mais 1,5 pontos percentuais do que o compromisso político do Governo, de acordo com as previsões do Fundo Monetário Internacional (FMI), realizadas no âmbito das consultas bilaterias, enquadradas pelo Artigo 4º daquela organização internacional.
A forte derrapagem orçamental avançada pelo Fundo está relacionada quer com a projecção de uma recessão na economia – o Governo fez o Orçamento em vigor contando com um crescimento do PIB, no mínimo, de 1,25% –, quer com o facto de o ajustamento de 2002 se ter «baseado amplamente em medidas de carácter pontual», e, portanto, muitas deles insusceptíveis de se repetirem.
Na avaliação que faz ao desempenho do actual Executivo, o FMI não deixa de reconhecer, porém, que a referida necessidade de recurso a medidas de carácter pontual «reflectiu sobretudo a verdadeira magnitude da derrapagem de 2001 e também a limitada margem de tempo que ainda restava em 2002, depois do novo Governo ter iniciado as suas funções».
FMI apela a medidas adicionais
Para que o défice não volte a valores muito próximos da derrapagem de 2001 e o Governo concretize o objectivo orçamental enunciado para este ano, o FMI considera, assim, que «é necessário implementar significativas medidas adicionais».
A diferença entre o objectivo para o défice adoptado pelo Governo e a projecção do FMI é exactamente igual, quando medida em percentagem do PIB, ao valor que o Fundo estima que tenha sido, em 2002, o somatório dos valores obtidos com medidas pontuais.
Outro indicador da forte deterioração das contas públicas antecipada pelo FMI está na previsão para o défice primário, ou seja, o défice contabilizado, quando se excluem os encargos com a dívida pública.
Segundo o Fundo, o saldo primário cai de uma posição positiva de 0,3% do PIB, em 2002, para uma posição negativa de 0,6% do PIB, em 2003.
O resultado será um forte crescimento da dívida pública, que saltará de 58,1% do PIB em 2002, para 61,8% do PIB neste ano, ou seja, violando o segundo critério nominal mais importante do Pacto de Estabilidade e Crescimento, que impõe que o grau de endividamento das administrações públicas não ultrapasse os 60% do PIB.
Dívida pública supera 60% do PIB em 2003
A concretizarem-se as perspectivas fortemente pessimistas do FMI, Portugal violará este ano os dois critérios nominais, uma vez que também o défice ultrapassará a fasquia-limite dos 3%.
Mas se o futuro parece sombrio, a avaliação de 2002 não deixa de conter alguns elogios à condução da política orçamental. O relatório do Artigo 4º refere que a queda do défice orçamental no ano passado «ocorreu num contexto de fraco crescimento, tendo a redução do défice estrutural [o défice ajustado dos efeitos do ciclo económico] sido a mais elevada durante a última década».
Neste contexto, «os directores executivos elogiaram as autoridades por terem conseguido uma redução substancial do défice orçamental em 2002 – o maior ajustamento orçamental efectuado em Portugal em muitos anos –, apesar de uma conjuntura caracterizada pelo enfraquecimento do crescimento económico», repete o relatório.
O elogio é porém matizado, quando se refere que, pese embora o facto de ter sido o expediente possível, a consolidação se ter feito com base em medidas de carácter pontual, algo que não deverá ocorrer em 2003. Diz o relatório que «a qualidade do ajustamento orçamental é crucial para assegurar uma inversão relativamente bem sucedida dos desequilíbrios macroeconómicos», chamando «a atenção [das autoridades] para a urgência da substituição das medidas de carácter pontual por cortes duradouros na despesa».
As dúvidas em relação a exequibilidade das metas orçamentais para este ano ficam bem expressas na declaração dos directores do FMI, quando mostram «a sua preocupação relativamente ao facto de as medidas orçamentais identificadas até ao presente poderem não ser suficientes para se alcançarem os objectivos» de 2003.
