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Caldeirão da Bolsa

EDP!!!! Alguém explica isto???

Espaço dedicado a todo o tipo de troca de impressões sobre os mercados financeiros e ao que possa condicionar o desempenho dos mesmos.

RUMORES meu caro MSM

por Perceval » 13/3/2003 14:56

Economia
Energia - João Talone apresenta hoje modelo a Carlos Tavares
Eni quer vender gás espanhol a Portugal

A Union Fenosa e a Eni precisam do mercado português para despachar o gás natural espanhol. A Fenosa Gás, empresa que é 50% dos italianos da Eni, os quais detêm 33,34% da Galpenergia, tem um contrato “take or pay” de gás natural para um volume de tal maneira exorbitante, que apenas conseguem escoar 30% nas respectivas centrais. O mercado português é, por isso, crucial para escoar boa parte desse gás.

Tem sido este factor a condicionar as negociações da Eni com a Fenosa, ultrapassando a EDP e a Galpenergia, entidade onde está a GDP, a companhia que gere o gás em Portugal. O mercado português acabará por “salvar” a Eni e a Fenosa, e indirectamente o Santander, que detém 23,35% da Union Fenosa, e controlar a actividade mais rentável da Galpenergia.

O projecto que fontes políticas asseguram ser praticamente definitivo, passará pela criação de uma holding que agrupe interesses da EDP, da Fenosa, da Eni, mas deixa de fora os investidores institucionais tradicionais portugueses, caso da CGD e, em especial do BCP. No futuro projecto, que João Talone, ex-administrador do BCP e actual responsável pela reorganização do sector energético em Portugal, deverá hoje apresentar ao ministro Carlos Tavares, os italianos da Eni aceitam perder valor no activo Galpenergia, com a saída da GDP, mas vão assegurar uma posição da ordem dos 80% no sector do transporte, ou seja na actual GDP, o nicho mais rentável da fileira. E isto para além de assumirem 40% da área da distribuição.

Numa 1ª fase da operação, e de acordo com o que foi possível apurar junto de fontes políticas, haverá uma troca de posições entre EDP, Fenosa e Eni e só numa 2ª operação será definido o modelo que levará a EDP a tomar uma posição na Fenosa, em simultâneo com a venda da posição do Estado (26%) na EDP e possivelmente com a “boleia” para a venda da posição da Iberdrola (5%) na EDP. Esta operação já correrá com a nova administração da EDP. Recorde-se que recentemente e em entrevista ao “Cinco Dias”, o administrador-delegado da Union Fenosa impunha condições para uma “incorporação” da Galp na estrutura da Fenosa, nomeadamente a saída do accionista Estado da estrutura da EDP, situação estranha considerando que o grande accionista da Eni é o Estado italiano.

Nos meios políticos portugueses e em meios próximos a Joaquim Ferreira do Amaral, o presidente do conselho de administração da Galpenergia, a celeridade da aprovação das operações da Eni não é comparável ao tempo necessário para a Galp fazer alguma coisa em Espanha.

Esta operação com a EDP e o gás natural em Portugal tem a vantagem de salvar o negócio ruinoso da Fenosa no gás natural, dá à Eni o controlo do gás natural na Península Ibérica e permitirá ao Santander desfazer-se da Fenosa a prazo com uma mais-valia. Apenas a EDP e a Galp parece ficarem a perder neste cenário.

A atitude da Eni ao longo dos dois últimos anos tem sido de “hostilidade” para com o seu sócio Galp, ultrapassando-o sistematicamente. O negócio terá sido de tal ordem ruinoso para o lado português que a comissão de inquérito parlamentar ao acordo Galp/Eni preferiu não revelar vários documentos e os maiores grupos parlamentares optaram pelo voto do silêncio. José Penedos, o ex-presidente da referida comissão parlamentar, esteve quase a revelar alguns segredos durante um colóquio sobre petróleo e gás promovido pela Sedes na Ordem dos Engenheiros, mas preferiu manter o silêncio, mesmo depois de acicatado por Almerindo Marques, socialista e presidente da Lusa e da RTP, e por Henrique Neto, socialista e gestor.

A Eni, sem informar a administração da Galp, fez vários negócios que chocam com um bom entendimento com o seu sócio em Portugal, como foi o caso das compra de postos de abastecimento da Saras para expandir a marca Agip, quando o objectivo era transformar Agip em Galp. Depois vendeu gás à Iberdrola e adquiriu metade da Fenosa Gás, para além de na Alemanha ter tomado uma posição de controlo no operador de gás GVS, uma participada da EnBW, parceiro alemão da EDP na Hidrocantábrico.


Ameaça com o

parlamento

Levar o caso ao parlamento parece ser a solução da administração da Galpenergia. Ferreira do Amaral já ameaçou criar obstáculos políticos à manutenção do acordo com a Eni. As tensões entre a administração portuguesa e os italianos têm vindo a deteriorar-se, sobretudo depois de serem conhecidos os contactos entre a Eni e os espanhóis a envolverem a Galp, ultrapassando a administração e possivelmente membros do Governo e do próprio João Talone.

Entretanto a situação tende a ficar politicamente mais “quente” para o lado de Carlos Tavares, que pretende ir apresentar o plano de reestruturação a conselho de ministros na próxima semana, mas vai sublinhar que é um plano de João Talone, evitando o previsível “ataque” de José Luís Arnault e de Morais Sarmento a um desenho pouco tentador. De qualquer forma, Tavares não escapará à critica que foi ele que escolheu Talone.

Na EDP, entretanto, é falada a intenção de João Talone vir a assumir a presidência executiva, contrariando o modelo de governação da PT com conselho de administração e comissão executiva. Paulo Pinho, o homem de ligação entre os políticos e a banca, poderá ser o administrador financeiro, enquanto são esperadas novidades ao nível dos restantes administradores, sobretudo quadros do BCP que estiveram próximos a Talone e estarão hoje afastados dos centros importantes do BCP. Haverá gente nova, nomeadamente técnicos da Mckenzie para a administração, à semelhança do que fez a PT.


Vítor Norinha
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EDP!!!! Alguém explica isto???

por MSM » 13/3/2003 14:54

Afinal o que é que se passa com a EDP?!?!?! Mais pareçe uma verdadeira montenha russa :roll: :lol:
Se alguém me puder dar uma opinião sobre o que irá a EDP fazer agradecia.
Abraços
MSM
 


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