Outros sites Medialivre
Caldeirão da Bolsa

A conferência de imprensa Iraquiana

Espaço dedicado a todo o tipo de troca de impressões sobre os mercados financeiros e ao que possa condicionar o desempenho dos mesmos.

por Provedor » 13/2/2003 9:12

Tropas australianas destacadas no Golfo Pérsico regressam à Austrália por se terem recusado a ser vacinados contra o Anthrax com receio dos efeitos secundários.

Provedor
Avatar do Utilizador
 
Mensagens: 171
Registado: 9/1/2003 11:57

por Provedor » 12/2/2003 22:05

Saiu hoje mais uma sondagem em Inglaterra sobre o posicionamento da opinião pública inglesa relativamente a uma intervenção militar de Sua Majestade no Iraque. Os resultados hoje divulgados mostram que 90% dos ingleses são contra uma intervenção militar no Iraque não patrocinada pela ONU. Serão 90% dos ingleses comunistas? Adeptos incondicionais da URSS? Maoistas? Trotskistas? Guevaristas? Essa mesma sondagem diz ainda que mesmo que haja uma resolução da ONU a autorizar uma intervenção militar no Iraque, 45% dos ingleses continuam contra!

Sobre a ligação da Al-Qaeda ao Iraque. Apenas posso entender as mais recentes declarações de Powell como sendo as do desespero de tentar convencer a maioria que não acredita. É verdade que mais um comunicado audio de (supostamente) Bin Laden foi divulgado. Será mesmo Bin Laden? Aquele que outrora fazia gala de difundir a sua mensagem audiovisual? Porque é que deixou de fazer chegar vídeos com a sua imagem à Al-Jazeera? Então antigamente os americanos não diziam que através dessas imagens Bin Laden comunicava com as células adormecidas por esse mundo fora??? A forma como tinha o relógio, a barba penteada à esquerda, a unha do dedo mindinho da mão esquerda maior, o lenço não sei do quê, o piscar de olhos 3 vezes com o olho direito e o franzir das sobrancelhas? Agora já dispensa as imagens? Que estranho... Mas mais, mesmo dizendo Bin Laden estar do lado do Iraque isso prova alguma coisa? Não disse ele também estar ao lado do povo saudita? e dos palestinianos? Não nos esqueçamos que Bin Laden e os seus seguidores querem incendiar o mundo árabe e islâmico. Quer promover revoluções islâmicas em toda a parte para poder aí instalar-se confortavelmente tal como o fez no Afeganistão. Ainda mais, faz críticas ao poder de Bagdad relativamente ao Iraque.

Uma última palavra para as armas de destruição maciça e a sua propagação junto de grupos terroristas e extremistas. Recordo aqui 4 episódios:

1. Ataque com gás sarin no metropolitano de Tóquio e descoberta de planos para ataques em grande envergadura no Japão por parte de uma seita religiosa liderada por um cego. Quem "deu" o sarin a este grupo? O Iraque? Nunca mais se ouviu falar desta história;

2. Ataques com Anthrax nos EUA. Segundo especialistas é possível determinar com exactidão qual a origem do Anthrax se produzido artificialmente. Mais alguém ouviu falar da história? Made in USA, talvez?

3. Crise profunda da URSS, constituição da CEI e posteriormente desagregação total da mesma. Todos se lembram da "fuga" de cientistas "soviéticos", em diversos domínios (nuclear, químico, biológico, etc) a passar fome que se transferiram para países pouco "amigos" do Ocidente. Aconteceu alguma coisa? E mais, já todos se esqueceram do que supostamente teria desaparecido dos arsenais da ex-URSS sabe-se lá para onde?

4. Por último, a recente descoberta do "desaparecimento" de 200Kg de plutónio de uma central nuclear japonesa atribuído, segundo as autoridades, a um erro de lançamento de stocks, ie, supostamente aquela quantidade nunca terá existido. Se fosse o Iraque, já teria sido invadido, bombardeado, etc, etc, etc. Voltou a falar-se do assunto?

Provedor
Avatar do Utilizador
 
Mensagens: 171
Registado: 9/1/2003 11:57

por Provedor » 12/2/2003 21:48

Preocupante este artigo Razão Pura. Mas infelizmente coincidente com o que vivemos actualmente.

Provedor
Avatar do Utilizador
 
Mensagens: 171
Registado: 9/1/2003 11:57

mais uma acha para a ....

por Razao_Pura » 12/2/2003 18:24

Aqui vai o meu contributo (citação) uma vez que acho que este post ainda estava muito curto para ser editado em livro e muito longo para se publicar num jornal!

...."The attacks of 11 September 2001 provided the "new Pearl Harbor", described as "the
opportunity of ages". The extremists who have since exploited 11 September come from
the era of Ronald Reagan, when far-right groups and "think-tanks" were established to
avenge the American "defeat" in Vietnam. In the 1990s, there was an added agenda: to
justify the denial of a "peace dividend" following the cold war. The Project for the New
American Century was formed, along with the American Enterprise Institute, the Hudson
Institute and others that have since merged the ambitions of the Reagan administration
with those of the current Bush regime."

-----------

Subject: John Pilger reveals the American plan - New Statesman (London) 16 December
2002

www.newstatesman.co.uk
http://pilger.carlton.com/print/124759

New Statesman (London)
16 December 2002

John Pilger reveals the American plan

Two years ago a project set up by the men who now surround George W. Bush said what
America needed was "a new Pearl Harbor". Its published aims have come alarmingly true,
writes John Pilger.

The threat posed by US terrorism to the security of nations and individuals was outlined in
prophetic detail in a document written more than two years ago and disclosed only recently.
What was needed for America to dominate much of humanity and the world's resources, it
said, was "some catastrophic and catalysing event - like a new Pearl Harbor".

The attacks of 11 September 2001 provided the "new Pearl Harbor", described as "the
opportunity of ages". The extremists who have since exploited 11 September come from
the era of Ronald Reagan, when far-right groups and "think-tanks" were established to
avenge the American "defeat" in Vietnam. In the 1990s, there was an added agenda: to
justify the denial of a "peace dividend" following the cold war. The Project for the New
American Century was formed, along with the American Enterprise Institute, the Hudson
Institute and others that have since merged the ambitions of the Reagan administration
with those of the current Bush regime.

One of George W Bush's "thinkers" is Richard Perle. I interviewed Perle when he was
advising Reagan; and when he spoke about "total war", I mistakenly dismissed him as
mad. He recently used the term again in describing America's "war on terror". "No stages,"
he said. "This is total war. We are fighting a variety of enemies. There are lots of them out
there. All this talk about first we are going to do Afghanistan, then we will do Iraq . . . this is
entirely the wrong way to go about it. If we just let our vision of the world go forth, and we
embrace it entirely and we don't try to piece together clever diplomacy, but just wage a total
war . . . our children will sing great songs about us years from now."