Sem o referirem pelo nome, os directores do FMI desaconselham implicitamente a aposta no choque fiscal. Diz o relatório que «os cortes nos impostos não devem ser efectuados até ser identificada uma poupança adequada do lado da despesa».
O que quer que seja que de concreto o FMI tenha em vista na recomendação, o que se sugere é que a baixa anunciada no IRC fique na dependência de uma prévia consolidação orçamental bem sucedida, conseguida com reduções permanentes na estrutura da despesa.
Nesse sentido, o Programa de Estabilidade e Crescimento, cujo horizonte vai até 2006, é considerado «adequado» como estratégia orientadora da política orçamental a médio prazo, mas o FMI quer que se vá mais longe: propõe alterações no «processo orçamental», através da adopção de um «quadro plurianual».
Jorge Campos da Costa e Marta Moitinho Oliveira
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Portugal será a única economia avançada a entrar em recessão
Portugal será a única economia avançada a entrar em recessão 2003 segundo o FMI (act)
Quarta, 9 Abr 2003 16:56
O Fundo Monetário Internacional (FMI) prevê que Portugal entre este ano em recessão. De acordo com aquela organização, que realiza anualmente uma análise detalhada da economia portuguesa em consultas com as autoridades nacionais, ao abrigo do chamado Artigo 4º, o Produto Interno Bruto (PIB) deverá sofrer este ano uma contracção de 0,3%, depois de ter estagnado em 2002, com crescimento de 0,5%.
As perspectivas traçadas pelo FMI são as mais pessimistas até agora avançadas para Portugal. Ontem, a Comissão Europeia divulgou uma previsão de crescimento da economia portuguesa em linha com o verificado o ano passado, ou seja, uma progressão da actividade de 0,5%, à semelhança do que ocorreu em 2002.
O FMI considera, assim, que a economia, em vez de manter em média o mesmo ritmo de progressão, deverá conhecer este ano uma nova e acentuada deterioração, agravando-se a tendência dos últimos cinco anos e conduzindo o país, desta vez, à recessão, algo que não se verificava há dez anos.
Para 2004, o World economic Outlook (WEO) projecta uma recuperação da actividade, prevendo um crescimento do PIB de 1,8%, ligeiramente abaixo dos 2% ontem avançados pela Comissão Europeia.
O FMI, na sua nota de informação ao público sobre o relatório do Artigo 4º para Portugal, não decompõe integralmente o perfil de crescimento, mas projecta uma contracção da procura interna – que corresponde ao somatório do consumo e do investimento – de 0,8%, ou seja, o dobro da queda verificada em 2002.
Taxa de desemprego sobe para 7% em 2004
Em consequência da redução da actividade económica, o desemprego deverá disparar para 6,8% em média anual, um valor mais elevado do que o previsto pela Comissão Europeia, que apontava ontem para uma taxa de desemprego, para este ano, de 6,5%.
Em 2004, ainda de acordo com o WEO, mesmo com a economia a sair do vermelho, o desemprego deverá continuar a aumentar, subindo a taxa, segundo o FMI, para 7%.
Trajectória inversa conhecerão os preços, com a inflação a abrandar este ano para 3,2% e nova queda, para 2,1%, em 2004. Os valores para a inflação estão muito próximos dos previstos pela Comissão Europeia.
A concretizarem-se as perspectivas do FMI, que, no último ano, foi de todas as organizações que fazem previsões para Portugal a que mais próxima esteve da realidade, a economia portuguesa será a única do grupo das chamadas economias avançadas a entrar em recessão em 2003. Os segundos piores desempenhos ficarão com a Alemanha e Israel, com um crescimento de 0,5%.
Para além de Portugal, entre os países membros do FMI, para o qual a instituição prevê uma contracção do PIB, estão a Costa do Marfim, Etiópia, Uruguai, Venezuela e Zinbabwe.
Outro dos efeitos macroeconómicos positivos da crise, para além de um ajustamento no nível de inflação, será uma redução do défice externo (antiga balança de transacções correntes) de 6,2% do PIB, em 2002, para 5,1%, em 2003.
