Pagamentos às câmaras para casas do 1.º Direito vão ser acelerados

[djovarius]

Boas,

Reduzir o défice dos EUA em 700 B (bilhões no Brasil, mil milhões em Portugal) ainda deixa um défice original de 2 T em 1,3 T não é verdade?
Not enough... com um PIB de 30 T, numa Economia cujo PIB nominal não vai crescer mais de 3,5%, é necessário que o défice não passe de 3% do PIB, ou seja, algo como 900 B... então teriam de cortar ainda algo como 400 B para lá chegar...

Há uma solução: se as tarifas se aplicam às importações, poderiam ter algo semelhante a um IVA federal pequeno em % (para o consumo interno), mas suficiente para cobrir mais um pouco desse défice... ou então reduzir mais a despesa, claro!!!

Assim como assim, nós na zona EUR temos tarifas sobre as importações, mas com outro nome... é o IVA, algo que não se aplica às exportações.

Abraço
dj

[richardj]

A tarifas dos usa com a Suiça lançou um rastilho no ouro, que na verdade só fez subir ainda mais o precioso, com a incerteza gerada

Estou de acordo com o DJ, de facto nem a inflação parece subir muito nem a economia parece assim tão má.

Sobre o défice americano de 2T, li no outro dia a ideia do Trump de:

- 300 B via receitas de tarifas e acordos feitos para investir usa;
- 200 B via redução de despesa via DOGE;
- 200 B via redução de taxas de juros ( com ajuda da FED);

Isto numa ótica de desvalorização do dólar sem perder a sua posição. Mas por outro lado, quem quer a desvalorização do dólar? E até que valores?

Isto faz com que haja sinais contrários, por um lado taxas mais baixas ajuda muito alguns setores, um dólar mais fraco faz a produção usa mais competitiva, em linha com a ideia das tarifas, de forma a sustentar o mercado de trabalho, e assim permitir baixar um pouco as taxas.

A inflação vai ser controlada via controlo da procura e oferta do oil and gas, controlo do preço da energia eléctrica, estão a construir centrais eléctricas a rodos, não só para alimentar o AI como para controlar esse custo. Preço das casas vai continuar a subir, mas a ideia de taxas de juro mais baixas é controlar os defaults, e não deixar cair o mercado em dominó, como em 2008.

No lado alimentar é mais difícil, basta ver o preço dos ovos e das galinhas.

No lado da saúde, está a ser montado o cerco para se baixar os preços nos usa, não sei quem vai perder a margem.

Ou seja, no final até se pode compor o ramalhete. Se houver paz na Ucrânia e médio oriente, preços mais estáveis e previsíveis (trigo, oil, gas). Trump não quer ir para nova guerra, anda a vender a tese de pacificador , quer o Nobel da paz, não quer gastar em armas.

A correr bem, crise só para o ano, com muita incerteza à mistura.

[Opcard]

Não há bem que sempre dure, nem mal que nunca acabe e o que estamos a ver com as ações da Berkshire Hathawayn de Warren Buffett desde o anúncio de sua i saída o preço das ações caiu 14%, enquanto o S&P subiu 11%. Tal nunca tinha acontecido pois estas ação sempre baterem os incides .

Não devemos esquecer que a Berkshire tem um fundo de guerra de US$ 344 bilhões.

[djovarius]

Bom fds a todos, ou férias se for o caso!!

Pois é, estas notícias que o Marco tem vindo a postar remetem para a teoria do copo meio cheio / meio vazio.
Fala-se em recessão, fala-se em crescimento baixo. Eu mantenho o que vejo no dia a dia e falando com gente de todo o mundo... temos uma clima económico de estagnação. Mas se é assim, porque os mercados sobem?? É que as grandes empresas conseguem aguentar bem o seu próprio crescimento dentro de expetativas mais baixas. No campo das tecnológicas, isso é por demais evidente.

Por isso temos, na semana finda, o regresso dos touros de ouro desde logo nos Nasdaqs e no próprio Ouro. Outros ativos estão lá próximo também.

