Ucrânia vs Rússia - Escalada de tensão
- Mensagens: 117
- Registado: 1/6/2025 14:58
Re: Ucrânia vs Rússia - Escalada de tensão
Deixo aqui um vídeo , em que analisa a informação sobre as baixas ucranianas que os hackers russos conseguiram obter dos sistemas informáticos na Ucrânia .
https://www.youtube.com/watch?v=UP-vY7edlF4
Foi um tema da semana .
https://www.youtube.com/watch?v=UP-vY7edlF4
Foi um tema da semana .
- Mensagens: 117
- Registado: 1/6/2025 14:58
Re: Ucrânia vs Rússia - Escalada de tensão
A última loucura da Alemanha - Trabalho forçado para aposentados
A Alemanha está no caminho da " falência " ....
Os brilhantes líderes europeus diziam que com as sansões iriam levar a Rússia â falência , pelos vistos a situação inverteu , é a europa ocidental que que poderá ir para falência ...
Tem aqui o testemunho do Caio .
Ontem estive a falar com um emigrante português que está a trabalhar em Manchester, e diz que a Inglaterra cada vez está pior , ruas cheias de lixo ,etc .
https://www.youtube.com/watch?v=PVmUBGdEIEw
A Alemanha está no caminho da " falência " ....
Os brilhantes líderes europeus diziam que com as sansões iriam levar a Rússia â falência , pelos vistos a situação inverteu , é a europa ocidental que que poderá ir para falência ...
Tem aqui o testemunho do Caio .
Ontem estive a falar com um emigrante português que está a trabalhar em Manchester, e diz que a Inglaterra cada vez está pior , ruas cheias de lixo ,etc .
https://www.youtube.com/watch?v=PVmUBGdEIEw
- Mensagens: 117
- Registado: 1/6/2025 14:58
Re: Ucrânia vs Rússia - Escalada de tensão
Quando escrevi sobre as limitações impostas a Ucrânia no início ( um rapazote veio com um comentário gratuito que alguém apagou ) eu não só tinha razão como o problema continua .
« Um processo de aprovação de alto nível do Ministério da Defesa impede a Ucrânia de disparar os mísseis ATACMS desde o final da primavera, informou o jornal econômico. "Em pelo menos uma ocasião, a Ucrânia tentou usar o ATACMS contra um alvo em território russo, mas sua autorização foi negada", disseram duas autoridades. »
https://www.wsj.com/politics/national-s ... a-432a12e1
« Um processo de aprovação de alto nível do Ministério da Defesa impede a Ucrânia de disparar os mísseis ATACMS desde o final da primavera, informou o jornal econômico. "Em pelo menos uma ocasião, a Ucrânia tentou usar o ATACMS contra um alvo em território russo, mas sua autorização foi negada", disseram duas autoridades. »
https://www.wsj.com/politics/national-s ... a-432a12e1
- Mensagens: 4719
- Registado: 14/3/2009 0:19
- Localização: 16
Re: Ucrânia vs Rússia - Escalada de tensão
Mais um vídeo do History Legends . Faz um resumo bem feito dos últimos acontecimentos .
https://www.youtube.com/watch?v=96XGZYel4A0
https://www.youtube.com/watch?v=96XGZYel4A0
- Mensagens: 117
- Registado: 1/6/2025 14:58
Re: Ucrânia vs Rússia - Escalada de tensão
Isso foi algo que muito especialistas diziam que era impossível, e os ucranianos têm superado com sucesso.
Por exemplo, os M2 Bradley estão a ser reparados dentro da Ucrânia, os Marder estão a ser reparados na Rheinmetall Ukranian Defence Industry, à semelhança de tudo que é de origem alemã, como por exemplo os Leopard 1 e 2.....
O maior desafio é manter a cadeia de fornecimento de peças, que no caso dos EUA, com Trump, é uma incógnita.
Os ucranianos, com ajuda dos inglesses e franceses, colocaram caças-bombardeiros russos Su-24 a lançar mísseis de cruzeiro europeus.
Pedro
Por exemplo, os M2 Bradley estão a ser reparados dentro da Ucrânia, os Marder estão a ser reparados na Rheinmetall Ukranian Defence Industry, à semelhança de tudo que é de origem alemã, como por exemplo os Leopard 1 e 2.....
O maior desafio é manter a cadeia de fornecimento de peças, que no caso dos EUA, com Trump, é uma incógnita.
Os ucranianos, com ajuda dos inglesses e franceses, colocaram caças-bombardeiros russos Su-24 a lançar mísseis de cruzeiro europeus.