Perle is one of the founders of the Project for the New American Century, the PNAC. Other
founders include Dick Cheney, now vice-president, Donald Rumsfeld, defence secretary,
Paul Wolfowitz, deputy defence secretary, I Lewis Libby, Cheney's chief of staff, William J
Bennett, Reagan's education secretary, and Zalmay Khalilzad, Bush's ambassador to
Afghanistan. These are the modern chartists of American terrorism.

The PNAC's seminal report, Rebuilding America's Defences: strategy, forces and resources
for a new century, was a blueprint of American aims in all but name. Two years ago it
recommended an increase in arms-spending by $48bn so that Washington could "fight and
win multiple, simultaneous major theatre wars". This has happened. It said the United States should develop "bunker-buster" nuclear weapons and make "star wars" a national priority. This is happening. It said that, in the event of Bush taking power, Iraq should be a target. And so it is.

As for Iraq's alleged "weapons of mass destruction", these were dismissed, in so many
words, as a convenient excuse, which it is. "While the unresolved conflict with Iraq provides
the immediate justification," it says, "the need for a substantial American force presence in
the Gulf transcends the issue of the regime of Saddam Hussein."

How has this grand strategy been implemented?

A series of articles in the Washington Post, co-authored by Bob Woodward of Watergate
fame and based on long interviews with senior members of the Bush administration, reveals
how 11 September was manipulated.

On the morning of 12 September 2001, without any evidence of who the hijackers were,
Rumsfeld demanded that the US attack Iraq. According to Woodward, Rumsfeld told a
cabinet meeting that Iraq should be "a principal target of the first round in the war against
terrorism". Iraq was temporarily spared only because Colin Powell, the secretary of state,
persuaded Bush that "public opinion has to be prepared before a move against Iraq is
possible". Afghanistan was chosen as the softer option.

If Jonathan Steele's estimate in the Guardian is correct, some 20,000 people in Afghanistan paid the price of this debate with their lives.

Time and again, 11 September is described as an "opportunity". In last April's New Yorker,
the investigative reporter Nicholas Lemann wrote that Bush's most senior adviser,
Condoleezza Rice, told him she had called together senior members of the National
Security Council and asked them "to think about 'how do you capitalise on these
opportunities'", which she compared with those of "1945 to 1947": the start of the cold war.


Since 11 September, America has established bases at the gateways to all the major
sources of fossil fuels, especially central Asia. The Unocal oil company is to build a pipeline
across Afghanistan. Bush has scrapped the Kyoto Protocol on greenhouse gas emissions,
the war crimes provisions of the International Criminal Court and the anti-ballistic missile
treaty. He has said he will use nuclear weapons against non-nuclear states "if necessary".
Under cover of propaganda about Iraq's alleged weapons of mass destruction, the Bush
regime is developing new weapons of mass destruction that undermine international
treaties on biological and chemical warfare.

In the Los Angeles Times, the military analyst William Arkin describes a secret army set up
by Donald Rumsfeld, similar to those run by Richard Nixon and Henry Kissinger and which
Congress outlawed. This "super-intelligence support activity" will bring together the "CIA
and military covert action, information warfare, and deception". According to a classified
document prepared for Rumsfeld, the new organisation, known by its Orwellian moniker as
the Proactive Pre-emptive Operations Group, or P2OG, will provoke terrorist attacks which would then require "counter-attack" by the United States on countries "harbouring the terrorists".

In other words, innocent people will be killed by the United States. This is reminiscent of
Operation Northwoods, the plan put to President Kennedy by his military chiefs for a
phoney terrorist campaign - complete with bombings, hijackings, plane crashes and dead
Americans - as justification for an invasion of Cuba. Kennedy rejected it. He was
assassinated a few months later. Now Rumsfeld has resurrected Northwoods, but with
resources undreamt of in 1963 and with no global rival to invite caution.

You have to keep reminding yourself this is not fantasy: that truly dangerous men, such as
Perle and Rumsfeld and Cheney, have power. The thread running through their
ruminations is the importance of the media: "the prioritised task of bringing on board
journalists of repute to accept our position".

"Our position" is code for lying. Certainly, as a journalist, I have never known official lying
to be more pervasive than today. We may laugh at the vacuities in Tony Blair's "Iraq
dossier" and Jack Straw's inept lie that Iraq has developed a nuclear bomb (which his
minions rushed to "explain"). But the more insidious lies, justifying an unprovoked attack
on Iraq and linking it to would-be terrorists who are said to lurk in every Tube station, are
routinely channelled as news. They are not news; they are black propaganda.

This corruption makes journalists and broadcasters mere ventriloquists' dummies. An attack
on a nation of 22 million suffering people is discussed by liberal commentators as if it were
a subject at an academic seminar, at which pieces can be pushed around a map, as the
old imperialists used to do.

The issue for these humanitarians is not primarily the brutality of modern imperial
domination, but how "bad" Saddam Hussein is. There is no admission that their decision to
join the war party further seals the fate of perhaps thousands of innocent Iraqis
condemned to wait on America's international death row. Their doublethink will not work.
You cannot support murderous piracy in the name of humanitarianism. Moreover, the
extremes of American fundamentalism that we now face have been staring at us for too
long for those of good heart and sense not to recognise them.
Avatar do Utilizador
 
Mensagens: 1673
Registado: 5/11/2002 19:00
Localização: 24

por Ulisses Pereira » 12/2/2003 16:34

LOLLLLLLLLLLLLLLLLL! Essa está fantástica! :mrgreen:

Um abraço,
Ulisses
"Acreditar é possuir antes de ter..."

Ulisses Pereira

Clickar para ver o disclaimer completo
Avatar do Utilizador
Administrador Fórum
 
Mensagens: 31013
Registado: 29/10/2002 4:04
Localização: Aveiro

Só para aligeirar...

por lmm » 12/2/2003 16:32

Pergunta ao President Bush:
Como podem os Estados Unidos ter tanta certeza de que o Iraque tem armas de destruição maciça?

Resposta:
Bem... Nós guardámos os recibos...
Posso bem ser o pior trader da História:

Quando o mercado está comigo tenho sempre contratos a menos;

Quando o mercado está contra mim tenho sempre contratos a mais!
Avatar do Utilizador
 
Mensagens: 163
Registado: 5/11/2002 0:26

por Pata-Hari » 12/2/2003 9:44

Ainda mexe e cheira-me que há para aí duas páginas atrás deixou de ser um tópico de discussão e passou a ser um concurso de ... lol... bem.... de...


