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Caldeirão da Bolsa

EDP: Como é possível? Aqui há gato!

Espaço dedicado a todo o tipo de troca de impressões sobre os mercados financeiros e ao que possa condicionar o desempenho dos mesmos.

edp

por jarcorreia » 3/3/2003 20:44

E já agora mais um XANAX:

Segunda, 3 Mar 2003 19:03

Os lucros da Hidrocantábrico, eléctrica espanhola controlada pela Electricidade de Portugal em 40%, aumentaram 48% em 2002, tendo neste período aumentado a quota de mercado para 7,7%.

Os resultados líquidos da Hidrocantábrico atingiram os 111 milhões de euros, em 2002, divulgou a empresa em comunicado, citado pelo «Expansión». A produção térmica, no período em análise, aumentou em 12%.

Em 2002, a Hidrocantábrico tinha registado uma quota de mercado na ordem dos 6,8%, tendo aumentado em 0,9 pontos este ano.

O número de clientes, no ano passado, registou um acréscimo de 2,1%, segundo a mesma fonte.

No âmbito da actividade comercial, a Hidrocantábrico facturou 3.887 GWh de electricidade, a mais de dois mil clientes, o que representa uma quota de mercado de 6,4%.

No ano passado, a eléctrica começou a comercialização de gás natural, tendo atingido uma facturação de 1,94 GWh a quase uma centena de clientes.
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edp

por jarcorreia » 3/3/2003 20:37

Estou aqui calmo como dantes. Penso aliás que neste momento a melhor atitude é não vender. Claro que pode cair mais um pouco...e então?Claro que há factores de peso para a descida, mas também há no outro prato da balança pesos para a sudida. Deixo aqui uns gramas: Assim que durão vislumbrar uma luzinha (nem que seja a petróleo) de resolução (seja ela qual for)para o Iraque, dá luz verde para a apresentação da estratégia (guardada a sete chaves)que condicionará o futuro da edp. Depois fá-la aprovar em conselho de ministros. Anuncia em seguida a aprovação e o calendário de privatização. Aí algumas entidades financeiras portuguesas vão disputar participações. Então, meu caro edependente, aí nós apanhamos o mesmo comboio que as fez cair e que há-de passar no sentido inverso. Tudo isto pode ser tanto verdade como a Coreia do Norte ser uma democracia? Não! Pode não ser totalmente verdade mas está infinitamente mais perto. É que a Coreia só é democrática para meia dúzia deles e tudo o que prespectivo paira na cabecinha de muito boa gente.
jarcorreia
 

...não aguento mais!!!!

por Edependente » 3/3/2003 17:44

Caríssimos companheiros eu já acredito em tudo, é plausível que seja o bcp a desfazer-se de edp, é plausível que seja o preço do petróleo, é plausível que seja a má administração...até em bruxas acredito :mrgreen: é verdade onde está o JarCorreia?
Edependente
 

tudo isso que disseram pode estar certo...

por ASA Delta » 3/3/2003 15:48

....mas há duas coisas que estão a influenciar o comportamento da EDP.

É o BCP. Se repararem assim que se soube que o BCP ia fazer aumento de capital a EDP passou de 1,58/9 para os valores actuais e quando se soube que a EDp ia ao aumento de capital ainda maior foi o descalabro, são mais 8 milhões de contos a irem à vida a juntar aos anteriores.

podem dizer o que quizerem mas essa de não se saber quando é a privatização não me convence, há tanto tempo que não se sabe O que me convence é que à custa da EDp estão a ser movimentados interesses importantes para seu prejuizo.

O presidente veio dizer que os recentes aumentos da electricidade não iam ser para a EDp, porque existem os tais fundos de compensação, e que nada beneficia se existir mais energia hidrica

Então agora vêem dizer que a subida do preço do petróleo está a afectar a cotação da EDp?

Não ponho de parte a hipótese de ser o próprio BCP a vender para ir ao aumento de capital do seu banco. É mais um beijo de Judas do J.Gonçalves à EDp depois dos que tem dado aos seus acionistas.

Com o tempo vamos saber
ASA Delta
 

Moz...

por u2u » 3/3/2003 15:31

... chiça tanta hora de discussão e afinal concordamos?????? :evil:

Bolas... :P

Agora a sério... apenas quis transmitir alguns aspectos que me pareciam não estarem claros. Por razões óbvias, com ou sem chuva, as barragens são e serão sempre a forma mais rentável de produção eléctrica: já lá estão e o combustível (ainda) é de borla...