Pedro
Re: Ucrânia vs Rússia - Escalada de tensão
Pois Pedro . Eu vejo aqui um problema .
“As forças armadas ucranianas têm cerca de 900.0000 homens, e estão equipadas com 100 caças (Mig-27, Mig-29, F-16, Mirage 2000, Su-24 e Su-25), 1.200 carros de combate (T-72, T-80, T-90, Leopard 2, M1-Abrams e Leclerc), 6.500 veículos blindados de infantaria, 5.400 peças de artilharia.....
Com tanques, blindados, artilharia e aviões de várias origens, cada um com peças e manutenção diferentes,
Um verdadeiro inferno ,um mecânico que sabe reparar um T-64 não sabe mexer num Leopard 2.
Precisas des milhares de peças de reposição em simultâneo para suportar reparações ,
So posso dizer a minha enorme admiração pelos Ucranianos , pela sua coragem , capacidade organizativa, adaptação e resiliência , não conheço caso igual
, os russos na 2.ª guerra só nos Veiculos era metade metade americano no resto 80/20 embora o material USA fosse melhor .
“As forças armadas ucranianas têm cerca de 900.0000 homens, e estão equipadas com 100 caças (Mig-27, Mig-29, F-16, Mirage 2000, Su-24 e Su-25), 1.200 carros de combate (T-72, T-80, T-90, Leopard 2, M1-Abrams e Leclerc), 6.500 veículos blindados de infantaria, 5.400 peças de artilharia.....
Com tanques, blindados, artilharia e aviões de várias origens, cada um com peças e manutenção diferentes,
Um verdadeiro inferno ,um mecânico que sabe reparar um T-64 não sabe mexer num Leopard 2.
Precisas des milhares de peças de reposição em simultâneo para suportar reparações ,
So posso dizer a minha enorme admiração pelos Ucranianos , pela sua coragem , capacidade organizativa, adaptação e resiliência , não conheço caso igual
, os russos na 2.ª guerra só nos Veiculos era metade metade americano no resto 80/20 embora o material USA fosse melhor .
- Mensagens: 4719
- Registado: 14/3/2009 0:19
- Localização: 16
Re: Ucrânia vs Rússia - Escalada de tensão
Hoje, a Ucrânia tem as segundas maiores Forças Armadas da Europa, e provavelmente a melhor, tendo em consideração os homens e o equipamento. Têm ainda uma abordagem organizada e alinhada com o Ocidente, para suas capacidades de combate.
As forças armadas ucranianas têm cerca de 900.0000 homens, e estão equipadas com 100 caças (Mig-27, Mig-29, F-16, Mirage 2000, Su-24 e Su-25), 1.200 carros de combate (T-72, T-80, T-90, Leopard 2, M1-Abrams e Leclerc), 6.500 veículos blindados de infantaria, 5.400 peças de artilharia.....
Com um cessar-fogo, ou um Acordo, nada impede que a Ucrânia se continue a fortalecer, e no curto/médio prazo tente recuperar os territórios perdidos.
Mais, não acredito que mesmo havendo um acordo, a Europa levante as sanções à Rússia.
Em 3,5 anos, a Ucrânia "destruiu" a Frota do mar Negro, invadiu a Rússia, o que não acontecia desde 1941, ataca a Rússia a milhares de kms da sua fronteira, atingiu 20% da capacidade energética russa, que foi obrigada, novamente, a suspender as exportações de gasolina, e os preços têm escalado.
Em fevereiro de 20222, a Rússia entrou num caminho sem regresso, que correu mal ao não conseguirem tomar Kiev. Quando se perde a iniciativa, é uma chatice.
Pedro
As forças armadas ucranianas têm cerca de 900.0000 homens, e estão equipadas com 100 caças (Mig-27, Mig-29, F-16, Mirage 2000, Su-24 e Su-25), 1.200 carros de combate (T-72, T-80, T-90, Leopard 2, M1-Abrams e Leclerc), 6.500 veículos blindados de infantaria, 5.400 peças de artilharia.....
Com um cessar-fogo, ou um Acordo, nada impede que a Ucrânia se continue a fortalecer, e no curto/médio prazo tente recuperar os territórios perdidos.
Mais, não acredito que mesmo havendo um acordo, a Europa levante as sanções à Rússia.
Em 3,5 anos, a Ucrânia "destruiu" a Frota do mar Negro, invadiu a Rússia, o que não acontecia desde 1941, ataca a Rússia a milhares de kms da sua fronteira, atingiu 20% da capacidade energética russa, que foi obrigada, novamente, a suspender as exportações de gasolina, e os preços têm escalado.
