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Caldeirão da Bolsa

Notícia muito polémica

Espaço dedicado a todo o tipo de troca de impressões sobre os mercados financeiros e ao que possa condicionar o desempenho dos mesmos.

por Ulisses Pereira » 21/2/2003 3:09

Caro Paulo P.,

Não invisto nos mercados nipónicos. Isso deixa os olhos em bico... :)

Mas vou estando atento ao que lá se passa! :)

Um abraço,
Ulisses
"Acreditar é possuir antes de ter..."

Ulisses Pereira

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por Paulo P. » 21/2/2003 2:11

O artigo está muito nice! :wink: Fiquei foi com uma curiosidade: Costuma investir no Japão?
Paulo P.
 

por Ulisses Pereira » 20/2/2003 16:42

Se as intenções manifestadas na notícia se confirmassem, não tenho a menor dúvida que ocorreria uma subida gigantesca (provocada pelos "shorts" a fechar as posições) que seria corrigida depois.

Contudo, tenho muitas dificuldades em acreditar que esta medida venha a ser implementada, pelo facto de já existir muitos fundos e investidores a fazerem "shorts" nos Estados Unidos e a contestação seria enorme.

Uma coisa é certa: Se algum dia sair a notícia de que isto vai ser uma realidade (coisa que eu não acredito) fecharei todas as posições curtas que lá detenho e abrirei fortíssimas posições longas.

Um abraço,
Ulisses
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Shorts

por amsf » 20/2/2003 16:38

Extrapolando... os indíces americanos vão subir temporáriamente?!

A história repete-se?!
amsf
 

por Ulisses Pereira » 20/2/2003 16:29

Obrigado Carlos.

Quando o novo caldeirão estiver pronto, regressarão os meus habituais artigos de opinião, bem ao estilo do que eu escrevia durante dois anos na Sic Online.

Um abraço,
Ulisses
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por Carlos Nazaré » 20/2/2003 16:25

Excelente artigo Ulisses. Acredite que foi por o ter lido muitas vezes que deixei de descarregar as culpas nos outros (CMVM, market makers, shorts) e começar a perceber se o erro não seria meu.
Só uma perguntinha: quando é que começa outra vez a escrever artigos como este? É que quem o acompanhava já tem saudades destas coisas e do Misha e do Bill.
Abraços
Carlos Nazaré
 

por Ulisses Pereira » 20/2/2003 15:50

Deixo aqui o artigo que escrevi há uns meses atrás sobre este assunto...

"A morte dos últimos bodes expiatórios"

Cada vez mais leio opiniões de muitos investidores defendendo que uma grande parte das quedas que têm assolado os mercados mundiais, nos últimos 30 meses, se deve aos detentores de posições curtas. Julgo ser a altura de deixar aqui a minha opinião sobre essa matéria.

Para aqueles que estão menos familiarizados com estas questões, recordo que os detentores de posições curtas (vou usar o termo inglês “short”, de forma a tornar menos denso este artigo) se posicionam de forma inversa aos accionistas “normais”, vendendo primeiro e comprando depois, de forma a tentar obter ganhos com a queda dos mercados (perdendo, obviamente, se as cotações subirem).

Uma vez que quem está “short” beneficia das quedas dos mercados, começa a ser comum ouvir que é pelo facto de importantes investidores estarem “shorts” que os mercados caem há longos meses para cá. Eu, pessoalmente, discordo completamente desta ideia que começa a conquistar cada vez mais adeptos!

Na minha opinião, o facto de se poder “shortar” só traz vantagens ao mercado. Por um lado, permite um preço de equilíbrio entre compradores e vendedores mais justo (se em Portugal se pudesse “shortar” warrants, os preços deles seriam bem mais justos!). Por outro lado, os “shorts” dotam o mercado de uma maior liquidez, para benefício dos investidores que enfrentam “spreads” mais pequenos e das corretoras que vêem as suas comissões crescerem.

O grande argumento de quem acusa os “shorts” de serem os grandes responsáveis pelas quedas dos mercados mundiais é de que a pressão vendedora que exercem é tão forte que os mercados são, naturalmente, empurrados para baixo. Contudo, esquecem-se de um pormenor muito importante que é o facto dessas posições terem que ser fechadas. Quando isso acontece, a sua pressão deixa de ser vendedora para passar a ser compradora.

