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Caldeirão da Bolsa

Bagão está louco!

Espaço dedicado a todo o tipo de troca de impressões sobre os mercados financeiros e ao que possa condicionar o desempenho dos mesmos.

por artista_ » 17/9/2004 16:31

É como disse valves, há muito boa gente que consegue levar aquilo na desportiva e consegue levar a vida que muitos aqui falam e criticam, mas como disse generalizar é perigoso... eu estive em algumas escolas e vi muita coisa, desde gente que vive para aquilo e até ao fim-de-semana trabalha até aqueles que tentam sempre fazer o menos possível, mas garanto-vos que uma hora a dar aulas (ainda para mais actualmente há muitos alunos sem o mínimo de educação e respeito pra com os docentes) é por vezes mais "stressante" que uma manhã sentado numa secretária de um qualquer gabinete!!! não é por acaso que a profissão é considerada como a mais (ou uma das mais) desgastantes...

rmachado,

Relativamente aos educadores de infância não conheço minimamente a situação por isso não comento, de qualquer forma também não deve ser nada fácil lidar com crianças tão novas e o tempo das avós pacientes já lá vai...

Relativamente aos médicos e polícias não sei o que quer dizer com a comparação com professores?! em relação aos polícias conheço bem a sua situação (um dos meus melhors amigos é polícia em Almada) e garanto-lhe não estão pior que os professores, mas lá está, se todos os polícias levassem aquilo a sério seriam uns coitados, mas na realidade não levam e até têm razões para o fazer, de que lhes vale prender constantemente gatunos se depois têm de ir a tribunal (em horas fora do trabalho) verem o juiz libertar o gatuno e por vezes ainda serem repreendidos?!! Um polícia pode perfeitamente levar aquilo na desportiva, e se fizer uns gratificados (jogos de futebol e outras coisas) traz cerca de 1500€ limpos para casa! O facto de trabalharem por turnos e de noite é compensado por poderem reformar-se mais cedo que a maioria das outras profissões!!!

Relativamente aos médicos não conheço bem a sua situação mas já vi que há muitos que se baldam e à grande!!! nunca foi a um centro de saúde? eu tive de ir lá o ano passado e vi coisas de bradar aos céus, pacientes que até brincavam com o atraso de 2 horas do médico porque aquilo era sistemático e depois atendia os pacientes "a abrir"!!! a mim, que só lá fui por causa de um atestado de robustez fisica, atendeu-me enquanto combinava por telefone o almoço com uma amiga, deve ter lá ficado 1 hora ou pouco mais e já está o dia feito (ainda hoje me pergunto como é que não apresentei queixa da situação)... mas lá está como em todas as profissões também conheço bons médicos, competentes e humanos e que justificam plenamente o ordenado que ganham!!!
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por valves » 17/9/2004 15:02

Boas Artista,

Bem não se trata propriamente de desconsiderar a classe de professores ( quer Universitarios quer basicos ) trata -se é de não lhes reconhecer meritos injustificados em relação a outras profissões foi só isso que me parece que se tentou aqui passar a mensagem. obvio que são 22 horas de aulas desgastantes por semana mas será que apartir de uma determinada experiencia um professor não tem efectivamente mais tempo livre que a generalidade dos outros profissionais e por aqui me fico :|

Um abraço

Vasco
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por rmachado » 17/9/2004 14:52

Sim caro Artista são sem dúvida 22 horas desgastantes, mas compare lá com outra profissões (médicos, policias and so on) e veja lá se essas não têm as 35 horas (ou mais).

E as férias?

Concordo consigo que generalizar é mau e não deve ser feito, e se reparar eu ressalvei essa questão, agora também estar constantemente a ouvir que são uns "coitadinhos" também irrita.

E se então entrarmos no campo do Educadores de infância... Meu Deus temos conversa para três foruns...

artista Escreveu:
rmachado Escreveu:Outro aspecto interessante é o horário de trabalho...
Meus amigos são 22 horas e não 35/40 horas como a maior parte dos restantes trabalhadores do estado...