Abraços e gostei da discussão :wink:

u2u

P.S. Corrijo, afinal não pode existir discussão se estamos de acordo :twisted:
 
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por Patrícia M. » 3/3/2003 13:47

Embora ache interessante a discussão sobre esses fundamentais, acho que a EDP não está a cair por causa disso. Cai porque os mercados estão deprimidos e também porque ninguém sabe muito bem quando vai sair o Estado da EDP e hoje a EDP continua a parecer mais uma empresa pública que privada.

Dizia o meu antigo namorado que os vendedores da EDP só aliviavam quando saiam rumores da última fase da OPV. Venham esses rumores... DEPRESSAAAAAAA!

Jinhos,
Ticha
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por MozHawk » 3/3/2003 12:18

Caro u2u,

Isto já parece uma conversa de surdos. Lolllllllllllllllll

Este último post parece querer dizer que afinal concordamos. Só uma nota, é evidente também para mim que quanto mais chover melhor, mas já não é tão evidente que a capacidade de produção das barragens seja ilimitada, que não é. Terão uma capacidade instalada pelo que é esse o limite, ie, o consumo de combustíveis fósseis como mp será sempre um imperativo. E se houver um choque petrolífero, não há Fundo de Hidraulicidade que salve a EDP.

Um abraço,

MozHawk
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Vamos por partes que se faz tarde..

por u2u » 3/3/2003 5:46

MozHawk Escreveu:Então u2u,

Isso significa que se não compensa o aumento dos custos dos combustíveis, a EDP não é compensada. Só e apenas numa situação de variação da precipitação e consequente aproveitamento das barragens. Ou seja, as variações ocorridas nos preços do gás natural e petróleo em alta em simultâneo com um ano de boa chuva (como este ano aparentemente) poderão fazer incorrer a EDP em custos adicionais, certo?


Errado :P
Se o ano é bom em termos de precipitação, a EDP poupa bastante em combustíveis. Mesmo que tenha que colocar uma parte no tal fundo, é sempre vantajoso que haja um ano de chuva. Sobretudo por uma razão técnica de gestão dos picos. As centrais térmicas não têm a mesma capacidade de resposta aos picos de procura de electricidade que as barragens. Por isso, o ideal para a EDP é ter barragens cheias (sobretudo aquelas com grandes capacidades de armazenamento) para durante os períodos de maior consumo trabalharem em pleno. Num ano de pouca chuva, podem-se verificam grandes desperdícios de energia, porque aí as centrais térmicas têm sempre que conseguir suplantar a procura, caso contrário teriamos um apagão. Nota que, por exemplo, na sexta-feira o diagrama de cargas (podes consultar diariamente em www.ren.pt) mostra que houve variações entre 3250 MW (à noite) e os 6000 MW (princípio da noite). Imaginemos que não havia água para turbinar. Ora, tinha que se ter as centrais térmicas durante todo o dia com uma potência de 6000 MW (não dá para mudar a potência assim de repente, como nas barragens, repito), o que implicaria desperdícios enormes. Ou então a REN teria de importar energia a Espanha, o que para a CPPE (EDP) não é nada favorável...
Por tudo isto, é vantajoso ter sempre bons anos de chuva. Quem dera à EDP que todos os anos fossem bons e tivesse que estar a pagar ao fundo. Aliás, a falta de água é que tramou a EDP. Por exemplo, à conta dos consumos de Espanha nas últimas décadas nos rios internacionais levou uma talhada que não é pequena - se bem me recordo, só no Douro é uma perda (ou lucros não concretizados) de 9 milhões de contos por ano.


MozHawk Escreveu:É que não só vai fazer subir o custo médido de produção de energia térmica como ainda vai ter que transferir para o tal fundo a chuva "a mais". Então, afinal, a subida dos preços dos combustíveis não é compensado por ninguém! E a EDP ainda tem que "apanhar" com o que a ERSE determinar!!!

Isto porque infelizmente as barragens não podem fornecer 100% do consumo...