É por isso que as maiores subidas ocorrem em “bear markets”. Geralmente as subidas são violentas e curtas e resultam, sobretudo, dos “shorts” a apressarem-se a fechar posições, o que dá explosividade ao movimento de subida. A título de curiosidade, das maiores 10 subidas da história do Nasdaq, 8 registaram-se nos últimos 30 meses. Sintomático...

Uma situação muito curiosa ocorreu, durante este ano, no mercado japonês. Depois de 20 anos de “bear market” (sim, ouviram bem... 20 anos!), as autoridades nipónicas tentaram inverter a tendência de queda, anunciando medidas que tornam muito difíceis (eu diria praticamente impossível) efectuar “shorts” sobre acções japonesas.

O momento escolhido para anunciar esta polémica medida não foi, no meu ponto de vista, inocente. A decisão foi anunciada em Fevereiro deste ano, depois do mercado ter testado os mínimos de Setembro, criando a ilusão de que se tinha formado um duplo fundo perfeito.

A reacção que se seguiu foi explosiva. Como podem ver no gráfico, o Nikkei (o principal índice japonês), depois dessa decisão, subiu cerca de 30% em pouco mais de um mês!

Os “shorts” entraram em pânico e atropelaram-se para fechar as suas posições, exercendo uma pressão compradora muito violenta, o que criou um clima de euforia no mercado nipónico e a convicção de que, finalmente, o terrível “bear market” tinha chegado ao fim. As autoridades japonesas esfregavam as mãos de contentes...

Contudo, estes movimentos artificiais estão sempre condenados a fracassarem, mais cedo ou mais tarde. O tempo encarrega-se de colocar no sítio aquilo que foi tirado do lugar de uma forma artificial. E foi isso que aconteceu no Nikkei. Os compradores começaram a perder força e os vendedores voltaram ao mercado em força. O resultado foi que, anteontem, o mercado japonês atingiu o nível mais baixo dos últimos 20 anos!

Ou seja, não foi o facto de terem tornado a vida difícil aos “shorts” (hoje em dia é quase impossível “shortar” acções japonesas) que o mercado recuperou de uma forma consistente. Caíam assim por terra os argumentos daqueles que defendiam que os “shorts” impediam a recuperação do mercado japonês.

No fundo, esta ira contra os “shorts” não é mais do que descarregar a frustração dos nossos insucessos sobre alguém. Em tempos foi sobre a CMVM, noutros tempos sobre o Governo, agora os bodes expiatórios são os “shorts”.

Acho que é tempo de percebermos que a culpa não é dos outros, nem muito menos dos mercados. É tempo de olharmos para dentro de nós e vermos onde é que erramos e porque é que perdemos dinheiro.

Nós não podemos controlar o mercado, mas podemos controlar a nossa forma de negociar.
Anexos
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Ulisses Pereira

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Para o paciente...

por Visitante » 20/2/2003 15:36

De que acções é que está a falar? É que estive a ver alguns short interests e não são nada de especial.
Visitante
 

Bom , mas isso é uma excelente noticia para os Bears

por Millhouse » 20/2/2003 15:28

...olhem o exemplo do Japão . È o que dá quererem manipular o mercadao , que mnia , não sabem tar quietinhos :lol:

Millhouse
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Boa tarde!

por Paciente » 20/2/2003 15:27

Se isso fôr aprovado então é que vamos ver as acções mineiras voar. Isto a avaliar pelas enormes posições short que em muitos casos excedem o free float e noutros chegam a representar percentagens elevadíssimas da capitalização bolsista destas empresas que, recordo, são regra geral baixas (em termos do mercado americano, claro está).
 
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Só para acções mesmo ...

por Capablanca » 20/2/2003 15:21

... os derivados não são afectados.

Uma boa tarde.
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por Visitante » 20/2/2003 15:18

Apesar de gostar do short selling, há alguns problemas conceptuais com o mesmo.

Por exemplo, os votos das acções. Imagina uma empresa com 100 acções emitidas, e das quais depois são shortadas 50. Para todos os efeitos passam a existir 150 acções dessa empresa, pois quem as empresta continua a ve-las na sua carteira, e quem as compra a quem shorta também fica com elas.