Em primeiro lugar as 22 horas que refere são muito mais desgastantes que as mesmas 22 horas a fazer outro tipo de tarefas, só quem nunca deu aulas é que não compreende isso... em segundo lugar as restantes horas são, supostamente, para corrigir testes, preparar aulas, preparar visitas de estudo, reuniões várias, tratar de assuntos dos alunos, etc...

rmachado Escreveu:O que devia acontecer era serem criadas condiçoes nas escolas para o professor passar lá 35 horas semanais com a inclusão de gabinetes a semelhança das universidades.


A lei prevê esse tipo de situação, se o conselho executivo da escola quiser pode obrigar os professores a permanecerem na escola essas horas... Penso que a melhor solução seria essa, embora considere que devido ao desgaste que a profissão provoca o horário devesse ser um pouco mais reduzido que o de outras profissões (talvez entre 32 e 35 horas semanais)

Alguns dos posts que aqui li demonstram que a classe dos professores é bastante desconsiderada. Eu já dei aulas no básico/secundário e garanto-vos que não é nada fácil, e se acham que o ordenado compensa, concorram...

É verdade que muitos professores levam aquilo na desportiva e até conseguem ter "boa vida" mas também há muitos que nem o dobro do ordenado era bem pago... generalizar é sempre perigoso!
 
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Já Agora....

por Thomas Hobbes » 17/9/2004 12:48

Gostaram da entrevista do Sr. Bagão na RTP?

Aquela cabeça está cheia de tertas neo-liberais, onde a sua optica de justiça social é um pouco duvidosa.

Ainda por cima, no discurso dele, pouco ouvi sobre o combate a evasão fiscal. Mas isso de ir contra os "amigalhaços" é sempre complicado
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por artista_ » 16/9/2004 21:08

rmachado Escreveu:Outro aspecto interessante é o horário de trabalho...
Meus amigos são 22 horas e não 35/40 horas como a maior parte dos restantes trabalhadores do estado...


Em primeiro lugar as 22 horas que refere são muito mais desgastantes que as mesmas 22 horas a fazer outro tipo de tarefas, só quem nunca deu aulas é que não compreende isso... em segundo lugar as restantes horas são, supostamente, para corrigir testes, preparar aulas, preparar visitas de estudo, reuniões várias, tratar de assuntos dos alunos, etc...

rmachado Escreveu:O que devia acontecer era serem criadas condiçoes nas escolas para o professor passar lá 35 horas semanais com a inclusão de gabinetes a semelhança das universidades.


A lei prevê esse tipo de situação, se o conselho executivo da escola quiser pode obrigar os professores a permanecerem na escola essas horas... Penso que a melhor solução seria essa, embora considere que devido ao desgaste que a profissão provoca o horário devesse ser um pouco mais reduzido que o de outras profissões (talvez entre 32 e 35 horas semanais)

Alguns dos posts que aqui li demonstram que a classe dos professores é bastante desconsiderada. Eu já dei aulas no básico/secundário e garanto-vos que não é nada fácil, e se acham que o ordenado compensa, concorram...

É verdade que muitos professores levam aquilo na desportiva e até conseguem ter "boa vida" mas também há muitos que nem o dobro do ordenado era bem pago... generalizar é sempre perigoso!
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por rmachado » 16/9/2004 15:39

Caros Foristas

No caso dos professores eu sou muito critico, e acho que existem efectivamente casos de dedicação extrema a profissão, mas um grande número foi lá parar por mero comodismo e não liga peva para o ensino.

Outro aspecto interessante é o horário de trabalho...
Meus amigos são 22 horas e não 35/40 horas como a maior parte dos restantes trabalhadores do estado...

O que devia acontecer era serem criadas condiçoes nas escolas para o professor passar lá 35 horas semanais com a inclusão de gabinetes a semelhança das universidades.