...de tópico mais longo do fórum.
Avatar do Utilizador
Administrador Fórum
 
Mensagens: 20972
Registado: 25/10/2002 17:02
Localização: Lisboa

LOL Pata

por Dwer » 12/2/2003 0:09

Este thread ainda mexe? Deve ser o maior desde o início do fórum, ou não?

Bjs,
Abraço,
Dwer

There is a difference between knowing the path and walking the path
Avatar do Utilizador
 
Mensagens: 3414
Registado: 4/11/2002 23:16

por Pata-Hari » 11/2/2003 22:46

Em off-topic... aqui fica uma graça :roll:

> Saddam Hussein was sitting in his office wondering whom to invade next
> when his telephone rang.
>
> "Hallo, Mr. Hussein!", a heavily accented voice said. "This is Paddy down
> at the Harp Pub in County Sligo, Ireland. I am ringing to inform you that
we
> are officially declaring war on you!"
>
> "Well, Paddy," Saddam replied, "this is indeed important news! How big is
> your army?"
>
> "Right now," said Paddy, after a moment's calculation, "there is myself,
> my cousin Sean, my next door neighbor Seamus, and the entire dart team
from
> the pub. That makes eight!"
>
> Saddam paused. "I must tell you, Paddy, that I have one million men in my
> army waiting to move on my command."
>
> "Begorra!", said Paddy. "I'll have to ring you back!"
>
> Sure enough, the next day, Paddy called again. "Mr. Hussein, the war is
> still on! We have managed to acquire some infantry equipment!"
>
> "And what equipment would that be, Paddy?" Saddam asked.
>
> "Well, we have two combines, a bulldozer, and Murphy's farm tractor."
>
> Saddam sighed. "I must tell you, Paddy, that I have 16,000 tanks and
> 14,000 armored personnel carriers. Also, I've increased my army to 1-1/2
million
> since we last spoke."
>
> "Saints preserve us!" said Paddy. "I'll have to get back to you."
>
> Sure enough, Paddy rang again the next day. "Mr. Hussein, the war is
> still on! We have managed to get ourselves airborne! We've modified
Harrigan's
> ultra-light with a couple of shotguns in the cockpit, and four boys from
> the Shamrock Pub have joined us as well!"
>
> Saddam was silent for a minute and then cleared his throat. "I must tell
> you, Paddy, that I have 10,000 bombers and 20,000 fighter planes. My
> military complex is surrounded by laser-guided, surface-to-air missile
> sites. And since we last spoke, I've increased my army to TWO MILLION!"
>
> "Holy Mary, and Joseph!", said Paddy, "I'll have to ring you back."
>
> Sure enough, Paddy called again the next day. "Top o' the mornin,' Mr.
> Hussein! I am sorry to tell you that we have had to call off the war."
>
> "I'm sorry to hear that," said Saddam. "Why the sudden change of heart?"
>
> "Well," said Paddy, "we've all had a long chat over a bunch of pints, and
> decided there's no way we can feed two million prisoners."
>
> God Bless the Irish!
>
>
>
Avatar do Utilizador
Administrador Fórum
 
Mensagens: 20972
Registado: 25/10/2002 17:02
Localização: Lisboa

Turismo Radical !

por Duckman » 11/2/2003 0:36

Em especial para El Provedor:

Uma oportunidade única de Turismo Radical

http://www.humanshields.org/
What the heck are ya lookin' at?
Avatar do Utilizador
 
Mensagens: 39
Registado: 2/12/2002 10:09

Potenciais alvos no Iraque

por Provedor » 10/2/2003 21:58

Como as informações não são consistentes. Anexo um mapa do que poderão ser os eventuais alvos em território iraquiano.

Provedor
Anexos
Targets.gif
Targets.gif (73.49 KiB) Visualizado 2219 vezes
Avatar do Utilizador
 
Mensagens: 171
Registado: 9/1/2003 11:57

E Jin disse...

por Jin-Achim-Sim » 10/2/2003 21:57

Jin-Achim-Sim Escreveu:Ploblema Ilaque, disculso complido Plovedole Excelencia, desvia cliente Calendalio. Jin nao pelcebe polque pessoal plefele mais bigode Camalada Saddan do que destapacao playmate. Aqui na China chama malicas a eles, no Poltugal chama bibi, chama caldeileilo, chama coisa palecida..


Se nao tem defeito volta la plo Calendalio agolinha. Segue este caminho que nao engana:
http://caldeiraodebolsa.sonet.pt/forum/ ... 0&start=25

Cumplimentos do Jin, dilectamente aqui de Xangai.
Se plecisa de complas, Jin vende tudo balatinho.
Desde Motastock com duas lodas ate letlato da Pata-Hali
Avatar do Utilizador
 
Mensagens: 234
Registado: 5/11/2002 2:35
Localização: XANGAI

por Provedor » 10/2/2003 21:52

jcapela Escreveu:Pela primeira vez na história da humanidade, um país "soberano", concede incondicionalmente o sobrevoo do seu território para efeitos de fiscalização/espionagem.
Como sentirá isto a opinião pública árabe? como mais um passo na cruzada judaico-cristã de conquista...?
Serão mais umas regas no viveiro de "homens bomba"?
Serve para pensar...sem insultos, exageros ou extremismos...para bem dum raciocínio mais claro.
Abraços jc

A situação é extremamente complexa jcapela. Por um lado, os governantes árabes da região recearão um Iraque governado por Saddam Hussein e a sua clique com os apetites que lhes são reconhecidos. Mas, por outro lado, fulanos como Saddam Hussein representam parte da coluna vertebral do orgulho árabe que não verga perante um colosso da envergadura dos EUA. Antes partir do que dobrar.

A evolução recente de desatar a ceder perante algumas exigências como a que refere dos U2, é claramente o "engolir" de parte do orgulho de qualquer nação soberana. Mas é também uma bofetada de luva branca ao governo republicano de George Bush. Eu não vejo isto numa perspectiva de ganhar tempo do regime iraquiano pela simples razão que, cada vez mais, a rede está a ser apertada em torno do Iraque. Se tem as tais armas de destruição maciça, as mesmas acabarão por ser encontradas. Se não as tiver será uma derrota colossal para os EUA e defensores dessa tese.