Assim, o SPX ganha 1,8% na semana (o VIX perdeu 22% e volta a 15 pontos) e o Nasdaq foi fantástico com alta de 2,8% e o tal maior fecho semanal de sempre, um touro de ouro que pode ainda avançar mais. O DAX sobe aqui 2,6% mas ainda não está em cima de máximos.
Em geral, houve rotação de capital, com vendas (não exagerdas) de OT e compra de ativos de risco.
O ouro voltou a brilhar com mais de 2% de alta, pela primeira vez negociou nos 3.500 USD / onça - medido em €€€ ainda precisa de avançar mais um pouco para ir a máximos...
A prata sobe 4% mas ainda está longe dos máximos do ano, enquanto o petróleo perde 4,4% na semana, ficando mais próximo do suporte. Isto é visto como antecipação de uma recessão, até porque as agrícolas também têm andado muito fracas. Trigo, milho e soja, todos em modo de perdas...

O EUR/USD finalmente recuperou, mas só se aprecia 0,4% na semana - eu não dou grande crédito nem a touros nem a ursos nesta fase.
USD/JPY avança umas décimas. Aqui é o mesmo, um par que não consegue sustentar ganhos, mas conseguiu estancar perdas e recuperar. Há que esperar para ver...

Finalmente, a cripto loucura (volatilidade: depois de perdas, o BTC ganha 3,7% em sete dias, mas é o ETH que está a fazer história, só hoje avança mais de 8%, o que dá 21% em sete dias e 60% em 30 dias Está agora a tentar romper a última resistência até aos máximos históricos de 2021.
ADA sobe 14% e o Solana 11% - as mais pequenas sobem mais agora do que o Bitcoin.

Enfim, não falta liquidez em quase nenhum mercado...

Abraço
dj

[MarcoAntonio]

OMC revê em alta previsão de abril e espera que comércio aumente 0,9% - Economia - Jornal de Negócios

Contudo, para 2026, a Organização Mundial do Comércio reviu em baixa a sua previsão de crescimento de 2,5% para 1,8%.


A Organização Mundial do Comércio (OMC) reviu em alta as projeções de abril e espera agora que o comércio de bens aumente 0,9% este ano, foi anunciado nesta sexta-feira. Em abril, a organização alertou para uma possível quebra de 0,2%.

A melhoria da previsão deve-se, sobretudo, à antecipação das importações antes da entrada em vigor da política tarifária norte-americana.

Contudo, para 2026, a OMC reviu em baixa a previsão de crescimento de 2,5% para 1,8%.

(...)

[djovarius]

Boas,

Apesar de tantas notícias, algumas menos boas, tarifas, etc... e tal, os mercados seguem em boa forma.
Tudo muito perto de máximos históricos, esta semana, a queda mais relevante é no petróleo, algo que, apesar de tudo, mostra uma contradição nos mercados. As ações revelam otimismo, o petróleo em queda... pessimismo!!

Abraço
dj

[MarcoAntonio]

Trump anuncia tarifas de 100% sobre semicondutores - Américas - Jornal de Negócios

O Presidente norte-americano falava na Casa Branca para assinalar os 100 mil milhões de dólares de investimento da Apple. Empresas que desloquem a produção para os EUA, ou se comprometam a fazê-lo, ficarão isentas. No mesmo evento, também disse que há 'boas hipóteses' de se reunir com Zelensky e Putin.

[MarcoAntonio]

Quebra no setor dos serviços dos EUA atira Wall Street para o vermelho - Bolsa - Jornal de Negócios

As bolsas norte-americanas regressaram às desvalorizações, depois de os dados do índice de gestores de compras dos serviços do ISM ter caído em julho. Aumentam assim os desafios da política monetária Reserva Federal.



Wall Street voltou às perdas. As bolsas norte-americanas acabaram a sessão desta terça-feira no vermelho, isto depois de os dados do índice de gestores de compras (PMI) dos serviços dos EUA ter recuado em julho, numa altura em que surgem desafios com os preços, à boleia das tarifas.

O índice de serviços do Institute for Supply Management (ISM) caiu no mês passado para 50,1 pontos, abaixo de todas as estimativas dos economistas consultados pela Bloomberg. O índice de emprego também contraiu, enquanto os preços pagos por materiais e serviços subiu para o nível mais alto desde outubro de 2022.