Deviam ser revistas as politicas de colocação e a carreira em termos de progressão (quase automatica).

Se como alertaram a classe é mal paga no inicio (menos 600 contos em relação a media). No meio da carreira já é paga acima da média e no fim então é muito acima da média... e curiosamente é com este valor que vão para a reforma...

Eu bem conhece casos de professoras reformadas que têm uma vida principesca...

E lanço só uma pergunta.
Qual é a razão pela qual na reforma se deixa de descontar para a chamada Caixa?
Porquê não criar uma taxação minima na reforma, digamos 5%?
 
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por Visitante » 16/9/2004 15:08

Deixem mesmo os vossos nicks e venha sem complexos cada um contar porque é que se considera um priveligiado. E deixem de fazer conjecturas sobre os amigos/inimigos/conhecidos/admirados/odiados/de quem ouviram falar/...

É uma sugestão que acho interessante, porque gostava de ver a verdade de cada um sobre no fundo a vida actual real... e não sobre o diz que disse.

Um Abraço
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por zé povinho » 16/9/2004 15:07

claro, e sabes que nos países mais civilizados o uso de carro da empresa em benefício próprio é taxado pelo fisco?

se cá se fizesse o mesmo certamente não haverioa tanto carro de empresa a circular por aí :wink:
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Caro Zé

por Thomas Hobbes » 16/9/2004 15:01

Nunca pensei outra coisa senão o que acabou de dizer.

Além do mais a sua conduta sempre foi impecável

Mas se os professores têm previlégios, també existe muitos outros que os têm, se bem que diferentes.

Os profesores têm maoir disponibilidade de horario (alguns), mas tem outras profissões que têm carro da empresa (significa 100cts liquidos por mes)

so para dar um exemplo.
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por Visitante » 16/9/2004 14:58

Para terminar este lindo post no fundo sobre a crise que vai marinando no mercado de valores ... transcrevo:

Portugal deverá ter mais 34 novos centros comerciais até 2007
O mercado de retalho em Portugal vai continuar a crescer e, até 2007, vão surgir em Portugal mais 34 novos centros comerciais, a somar aos 103 já existentes, segundo as previsões da consultora Jones Lang LaSalle.

--------------------------------------------------------------------------------

Jornal de Negócios Online
negocios@mediafin.pt



O mercado de retalho em Portugal vai continuar a crescer e, até 2007, vão surgir em Portugal mais 34 novos centros comerciais, a somar aos 103 já existentes, segundo as previsões da consultora Jones Lang LaSalle.

Até 2007 a área bruta locável (ABL) das superfícies comerciais em Portugal (que incluem «shoppings» e «retail parks»), deve aumentar para 2.709.505 metros quadrados, com a adição de mais 680 mil metros quadrados nos próximos anos.

Do total das novas áreas comerciais a abrir até 2007, 28,1% concentra-se em Lisboa e 14,2% no Grande Porto.

«Até final do ano deverão abrir cinco novos complexos comerciais a totalizar 74.500 m² de ABL, mas o maior número de inaugurações terá lugar em 2005, prevendo-se a abertura de 15 novos empreendimentos de retail num total de 266.700 m² de ABL, com destaque para dois projectos do Grupo Amorim, um da Sonae Imobiliária e um da holandesa AM Development», refere o estudo.

Em 2006, Portugal vai contar com 12 novos complexos, o maior dos quais a inaugurar na cidade de Leiria pela mão da AM Development. Ao todo, a oferta vai aumentar em 235.359 m² de ABL em 2006.

«Contudo, o maior dos projectos previstos para os próximos três anos – complexo dos Grupos Amorim e Auchan na Amadora – apenas tem inauguração prevista para 2007, ano em que a oferta confirmada será de 157.100 m² de ABL, dos quais 100 mil dizem respeito ao projecto já referido», diz a mesma fonte.