Mais perigoso, na minha perspectiva, não é propriamente a cedência do Iraque a algumas das exigências da ONU mas sim um ataque não percebido pela comunidade internacional como sendo fundamental. É importante não nos esquecermos que na Guerra do Golfo em 1991, faziam parte da coligação muitos países islâmicos e árabes. Desde a Síria, Turquia, Egipto, Malásia, Afeganistão, Bahrain, Kuwait, Oman, Qatar, Arábia Saudita, EAU, Marrocos, Paquistão e Senegal. Foi uma coligação com uma base muito larga e heterogenea. Nessa altura, os ataques desferidos por Saddam Hussein contra Israel e a colagem à causa palestiniana teve por objectivo a ruptura da coligação e incendiar por completo toda a região com o envolvimento do estado judaico na contenda. Falhou nas suas intenções.

Hoje, um eventual ataque contra o Iraque ferido de ilegitimidade poderá ter, aí sim consequências catastróficas no mundo árabe ao nível da opinião pública e da capacidade dos regimes árabes pró-ocidentais em aguentarem o poder.

Provedor
Avatar do Utilizador
 
Mensagens: 171
Registado: 9/1/2003 11:57

Re: Curdos + União Europeia

por Provedor » 10/2/2003 21:29

amsf Escreveu:[color=green]
Após a "vitória" não serão o curdos a sentar-se à mesa das negociações mas a Turquia...os Curdos do Norte do Iraque fornecerão carne e sangue, a Turquia bases e portos mas serão estes a dizer uma palavra em relação ao destino dos Curdos...e uma ajudinha para a adesão da Turquia à União Europeia também não seria mau...há uns 2 meses os EUA intrometeram-se neste assunto apadrinhando a adesão da Turquia à UE.

Completamente de acordo.

amsf Escreveu:Na prática quem governa a Turquia em relação a estes assuntos não é o governo (neste momento um partido islámico) mas a élite militar...

Subscrevo inteiramente.

Provedor
Avatar do Utilizador
 
Mensagens: 171
Registado: 9/1/2003 11:57

Re: Mais ainda...

por Provedor » 10/2/2003 21:28

Sol Dado Escreveu:Que interesses estão por detrás da posição francesa?
Isto da luta pela independência da europa (e do anti-americanismo)... é só fumaça para esconder os verdadeiros interesses geostratégicos da França!

Sol Dado, entendo ser a Europa do espaço da UE muito mais observadora do Direito Internacional do que os EUA actuais. Posto este preâmbulo, é sabido e conhecido que as nações são egoístas na definição da sua política externa. Felizmente, a Europa não está disposta a embarcar em aventuras perigosas sem certezas. Valha-nos isso.
Sol Dado Escreveu:A verdade é só uma, na Europa ninguém luta pela Europa. Na Europa cada um luta por si...

A verdade nunca é solteira. É a sua opinião com a qual concordo em parte. Os países mais poderosos tentam fazer "valer" os seus pontos de vista para defesa dos seus interesses. Por isso mesmo é que ainda não temos uma Europa unida politicamente. Nem mesmo nós comungamos das mesmas perspectivas que os nossos vizinhos espanhois, quanto mais os 15!
Sol Dado Escreveu:E sem dúvida que há uma tentativa de hegemonia Franco-Alemã. Estes consideram-se os donos da Europa. Do outro lado, os ingleses não sabem o que é isso de Europa... enquanto os pequenos cá vão ao sabor das ondas que uns e outros fazem!

Não sei se se consideram os donos da Europa mas que há uma tentativa de domínio há. Aliás, o eixo franco-alemão resulta da necessidade de estarem combinadas a 1ª nação continental mais poderosa militarmente na UE com a nação mais rica do mesmo espaço. Para além disso porque não conjecturar sobre ser essa uma das formas de "matar" velhos traumas?

Sol Dado Escreveu:Só faltava mesmo era dar cabo da NATO!
Ok, depois disso, vamos nós assinar um acordo transatlântico com os USA, porque antes americano do que alemão ou francês... antes mais um Estado dos USA do que mais uma região espanhola! ... A não ser que nos viremos para Marrocos...

Dessas opções todas, ainda preferia estar sobre a alçada de Madrid. Estaríamos todos muito melhor do que neste momento.

Provedor
Avatar do Utilizador
 
Mensagens: 171
Registado: 9/1/2003 11:57

De acordo!

por CyberNet » 10/2/2003 16:35

Provedor:
Felizmente que estamos de acordo nas generalidades!
hehehe!


Provedor escreveu:

se fomos nós os responsáveis por tudo o que de dramático aconteceu nos EUA, porque é que os descendentes dos escravos não nos processam a nós europeus mas sim ao governo norte-americano pela escravatura?


Resposta:

O que vai acontecer é o seguinte:

1) Os descendentes dos indios processam o governo norte-americano.
2) No fim, caso haja indeminização a pagar, o governo dos Estados Unidos remete a factura à Europa!
3) A Europa, ao reconhecer os seus erros do passado, paga a factura, com, no entanto, alguma contestação e hesitação.
4) E assim os USA garantem ajuda militar quando esta Europa estiver "castrada" em alguma operação militar em casa ou fora dela! (hehehe... lolololol)
5) E vivem todos muito felizes!!!
6) Excepto Bin Laden!!!

:mrgreen: :)
CyberNet
 

Curdos + União Europeia

por amsf » 10/2/2003 16:31


Após a "vitória" não serão o curdos a sentar-se à mesa das negociações mas a Turquia...os Curdos do Norte do Iraque fornecerão carne e sangue, a Turquia bases e portos mas serão estes a dizer uma palavra em relação ao destino dos Curdos...e uma ajudinha para a adesão da Turquia à União Europeia também não seria mau...há uns 2 meses os EUA intrometeram-se neste assunto apadrinhando a adesão da Turquia à UE.

Na prática quem governa a Turquia em relação a estes assuntos não é o governo (neste momento um partido islámico) mas a élite militar...não me admiraria que fosse encenado um grande ataque terrorista contra a Turquia como forma de obrigar os países europeus renitentes a aderirem à guerra...reparem que o terrorismo ojectivamente pouco tem a ver com a questão do Iraque mas no caso de na Europa ou EUA acontecer algo semelhante ao 11 de Setembro o Iraque é que vai pagar as favas...neste momento o que mais anceiam os EUA é um ataque terrorista de grande invergadura contra a França ou Alemanhã...seria ouro sobre azul...
amsf
 

Mais ainda...

por Sol Dado » 10/2/2003 16:23

Que interesses estão por detrás da posição francesa?

Isto da luta pela independência da europa (e do anti-americanismo)... é só fumaça para esconder os verdadeiros interesses geostratégicos da França!

A verdade é só uma, na Europa ninguém luta pela Europa. Na Europa cada um luta por si...