Mesmo assim Portugal é um dos países com maior contributo da hidroelectricidade. Em ano médio ronda os 30-35%, o que é muito bom (corrijo, acho que poderia ser melhor, mas isto sou eu a dizer). E se a EDP não quiser estar sujeita ao aumento do custo dos combustíveis fosséis, pois bem aposte mais nas energias renováveis...


Um abraço

u2u

P.S. Espero ter sido suficientemente explícito face á hora da msg

Um abraço,

MozHawk[/quote]
 
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por Ulisses Pereira » 28/2/2003 15:15

LOL! Eu acho é que o Governo vai pôr um STOP nesta administração da EDP.

Um abraço,
Ulisses
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Pois, o...

por abef » 28/2/2003 15:14

estado não utiliza STOPs senão já tinha ido o resto que ainda detem. :lol:
 
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por Ulisses Pereira » 28/2/2003 15:11

Eu penso que há um outro facto decisivo para o péssimo comportamento da EDP em bolsa que tem a ver com a participação do Estado na empresa.

Se há coisa que muitos investidores institucionais não gostam (e eu também não) é de empresas com capitais públicos e privados e em que, na generalidade das vezes, o estado vem falar como se fosse o único accionista da empresa.

Há quanto tempo não há a fase de privatização da EDP tantas vezes prometida? Quantos institucionais não queriam ter uma estratégia clara em relação ao controlo da empresa, mas não o podem fazer sem a privatização estar completa?

Não digo que falte vontade política para privatizar o que falta da EDP. Contudo, a fase de privatização já foi adiada várias vezes, devido às más condições do mercado e ao baixo preço da EDP. O que aconteceu? Não é privatizada e o preço acaba por cair ainda mais.

É a velha história da pescadinha de rabo na boca e até haver coragem de colocar um ponto final nisto, será difícil a EDP, pelo menos, bater o desempenho do mercado.

Um abraço,
Ulisses

P.S. Estou à espera de novidades para os próximos tempos sobre mudanças na Administração da EDP.
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Moz...

por u2u » 28/2/2003 15:02

... Exactamente, o problema está aí. A falta de chuva é compensada pelo tal fundo, mas na prática acaba por ser uma equação de resultado nulo para as receitas da EDP se visto no longo prazo.
No caso das variações dos combustíveis, a EDP está "agarrada"... só pode repercutir isso nos aumentos das tarifas, mas com os problemas que referi: autorização da ERSE e esses agravamentos só podem ser reflectidos dois anos depois.
Se me perguntas se isto tem lógica? No primeiro caso, penso que sim... no segundo, é um absurdo.

Abraços

u2u
 
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por IX Hispana » 28/2/2003 10:00

E se a EDP não pagar dividendo este ano?Toda a teoria que esta acção
sempre dava algo,ia pelo "cano".Será possivel?
Cumps.
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Investidores têm medo da EDP por eventual compra da Fenosa

por MITROLAS » 28/2/2003 8:23

Como já devem saber o nosso ministro da economia foi administrador do Santander. Por coincidência o SCH tem estado a vender todas as suas participações não estratégicas com vista a melhor os seus rácios.
Ora no meio disto, o nosso amigo Botin não consegue vender a participação que o SCH detém na Fenosa, pq a Fenosa está em grande dificuldades para reduzir o seu passivo.
Lembro-vos que os investimentos da Fenosa nas telecos, designadamente Amena, Retevision, Auna.... foram desastrosos!!!!
Aqui deixo uma noticia que saiu em Espanha:

FENOSA MUY ENDEUDADA
Reuters
26/02/2003 (17:39h.)
"Puede que el mercado piense que, al final, no va a poder cumplir con la reducción de la deuda", dijo Ramón Ortega, operador de la casa de bolsa Eurosafei.

El presidente de Fenosa, Antonio Basagoiti, dijo recientemente en una entrevista con Financial Times que su empresa acelerará su plan de reducción de deuda, la cual originariamente buscaba recortar por debajo de los 6.000 millones de euros en los próximos cinco años. Sin dar detalles, el ejecutivo había dicho que en 2007 la deuda de la eléctrica empezaría con un "cuatro".

Unión Fenosa (MCE.UNF) planea anunciar pronto un nuevo plan estratégico, el cual podría incluir la nueva meta de reducción de deuda, la que actualmente ronda los 7.600 millones de euros.