A Jones Lang LaSalle identifica, contudo, uma oferta potencial de 374 mil m² de ABL, que poderão vir a surgir no mercado a partir de 2007 e que dizem respeito a projecto identificados, embora sem data confirmada de desenvolvimento.

De acordo com o estudo, Portugal apresenta uma densidade de 195,6 m² de ABL por cada 1.000 habitantes, um valor que está ainda abaixo da maior parte dos países europeus com mercados de retalho em fase de maturidade. «A densidade do mercado português poderá ter como referência o rácio ABL/habitante da Espanha, na ordem dos 220 m²/1.000 habitantes», diz Manuel Puig, director do Departamento de Retail da Jones Lang LaSalle.

Segundo a Jones Lang LaSalle, «a componente de lazer vai ocupar uma área cada vez maior na oferta dos Centros Comerciais, uma situação que começa já a sentir-se».
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por zé povinho » 16/9/2004 14:51

para "Josema"

ninguém me contou, passa-se com um familiar muito próximo, que por ter 52 anos de idade tem um horário reduzido e dá 12 horas de aulas por semana.

para Thomas Hobes

uma coisa é a situação de previlégio, outra coisa são as pessoas.

nada do que eu disse pode ser lido como qualquer ataque aos professores e à sua honestidade, á sua competência ou até ao esforço para desempenharem as suas funções.
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por Rui12ld » 16/9/2004 14:16

Da problemática funcionários públicos vs privados, quero deixar umas deixas para que certas pessoas “ponham a mão nas suas consciências”.
Mesmo com os ordenados congelados (e com as condições péssimas de trabalho que apregoam) protestam, protestam mas começar a enviar curriculums é que não! Não se percebe, no privado se alguém está descontente no seu local de trabalho começa a procurar emprego noutro sítio, porque é que não se passa o mesmo na função pública? Qual o motivo?
O facto de nos concursos para dezenas de vagas na administração pública concorrerem milhares de candidatos também parece passar despercebida.

Também não entendo outra coisa, fala-se tanto dos professores, e esquecem-se os funcionário judiciais com 2 meses de férias as costas!!!

Abraço

PS: A questão dos professores faz-me lembrar a cantarola do “quem chora não mama”. Ou dos meus colegas de curso que entre nós dizíamos que o dito não valia nada, mas para fora era só maravilhas (só que ao contrário).
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Josema

por Thomas Hobbes » 16/9/2004 14:08

Caro Josema,

Concordo consigo, quando diz que aqui muitos falam sobre os professores (normalmente mal) sen conhecmento de causa.

Arrotam postas de pescada como se o trabalho de professor fosse efectuado em part-time.

A minha mulher e professora e Eu contacto in loquo a trabalheira que ela tem todos os dias e aconsideração que a sociedade lhe dá (pouca ou nenhuma)

E triste saber que a sociedade portuguesa considera os professores como calões ou preguiçosos, em vez de ver as linda crianças como se portam e os valores com que crescem
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por josema » 16/9/2004 13:58

Só um reparo ao "Zé povinho: reformei-me com 62 anos (prof. do E. Secundário), e, até ao último ano sempre tive um horário lectivo completo, de acordo com a lei. Quem lhe contou essa dos "50 anos" ou é ignorante ou mal intencionado.

À atenção dos administradores:
1º Este fórum está a ficar cheio de banalidades e, pior que tudo, de inverdades que chegam a raiar o absurdo.
2º Deixei de participar aqui porque um administrador me respondeu que "diversidade de assuntos" não acrescentava mais valia ao fórum.

Sendo assim, o que dizer das barbaridades que todos os dias aqui se escrevem? Entendam como quiserem o que acabo de escrever. Eu não penso intervir nos tempos mais próximos.