E sem dúvida que há uma tentativa de hegemonia Franco-Alemã. Estes consideram-se os donos da Europa. Do outro lado, os ingleses não sabem o que é isso de Europa... enquanto os pequenos cá vão ao sabor das ondas que uns e outros fazem!

Por isso, ... deixem-se de tretas...

Só faltava mesmo era dar cabo da NATO!
Ok, depois disso, vamos nós assinar um acordo transatlântico com os USA, porque antes americano do que alemão ou francês... antes mais um Estado dos USA do que mais uma região espanhola! ... A não ser que nos viremos para Marrocos...

As crises têm a virtude de (poder) acabar com o cizentismo! E é cada vez mais difícil ser "independente". Pois, ... esta é que é esta!

Sol Dado
 
Mensagens: 333
Registado: 8/11/2002 8:29

por Provedor » 10/2/2003 16:13

CyberNET: Ironia!!! Escreveu:Uma pergunta:

Que interesses estão por detrás da cedência da Turquia aos EUA (não esquecer que o governo actual é dito islámico)?

Já dizia a cantora "Money makes the world go round" ;)

Provedor
Avatar do Utilizador
 
Mensagens: 171
Registado: 9/1/2003 11:57

AMARELO !!!

por CyberNet » 10/2/2003 16:12

amsf:

Estas discussões não levam a lado nenhum...espero que as pessoas que vos lêem consigam perceber que o mundo não preto e branco mas cinzento...


Errado: o mundo não é preto, nem branco, nem cinzento. A partir de agora, o mundo é AMARELO, ou parece AMARELO senão vejamos:

Capablanca:
Penso ser claro que a subida do ouro não poderá mais ser considerada como um ressalto contra a tendência de longo prazo bear. O ouro está no máximo de 6 anos, é um bull market. É um bull market com 1 ano e meio de idade depois de 21 anos de bear market.
CyberNet
 

por Provedor » 10/2/2003 16:11

CyberNET Escreveu:Retirando o sentido da sua resposta, que é perceptivel, eu respondo ás suas interrogações da seguinte forma: AFIRMATIVO.

Creia-me CyberNET, pensei que para limpar as nódoas utilizasse Skip mas, na realidade, parece-me que utiliza mesmo é ácido sulfúrico. Esse, sem dúvida, limpa tudo! Até alguma memória.

CyberNET Escreveu:Os colonizadores EUROPEUS da América do Norte, que se divertiam a praticar caça ao indio E RESPECTIVO EXTERMINIO e a receber prémios pelos respectivos TROFÉUS, enriqueceram orgulhosamente (e de consciência convicta que tinha de ser assim, tal era o determinismo racista da época), do comércio de NEGROS AFRICANOS, que compravam aos NEGREIROS EUROPEUS que os exportavam, ora directamente de Africa, ora directamente da EUROPA, quando tinham que vir à EUROPA descarregar também alguns!
Quem ORGANIZAVA E CONTROLAVA o comércio de escravos eram ESTADOS EUROPEUS, e daí mais tarde todos os problemas e desgraças inerentes à DESCOLONIZAÇÃO dos respectivos IMPÉRIOS JÁ EM DECADÊNCIA (porque assolados por duas Guerras Mundiais) se devam ao legado EUROPEU.
E que não haja dúvidas: esta Europa tem mais responsabilidades pelo atraso económico e civilizacional de Africa do que os USA!
Só por DEMAGOGIA e MÁ FÉ se desmente isto!

Permita-me aduzir uma informação que não sei se descobriu. É que para além da caça ao índio, competiam entre eles para ver quem tinha mais cabeças de índios na sala de troféus e que valiam autênticas fortunas junto dos aficcionados bárbaros do continente europeu. Mas o CyberNET quer agora falar do processo de colonização e descolonização do continente africano? O que é que o rabiosque tem a ver com as calças? Sabe CyberNET, eu não renego o n/passado ou o passado europeu. Sei muito bem o que FOMOS e o que FIZEMOS. Agora não me venha, uma vez mais, com processos de intenções colocados na minha pessoa. Da mesma forma que NÃO NEGO o nosso passado colectivo, reservo-me o direito de manter uma abordagem crítica ao que foram, fizeram são e querem fazer os norte-americanos. Não me venham é dizer que eles são os maiores do mundo, uns tipos porreiros e que nunca fizeram mal a uma mosca. Afinal nem sequer eram americanos! Eram todos europeus!!! Aliás ainda são sabe? O Donald Rumsfeld é de origem alemão, logo o mais direitista do actual governo norte-americano nem sequer é bem americano, deve ainda ter algumas reminiscências de um passado não muito longínquo.

CyberNET Escreveu:Dito isto deixo aqui uma passagem interessante de Jean-François Revel do seu livro OBSESSÃO AMERICANA:

Citação:
«Tanto quanto sei, foram os Europeus que fizeram do século XX o mais negro de toda a história, nos domínios da política e da moral, entenda-se. Foram eles que desencadearam esses dois cataclismos de uma envergadura sem precedentes que foram as duas guerras mundiais; foram eles que que inventaram e concretizaram os dois regimes mais criminosos jamais impostos à espécie humana. E estes cú-mulos de maldade e de imbecilidade foram atingidos por nós, Europeus, num lapso de tempo inferior a trinta anos! (...) Se, à decadência europeia provocada pelas duas guerras e pelos dois totalitarismos, acrescentarmos os quebras-cabeças resultantes do Terceiro Mundo em consequência da descolonização, continua a ser na Europa que se têm de procurar os responsáveis, pelo menos parciais, dos impasses e das convulsões do subdesenvolvimento. Foi na Europa, foram a Inglaterra, a Bélgica, a Espanha, a França, a Holanda e mais tardiamente e em menor grau, a Alemanha e a Itália, que conquistaram, ou que se quiseram apropriar de outros continentes. E não vale a pena objectar com o extermínio dos indios e a escravização dos negros nos Estados Unidos. Porque, afinal, quem eram os ocupantes do que viriam a ser os Estados Unidos, senão os colonizadores europeus? E a quem é que esses colonos europeus compravam escravos, senão aos negreiros europeus?»

Isto é realmente assinalável! É óbvio que para fazer valer determinados pontos de vista se recorre a tudo. Tenho pena é que os EUA independentes tenham continuado o próspero negócio da escravatura que lhes dava um jeitaço. É que os índios, para além das sucessivas chacinas de que foram sendo alvos e privação do seu espaço territorial de gerações naturais, acabaram por se revelar uns maus escravos, daí a necessidade de importar em grandes quantidades os africanos. Quanto aos europeus, não é de estranhar o seu domínio no comércio na qualidade de fornecedores. Afinal quem eram as potências colonizadoras da altura? Mas continuo a estranhar é que os humanistas e tipos fantásticos que foram e são os americanos tenham demorado tantas gerações a equiparar os índios e os negros à demais população americana. Realmente os genes e herança cultural europeia estava bem enraízada neles. Pelo tempo que demorou a desaparecer, é notável!