Em fevereiro de 20222, a Rússia entrou num caminho sem regresso, que correu mal ao não conseguirem tomar Kiev. Quando se perde a iniciativa, é uma chatice.
Pedro
Re: Ucrânia vs Rússia - Escalada de tensão
PMP69 Escreveu:
Mais, um cessar-fogo, ou uma pausa operacional, vai fortalecer a Ucrânia, correndo a Russia o risco desta tentar recuperar o terreno perdido, no curto/médio prazo.
Pedro
Isso pode ser também um dos motivos porque o Putin quer já um acordo de paz em vez de um cessar fogo. O tempo joga contra ele
Re: Ucrânia vs Rússia - Escalada de tensão
previsor Escreveu:Isso não seria bom nem para Putin nem para Trump, por isso acho menos provável. Putin provavelmente teria problemas internos por causa de uma crise económica e a continuação do grande número de mortes, e via a Ucrânia a aumentar a sua defesa devido ao investimento planeado em defesa dos países que apoiam a Ucrânia. E Trump perderia a possibilidade de ganhar o prémio nobel da paz.
Trump e JD vance, que até estava afastado do processo, e agora passa a vida na Fox a falar sobre o assunto, já começam a preparar o terreno, para atribuir a culpa a Biden, do mais que provável não acordo.
O Prémio Nobel pode vir por outra via.
Putin não pode dizer aos russos, que depois de mais de 1 milhão de baixas, ficam com 99% de Luhansk e 70% de Donetsk (Donbass), aí sim, corria o risco de cair da janela.
Mais, um cessar-fogo, ou uma pausa operacional, vai fortalecer a Ucrânia, correndo a Russia o risco desta tentar recuperar o terreno perdido, no curto/médio prazo.
Pedro
Re: Ucrânia vs Rússia - Escalada de tensão
Para Bull
Estou cansado de que se fique sempre pela superfície, sem aprofundar.
Deixei de votar quando percebi onde estava o verdadeiro poder — estava a perder o meu tempo.
Hoje, eles bloqueiam tudo, em cada país ou na Europa. Não se sujeitam ao escrutínio do voto e impedem qualquer alteração, tanto a nível nacional como europeu ou em cada país . E são muitos, de uma forma ou de outra, capazes de tudo travar.
Além dos tribunais superiores nacionais .
CEE/UE → TJUE (Luxemburgo)
TEDH (Estrasburgo)
Só com isto é possível parar tudo:
Carta dos Direitos Fundamentais da União Europeia (juridicamente vinculativa desde 2009 com o Tratado de Lisboa): liberdade, igualdade, dignidade, justiça, direitos sociais… com isto o socialismo fica garantido.
E ainda existe o European Public Prosecutor’s Office – EPPO.
Hoje, no Jornal de Negócios, este artigo de um advogado merece ser lido duas vezes
“O aspeto mais relevante acerca da recente polémica sobre a decisão do Tribunal Constitucional referente à Lei dos Estrangeiros, foi a declaração de voto do vice-presidente do Tribunal, Gonçalo Almeida Ribeiro, e do juiz-conselheiro José António Teles Pereira. Escreveram os juízes que: “um escrutínio judicial intenso não pode ser um pretexto para os juízes transportarem para o plano constitucional as convicções que legitimamente têm enquanto cidadãos — violando a igualdade democrática”.
Com esta frase estavam a dizer o óbvio: as decisões dos juízes estão a transformar-se em meras opiniões subjetivas embaladas numa retórica técnico-legal.
O problema da legitimidade das decisões do Tribunal Constitucional em Portugal é cada vez maior.
Na prática, os juízes discordam dos temas como qualquer cidadão e transportam para as suas decisões essas diferenças de opinião (Waldron).
Quando a teoria da separação de poderes foi instituída, o poder judicial tinha um papel subalterno, meramente técnico, “la bouche qui dit la loi.” (a boca que pronuncia a lei). A lei era estabelecida pelo parlamento que forma clara e os juízes limitavam-se a aplicá-la. Na França do século XIX, tornou-se crime os juízes tentarem fazer leis através das suas decisões ou entrarem na esfera do poder legislativo.
Este automatismo teórico da separação de poderes foi há muito ultrapassado. Em Portugal, as doutrinas interpretativistas, cultivadas pelo professor de Coimbra Castanheira Neves, defenderam, com sucesso, que o juiz não é um mero aplicador da norma, mas sim um intérprete que reconstrói o sentido jurídico à luz do caso concreto, o juiz participa ativamente na construção do direito. No plano europeu, Karl Larenz, um dos principais teóricos da hermenêutica jurídica alemã, reconhece que o juiz traz consigo uma pré-compreensão que molda a forma como entende e aplica a norma. Para Larenz, a interpretação jurídica não é um processo neutro, mas sim um diálogo entre o texto legal e o mundo do intérprete.