En tanto, Nicolás López, director de análisis de M&G, estimó que la caída en la acción de la compañía podría deberse también a un efecto contagio con Endesa (MCE.ELE), que perdió casi 10% de su cotización entre el lunes y el martes por temores sobre su deuda.

"No hay nada concreto, salvo que Endesa ha bajado mucho en los últimos días por el tema del endeudamiento y puede haber un cierto efecto de contagio", explicó el estratega.

Fenosa anunciará su resultado financiero 2002 el próximo viernes.
_____________
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por MozHawk » 28/2/2003 3:59

Então u2u,

Isso significa que se não compensa o aumento dos custos dos combustíveis, a EDP não é compensada. Só e apenas numa situação de variação da precipitação e consequente aproveitamento das barragens. Ou seja, as variações ocorridas nos preços do gás natural e petróleo em alta em simultâneo com um ano de boa chuva (como este ano aparentemente) poderão fazer incorrer a EDP em custos adicionais, certo? É que não só vai fazer subir o custo médido de produção de energia térmica como ainda vai ter que transferir para o tal fundo a chuva "a mais". Então, afinal, a subida dos preços dos combustíveis não é compensado por ninguém! E a EDP ainda tem que "apanhar" com o que a ERSE determinar!!!

Isto porque infelizmente as barragens não podem fornecer 100% do consumo...

Um abraço,

MozHawk
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Resposta ao Moz..

por u2u » 27/2/2003 19:11

MozHawk Escreveu:Caro u2u,

Com o devido respeito parece-me que já discutimos isto há 1 ano atrás. Mas vamos aos factos:

[quote=u2u]

Sim, penso que falámos sobre isso; e acho que discordavamos da mesma forma :P


MozHawk Escreveu:Mas os dados da empresa dizem exactamente o contrário. Segundo os dados disponíveis mais actualizados da EDP, a produção de energia em GWh de origem térmica foram os seguintes:

até Q3-2002 14.138 +47.5% yoy
até Q3-2001 9.588 - 10.9% yoy
até Q3-2000 10.758

De notar que até Setembro de 2002 (inclusivé) a produção de energia da EDP de origem térmica foi de 76,8% contra os 45,5% registados em período homólogo no ano de 2001.



Não entendo os valores que colocas. Tem a ver com a variação em relação ao ano anterior?
Em relação há segunda parte, não me admiram os valores. Recordo-me que o primeiro semestre de 2001 foi anormalmente húmido e tenho mesmo a impressão que foi a primeira vez que no primeiro semestre a produção hidroeléctrica foi maioritária em relação à térmica. É exactamente para precaver essas variações hidrológicas que serve o fundo de compensação. Ou seja, no ano 2001, a CPPE teve que dar dinheiro a esse fundo... se por exemplo, 2003 for seco recebe... mas em princípio, a ideia deste fundo é que, em termos médios, as receitas anuais sejam fruto apenas do aumento da procura de electricidade e das eficiências da empresa. E não de factores não controláveis, como a meteorologia. Se bem que, se formos a ver bem, o preço petróleo também começa a ser tão ou mais imprevisível do que a chuva. :wink:


MozHawk Escreveu:Mas se a EDP já não queima fuelóleo e representando a Central Térmica de Sines apenas 36.3% da capacidade instalada das centrais térmicas da EDP e a única a utilizar carvão como matéria-prima, o que é que aconteceu às Centrais de Setúbal, Carregado, Barreiro, Tapada do Outeiro, Tunes, Alto de Mira, etc...?


As principais centrais térmicas são as de Sines e do Pego (da Tejo Energia) e agora a de ciclo combinado da Tapada do Outeiro, que está a trabalhar a gás natural. As outras são relativamente pequenas e estão funcionam, de facto, a fuelóleo. Em relação à evolução dos preços, agradeço-te os dados (que desconhecia) e, de facto, fiquei surpreendido ao reparar na grande discrepância entre os aumentos do fuel, gasóleo e gás natural e o pequeno aumento do carvão...