(...)

[MarcoAntonio]

Défice comercial dos EUA cai 16% em junho. Tarifas travam importações - Américas - Jornal de Negócios

A redução foi impulsionada por uma queda acentuada nas importações, à medida que as empresas acumulavam inventário nos meses anteriores, em antecipação às tarifas.

[BearManBull]

Estudos mostram que um indivíduo de 70 anos em 2022 possui capacidades cognitivas semelhantes às de um de 53 anos em 2000 — ampliando a percepção de capacidade produtiva dos idosos « 


Estou feliz com esta conclusões , eu não estou menos capaz do que a 20 anos , talvez num aspecto mas mesmo aí tenho fé no progresso .

O problema é que pagas para manter o regime á mesma.

Como se não bastassem os pensionistas temos os ricos imigrantes que trabalham 6 meses e já estão a fazer de tudo para ser demitidos para receber subsidio.

Para mim subsidio de desemprego eram geridos por seguradoras, quem abusa ficava sem nada.

Pensões vitalícias sô por invalidez. Nao tem pés nem cabeça andarem uns a matar-se para outros passearem.

Isso é literalmente o mesmo que alguém entrar em minha casa a roubar todos os dias e eu estar impedido de me defender. Estado socialista é isto, crime institucionalizado.

[djovarius]

Boas,

Afinal sempre acham que a Reserva Federal deve cortar juros... mas o setor de serviços nos EUA está a bombar
Vamos ver como vai acabar a guerra Casa Branca / FED.

O mercado esteve bem ontem mas hoje já volta às quedas. Ainda há muito "cash" que não vai arriscar, aliás, se assim não fosse, o USD dificilmente teria ganhos nesta fase. Ao mesmo tempo o petróleo não aguenta muito tempo em alta. Isso tem sido padrão, mostra que há quem antecipe fraqueza. As Economias estão fracas de um modo geral, isso não se pode negar....

Abraço
dj

[Opcard]

O Goldman Sachs publicou recentemente um relatório interessante sobre as consequências econômicas do envelhecimento populacional.
Um relatório mais otimista do que a maioria sobre o assunto.
Com alguns números fascinantes..

Dede que li sobre a paste negra que sou contra a necessidade do número , menos é uma benção, trabalhadores mais velhos estão contribuindo mais, em melhor forma, e por mais tempo. Em vez de aumentar “os de 2 patas” passivos poderia ser investido em tornar todos produtivos por mais tempo.


« 1. Uma visão menos pessimista sobre o envelhecimento global

Goldman Sachs coloca em dúvida a narrativa do “time bomb demográfico”: apesar do crescimento da população idosa e da queda das taxas de fecundidade, os impactos econômicos podem ser mais amenos ou até positivos .

2. Expectativa de vida em alta
• Desde 2000, a expectativa média global aumentou de 62 para 75 anos.
• Nos países desenvolvidos, esse salto foi de 72 para 82 anos — um crescimento de ~5% em duas décadas .

3. Vida ativa mais longa
• A “vida profissional efetiva” aumentou 12%, passando de média de 34 anos em 2000 para 38 anos atualmente.
• Isso eleva a fração da vida dedicada ao trabalho de aproximadamente 44% para 47% .

4. Relação trabalhista vs população total
• A proporção de pessoas empregadas cresceu, não caiu — de cerca de 46% da população em 2000 para ~48% hoje.
• Apesar da redução na proporção de pessoas em idade de trabalho (15‑64), a razão dependente/trabalhador diminuiu .

5. Projeções até 2075
• A proporção de 15‑64 anos em países desenvolvidos deve cair dos atuais 63% para cerca de 57% até 2075.
• Para compensar essa queda, a vida ativa média precisaria subir cerca de 15%, algo já em curso com o aumento de ~12% até agora .

6. Envelhecimento saudável: o novo 70 é 50

Estudos mostram que um indivíduo de 70 anos em 2022 possui capacidades cognitivas semelhantes às de um de 53 anos em 2000 — ampliando a percepção de capacidade produtiva dos idosos « 


Estou feliz com esta conclusões , eu não estou menos capaz do que a 20 anos , talvez num aspecto mas mesmo aí tenho fé no progresso .