Ao mesmo tempo, a prolixidade legal, com leis para tudo, indeterminadas, demasiado vagas, contraditórias e confusas, tornaram os juízes verdadeiros criadores de leis. A separação de poderes e a objetividade na aplicação da lei tornaram-se uma ficção.
Os juízes já não são “the least dangerous branch” (o poder menos perigoso) (Bickel), mas sim, muitas vezes, os verdadeiros criadores da lei e das normas que determinam as nossas opções fundamentais. A aplicação da lei pelos juízes está longe de ser um exercício puramente objetivo. As normas jurídicas, por serem formuladas de maneira geral e abstrata, exigem interpretação para que possam ser aplicadas aos casos concretos. Essa interpretação, inevitavelmente, passa pelas pré-compreensões do juiz — pelas suas convicções, experiências, formação e contexto cultural.
Assim, longe de serem autómatos da legalidade, os juízes são agentes interpretativos que, ao aplicar a lei, também a constroem. Reconhecer esse facto é essencial para compreender a complexidade da justiça e para promover uma reflexão mais honesta sobre o papel do juiz na sociedade contemporânea.
E isto remete-nos à questão da legitimidade judicial. Porque é que sete ou oito pessoas não eleitas pela população podem definir os rumos fundamentais dum país, de acordo com as suas convicções pessoais?
Já não há justificação para isso. Tinha sentido que os juízes fossem designados por razões técnicas e com mecanismos indiretos quando se limitavam a ser técnicos de aplicação duma lei clara e a resolver disputas entre privados. Não tem sentido manter a ortodoxia quando entram diretamente na refrega política e tomam posições como qualquer outro cidadão. Não há razão nenhuma para que as suas opiniões, mesmo apoiadas em palavras difíceis e geralmente incompreensíveis para a maioria dos cidadãos, sejam a lei do país.
Parece bastante mais legítimo adotar um modelo em que os juízes sejam eleitos. Neste caso, a sua opinião tem como base a vontade da população.
Neste momento, no México está a ser feita uma experiência nesse sentido. Desde junho de 2025, o México começou a realizar eleições nacionais para todos os seus magistrados, incluindo membros do Supremo Tribunal. A reforma, impulsionada inicialmente pelo então Presidente da República, Andrés Manuel López Obrador, e concretizada sob a presidência de Claudia Sheinbaum, foi apresentada como uma resposta à crise de legitimidade do poder judicial, com o objetivo de democratizar a justiça e combater a corrupção endémica que, segundo os proponentes, marcava o sistema judicial mexicano. Entre as vantagens apontadas por defensores da medida estava a possibilidade de aproximar os juízes da vontade popular, permitindo que os cidadãos participem diretamente na sua escolha. A eleição obriga a que os candidatos se apresentem publicamente, expondo as suas ideias, valores e trajetórias, o que pode contribuir para maior transparência e renovação institucional. Além disso, a medida foi vista como uma tentativa de romper com as elites jurídicas tradicionais, abrindo espaço para perfis mais diversos e comprometidos com causas sociais.
Os riscos e desvantagens são igualmente significativos. A principal crítica reside na politização da justiça: ao submeter juízes às dinâmicas eleitorais, há o perigo de que decisões judiciais passem a ser influenciadas por interesses partidários ou pela necessidade de agradar eleitores. A independência judicial, pilar fundamental do Estado de Direito, pode ser comprometida se magistrados forem pressionados por grupos políticos ou económicos.
A solução mexicana não é uma solução perfeita, mas, aponta um caminho, que deveria ser tomado numa reformulação da ultrapassada mecânica da separação dos poderes que já não se verifica na atualidade.
Estou cansado de que se fique sempre pela superfície, sem aprofundar.
Deixei de votar quando percebi onde estava o verdadeiro poder — estava a perder o meu tempo.
Hoje, eles bloqueiam tudo, em cada país ou na Europa. Não se sujeitam ao escrutínio do voto e impedem qualquer alteração, tanto a nível nacional como europeu ou em cada país . E são muitos, de uma forma ou de outra, capazes de tudo travar.
Além dos tribunais superiores nacionais .
CEE/UE → TJUE (Luxemburgo)
TEDH (Estrasburgo)
Só com isto é possível parar tudo:
Carta dos Direitos Fundamentais da União Europeia (juridicamente vinculativa desde 2009 com o Tratado de Lisboa): liberdade, igualdade, dignidade, justiça, direitos sociais… com isto o socialismo fica garantido.