Votos de felicidades para todos e bons negócios
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por JCS » 16/9/2004 13:44

MozHawk Escreveu:Sou obviamente contra a perspectiva radical dos que defendem a teoria do utilizador/pagador "strictu senso". Alguém em Santarém referiu que como não utiliza a CP, Carris e Metro não tem nada que contribuir para tal. Eu até concordo com essa perspectiva... mas nesse caso também entendo que quando Santarém estiver a arder por tudo quanto é sítio, quando o Tejo transbordar e provocar umas cheias jeitosas ou quando houver um grande acidente na auto-estrada, não têm nada que ir socorros a Santarém para os ajudar porque se uma corporação sair de qualquer terreola que não seja Santarém é combustível que está a sair dos bolsos dos contribuintes, são custos com o pessoal, são o desgaste dos materiais, os consumíveis dispendidos, depreciação do equipamento para além dos riscos...

MozHawk


Apesar de ser a favor do conceito do utilizador pagador, acho também que certas excepções devem ser acauteladas. Contudo acho que faltou um pouco de bom senso na comparação citada (até porque por exemplo o Tejo não inundará todos os anos durante os próximos 25 anos...).

Cumprimentos

JCS
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https://twitter.com/JCSTrendTrading
"We can confidently predict yesterdays price. Everything else is unknown."
"Every trade is a test"
"Price is the aggregation of everyone's expectations"
"I don't define a good trade as a trade that makes money. I define a good trade as a trade where I did the right thing". (Trend Follower Kevin Bruce, $5000 to $100.000.000 in 25 years).
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por Incognitus » 16/9/2004 11:40

Bem, uma boa medida para começar, era os professores terem horários equivalentes aos das restantes profissões. Todos os professores, também. Quanto mais horas cada um fizer, menos são necessários, e não se compreende porque é que terão que fazer menos horas que os restantes mortais.
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por Visitante » 16/9/2004 11:32

O que é que pretendem?

Que o Bagão vá para Ministro da Educação Que vá melhorar ou acabar com a Educação?

Bom Bagão se a Educação sai cara vamos experimentar quanto custa não ter educação.

Absurdos.

Vamos lá ver se ganhamos algum com a bolsa para ficarmos mais satisfeitos, mais clarividentes e contribuir com algum pro Bagão não encher mais o balão... perdão o saco
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Comentario ao Visitante

por valves » 16/9/2004 11:15

É de aplaudir que um Visitante venha aqui fazer um diagnostico correcto das vantagens da sua situação profissional face á generalidade da situação em que vivem os Portugueses nas suas respectivas profissões. Aliás a mim mete - me nojo e peço desculpa pela agressividade Serem muitas vezes os prof mais velhos os que estão no quadro que mais se queixem sobre a sua situação quando têm um ordenado confortavel e acima de tudo tempo livre para fazerem muitas coisas que os trabalhadores no privado não têm ganhando menos e tendo menos seguranças. Pena tenho eu de muitos amigos meus professores que não estando ainda sequer fixos a um quadro de zona andem aí a veguear pelo país ( nos anos em que conseguem colocação ) a ensinar. Quando os sindicatos dos professores vêm dizer em grande alarde dizer que os prof. são os mais mal pagos da Europa e que têm que ganhar mais e isto e aquilo eu pergunto o seguinte e (aí o Zé Povinho tem toda a razão) : então se nós Portugueses na generalidade somos os que ganhamos menos porque raio é que para os senhores professores tinha de ser diferente ?

Um abraço

Vasco
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Ser Porfessor ....

por Thomas Hobbes » 16/9/2004 10:22

Não é fácil...

Apesar de muitos terem horários flexiveis, só o facto de terem de suportar más condições, má educação dos alunos e a estupidez de alguns encarregados de educação, no meu ponto de vista não compensa.

Para não falar no facto de que o ministério da educação (aquele Poço de sabedoria) os trata nas palminhas das mãos. :twisted:

Eu prefiro trabalhar mais do que ir para professor, não por falta de vocação mas por falta de pachorra.

Era incapaz de trabalhar com condições daquelas e comer pó de giz o dia inteiro e a ouvir putos histéricos aos gritos com problemas existências.