Isto é uma inconsistência grave, daí que seja natural proibir o "Naked Shorting", ou seja, quem empresta tem MESMO que ver as acções desaparecer enquanto emprestadas. E assim que isso aconteça, naturalmente shortar vai ficar muito mais caro, pois para alguém prescindir do direito de voto durante um período, vai sentir necessidade de ser bastante mais compensado.
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caro ulisses

por cmafonso » 20/2/2003 15:13

essa possibilidade refere-se as vendas a descoberto ou tambem a possibilidade de shortar atraves de derivados?obrigado.um abraço.
 
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por Ulisses Pereira » 20/2/2003 15:13

Sim, eu sei. Escrevi um artigo sobre isso em que mostrava que não tinha sido inocente o momento do mercado em que as autoridades nipónicas tomaram tal decisão.

Um abraço,
Ulisses
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Pois, a tentação de distorcer ...

por Capablanca » 20/2/2003 15:10

... o mercado é enorme, ainda por cima é uma ignorância, uma vez que o short selling apenas cria potencial de compra.

Os japoneses fizeram o mesmo, é quase impossível shortar acções no Japão, e não foi por isso que evitaram um Bear Market que já leva 13 longos anos.

Abraço Ulisses.
<b>Capablanca</b>
 
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por Ulisses Pereira » 20/2/2003 15:09

"Short-selling faces clampdown by SEC"

By John Labate in New York
Published: February 19 2003 22:02


"US securities regulators are considering sweeping changes to rules governing "short-selling", a controversial trading practice that has reached record levels during the bear market.


A clampdown could significantly alter the way many stocks are traded in the US and limit the profit potential of hedge funds and other active traders.

Regulators around the world are under pressure to tighten rules on short-selling, in which traders bet a stock price will fall, amid concern that it is used by professional traders to manipulate share prices, particularly of smaller companies.

Staff at the Securities and Exchange Commission, the chief US financial regulator, are expected to present proposals to William Donaldson, the new chairman, as early as next week. Among them could be rules forcing traders to borrow stock to cover their short positions. Under current rules, traders can take out "naked" short positions over an unlimited number of shares, putting huge downward pressure on an illiquid stock.

Regulators are less concerned about short-selling in the most liquid stocks and may even consider loosening the rules for large companies.

Officials also want a consistent set of rules across all US markets. For example, traders are forbidden from shorting a stock quoted on the New York Stock Exchange when the price is falling but Nasdaq stocks operate under a separate rule that does not apply to small stocks in the over-the-counter market.

US regulators say they are being pressed to clamp down on short-selling by politicians who complain the practice hurts companies. Allied Capital, MBIA and mortgage lender Farmer Mac are among those claiming their shares have been manipulated by short-sellers."The time has come to address what to do about short-selling but it is going to be political, controversial and complex," said a securities regulator.

Much will depend on the interest of Mr Donaldson, who was sworn into office on Tuesday. SEC officials pressed Harvey Pitt, his predecessor, to take up the issue but without success.

Short-selling is a trading technique in which one party typically borrows shares from another and then sells them into the market, betting that the price of the stock will fall in the near future when he must buy the same number of shares to repay the original loan. If the share price has fallen by that time, the short-seller has made money.

Any attempt to limit short-selling activities will be criticised by traders and some economists who argue that it should be less restricted because it makes for a more efficient and liquid market. "Short-selling should not be equated with manipulation," said one head trader in New York.

Market professionals argue that short-selling is an effective way to add legitimate negative sentiment to the market and keep wayward corporate management in line, but others say it is too often abused to corner small companies by controlling most or all of a company's publicly traded shares.

The SEC interest in short-selling is separate from a probe into hedge funds and would apply to all types of investors."

(in www.financialtimes.com)
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Notícia muito polémica

por Ulisses Pereira » 20/2/2003 15:06

O Financial Times está a noticiar que a SEC (entidade supervisora do mercado norte-americano) está a pensar apresentar uma proposta para restringir, fortemente, o uso do "short-selling" nas bolsas americanas. Caso esta ideia avance para a frente, julgo ser um passo atrás no maior mercado do mundo que veria a sua liquidez reduzir-se drasticamente.

Esperemos que esta ideia não colha apoios e morra à nascença.

Ulisses
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