CyberNET Escreveu:Nota 1:
A propósito de DESCOLONIZAÇÃO: os USA ameaçaram Portugal com sanções caso este não procedesse à respectiva descolonização!
Estávamos antes da Revolução dos Cravos (25 de Abril).
A Inglaterra pôs-se ao lado dos USA. (como quem diz: se eu tive que descolonizar vocês também descolonizam).
Poís quando da India, os USA ameaçaram a Inglaterra com uma guerra caso esta não procedesse a vias de facto com a respectiva descolonização!
Até admira que hoje sejam assim tão "intímos"...
Na minha opinião: se não os consegues vencer, junta-te a eles. (a Rússia parece ir pelo mesmo caminho, ocasionalmente dividida por alguma Europa por quem se identifica...)

Nem vou discutir isto. Aconselho-o a ler o seguinte livro "A descolonização portuguesa - as responsabilidades" do Prof. Dr. Manuel Gonçalves Martins. Pode ser que encontre algumas referências interessantes relativamente a este processo.

CyberNET Escreveu:Nota 2:
Mesmo se tivermos em conta o RACISMO dos USA (que ainda existe, mas em vias de desaparecer...) no séc XX, concluimos que faz parte de uma cultura de superioridade EUROPEIA que... e utilizo o seguinte termo ...CONTAMINOU um território virgem onde o sentimento de racismo não existia nas tribos indias originalmente residentes nos USA!
Conclusão: o racismo actualmete existente nos USA, deve-se a uma CULTURA EUROPEIA exportada por esta EUROPA para esse território!

Ahahahahahahha. Esta não aguentei! Ao ponto a que chegámos! Aliás, não exportámos só isso. Mesmo as civilizações pré-colombianas, as castas da Índia e a forma como as tribos índias em guerra se tratavam umas às outras fomos nós que lhes transmitimos esses sentimentos. Até devorar literalmente o inimigo, os antropófagos que por aí andaram/andam, fomos nós os europeus que o transmitimos a todos os povos do mundo inteiro através da colonização. É que antes eram todos puros à la utopia de Moro e de repente eis que apareceu o branco europeu para destabilizar tudo. Caramba!

CyberNET Escreveu:Não esquecer, que a cultura é algo que está ou fica muito "embutido" numa população, num povo, e cuja manutenção ou eliminação nunca acontece de um dia para outro, demora gerações. Daí que o termo aculturação, que significa a absorção de uma cultura, normalmente demora muito tempo.
A cultura ESCLAVAGISTA exportada pela Europa para os USA, ao passar de geração em geração, demorou muito tempo a fazer desaparecer (porque é má cultura) e ainda existe actualmente (o combate ainda não chegou ao fim... e à medida que o tempo passa e a lei é clara, as formas de manutenção dessa cultura assumem cada vez mais um carácter subtil! É o caso de detenções policiais arbitrárias ou supérfluas de suspeitos negros com as consequentes penas de prisão perpétuas ou penas de morte dramaticamente incorrectas).

Aqui perfeitamente de acordo excepto no que se refere à nossa responsabilidade sobre o assunto. Acha que ainda devemos dizer aos alemães que são uns nazis por causa do que aconteceu há 60 anos atrás? E há outro aspecto que não percebo, se fomos nós os responsáveis por tudo o que de dramático aconteceu nos EUA, porque é que os descendentes dos escravos não nos processam a nós europeus mas sim ao governo norte-americano pela escravatura?

CyberNET Escreveu:Após a Segunda Guerra, o receio dos USA era serem invadidos pelos países mais beligerantes da Europa e não pelo bloco comunista (quem diria, hem?). Daí que eles procuraram condicionar o desenvolvimento da Europa e lançaram um plano "Marshall" confiando na tese de que - mais desenvolvimento económico, gera mais democracia, logo paz - vamos lá ver se eles não se enganam em relação à China(?).

Esta tese é inovadora, no que se refere à Europa. A Europa completamente destruída ameaçava os EUA? Para aferir bem do Estado em que se encontrava a Europa no fim da guerra aconselho-o também a dar uma vista de olhos pelo "Outono Alemão" de Stig Dagermann. Mas mais, a forma como a Europa foi dividida e ocupada, a corrida ao armamento que se lhe seguiu contraria por completo essa tese.

CyberNET Escreveu:Este senhor é escritor e filósofo e está bem informado, tanto da Europa como dos USA e outras zonas do mundo.
Acima de tudo é um crítico que tem a sua opinião (e tem o direito de a ter) e deve ser minimamente considerado poís este seu livro surgiu porque lho convidadaram a escrever há alguns anos atrás (ainda não tinha ocorrido o 11 de Setembro e o livro já estava praticamente no fim).
Certamente é também um critico dos USA, porque nenhum Estado é isento de erros, parvoíces, lacunas, idiotisses, entre outros.
Não faço ideia se há muitos ou poucos como ele, mas que dá a sua contribuição para melhor ficarmos esclarecidos, lá isso é indiscutivel, e nesse sentido, estamos todos muito agradecidos, sejamos nós quem formos, estejamos nós onde estivermos.
Hajam mais como ele (ou diferentes) e este mundo fica mais rico e esclarecido.

Perfeitamente de acordo CyberNET. O senhor tem todo o direito à sua opinião. Mas não tenho dúvidas que a sua notoriedade cresceu exponencialmente graças ao presente momento e à coincidência de calendário do seu último livro. O que eu queria dizer é que é apenas mais uma opinião. E neste momento há muitas mais em sentido contrário face ao momento que se vive actualmente.

CyberNET Escreveu:Conclusão: há que ser prático, ter os pés assentes no chão, continuar a respeitar os valores da liberdade e democracia, lutar contra as influências nefastas que eventualmente as religiões tenham, reformar o direito internacional, procurar criar uma Nova Ordem Mundial ao longo dos próximos anos na ONU e com a participação de todos (demora décadas, e não é com uma guerrazita estilo self-service Europeu - Kosovo), e...
o Saddam ainda está lá? Porra, o que é que estão à espera?
Ah... já me esquecia, um recado para os USA: quando iniciarem uma tarefa, levem-na até ao fim e não a deixem a meio caminho! Nem parece vosso! (ex: guerra do Golfo 1990).

De acordo.