É certo que algumas queixas dos professores são absurdas, mas isso também é culpa dos sindicatos que continuam agarrados a ideias absolutamente ultrapassadas (o que é um mal geral em qualquer sindicato).

Mas se formos analisar bem a nossa sociedade todas as "grandes profissões" ainda mantêm um caracter corporativo muito forte (professores, advogados, médicos, engºs,bancários, etc...) enquanto esta mentalidade do antigo regime existir o futuro nao se augura bom.

Quanto ao resto, é esperar por dias melhores e que o SR. bagão félix deixe o ministério e vá para um clube qualquer fazer de coveiro do mesmo
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por Incognitus » 16/9/2004 10:09

Pois, o Visitante pelo menos é honesto ... hehe. As queixas dos professores estão entre as coisas mais absurdas deste país.
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Re: Sempre os mesmos bodes expiatórios...

por Visitante » 16/9/2004 10:05

tony Escreveu:Zé povinho escreveu:

"todos os que conhecem algo do que se passa na educação, estão fartos de saber que há uma quantidade enorme de professores com horários 00, ou muito reduzidos, sem que isso reflita qualquer diminuição no salário.
e no entanto os seus salários não são de desprezar, ao contrário de muitos outros trabalhadores da função pública.
comparativamente com outras profissões, os profs devem ser os portugueses mais bem pagos.


Ora, é precisamente quem nada sabe do que se passa na educação que fala assim. O estatuto social do professor nunca esteve tão desvalorizado como agora. E quanto a vencimentos, compare as carreiras remuneratórias com outras da função pública e tire depois as suas conclusões. Não se esqueça também que, desde 2001 que os professores (e Função Pública em geral)perdem poder de compra, sem actualização salarial e com a inflacção sempre a subir. E sempre a pagar os impostos, a que muitos outros fogem.

Já agora, leia o artigo seguinte, que saiu ontem, dia 14/09, no jornal Público:


["Professores portugueses estão entre os mais mal pagos da OCDE"
Lusa

Os professores portugueses estão entre os mais mal pagos dos países desenvolvidos, de acordo com um novo estudo da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE), que evidencia também a queda do investimento público no sector educativo em Portugal.

Os alunos portugueses estão entre os que têm menos horas de aulas, revela ainda o estudo da OCDE, que mostra também que o sistema educativo português é um dos que apresenta um rácio professor/alunos menos favorável. Portugal encontra-se entre os países onde há menos professores para o número de estudantes existente, ocupando a 24ª posição com 60,6 docentes por cada mil alunos, enquanto a média da OCDE ronda os 72,9 por mil alunos.

O estudo anual da OCDE sobre o "Panorama Educativo" em 2004, divulgado hoje, refere que os professores portugueses do ensino primário estão em oitavo lugar entre os que menos recebem - 15.873 euros por ano, enquanto a média da OCDE é de 18.702.

A posição mantém-se quando são contabilizados os rendimentos dos docentes após 15 anos de experiência (22.333 euros por ano), também longe da média dos países da OCDE (25.604 euros).

A mesma tendência vigora no nível secundário, com os professores a ganhar em média 17.066 euros, abaixo da média da OCDE, que é de 19.784 euros. Esse valor cresce para 24.669 euros depois de 15 anos de experiência, ainda abaixo da média das 30 nações da organização (27.220 euros).

O estudo confirma também uma queda significativa no investimento público na educação em Portugal, em termos do Produto Interno Bruto (PIB), no período entre 1996 e 2001. Enquanto em 1996 Portugal canalizava 5,4 por cento do PIB para a educação - mais do que a média dos países da OCDE (5,3 por cento) - em 2001 verificava-se o inverso, com o Estado a dispender apenas 4,4 por cento, o que coloca Portugal na 22ª posição no ranking da OCDE e abaixo da média (5,3 por cento).

Portugal é 23º no que toca ao valor de gastos com a educação por aluno - cerca de 3596 euros na educação primária e secundária e pouco mais de 5813 no ensino superior.