E ainda existe o European Public Prosecutor’s Office – EPPO.
Hoje, no Jornal de Negócios, este artigo de um advogado merece ser lido duas vezes
“O aspeto mais relevante acerca da recente polémica sobre a decisão do Tribunal Constitucional referente à Lei dos Estrangeiros, foi a declaração de voto do vice-presidente do Tribunal, Gonçalo Almeida Ribeiro, e do juiz-conselheiro José António Teles Pereira. Escreveram os juízes que: “um escrutínio judicial intenso não pode ser um pretexto para os juízes transportarem para o plano constitucional as convicções que legitimamente têm enquanto cidadãos — violando a igualdade democrática”.
Com esta frase estavam a dizer o óbvio: as decisões dos juízes estão a transformar-se em meras opiniões subjetivas embaladas numa retórica técnico-legal.
O problema da legitimidade das decisões do Tribunal Constitucional em Portugal é cada vez maior.
Na prática, os juízes discordam dos temas como qualquer cidadão e transportam para as suas decisões essas diferenças de opinião (Waldron).
Quando a teoria da separação de poderes foi instituída, o poder judicial tinha um papel subalterno, meramente técnico, “la bouche qui dit la loi.” (a boca que pronuncia a lei). A lei era estabelecida pelo parlamento que forma clara e os juízes limitavam-se a aplicá-la. Na França do século XIX, tornou-se crime os juízes tentarem fazer leis através das suas decisões ou entrarem na esfera do poder legislativo.
Este automatismo teórico da separação de poderes foi há muito ultrapassado. Em Portugal, as doutrinas interpretativistas, cultivadas pelo professor de Coimbra Castanheira Neves, defenderam, com sucesso, que o juiz não é um mero aplicador da norma, mas sim um intérprete que reconstrói o sentido jurídico à luz do caso concreto, o juiz participa ativamente na construção do direito. No plano europeu, Karl Larenz, um dos principais teóricos da hermenêutica jurídica alemã, reconhece que o juiz traz consigo uma pré-compreensão que molda a forma como entende e aplica a norma. Para Larenz, a interpretação jurídica não é um processo neutro, mas sim um diálogo entre o texto legal e o mundo do intérprete.
Ao mesmo tempo, a prolixidade legal, com leis para tudo, indeterminadas, demasiado vagas, contraditórias e confusas, tornaram os juízes verdadeiros criadores de leis. A separação de poderes e a objetividade na aplicação da lei tornaram-se uma ficção.
Os juízes já não são “the least dangerous branch” (o poder menos perigoso) (Bickel), mas sim, muitas vezes, os verdadeiros criadores da lei e das normas que determinam as nossas opções fundamentais. A aplicação da lei pelos juízes está longe de ser um exercício puramente objetivo. As normas jurídicas, por serem formuladas de maneira geral e abstrata, exigem interpretação para que possam ser aplicadas aos casos concretos. Essa interpretação, inevitavelmente, passa pelas pré-compreensões do juiz — pelas suas convicções, experiências, formação e contexto cultural.
Assim, longe de serem autómatos da legalidade, os juízes são agentes interpretativos que, ao aplicar a lei, também a constroem. Reconhecer esse facto é essencial para compreender a complexidade da justiça e para promover uma reflexão mais honesta sobre o papel do juiz na sociedade contemporânea.
E isto remete-nos à questão da legitimidade judicial. Porque é que sete ou oito pessoas não eleitas pela população podem definir os rumos fundamentais dum país, de acordo com as suas convicções pessoais?
Já não há justificação para isso. Tinha sentido que os juízes fossem designados por razões técnicas e com mecanismos indiretos quando se limitavam a ser técnicos de aplicação duma lei clara e a resolver disputas entre privados. Não tem sentido manter a ortodoxia quando entram diretamente na refrega política e tomam posições como qualquer outro cidadão. Não há razão nenhuma para que as suas opiniões, mesmo apoiadas em palavras difíceis e geralmente incompreensíveis para a maioria dos cidadãos, sejam a lei do país.
Parece bastante mais legítimo adotar um modelo em que os juízes sejam eleitos. Neste caso, a sua opinião tem como base a vontade da população.