MozHawk Escreveu:Em termos teóricos é interessante, mas em termos práticos isso traduz-se no quê ao nível das contas do Grupo EDP? É que não me parece que seja tão linear assim. O que eu vejo é que os custos da EDP em combustíveis para produção de energia em 2001 aumentaram 22.8% e o consumo destes aumentou 4.1% e que, na realidade, o saldo entre o que foi reconhecido como custo e proveito por via da Correcção de hidraulicidade foi de 106.7 MEUR. Então na prática como é que isto funciona?
Até Setembro de 2002, os custos com combustíveis para a produção de electricidade aumentaram mais de 50% contra um aumento da produção de energia de origem térmica em 47.7%. Como é que isto vai ser reflectido nas contas?


O aumento do consumo de combustíveis parece-me óbvio: teve que se produzir mais energia para suprir o aumento da procura de electricidade. O aumento dos custos de produção teve a ver com os aumentos dos preços dos combustíveis. Pelos teus dados até teria sido pior se a central térmica de Sines não funcionasse a carvão...
Julgo que estás a raciocinar de forma incorrecta em relação aos mecanismos da correcção da hidraulicidade. Ele não serve para corrigir flutuações de preços dos combustíveis, mas sim, como o nome indica, variações ao nível hidrológico, ou neste caso das barragens, hidrâulico. E apenas isso. Depois é simples: há um ano médio (estabelecido, julgo que por norma, nos últimos 30 anos), e depois há uma equação que faz com que se chove muito (e portanto, produzes muito mais hidroelectricidade do que em ano médio), dás uma determinada verba para esse fundo. Se chove pouco (sempre em relação à média), podes ir lá sacar o diferencial entre aquilo que são as receitas obtidas e aquilo que se esperaria receber em ano médio. Obviamente que, de forma indirecta, num mau ano de chuva és compensado por teres que gastar muito combustível. Em ano muito bom de chuva, a CPPE não esfrega necessariamente as mãos de contente. Obviamente que estou a simplificar isto um pedaço para me tentar fazer entender...


MozHawk Escreveu:Quanto ao mecanismo de correcção de hidraulicidade (DL 338/91 e Portaria 987/2000) o que consta das contas da EDP diz, entre outras coisas, o seguinte:

"O valor anual da correcção de hidraulicidade é calculado de acordo com parâmetros estabelecidos na lei e engloba:

- o diferencial entre o custo económico de produção de energia eléctrica e o custo económico de referência, ..."

O que é o custo económico de referência?


O custo económico de referência é aquilo que previsivelmente seria em ano médio.

Um abraço

u2u
 
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edp

por electrico » 27/2/2003 15:26

As razoes que fundamentam a queda, são de vária ordem, mas que se resumem a uma:

----descredibilização.

De facto desde 97 quando o governo assinou carta de conforto assumindo que nao prejudicaria a empresa com atribuladas mexidas nas tarifas, e depois não o veio a cumprir, que para os institucionais foi uma inexplicavel atitude. Acrescentando aos ziz-zag do manegement até hoje.

Porém a queda de ntem e hoje deve-se a saida de mais um estrangeiro/intaliano/ que tambem , simultaneamente está a sair na Fenosa.

Supostamente a ordem está a findar.

Abraço
electrico
 

edp

por jarcorreia » 27/2/2003 13:10

Para mim o gato é o plano a ser aprovado. O rabo de fora foi saber-se que há hipóteses de não haver fusão nenhuma. Se agrescentarmos o aumento de capital do bcp e o aumento do preço do petróleo... Claro que a inversão vai chegar. Esperemos que rápida e consistente. A Edp não cai muito mais.
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LOL Xanax

por GetSmarter » 27/2/2003 12:13

:lol:
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Porra que isto é ....

por Xanax » 27/2/2003 11:20

água demais para a minha barragem, parabéns a ambos, cada vez tenho mais a certeza que não percebo nada de mercado de capitais, vocês são doutourados em Engª Hidrálica ou quê ??? :) :) :)



Cumps
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por MozHawk » 27/2/2003 11:02

Caro u2u,

Com o devido respeito parece-me que já discutimos isto há 1 ano atrás. Mas vamos aos factos:

[quote=u2u]
A chuva não influencia, em quase nada, as receitas/custos da EDP. Já um aumento dos combustíveis - embora a EDP quase que não queima já fuel; não sei se o carvão está a sofrer tb aumentos como o petróleo - é uma chatice... [/quote]
Mas os dados da empresa dizem exactamente o contrário. Segundo os dados disponíveis mais actualizados da EDP, a produção de energia em GWh de origem térmica foram os seguintes:

até Q3-2002 14.138 +47.5% yoy
até Q3-2001 9.588 - 10.9% yoy
até Q3-2000 10.758

De notar que até Setembro de 2002 (inclusivé) a produção de energia da EDP de origem térmica foi de 76,8% contra os 45,5% registados em período homólogo no ano de 2001.