No quadro geral, Portugal é 22º nos gastos educativos totais per capita, despendendo pouco mais de 4163 euros por aluno, cerca de 816 euros menos do que a média. Portugal apenas gasta mais por aluno do que a Coreia, Grécia, Hungria, República Checa, Polónia, Eslováquia e México.

O ranking é liderado pelos Estados Unidos, onde o estado despende quase 8979 euros por aluno. A seguir estão a Dinamarca e a Noruega, que gastam cerca de 7346 euros."


Bom eu sou prof já efectivo, mas durante 4 anos andei pelos quadros zona, foi realmente aborrecido, mas se me perguntar se trocaria pela minha antiga profissão na privada, eu digo-lhe que não, e quanto afirma que temos vindo a perder poder de compra é uma verdade, mas mesmo assim ganho o dobro da média dos trabalhadores nacionais, e enquanto eu trabalho 22 horas por semana +4 horas (deveriam ser mais 15 para completar, mas estas horas chegam) para preparar aulas e corrigir testes (antigamente trabalhava 40 no privado)e não tinha as regalias que agora tenho. Se me perguntarem se eu trocaria, eu digo que nem pensar, por isso ser professor (e tanto melhor estando efectivo) é um "luxo" em Portugal, e digo-lhe mais, tenho muitas horas ainda por dia para me dedicar à bolsa e dar mais umas horas de aulas num centro de formação profissional. Se me perguntar se ganho mal, eu digo sempre que sim afinal queremos sempre mais, nunca estamos contentes com aquilo que temos ou ganhamos :roll:
Mas acho que tenho um nível de vida muito bom atendendo aquilo que vivi e vejo pelo nosso País.
Agora que as coisas se vão tornar complicadas no futuro lá isso vão, principalmente para estes futuros professores, mas lá vão inventar qualquer coisa, e colocam prof. a dar aulas com horários de 5 ou 6 horas por semana (e como dizia o touro e é verdade, conheço muitos casos assim)e todos fecham a boca e pronto, assunto resolvido.
E tenha cuidado com aquilo que escrevem nos jornais, pois nem sempre a interpretação é a mais correcta, face ao PIB e ao n.º de horas que lecciono, estou contente com aquilo que ganho :wink: e principalmente com as regalias que não tinha no privado :(
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por Incognitus » 16/9/2004 10:03

A única solução passaria por reduzir o Estado a 20% da sua dimensão actual e hiper-simplificar todos os processos desde a compra de uma casa ao IRS.

Essa solução nunca será tomada. O problema é um de custos, mas as medidas de corte de custos nunca se dirigem à dimensão do monstro.
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Oh Sr. Bagão....

por Thomas Hobbes » 16/9/2004 9:52

Este ministro veio demonstar que assim que se chega à cadeira do poder o que se ganha em prepotência perde-se em bom senso e racionalidade.

Usam-se formúlas já gastas de combate ao défice e quem sofre invariavelmente somos todos nós.

Só lamento o facto de cada vez pagar mais impostos e cada vez ter um pior serviço na administração pública.

Concordo com o Moz, quando este diz que é anedótico quando o IRS e IRC (para não falar dos impostos indirectos) não conseguem financiar os serviços como a educação e a saúde.

Qualquer dia, ainda se lembram de emitir uma taxa de circulação para os cidadãos (como fazem para os carros) :mrgreen:

Cada vez tenho mais nojo dos nossos políticos que se perdem em contendas da treta e só pensam em agradar a loobies
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por zé povinho » 16/9/2004 9:10

para o visitante "tony"

nesse contexto TODAS as profissões em Portugal são as mais mal pagas dos países da OCDE, e não é isso que eu refiro.
quando escrevo "comparativamente" quero dizer que a diferença entre os profs. portugueses e os estrangeiros é MENOR que entre muitas outras profissões em POrtugal e a mesma profissão no resto da Europa.

e esse estudo usa expressões como "estatuto social" que não entendo.