CyberNET Escreveu:Quanto à Europa: deviam ter vergonha pelo que fizeram estas décadas todas e o mais grave... é que não têm!
Muita importância os USA dão a esta Europa apesar de tudo, caso contrário... o Iraque já estava em vias de rejuvenescer!

Ainda bem que ainda há quem chame os EUA à razão e a colocar os pés na terra. Como alguém aqui já disse várias vezes e bem, contrariamente à doutrina Bush, nem tudo é branco ou preto, há muitos tons de cinzento!

Provedor
Avatar do Utilizador
 
Mensagens: 171
Registado: 9/1/2003 11:57

por CyberNET: Ironia!!! » 10/2/2003 15:44

Quis ser irónico!

O que é importante nestas coisas é a opinião pública estar informada...é preciso não ser ingénuo...saber que por trás das decisões americanas e europeias, iraquianas e outras existem interesses...é preciso desmarcarar esses interesses...

Uma pergunta:

Que interesses estão por detrás da cedência da Turquia aos EUA (não esquecer que o governo actual é dito islámico)?
CyberNET: Ironia!!!
 

amsf: O Ocidente o mau???

por CyberNET » 10/2/2003 15:26

Se o Ocidente é o mau...
O Islão é o quê?
Os paises Islamicos são o quê?

A Santa religião celestial humanitária?
CyberNET
 

por amsf » 10/2/2003 15:14



O vosso esgrimir de argumentos entre quem são os "bons"...se os EUA ou Europa leva-me a uma conclusão:

O "Ocidente" definitivamente é o "mau" pois tanto uns quanto os outros fazem parte desse conceito...

Estas discussões não levam a lado nenhum...espero que as pessoas que vos lêem consigam perceber que o mundo não preto e branco mas cinzento...
amsf
 

Ora vamos "alongar" a memória!

por CyberNET » 10/2/2003 14:56

Provedor disse:

O que é engraçado é ver algumas tiradas facciosas e "limpadoras" das coisas. É que sabe Cybernet, nem tanto ao mar nem tanto à terra. Então fomos nós europeus que chacinámos os índios do oeste americano? Esta Europa? Sim senhora. Da mesma forma que foi esta EUROPA que até aos anos 60 discriminava os negros nos EUA? Suponho. Fomos também nós que perpetuámos a escravatura nos EUA até à sua abolição, presumo.


Retirando o sentido da sua resposta, que é perceptivel, eu respondo ás suas interrogações da seguinte forma: AFIRMATIVO.

A seguir transcrevo a resposta de JAS: (90%)

Quanto à chacina dos índios vejamos alguns dados:
A independência verificou-se apenas em 1776 e, antes disso, os cidaões eram ingleses e portanto europeus. A campanha contra os Cherokees ocorreu ente 1774 e 1776, donde se conclui que quem matou esses foram os europeus.
Contra os Iroquois ocorreu já em 1778-79. Nessa data os "americanos genuínos" ainda só podiam ter 3 anos de idade e, por muito precoces que pudessem ser, não davam tiros em índios adultos. Temos de concluir que que quem matou os índios ainda foram os europeus...
Em 1789 os EUA tinham apenas 4 milhões de habitantes, de origem fundamentalmente anglo-saxónica, e nos anos seguintes registou-se uma forte imigração a partir da Europa. Em 1860 a população era de apenas 31 milhões de habitantes e seria fácil fazer as contas para determinar quantos seriam os "americanos" e quantos seriam "europeus".
A progressão para Oeste, com mais matanças de índios, realizou.se a partir de 1825 e, reza a história, foi feita "por imigrantes de origem anglo-saxónica, escandinavos e holandeses". Mais uma vez foram europeus(apesar de nos filmes de cow-boys eles terem sotaque americano...) quem matou os índios.
E quem matou os "índios" na América do Sul foram os espanhóis que arrasaram civilizações inteiras e os Portugueses, em menor grau, que fizeram o mesmo no Brasil. Mais uma vez Europeus...


A resposta notável de JAS ajuda a (90%), o que desde já fico agradecido!
Os restantes (10%) cabe-me a mim responder: :mrgreen:


Os colonizadores EUROPEUS da América do Norte, que se divertiam a praticar caça ao indio E RESPECTIVO EXTERMINIO e a receber prémios pelos respectivos TROFÉUS, enriqueceram orgulhosamente (e de consciência convicta que tinha de ser assim, tal era o determinismo racista da época), do comércio de NEGROS AFRICANOS, que compravam aos NEGREIROS EUROPEUS que os exportavam, ora directamente de Africa, ora directamente da EUROPA, quando tinham que vir à EUROPA descarregar também alguns!
Quem ORGANIZAVA E CONTROLAVA o comércio de escravos eram ESTADOS EUROPEUS, e daí mais tarde todos os problemas e desgraças inerentes à DESCOLONIZAÇÃO dos respectivos IMPÉRIOS JÁ EM DECADÊNCIA (porque assolados por duas Guerras Mundiais) se devam ao legado EUROPEU.
E que não haja dúvidas: esta Europa tem mais responsabilidades pelo atraso económico e civilizacional de Africa do que os USA!
Só por DEMAGOGIA e MÁ FÉ se desmente isto!


Dito isto deixo aqui uma passagem interessante de Jean-François Revel do seu livro OBSESSÃO AMERICANA:

«Tanto quanto sei, foram os Europeus que fizeram do século XX o mais negro de toda a história, nos domínios da política e da moral, entenda-se. Foram eles que desencadearam esses dois cataclismos de uma envergadura sem precedentes que foram as duas guerras mundiais; foram eles que que inventaram e concretizaram os dois regimes mais criminosos jamais impostos à espécie humana. E estes cú-mulos de maldade e de imbecilidade foram atingidos por nós, Europeus, num lapso de tempo inferior a trinta anos! (...) Se, à decadência europeia provocada pelas duas guerras e pelos dois totalitarismos, acrescentarmos os quebras-cabeças resultantes do Terceiro Mundo em consequência da descolonização, continua a ser na Europa que se têm de procurar os responsáveis, pelo menos parciais, dos impasses e das convulsões do subdesenvolvimento. Foi na Europa, foram a Inglaterra, a Bélgica, a Espanha, a França, a Holanda e mais tardiamente e em menor grau, a Alemanha e a Itália, que conquistaram, ou que se quiseram apropriar de outros continentes. E não vale a pena objectar com o extermínio dos indios e a escravização dos negros nos Estados Unidos. Porque, afinal, quem eram os ocupantes do que viriam a ser os Estados Unidos, senão os colonizadores europeus? E a quem é que esses colonos europeus compravam escravos, senão aos negreiros europeus?»


