Outros sites Medialivre
Caldeirão da Bolsa

Os últimos dias da Torralta

Espaço dedicado a todo o tipo de troca de impressões sobre os mercados financeiros e ao que possa condicionar o desempenho dos mesmos.

O que é que o Jogo?

por Thomas Hobbes » 24/6/2005 23:49

Tem a ver com a reabilitação de uma zona espectacular como troia?

Podiam fazer resorts para familias como fazem em espanha bem junto a praia....

Mas não apostam em coisas de super luxo e em casinos

mentalidade bruxessa...
Todo o Homem tem um preço, nem que seja uma lata de atum
Avatar do Utilizador
 
Mensagens: 862
Registado: 30/12/2003 12:36
Localização: sintra

por luiz22 » 24/6/2005 23:28

Governo e Sonae relançam investimento turístico em Tróia

O ministro da Economia e da Inovação, Manuel Pinho, e o presidente da Sonae, Belmiro de Azevedo, assinam na próxima segunda-feira a revisão do contrato de investimento e da concessão da exploração da zona de jogo de Tróia, que permitirá relançar o projecto de investimento turístico para a península de Tróia.



A Sonae compromete-se a construir uma nova unidade de alojamento, uma marina, um parque de recreio aquático, um centro desportivo e um centro equestre.
Com a transferência da concessão da zona de jogo de Tróia para a Amorim Entertnaiment e Gaming International, esta sociedade ficará responsável pela construção e exploração do Casino, de um centro de congressos e pela recuperação de um hotel para classificação de cinco estrelas.

Com o plano definitivo de investimento (PDI) prevê-se um aumento de 8% no emprego no conjunto dos concelhos de Grândola, Álcacer do sal e Setúbal. O valor acrescentado bruto (VAB) está estimado em 37,4 milhões de euros, sendo que o VAB induzido será de 67,3 milhões de euros.

24-06-2005 18:40:54
 
Mensagens: 1700
Registado: 26/11/2004 23:00
Localização: Belém-Lisboa

Pois vai xanax

por mcarvalho » 23/6/2005 19:13

A não ser que haja outros heróis que nascem ricos e meninos do papá.. têm dinheiro para serem revolucionários.. espezinham tudo e todos e fazem pouco do homem das botas de Santa Comba Dão por ser pobre, humilde e honesto e , sobretudo por não terem a sua inteligencia nem a sua capacidade de trabalho nem de saber perdoar... porque, se fosse ao contrário esse palermas não perdoariam como não perdoaram aos seus mais fieis seguidores ou criados ,nao sei.... Sugiro a alguns, se me for permitido , que estudem um pouco a história e , se ainda tiverem alguma capacidade de pensar, se é que sabem o que isso é, que o faça para que , um dia mais tarde não se envergonhem deles mesmos se é que ainda exite vergonha ou se sabem o que isso é.
mcarvalho
 
Mensagens: 7051
Registado: 17/2/2004 1:38
Localização: PORTO

por Rainmaker » 22/6/2005 11:12

acho que só há uma zona no país com potencial turistico superior a Troia. Costa da Caparica é uma zonal claramente mal aproveitada pelo edil almadense. Investimento em feito podia tranformar a costa na Varadero ou Florida portuguesa. Mas não, prefeirmos andar em caminhos de terra e a almoçar em barracas na praia, em vez de termos hoteis resort ***** É a pequenez do tuga
You tell me we can start the rain. You tell me that we all can change. You tell me we can find something to wash the tears away.
Avatar do Utilizador
 
Mensagens: 41
Registado: 7/6/2005 11:12

Pois eu acredito que é desta e que .....

por Xanax » 22/6/2005 10:36

o Belmirinho em 3 anos vai fazer de Troia o 3º destino turístico Nacional , a seguir ao Algarve e à Madeira.
São projectos estruturantes como este (Sea , Sun and Sand) que quando bem delienados e ambientalmente pensados e claro apoiados estratégicamente em convite dos principais players turisticos internacionais, que poderão dar a Portugal algum rumo e esperança. Podem escrever, Troia entre 2009 e 2025 vai ser um dos destinos turisticos balneares/oceanicos mais falado da Europa. Seja bem vindo srº Engº, começo a acreditar convictamente no projecto/conceito de Troia e na revitalização da 4ª Baia mais bela do mundo. Viva Trrrróóóía.
Xanax
Cumps
Avatar do Utilizador
 
Mensagens: 638
Registado: 5/12/2002 17:48
Localização: Lisboa

por Kooc » 22/6/2005 9:07

as famosas nacinalizações, e os heróis delas, desaparecidos na semana passada, quase com honras de estado, e com um branqueamento do passado, que devia envergonhar os historiadores. é como esse artigo, a culpa não é de nimguém...

enfim
Avatar do Utilizador
 
Mensagens: 1274
Registado: 30/11/2002 0:36
Localização: Amadora

Os últimos dias da Torralta

por mcarvalho » 21/6/2005 23:01

Os últimos dias da Torralta
Celso Filipe


Da euforia que marcou a sua construção, passando pelo afundamento em 1974, o projecto aguarda o avanço das obras.