mas nada diz dos profs. com horário 00, nem explica porque é que os profs. a partir dos 50 anos quase não dão aulas.
será mais uma conquista da Revolução?

quanto ao resto só lhe posso dizer que o saber por ler nos jornais, não é grande saber.
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Sempre os mesmos bodes expiatórios...

por tony » 16/9/2004 1:37

Zé povinho escreveu:

"todos os que conhecem algo do que se passa na educação, estão fartos de saber que há uma quantidade enorme de professores com horários 00, ou muito reduzidos, sem que isso reflita qualquer diminuição no salário.
e no entanto os seus salários não são de desprezar, ao contrário de muitos outros trabalhadores da função pública.
comparativamente com outras profissões, os profs devem ser os portugueses mais bem pagos.


Ora, é precisamente quem nada sabe do que se passa na educação que fala assim. O estatuto social do professor nunca esteve tão desvalorizado como agora. E quanto a vencimentos, compare as carreiras remuneratórias com outras da função pública e tire depois as suas conclusões. Não se esqueça também que, desde 2001 que os professores (e Função Pública em geral)perdem poder de compra, sem actualização salarial e com a inflacção sempre a subir. E sempre a pagar os impostos, a que muitos outros fogem.

Já agora, leia o artigo seguinte, que saiu ontem, dia 14/09, no jornal Público:


["Professores portugueses estão entre os mais mal pagos da OCDE"
Lusa

Os professores portugueses estão entre os mais mal pagos dos países desenvolvidos, de acordo com um novo estudo da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE), que evidencia também a queda do investimento público no sector educativo em Portugal.

Os alunos portugueses estão entre os que têm menos horas de aulas, revela ainda o estudo da OCDE, que mostra também que o sistema educativo português é um dos que apresenta um rácio professor/alunos menos favorável. Portugal encontra-se entre os países onde há menos professores para o número de estudantes existente, ocupando a 24ª posição com 60,6 docentes por cada mil alunos, enquanto a média da OCDE ronda os 72,9 por mil alunos.

O estudo anual da OCDE sobre o "Panorama Educativo" em 2004, divulgado hoje, refere que os professores portugueses do ensino primário estão em oitavo lugar entre os que menos recebem - 15.873 euros por ano, enquanto a média da OCDE é de 18.702.

A posição mantém-se quando são contabilizados os rendimentos dos docentes após 15 anos de experiência (22.333 euros por ano), também longe da média dos países da OCDE (25.604 euros).

A mesma tendência vigora no nível secundário, com os professores a ganhar em média 17.066 euros, abaixo da média da OCDE, que é de 19.784 euros. Esse valor cresce para 24.669 euros depois de 15 anos de experiência, ainda abaixo da média das 30 nações da organização (27.220 euros).

O estudo confirma também uma queda significativa no investimento público na educação em Portugal, em termos do Produto Interno Bruto (PIB), no período entre 1996 e 2001. Enquanto em 1996 Portugal canalizava 5,4 por cento do PIB para a educação - mais do que a média dos países da OCDE (5,3 por cento) - em 2001 verificava-se o inverso, com o Estado a dispender apenas 4,4 por cento, o que coloca Portugal na 22ª posição no ranking da OCDE e abaixo da média (5,3 por cento).

Portugal é 23º no que toca ao valor de gastos com a educação por aluno - cerca de 3596 euros na educação primária e secundária e pouco mais de 5813 no ensino superior.

No quadro geral, Portugal é 22º nos gastos educativos totais per capita, despendendo pouco mais de 4163 euros por aluno, cerca de 816 euros menos do que a média. Portugal apenas gasta mais por aluno do que a Coreia, Grécia, Hungria, República Checa, Polónia, Eslováquia e México.

O ranking é liderado pelos Estados Unidos, onde o estado despende quase 8979 euros por aluno. A seguir estão a Dinamarca e a Noruega, que gastam cerca de 7346 euros."
tony
 

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