Nota 1:
A propósito de DESCOLONIZAÇÃO: os USA ameaçaram Portugal com sanções caso este não procedesse à respectiva descolonização!
Estávamos antes da Revolução dos Cravos (25 de Abril).
A Inglaterra pôs-se ao lado dos USA. (como quem diz: se eu tive que descolonizar vocês também descolonizam).
Poís quando da India, os USA ameaçaram a Inglaterra com uma guerra caso esta não procedesse a vias de facto com a respectiva descolonização!
Até admira que hoje sejam assim tão "intímos"...
Na minha opinião: se não os consegues vencer, junta-te a eles. (a Rússia parece ir pelo mesmo caminho, ocasionalmente dividida por alguma Europa por quem se identifica...)


Nota 2:
Mesmo se tivermos em conta o RACISMO dos USA (que ainda existe, mas em vias de desaparecer...) no séc XX, concluimos que faz parte de uma cultura de superioridade EUROPEIA que... e utilizo o seguinte termo ...CONTAMINOU um território virgem onde o sentimento de racismo não existia nas tribos indias originalmente residentes nos USA!
Conclusão: o racismo actualmete existente nos USA, deve-se a uma CULTURA EUROPEIA exportada por esta EUROPA para esse território!
A propósito desta cultura de superioridade EUROPEIA, destaco os inúmeros debates que ocorreram no parlamento britânico no séc XVIII, onde se discutiu que o "Homo Sapiens" não podia ter surgido noutro lugar que não o território britânico.
Por outros palavras: os nossos hermanos Inglêses não aceitavam que o "Homo Sapiens" tivesse surgido fora de Inglaterra.
Este é um dos melhores exemplos da superioridade arrogante da cultura Europeia, que ainda conserva resquícios actuais... daí as enormes frustações desta Europa em já não ser o centro do mundo.

Não esquecer, que a cultura é algo que está ou fica muito "embutido" numa população, num povo, e cuja manutenção ou eliminação nunca acontece de um dia para outro, demora gerações. Daí que o termo aculturação, que significa a absorção de uma cultura, normalmente demora muito tempo.
A cultura ESCLAVAGISTA exportada pela Europa para os USA, ao passar de geração em geração, demorou muito tempo a fazer desaparecer (porque é má cultura) e ainda existe actualmente (o combate ainda não chegou ao fim... e à medida que o tempo passa e a lei é clara, as formas de manutenção dessa cultura assumem cada vez mais um carácter subtil! É o caso de detenções policiais arbitrárias ou supérfluas de suspeitos negros com as consequentes penas de prisão perpétuas ou penas de morte dramaticamente incorrectas).



Provedor disse:

Quanto ao discurso militarista. Que grandes perigos com armamento convencional esperam os EUA para se armarem até aos dentes como afirma?


Após a Segunda Guerra, o receio dos USA era serem invadidos pelos países mais beligerantes da Europa e não pelo bloco comunista (quem diria, hem?). Daí que eles procuraram condicionar o desenvolvimento da Europa e lançaram um plano "Marshall" confiando na tese de que - mais desenvolvimento económico, gera mais democracia, logo paz - vamos lá ver se eles não se enganam em relação à China(?).
Actualmente os USA não querem depender de ninguém do ponto de vista militar (até pode ser, no pior cenário, que esta crise da NATO acabe no seu desfecho definitivo, e quem fica pior é esta Europa), e por outro lado é toda uma indústria, uma autêntica locomotiva tecnológica, que não faz sentido parar em termos de evolução tecnológica; de lembrar que esta INTERNET, é uma invenção militar (programa DARPA). As invenções militares, podem, num futuro longínquo, ter aplicação civil.
O ideal é que haja paz no mundo!
Com o fim da guerra fria, quem ganhou foi a sociedade civil, que viu muitos dos avanços tecnológicos serem desclassificados e terem aplicação no sector civil.
Por isso, ESCROQUES como Saddam Hussein, postos fora de cena, só irá acelerar todo um processo de evolução tecnológica no sentido da sociedade civil, melhoria das condições económicas, empresas cotadas, lucros interessantes, e cotações a... u know!



Provedor disse:

Quanto ao senhor francês, tenho apenas a dizer o seguinte: é natural que um velhote com 80 anos, que lutou contra os nazis ao lado da resistência na 2ª Guerra Mundial tenha um grande apreço pelos norte-americanos. Afinal terá vivido na pele a ocupação nazi ou o regime de Vichy. Contudo, e felizmente, nem todos pensam que tudo é amarelo, da mesma forma que nem todos pensam que tudo é azul. É apenas mais uma opinião. Pergunto-lhe apenas o seguinte: quantos mais há?


Este senhor é escritor e filósofo e está bem informado, tanto da Europa como dos USA e outras zonas do mundo.
Acima de tudo é um crítico que tem a sua opinião (e tem o direito de a ter) e deve ser minimamente considerado poís este seu livro surgiu porque lho convidadaram a escrever há alguns anos atrás (ainda não tinha ocorrido o 11 de Setembro e o livro já estava praticamente no fim).
Certamente é também um critico dos USA, porque nenhum Estado é isento de erros, parvoíces, lacunas, idiotisses, entre outros.
Não faço ideia se há muitos ou poucos como ele, mas que dá a sua contribuição para melhor ficarmos esclarecidos, lá isso é indiscutivel, e nesse sentido, estamos todos muito agradecidos, sejamos nós quem formos, estejamos nós onde estivermos.
Hajam mais como ele (ou diferentes) e este mundo fica mais rico e esclarecido.



Conclusão: há que ser prático, ter os pés assentes no chão, continuar a respeitar os valores da liberdade e democracia, lutar contra as influências nefastas que eventualmente as religiões tenham, reformar o direito internacional, procurar criar uma Nova Ordem Mundial ao longo dos próximos anos na ONU e com a participação de todos (demora décadas, e não é com uma guerrazita estilo self-service Europeu - Kosovo), e...
o Saddam ainda está lá? Porra, o que é que estão à espera? :shock:

Ah... já me esquecia, um recado para os USA: quando iniciarem uma tarefa, levem-na até ao fim e não a deixem a meio caminho! Nem parece vosso! (ex: guerra do Golfo 1990).
Quanto à Europa: deviam ter vergonha pelo que fizeram estas décadas todas e o mais grave... é que não têm!
Muita importância os USA dão a esta Europa apesar de tudo, caso contrário... o Iraque já estava em vias de rejuvenescer!

:mrgreen:
CyberNET
 

Próximo

Quem está ligado:
Utilizadores a ver este Fórum: fatura.pt, Google [Bot], HFCA, niceboy, PacoNasssa, Pmart 1 e 299 visitantes