[MarcoAntonio]

Economia dos EUA "luta para manter estabilidade". Fed pode cortar juros em setembro - Mercados - Jornal de Negócios

O mercado de trabalho norte-americano mudou drasticamente de cenário nos últimos meses e os investidores já antecipam dois cortes das taxas de juro até ao final do ano. As ações mundiais subiram com a queda do dólar.

[djovarius]

Boas,

A semana começa mais calma após o nervosismo de sexta-feira, mas continuará assim??

Na Europa, compras fortes de ações e OT, nos EUA é mais do lado das ações, após valentes perdas.
O USD perde um pouco face ao JPY e ganha menos ainda face ao EUR. Hoje maior estabilidade.
Há também subidas do ouro e prata (ouro a 2% do máximo de sempre) e o petróleo volta a descer, está quase a anular as subidas recentes, os touros não pegam na coisa...

Abraço
dj

[djovarius]

Sim, mas estamos a falar de coisas diferentes.
Essas grandes empresas a dominar tudo é uma coisa, o PIB real e inflação e desemprego são outra.

Nada impede que um crescimento moderado seja uma realidade em "tandem" com o forte crescimento das ditas empresas, por n razões já sobejamente conhecidas.

[richardj]

Por acaso acho difícil de acontecer, vamos tender para os 3 blocos mundiais e o resto vai secar. Empresas como as big tech vão dominar. Basta ver que estas empresas, com resultados líquidos anuais a rondar os 80 a 100 mil milhões, conseguem ter uma influência muito grande sob países menores. Quando tens uma empresa deste nível, que podia pagar a dívida pública em 2 anos, isso diz muito. Quando 4 ou 5 mil milhões não é nada...

O ponto é quem tem o dinheiro vai comprar os assets que vão gerar mais dinheiro. Vao comprar esses países fora dos blocos.

[Caramelo]

Um video interessante sobre a inflação

https://www.youtube.com/watch?v=czQIhPaFz5g

[djovarius]

Boas,

O fim de semana é excelente para ler análises.
Há quem diga que a Economia "assim, assim" é um dos cenários mais prováveis para as grandes Economias do mundo, nos próximos tempos, vários anos até...

Estamos a falar de crescimento real do PIB nos 1,5% (média) e não mais do que isto, talvez até na China (ou pouco melhor) e pior do que isto no Japão. Também preços ao consumidor entre os 1,5% e 2% e crescimento real de emprego muito pífio, embora isso em países de pior demografia não seja problemático e pode levar até ao fecho de portas à imigração.
Um cenário possível: políticas de crescimento nos países mais pobres (PIB acima de 3 a 4%) pode levar a melhores perspetivas do que as descritas acima e levar a que as pessoas fiquem nos seus países. Isso seria um bom cenário, pois o desenvolvimento global é fundamental para manter a saúde decnómica global.

Estarei eu (e outros) demasiado otimistas? Talvez, mas o cenário não é impossível, baixar finalmente o "gap" entre os blocos mais ricos e os mais pobres...

Abraço

dj

[MarcoAntonio]

The Wild Week in the American Economy

Growth and hiring have clearly taken a hit; the path forward remains murky


For months, the economy sent off mixed signals, with employers and consumers expressing anxiety in surveys but underlying economic data generally solid. This past week, the fog lifted. On Wednesday, official data showed economic output and consumer spending slowed markedly over the first half of the year. Later that day, the Federal Reserve held interest rates steady, citing inflation and a solid labor market.

It was vindicated by another report Thursday that showed price pressures remained stubborn, then contradicted in spectacular fashion Friday by a lower-than-expected rise of 73,000 jobs in July accompanied by a massive downward revision to the prior two months. Job growth in the past three months was the lowest since 2010, except during the peak months of the pandemic. President Trump was so upset at the data he fired the head of the statistical agency that produced it.

“The labor market has just sounded a warning bell,” said Olu Sonala, head of U.S. economic research at Fitch Ratings.

(...)

It isn’t a five-alarm fire—at least not yet. Recession warnings aren’t flashing. The unemployment rate, perhaps the most important data point in the economy, remained low at 4.2% in June, unchanged over the past 12 months.