Neste momento, no México está a ser feita uma experiência nesse sentido. Desde junho de 2025, o México começou a realizar eleições nacionais para todos os seus magistrados, incluindo membros do Supremo Tribunal. A reforma, impulsionada inicialmente pelo então Presidente da República, Andrés Manuel López Obrador, e concretizada sob a presidência de Claudia Sheinbaum, foi apresentada como uma resposta à crise de legitimidade do poder judicial, com o objetivo de democratizar a justiça e combater a corrupção endémica que, segundo os proponentes, marcava o sistema judicial mexicano. Entre as vantagens apontadas por defensores da medida estava a possibilidade de aproximar os juízes da vontade popular, permitindo que os cidadãos participem diretamente na sua escolha. A eleição obriga a que os candidatos se apresentem publicamente, expondo as suas ideias, valores e trajetórias, o que pode contribuir para maior transparência e renovação institucional. Além disso, a medida foi vista como uma tentativa de romper com as elites jurídicas tradicionais, abrindo espaço para perfis mais diversos e comprometidos com causas sociais.
Os riscos e desvantagens são igualmente significativos. A principal crítica reside na politização da justiça: ao submeter juízes às dinâmicas eleitorais, há o perigo de que decisões judiciais passem a ser influenciadas por interesses partidários ou pela necessidade de agradar eleitores. A independência judicial, pilar fundamental do Estado de Direito, pode ser comprometida se magistrados forem pressionados por grupos políticos ou económicos.
A solução mexicana não é uma solução perfeita, mas, aponta um caminho, que deveria ser tomado numa reformulação da ultrapassada mecânica da separação dos poderes que já não se verifica na atualidade.
- Mensagens: 4719
- Registado: 14/3/2009 0:19
- Localização: 16
Re: Ucrânia vs Rússia - Escalada de tensão
PMP69 Escreveu:Acredito que os EUA (Trump) se vão afastar do porcesso, e olhar para o mesmo, apenas como um negócio.
Isso não seria bom nem para Putin nem para Trump, por isso acho menos provável. Putin provavelmente teria problemas internos por causa de uma crise económica e a continuação do grande número de mortes, e via a Ucrânia a aumentar a sua defesa devido ao investimento planeado em defesa dos países que apoiam a Ucrânia. E Trump perderia a possibilidade de ganhar o prémio nobel da paz.
Re: Ucrânia vs Rússia - Escalada de tensão
PMP69 Escreveu:e olhar para o mesmo, apenas como um negócio.
A guerra é um negócio.
Fácil falar no fresco de casa a beber beber uma super sem pagar impostos com uma pensao paga por outros.
Quem vê morrer, perde um dedo, um braço, um amigo, um dia com a famiila. Um a dia a destruir, um dia sem os filhos, sem a mulher, sem um abraço da mae ...
Que acabe já e que a Europa acorde para limpar a socialismo!
Sonhos bonitos ou algum dia acordam com a torre Eiffel em chamas....
“It is not the strongest of the species that survives, nor the most intelligent, but rather the one most adaptable to change.”
― Leon C. Megginson
― Leon C. Megginson
Re: Ucrânia vs Rússia - Escalada de tensão
Nem descordo muito dele, o Ocidente andou durante anos a fornecer equipamento e material a "conta-gotas".
Foi Trump que em 2019, aprovou a venda dos FGM-148 Javelin, que foram de extrema importância, especialmente na Batalha de Kiev.
No entanto, esta narrativa tem como propósito o mais que provável fracasso das negociações.
https://x.com/RapidResponse47/status/1958523794915500397
Pedro
Foi Trump que em 2019, aprovou a venda dos FGM-148 Javelin, que foram de extrema importância, especialmente na Batalha de Kiev.
No entanto, esta narrativa tem como propósito o mais que provável fracasso das negociações.
https://x.com/RapidResponse47/status/1958523794915500397
Pedro
Re: Ucrânia vs Rússia - Escalada de tensão
Vilas de Zelenyi Hai e Tolstoi libertadas, a sul de Pokrovsk.

Pedro
Pedro
Re: Ucrânia vs Rússia - Escalada de tensão
Acredito que os EUA (Trump) se vão afastar do porcesso, e olhar para o mesmo, apenas como um negócio.
https://www.cbsnews.com/news/gabbard-barred-sharing-intelligence-russia-ukraine-negotiations-five-eyes-partners/
Pedro
Politics
Gabbard barred sharing intelligence on Russia-Ukraine negotiations with "Five Eyes" partners
https://www.cbsnews.com/news/gabbard-barred-sharing-intelligence-russia-ukraine-negotiations-five-eyes-partners/
Pedro
- Mensagens: 4719
- Registado: 14/3/2009 0:19
- Localização: 16
Re: Ucrânia vs Rússia - Escalada de tensão
A Fire Point é uma startup ucraniana, que nasceu com a invasão russa, e produz drones kamikaze FP-1, e os tão falados mísseis de cruzeiro de longo alcance Flamingo.