Mas se a EDP já não queima fuelóleo e representando a Central Térmica de Sines apenas 36.3% da capacidade instalada das centrais térmicas da EDP e a única a utilizar carvão como matéria-prima, o que é que aconteceu às Centrais de Setúbal, Carregado, Barreiro, Tapada do Outeiro, Tunes, Alto de Mira, etc...?

Quanto aos custos das matéria-primas utilizadas a evolução do preço médio em € foi a seguinte:

Fuelóleo (kton) 86.279 (97) 139.521 (00) 141.220 (01)
Gasóleo (klitro) 112 (97) 132 (00) 221 (01)
Carvão estrangeiro (kton) 41.649 (97) 37.300 (00) 43.764 (01)
Gás natural (hm3) 151 (97) 161 (00) 213 (01)

A evolução nos mercados internacionais, de acordo com o Banco Mundial, mostra que o gás natural depois da descida verificada no 1ºS-2002 retomou a toada ascendente até ao momento o mesmo se passando com o carvão o qual retomou o aumento do preço médio a partir do 4ºQ-2002.

[quote=u2u]
Eis os motivos de um e de outro caso:

1 - Apesar da maior produção por via hídrica - e este ano não me parece estar a sair da média em termos de chuva -, as vantagens da EDP não serão relevantes em termos de poupança de combustíveis. Em termos práticos, os lucros por produzir hidroelectricidade ou electricidade por via térmica são relativamente idênticos para a CPPE por causa do fundo de compensação de hidraulicidade. Aliás, este fundo permite que a REN e a CPPE não estejam sujeitos às variações hidrológicas, amortecendo os custos da compra de combustíveis em anos secos. Por isso, em anos húmidos, este fundo é reforçado. Em anos secos, a EDP pode lá ir buscar dinheiro para compensar o agravamento dos encargos na compra de combustíveis. [/quote]
Em termos teóricos é interessante, mas em termos práticos isso traduz-se no quê ao nível das contas do Grupo EDP? É que não me parece que seja tão linear assim. O que eu vejo é que os custos da EDP em combustíveis para produção de energia em 2001 aumentaram 22.8% e o consumo destes aumentou 4.1% e que, na realidade, o saldo entre o que foi reconhecido como custo e proveito por via da Correcção de hidraulicidade foi de 106.7 MEUR. Então na prática como é que isto funciona?

Até Setembro de 2002, os custos com combustíveis para a produção de electricidade aumentaram mais de 50% contra um aumento da produção de energia de origem térmica em 47.7%. Como é que isto vai ser reflectido nas contas?

Quanto ao mecanismo de correcção de hidraulicidade (DL 338/91 e Portaria 987/2000) o que consta das contas da EDP diz, entre outras coisas, o seguinte:

"O valor anual da correcção de hidraulicidade é calculado de acordo com parâmetros estabelecidos na lei e engloba:

- o diferencial entre o custo económico de produção de energia eléctrica e o custo económico de referência, ..."

O que é o custo económico de referência?

Um abraço,

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Re: EDP: Como é possível? Aqui há gato!

por u2u » 27/2/2003 4:04

MozHawk Escreveu:Mais a mais, em termos futuros e apesar do excelente ano de chuvas, a haver guerra no Iraque com um impacto forte no preço do petróleo, os custos de produção térmica de energia eléctrica dispararão afectando assim os resultados da empresa já em 2003.


Caro Moz,

A chuva não influencia, em quase nada, as receitas/custos da EDP. Já um aumento dos combustíveis - embora a EDP quase que não queima já fuel; não sei se o carvão está a sofrer tb aumentos como o petróleo - é uma chatice...
Eis os motivos de um e de outro caso:

1 - Apesar da maior produção por via hídrica - e este ano não me parece estar a sair da média em termos de chuva -, as vantagens da EDP não serão relevantes em termos de poupança de combustíveis. Em termos práticos, os lucros por produzir hidroelectricidade ou electricidade por via térmica são relativamente idênticos para a CPPE por causa do fundo de compensação de hidraulicidade. Aliás, este fundo permite que a REN e a CPPE não estejam sujeitos às variações hidrológicas, amortecendo os custos da compra de combustíveis em anos secos. Por isso, em anos húmidos, este fundo é reforçado. Em anos secos, a EDP pode lá ir buscar dinheiro para compensar o agravamento dos encargos na compra de combustíveis.