(...)

The slowdown is real

In Wednesday’s report, the Commerce Department showed second-quarter gross domestic rebounded to 3% annualized growth, after inflation, from a negative first quarter reading, a pattern heavily distorted by swings in imports.

A different, less reassuring message came from final sales to consumers and businesses, which carves out government spending, inventories and international trade, and is closely watched by Federal Reserve policymakers. It grew just 1.2%, the weakest since late 2022. There was no sign of a recovery at quarter’s end. Data released Thursday showed consumer spending stagnated during the second quarter.

The reports suggest that Trump’s policies, including the largest tariff increases since the Great Depression, a major crackdown on immigration and steep cuts to government programs and jobs, have begun weighing on demand.

(...)

Friday’s numbers show hiring has been particularly weak in sectors sensitive to the ups and downs of the economy. From April to July, payrolls fell in mining and logging, manufacturing, wholesale trade and retail trade, which collectively employ more than 35 million.

(...)

One reason unemployment has stayed stable is lower immigration, economists say. Unauthorized border crossings this year have ground to a halt, slowing growth in the labor supply. Still, job creation probably can’t remain as low as it was from May to July without unemployment starting to climb more meaningfully.

“The speed of the deceleration in job growth, along with uncertainty about what exactly the data means, should be alarming,” said Preston Caldwell, chief U.S. economist at Morningstar.

WSJ

[MarcoAntonio]

Boas,

Estas revisões em baixa são um pouco estranhas pela amplitude, mas enfim, tudo agora é estranho.

Tendo em conta as tarifas (e talvez também os raids da ICE), eu não diria "estranho" mas meramente fora do habitual, em condições elas próprias fora do normal. Acontece que, tanto quanto consigo entender, a metodologia utilizada não antecipa nem tenta antecipar estas coisas. É um procedimento mecânico, baseado em surveys e com ajustes para sazonalidade (para que tenhamos uma melhor observação da variação subjacente, sazonalidade excluída).

Em cada actualização são revisitados pelo menos dois aspectos: os surveys recolhidos para cada mês e a revisão do efeito sazonal. Pelo que estive a ver nos dados, parece-me que grande parte do ajuste se explica pela actualização no modelo sazonal, especificamente. Aqui ficam os links (a tabela mais relevante é a B-1, é daqui que podem ser derivados os dados de variação mensal que costumam ser destacados na press-release e nas notícias):

https://www.bls.gov/news.release/archiv ... 022025.htm
https://www.bls.gov/news.release/archiv ... 062025.htm
https://www.bls.gov/news.release/archiv ... 032025.htm
https://www.bls.gov/news.release/archiv ... 012025.htm

Em termos simples, o padrão sazonal esperado com base em dados históricos não se verificou nestes meses, o que conduziu à actualização do modelo sazonal (para cada mês, são publicados dados provisórios até terem sido recolhidos quase todos os surveys para o mês em causa; concorrentemente, o modelo sazonal é actualizado também).

Por exemplo: em termos brutos e sem ajustes, entre abril e junho de 2024, o número de jobs cresceu 1.28 milhões (grande parte é contado como sazonalidade, como se percebe bem, basta comparar os valores do lado esquerdo e do lado direito da tabela) enquanto que em 2025 aumentou apenas 1.07 milhões (uma diferença de mais 200 mil). Entenda-se que o modelo sazonal não vai antecipar isto (esta queda). Se há uma mudança de comportamento face ao habitual, só vai ser visível à posteriori. O resto poderá vir de um efeito de lag (os primeiros relatórios terão mais surveys do início de cada mês, imagino).

O modelo sazonal é obtido via um modelo ARIMA (AutoRegressive Integrated Moving Average). É algo perfeitamente normal para o tratamento de time series e, nomeadamente, para tentar deduzir/descontar efeitos como o sazonal. Não há aqui nada de esotérico. O modelo é constantemente actualizado (ie, todos os meses) à medida que há informação mais recente (ou não seria arima). Os detalhes estão aqui e o procedimento pode ser replicado.