Estão a produzir 1 míssil por dia, mas contam aumentar brevemente para 6 por dia.
Os drones FP-1, com um alcance de 1.600 kms e uma carga explosiva de 60 kgs, têm um custo de 55.000 dólares e são responsáveis por mais de metade dos ataques ucranianos bem dentro da Rússia.
Por este e outros motivos, Putin não pode aceitar um congelamento da guerra.
https://en.defence-ua.com/analysis/ukrainian_fire_point_fp_5_flamingo_in_detail_warhead_from_the_us_possibly_bunker_buster_and_ballistic_missile_body-15552.html
Pedro
Estão a produzir 1 míssil por dia, mas contam aumentar brevemente para 6 por dia.
Os drones FP-1, com um alcance de 1.600 kms e uma carga explosiva de 60 kgs, têm um custo de 55.000 dólares e são responsáveis por mais de metade dos ataques ucranianos bem dentro da Rússia.
Por este e outros motivos, Putin não pode aceitar um congelamento da guerra.
https://en.defence-ua.com/analysis/ukrainian_fire_point_fp_5_flamingo_in_detail_warhead_from_the_us_possibly_bunker_buster_and_ballistic_missile_body-15552.html
Pedro
Re: Ucrânia vs Rússia - Escalada de tensão
Report claims Putin has three key demands to end war
Vladimir Putin is demanding that Ukraine hand over the eastern Donbas region, renounce ambitions to join NATO and keep Western troops from the country, according to a new report.
Reuters news agency reports the following:
- Putin wants the entire eastern region, which comprises of the Donetsk and Luhansk regions - much of which Russia already occupies;
- The frontlines could be frozen in Zaporizhzhia and Kherson;
- Moscow demands that there be no Western peacekeeping soldiers in Ukraine;
- And if the demands aren't met, it cites a source close to the Kremlin as saying the war will go on.
These details - which have not been verified by Sky News - aren't necessarily new, but reflect the continued entrenchment of Moscow's position.
It's widely thought that many of these demands are unacceptable to Kyiv and Ukraine's allies.
'Designed to be rejected'
In the latest edition of our Ukraine Q&A, our military analyst Michael Clarke said Russia's demands in peace talks - such as asking for the entire Donbas region - are "designed to be rejected".
"The object is to get America out of the war," Clarke said.
He explained: "They want to create a situation in which the whole process fails, but Zelenskyy and Ukraine take the blame as far as Trump is concerned.
"And then Trump turns around and says: 'at least I tried'."
Sky News
FLOP - Fundamental Laws Of Profit
1. Mais vale perder um ganho que ganhar uma perda, a menos que se cumpra a Segunda Lei.
2. A expectativa de ganho deve superar a expectativa de perda, onde a expectativa mede a
__.amplitude média do ganho/perda contra a respectiva probabilidade.
3. A Primeira Lei não é mesmo necessária mas com Três Leis isto fica definitivamente mais giro.
Re: Ucrânia vs Rússia - Escalada de tensão
PMP69 Escreveu:"Uma intervenção estrangeira em parte do território ucraniano (...) é totalmente inaceitável para a Rússia", afirmou o chefe da diplomacia russa, Serguei Lavrov, após conversações com o homólogo indiano, Subrahmanyam Jaishankar, em Moscovo."O regime ucraniano e os seus representantes (...) mostram claramente que não estão interessados numa resolução justa e duradoura", afirmou durante numa conferência de imprensa conjunta com Jaishankar.Lavrov pôs ainda em dúvida a legitimidade de Zelensky para assinar um futuro acordo de paz, dado que Moscovo o considera um presidente ilegítimo desde maio de 2024, quando terminou o mandato.
https://www.sapo.pt/noticias/atualidade/russia-afirma-que-envio-de-tropas-europeias_68a70b5dd7a5066fa67e302c
Pedro
Acho que o acordo vai acontecer na mesma. Mas se o Trump não fosse tão próximo do Putin e não tivesse limitado ainda mais a defesa da Ucrânia, a Ucrânia teria conseguido um acordo melhor do que aquele que vai conseguir
Re: Ucrânia vs Rússia - Escalada de tensão
Não é bem assim , quando se contar a história desta guerra vamos saber que o Ocidente estava com medo que a Ucrânia esmagasse a Rússia , e esta fosse forçada a recorrer ao nuclear , o objectivo era um empate aos pontos , só quando viram a Rússia com mais forç a é que cederam .