Uma redução bastante aquém do desejável, já que a correcção verificada em 2002 (de 8,4% do PIB no ano para 6,2%) merece o seguinte comentário do Fundo: a evolução do comércio externo «contribuiu para uma redução do défice externo da balança corrente, mas este défice (incluindo transferências de capital) manteve-se entre os mais elevados (em relação ao PIB) dos países industrializados».
Por Jorge Campos da Costa e Marta Moitinho Oliveira
por Canal de Negócios
Quarta, 9 Abr 2003 16:56
O Fundo Monetário Internacional (FMI) prevê que Portugal entre este ano em recessão. De acordo com aquela organização, que realiza anualmente uma análise detalhada da economia portuguesa em consultas com as autoridades nacionais, ao abrigo do chamado Artigo 4º, o Produto Interno Bruto (PIB) deverá sofrer este ano uma contracção de 0,3%, depois de ter estagnado em 2002, com crescimento de 0,5%.
As perspectivas traçadas pelo FMI são as mais pessimistas até agora avançadas para Portugal. Ontem, a Comissão Europeia divulgou uma previsão de crescimento da economia portuguesa em linha com o verificado o ano passado, ou seja, uma progressão da actividade de 0,5%, à semelhança do que ocorreu em 2002.
O FMI considera, assim, que a economia, em vez de manter em média o mesmo ritmo de progressão, deverá conhecer este ano uma nova e acentuada deterioração, agravando-se a tendência dos últimos cinco anos e conduzindo o país, desta vez, à recessão, algo que não se verificava há dez anos.
Para 2004, o World economic Outlook (WEO) projecta uma recuperação da actividade, prevendo um crescimento do PIB de 1,8%, ligeiramente abaixo dos 2% ontem avançados pela Comissão Europeia.
O FMI, na sua nota de informação ao público sobre o relatório do Artigo 4º para Portugal, não decompõe integralmente o perfil de crescimento, mas projecta uma contracção da procura interna – que corresponde ao somatório do consumo e do investimento – de 0,8%, ou seja, o dobro da queda verificada em 2002.
Taxa de desemprego sobe para 7% em 2004
Em consequência da redução da actividade económica, o desemprego deverá disparar para 6,8% em média anual, um valor mais elevado do que o previsto pela Comissão Europeia, que apontava ontem para uma taxa de desemprego, para este ano, de 6,5%.
Em 2004, ainda de acordo com o WEO, mesmo com a economia a sair do vermelho, o desemprego deverá continuar a aumentar, subindo a taxa, segundo o FMI, para 7%.
Trajectória inversa conhecerão os preços, com a inflação a abrandar este ano para 3,2% e nova queda, para 2,1%, em 2004. Os valores para a inflação estão muito próximos dos previstos pela Comissão Europeia.
A concretizarem-se as perspectivas do FMI, que, no último ano, foi de todas as organizações que fazem previsões para Portugal a que mais próxima esteve da realidade, a economia portuguesa será a única do grupo das chamadas economias avançadas a entrar em recessão em 2003. Os segundos piores desempenhos ficarão com a Alemanha e Israel, com um crescimento de 0,5%.
Para além de Portugal, entre os países membros do FMI, para o qual a instituição prevê uma contracção do PIB, estão a Costa do Marfim, Etiópia, Uruguai, Venezuela e Zinbabwe.
Outro dos efeitos macroeconómicos positivos da crise, para além de um ajustamento no nível de inflação, será uma redução do défice externo (antiga balança de transacções correntes) de 6,2% do PIB, em 2002, para 5,1%, em 2003.
Uma redução bastante aquém do desejável, já que a correcção verificada em 2002 (de 8,4% do PIB no ano para 6,2%) merece o seguinte comentário do Fundo: a evolução do comércio externo «contribuiu para uma redução do défice externo da balança corrente, mas este défice (incluindo transferências de capital) manteve-se entre os mais elevados (em relação ao PIB) dos países industrializados».
Por Jorge Campos da Costa e Marta Moitinho Oliveira
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