2 - Em relação ao preço dos combustíveis, o caso é bastante desfavorável para a EDP, porque a repercussão de aumentos não podem ser imediatamente - mesmo a médio-prazo, como com a gasolina - repercutidos no consumidor. Que eu saiba ainda está em vigor pela ERSE o sistema de regulação de preços estabelecendo que as tarifas entram em linha de conta com previsões e diversos, mas que em relação ao preço dos combustíveis o que conta são as variações nos preços dos combustíveis ocorridos dois anos antes. Ou seja, para as tarifas de 2003 teve-se em conta as variações nos preços dos combustíveis de 2001... E as deste ano só serão repercutidos em 2005.

Um abraço.

u2u
 
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EDP: Como é possível? Aqui há gato!

por MozHawk » 27/2/2003 2:49

A EDP tem andado a descrever um padrão bearish de longo prazo algo considerável. Isso já toda a gente sabe e não me vou deter aqui em grandes considerações sobre o que alguns Analistas têm dito aqui no fórum e que subscrevo.

É expectável que a EDP anuncie ao mercado os resultados do exercício transacto e que dê algumas pistas sobre o que espera os investidores no presente exercício. No caso da EDP há vários factores que poderão perturbar fortemente os resultados do Grupo nos tempos actuais: o problema das telecomunicações, as participações sociais que no actual cenário dos mercados sofreram já uma forte erosão e a forte dependência dos combustíveis, apenas para citar alguns. Isto para não falar da estratégia para o futuro que ninguém ainda percebeu muito bem qual é. Os últimos acontecimentos são gritantes no que se refere às manifestações públicas de alguns governantes.

Mas há aqui qualquer coisa de muito estranha. O valor contabilístico por acção com os dados disponíveis à data de 31.09.2002 era de €1.95! E a cotação está neste momento nos €1.43 o que significa que o papel estará a transaccionar (teoricamente) abaixo do seu valor real. Ou seja, se a EDP fosse hoje liquidada (mantendo-se o cenário de 30.09.2002) quem comprasse hoje 1 acção da EDP a €1.43 e recebesse o valor resultante da liquidação iria lá buscar €0.52 de lucro! Que coisa tão estranha!!!

Bom, posto isto, só há 2 explicações possíveis:

1. Alguém quer desfazer-se da posição que tem em EDP por alguma razão que o mercado desconhece e atendendo ao momento actual dos mercados a oferta tem suplantado claramente a procura provocando assim a queda do valor do papel;

ou

2. Os resultados anuais, já auditados, sofreram um agravamento tão grande do Q3-2002 para o Q4-2002 que os resultados a serem divulgados pela empresa no próximo mês (se se mantiver o calendário do ano passado a 19.03.2002) serão bastante maus!

Ora, se se tratar da segunda hipótese e se se mantiver o calendário do ano passado, estaremos já a observar um movimento de antecipação das más notícias?

Mais a mais, em termos futuros e apesar do excelente ano de chuvas, a haver guerra no Iraque com um impacto forte no preço do petróleo, os custos de produção térmica de energia eléctrica dispararão afectando assim os resultados da empresa já em 2003. Isto já para não falar do esforço financeiro que a empresa terá que fazer para ir ao aumento de capital no BCP.

Enfim, muitas perguntas sobre a EDP para tentar perceber porque transaccionará a EDP abaixo do seu valor contabilístico.

Quanto ao que o gráfico me diz, o papel está já sobrevendido pelo Estocástico mas ainda com muito espaço de quedas pela leitura do RSI e do MACD. Desta forma, o melhor mesmo é esperar para ver quando é que se dará a inversão. Agora, que é muito estranho o que está a acontecer é!

Resistências: 1.47, 1.50, 1.52, 1.56 (MME50), 1.59, 1.65
Suportes: 1.40, 1.35, 1.30, 1.25

Um abraço,

MozHawk
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