Por isso Inicialmente, forneciam apenas armas defensivas para apanhar caça miúda , recusavam armas ofensivas pesadas, tanques e aviões de combate …
Só passado um ano fizeram a entrega de tanques, depois lá chegaram
caças F-16 e Mirage 2000 …
O Ocidente inicialmente forneceu à Ucrânia apenas o essencial para resistir, só a medida que a situação se agravava, o apoio foi intensificado ,
Acredito se tem tudo o que tem hoje no início com tropa fresca teriam os ucranianos Chegado a Moscovo .
A Ucrânia podia ter concretizado o desejo do General George Patton, ele tinha o caminho certo , após a vitória na Normandia e o avanço pela França, os Aliados poderiam avançar rapidamente até Berlim e até Moscovo, ele estava certo , não o deixaram e morre 15 dias após acabar a guerra ,aquele que iria ser o futuro presidente da América .
Por isso Inicialmente, forneciam apenas armas defensivas para apanhar caça miúda , recusavam armas ofensivas pesadas, tanques e aviões de combate …
Só passado um ano fizeram a entrega de tanques, depois lá chegaram
caças F-16 e Mirage 2000 …
O Ocidente inicialmente forneceu à Ucrânia apenas o essencial para resistir, só a medida que a situação se agravava, o apoio foi intensificado ,
Acredito se tem tudo o que tem hoje no início com tropa fresca teriam os ucranianos Chegado a Moscovo .
A Ucrânia podia ter concretizado o desejo do General George Patton, ele tinha o caminho certo , após a vitória na Normandia e o avanço pela França, os Aliados poderiam avançar rapidamente até Berlim e até Moscovo, ele estava certo , não o deixaram e morre 15 dias após acabar a guerra ,aquele que iria ser o futuro presidente da América .
- Mensagens: 4719
- Registado: 14/3/2009 0:19
- Localização: 16
Re: Ucrânia vs Rússia - Escalada de tensão
Russian President Putin is demanding that Ukraine give up all of the eastern Donbas region, renounce ambitions to join NATO, remain neutral and keep Western troops out of the country, three sources familiar with top-level Kremlin thinking told Reuters https://
https://x.com/Reuters/status/1958551958710542595
Pedro
Re: Ucrânia vs Rússia - Escalada de tensão
"Uma intervenção estrangeira em parte do território ucraniano (...) é totalmente inaceitável para a Rússia", afirmou o chefe da diplomacia russa, Serguei Lavrov, após conversações com o homólogo indiano, Subrahmanyam Jaishankar, em Moscovo.
"O regime ucraniano e os seus representantes (...) mostram claramente que não estão interessados numa resolução justa e duradoura", afirmou durante numa conferência de imprensa conjunta com Jaishankar.
Lavrov pôs ainda em dúvida a legitimidade de Zelensky para assinar um futuro acordo de paz, dado que Moscovo o considera um presidente ilegítimo desde maio de 2024, quando terminou o mandato.
https://www.sapo.pt/noticias/atualidade/russia-afirma-que-envio-de-tropas-europeias_68a70b5dd7a5066fa67e302c
Pedro
Re: Ucrânia vs Rússia - Escalada de tensão
previsor Escreveu:Mas ele viu que Kiev estava fortemente armada e que não tinha qualquer hipótese de a conquistar.
O que valeu foi que teve um timing do piorio, tivesse avançado com a invasão durante o COVID e tinha tido sucesso.
E tudo bem que a Rússia é um gigante com pés de barro mas a Ucrânia tem orientação estratégica, o treino e o equipamento do maior agente militar do planeta: USA.
Sem USA capitula, basta que lhe cortem os satélites...
“It is not the strongest of the species that survives, nor the most intelligent, but rather the one most adaptable to change.”
― Leon C. Megginson
― Leon C. Megginson
Re: Ucrânia vs Rússia - Escalada de tensão
PMP69 Escreveu:Putin não pensa se é bem ou mal recebido, tinha como objectivo a tomada de toda a Ucrânia, e continua a ter, hoje, amanhã ou daqui a mil anos.
Enquanto Putin estiver em condições físicas vai continuar com esse objectivo isso não quer dizer que não congele o conflito por alguns meses/anos.
O tempo não está do lado de Putin mas está do lado da Rússia. Uma Europa em modo de autodestruição...
“It is not the strongest of the species that survives, nor the most intelligent, but rather the one most adaptable to change.”
― Leon C. Megginson
― Leon C. Megginson
Quem está ligado:
Utilizadores a ver este Fórum: Google [Bot] e 45 visitantes