Os adjectivos servem para classificar, e um primeiro olhar contemplativo sobre o complexo turístico de Tróia traz alguns pensamentos, mas todos de sentido único: desolador, triste, nostálgico ou decadente, podem encaixar nesta fotografia sem trair a realidade.

Tróia, ou melhor, a Torralta, é um empreendimento que já transmitiu vários estados de espírito. Da euforia que marcou o início da sua construção (em 1972), passando pelo afundamento empresarial após o 25 de Abril de 74 e a venda à Socifa em 1989, e uma inesperada caminhada para o abismo, até à salvação, em 1998, quando a Sonae comprou os créditos detidos pelo Estado sobre a empresa.

A aquisição da Torralta pelo grupo de Belmiro de Azevedo acendeu uma luz de esperança, mas sete anos passados pouco mudou. O senhor André, motorista único da praça de táxis de Tróia há 12 anos, sintetiza este balanço emocional: “Já ouvi tanta coisa que só quando vir as obras é que acredito. Mas é uma tristeza, uma pena ver tudo assim”.

Este taxista ainda nos vai fazer uma visita guiada por Tróia, mas antes é preciso explicar como lá se chega. Tome-se como ponto de referência Setúbal e, a partir daí, nada mais fácil. O carro ruma à doca das Fontainhas, onde se compra o bilhete para o ‘ferry’ e eis que se está a atravessar o estuário do Sado a bordo do Mira Praia, em 25 minutos de viagem com a cidade pelas costas até atingir a Ponta do Adoxe.

Durante o percurso foram estas as notas tiradas como eventuais tópicos para colorir a reportagem. Os homens de etnia cigana que vendem relógios, óculos e outros artefactos nas Fontainhas, a meia dúzia de estrangeiros que viajam no barco e que, possivelmente, são jogadores de golfe, ou o marinheiro do Mira Praia, bigode branco e farfalhudo, que almoça na mesa comprida do refeitório, tendo por única companhia uma garrafa de litro de vinho tinto.

Chega-se então ao destino e à conversa com o senhor André, estacionado junto à paragem de autocarros, com quem se combina um passeio pela Torralta. “Tudo está negativo” alerta o nosso recém-nomeado guia turístico, referindo-se ao complexo turístico em particular, e ao País em geral.

O seu comentário, aplicado a Tróia, é justo. À excepção da torre Magnóliamar e dos apartamentos, propriedade de privados, tudo o resto está ao abandono e a construção das infra-estruturas nunca chegou a ser terminada. O complexo das piscinas olímpicas agoniza em estado vegetativo, duas torres aguardam pela sentença de implosão e uma terceira espera pacientemente que, ao fim de 20 e muitos anos, seja um dia utilizada para o propósito de turismo que originou a sua construção. Uma outra zona de piscinas, conhecida como o Bico das Lulas, compete com a primeira em matéria de deterioração, os campos desportivos têm a relva aparada mas estão desertos, o velho edifício que albergará o futuro casino está vedado, e o estaleiro destinado a fazer a serventia das obras. Como estas não existem, é um mamarracho inútil.

Mais adiante, o campo de golfe funciona, e do outro lado da estrada (à esquerda de quem se dirige para Sul), está a única estrutura construída recentemente em Tróia. Trata-se, por estranho que pareça, de um morcegário. Sim, uma nova casa destinada a receber os morcegos rabudos que vivem numa das torres condenada à implosão, mas que até agora desdenham a nova casa e se recusam a mudar.

Em locais pouco frequentados não é de estranhar que a presença de dois jornalistas chame a atenção da segurança do complexo, que acaba por nos acompanhar à distância, mas pouco discretamente, durante o resto da visita. O taxista ainda se recorda dos concursos de miss Portugal nos anos 90, e os seus olhos brilham quando fala do apresentador Jorge Gabriel, sempre divertido, camarada e bem disposto.

Memórias difíceis
Quem tem outras memórias é António Eduardo. Trabalhador da Torralta desde 1972, lembra os “momentos muito difíceis” passados em 1997 durante a “maratona de julgamentos no Tribunal de Grândola e quando havia o perigo da empresa fechar”. “Foi angustiante” desabafa, enquanto afaga o queixo, talvez a pensar no turbilhão de sentimentos que o terão assaltado na altura, para de seguida atribuir o mérito da salvação da Torralta ao administrador judicial, João Carvalho das Neves. “Foi uma pessoa extraordinária. Talvez tenha sido devido a ele que a empresa não faliu”.

Rebobinando o filme da Torralta, criada pelos irmãos Agostinho e José da Silva, António Eduardo diz que, visto à distância, “talvez eles tenham sido ligeiramente megalómanos” nos projectos para o empreendimento.

Agora, um outro futuro está à porta e Tróia deverá renascer, na plenitude, para o turismo, em 2008. Um acontecimento a que António Eduardo já não deverá assistir como trabalhador. “Deve estar a chegar a hora de me reformar, mas como moro em Setúbal hei-de cá vir fazer as minhas visitas. Passei aqui bons momentos, principalmente nos primeiros anos”.