[djovarius]

Boas,

Estas revisões em baixa são um pouco estranhas pela amplitude, mas enfim, tudo agora é estranho.
Mesmo sem isso, o mercado estava condenado a manter a inquietude, sobretudo após o fim do mês e muitos máximos. Novamente, tudo esticado...
O que se passou foi simples e nada anormal: fortes vendas de ações (risco) e compras impressionantes de OT (segurança).
Para muitos, isto quer dizer que algum desse "cash" não vê mais potencial de subida das ações nesta fase, pelo que as OT poderão ser a resposta nos próximos tempos. Rotação de capital sempre ocorre...
Também é verdade que os juros da Reserva Federal já poderiam ter descido alguma coisa. Estão demasiado elevados por lá enquanto na zona EUR estão abaixo do que poderiam estar, embora tenham descido a este nível porque as Economias começaram a estagnar...

Abraço
dj

[richardj]

Está revisão em baixa dos novos empregos foi muito expressiva, e o dia de ontem foi claramente um sinal do mercado que a expetativa é de que as coisas estão piores e que setembro é para baixa de taxa, daí a subida no ouro a queda no dolar e a queda no mercado. Amazon com -8% no dia não é comum.
O prazo de algumas tarifas passou para 8 de agosto, vai ser mais uma semana de negociações. Rússia está a aquecer.

Muitos dos deals que os usa têm feito inclui que os outros países lhes comprem muito gás, numa forma de impedir que comprem gás russo. Isto será positivo para cotadas do gás americano. A malta dos transportes marítimos pode voltar a alegrar.

Outra nota dos usa, a carta do Trump para as 15 maiores farmacêuticas, têm 2 meses para mudar, vamos ver a festa que não vai ser.

Espada subida do oil é algo sazonal? O médio oriente anda mais calmo.

[Opcard]

Resta esperar para ver se as tarifas terão impacto na inflação a médio e longo prazo e como as tarifas afetarão as economias dos países tributados.

Se a inflação permanecer sob controle e as tarifas derem centenas de bilhões de dólares para os Estados Unidos, Trump terá provado que as ideias mais simples podem ser eficazes. Vale a pena viver para ver .

[MVP]

Alguem sabe o que se passou com as obrigações ES10Y ? Tiveram um disparo no final da sessão que para alem de contraciclo com os demais países comparativos, foi num valor substancial.

[MarcoAntonio]

Trump quer despedir responsável de estatísticas laborais dos EUA após fortes revisões em baixa - Américas - Jornal de Negócios

As declarações do Presidente dos EUA chegam apenas horas depois de o relatório de emprego divulgado esta sexta-feira ter revelado revisões em baixa acentuada dos dados anteriormente avançados para os meses de maio e junho.

Excerto da press release dos números do emprego publicados hoje:

Revisions for May and June were larger than normal. The change in total nonfarm payroll employment
for May was revised down by 125,000, from +144,000 to +19,000, and the change for June was revised
down by 133,000, from +147,000 to +14,000. With these revisions, employment in May and June
combined is 258,000 lower than previously reported. (Monthly revisions result from additional
reports received from businesses and government agencies since the last published estimates and
from the recalculation of seasonal factors.)

Os meses de maio e junho vêm depois de abril. Nada me surpreende que depois da introdução das tarifas que começou em abril, o mercado de trabalho tenha reagido e tenha conduzido a ajustes maiores que o habitual.


Creio que os números mais "parecidos" (em termos de natureza, do que significam) com os da BLS são os da ADP. Há umas pequenas nuances no que está incluido em cada caso, mas ambos os casos contam "payroll jobs" (não são trabalhadores, o mesmo individuo pode entrar com múltiplos "payroll jobs"). Penso que os números são razoavelmente comparáveis muito embora não estejam a contabilizar exactamente o mesmo e não seja espectável baterem exactamente certo. Mas aqui fica o que temos de momento:

BLS vs ADP

(+491.000 vs +477.000)

Jan: +111.000 ; +186.000
Feb: +102.000 ; +84.000
Mar: +120.000 ; +147.000
Apr: +158.000 ; +60.000
---
May: +19.000 ; +29.000
Jun: +14.000 ; -23.000
Jul: +74.000 ; +104.000

(+107.000 vs +110.000)