Um aperto de mão confiante, as habituais palavras de despedida e é tempo de regressar. Mas como o ‘ferry’ se faz esperar registam-se mais impressões no bloco de apontamentos, para defender a memória de eventuais esquecimentos.

Feita a consulta das mesmas, a reportagem poderia terminar de uma de três formas. Pelo único casal que está na praia, a usufruir do sol do fim da tarde. Um bonito postal de férias. Pelo homem dos gelados, envergando a antiga camisola da Olá, de riscas vermelhas e brancas com a marca estampada nas costas numa oval azul, a apregoar olha o gelado, fresquinho!... Uma imagem que desperta sempre memórias. Ou então, pelos pescadores que tentam a sorte no pontão, apesar do letreiro avisar que é “proibido pescar”. Uma situação que permite explorar a teoria do contraditório. Mas não. O melhor é mesmo acabar a história por aqui.

Uma triste decisão
A vida de Agostinho da Silva confunde-se com a da Torralta - Club Internacional de Férias, por ele criada em 1962, e com a de Tróia, onde desenvolveu um projecto turístico, revolucionário para a época, com infra-estruturas como um clube hípico, uma marina e um centro de estudos oceanográficos. Hoje, o empresário tem 81 anos e continua ligado ao sector. O seu investimento mais recente é na Praia Verde, um empreendimento localizado entre Vila Real de Santo António e Monte Gordo (Algarve), mas Tróia continua a ser a sua “jóia da coroa”, em termos afectivos.

O empresário não fala com a imprensa e são os mais próximos que se encarregam de contar a história de um homem que “chegou a ser dono de meio Algarve” e desenvolveu turisticamente Tróia, como conta um seu colaborador de longa data. Agostinho da Silva nasceu na aldeia de S. Lourenço, próximo da Ericeira, e rumou a Lisboa na década de 30 para se empregar na Casa Fidalgo, ao Conde Redondo. Ganhou dinheiro na intermediação imobiliária e fez um grande negócio ao vender uma área de 1700 hectares na península de Tróia a Walter Moreira Salles, banqueiro e ex-ministro da Fazenda brasileiro. A transacção ocorreu em 1962 e, oito anos depois, Agostinho da Silva adquiriu uma parcela de terreno – 500 hectares – onde implantou o Complexo Turístico de Tróia. Na que foi a primeira experiência de “capitalismo popular”, a Torralta captou 27 mil accionistas, atraídos pela promessa de um juro de 10% (mais 3% do que os bancos ofereciam) e desenvolveu o conceito, na altura pioneiro, do direito real de habitação periódica. Os folhetos distribuídos classificavam a Torralta como o “investimento chave” e explicavam os méritos do mesmo : “com uma colocação de capital segura, uma valorização garantida, obterá um investimento numa indústria em plena expansão: o turismo”. O recurso à publicidade foi outra forma de captar os accionistas. Ficaram célebres frases publicitárias como “o meu tio, que é um homem sério, tem um cão chamado Fiel e comprou acções da Torralta”, e “um lugar para si, uma sociedade para todos”.

Agostinho da Silva não descurou nenhum pormenor para Tróia. Contratou Conceição e Silva, o arquitecto que então era uma referência (e em cujo ‘atelier’ trabalhava Tomás Taveira), para conceber o empreendimento e defendia conceitos que hoje muitos apregoam como novidade. Eis um exemplo: “As propriedades agro-pecuárias, além da missão de abastecer de produtos essenciais na indústria turística e da sua correcta integração no desenvolvimento económico regional e nacional, permitem diversificar a oferta turística mediante condições adequadas à caça e à pesca turísticas, aos desportos náuticos e outras modalidades de turismo rural”. O sonho desmoronou-se com o 25 de Abril de 74 e o empresário sucumbiu financeiramente, tendo vendido a Torralta em 1989 à Socifa, liderada por um grupo de empresários em que pontificavam Fausto de Almeida e Albino Moutinho. “Uma decisão triste de que ainda hoje não se esqueceu”, como sintetiza o mesmo colaborador.





Comentários

isabel sarmento
Li o vosso artigo sobre a Torralta em Tróia e fico surpreendida e triste por não dizerem as verdadeiras razões da falência da Torralta - a nacionalização e a autogestão foram as verdadeiras causas do que aconteceu à Torralta. É que pelo vosso artigo o que quem não sabe pode perceber é que foi uma má gestão ou o desinteresse que provocaram a falência desta empresa. Há que lembrar que nem tudo foram rosas no 25 de Abril de 74 e temos de chamar as coisas pelo nome certo!





envie o seu comentário

nome:
email (opcional):
comentário:
 
Mensagens: 7051
Registado: 17/2/2004 1:38
Localização: PORTO


Quem está ligado:
Utilizadores a ver este Fórum: acintra, Bing [Bot], darkreflection, Ferreiratrade, GamesOver, Google [Bot], karaya75, latbal, m-m, macau5m, niceboy, nunorpsilva, OCTAMA, PAULOJOAO, peterteam2, Pmart 1, slbnnbobadela e 209 visitantes