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Caldeirão da Bolsa

Adeus petróleo barato

Espaço dedicado a todo o tipo de troca de impressões sobre os mercados financeiros e ao que possa condicionar o desempenho dos mesmos.

por Touro » 5/8/2004 20:36

A subida dos preços não tem nada de conjuntural nem estrutural, a meu ver esta subida dos preços do petróleo é puramente especulativa.
Cumprimentos,
Touro
 
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por venhoca » 5/8/2004 20:06

Correcção

não são 53 nem 110 mil milhões de ton. mas sim 53 e 110 milhões de ton.

Desculpem o lapso.
 
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por venhoca » 5/8/2004 19:56

Acabei de ver num canal de televisão espanhol "Tele5" que o consumo de petroleo na China foi de 53 mil milhões de toneladas em 2002 e 110 mil milhões em 2004.
Isto explica o forte aumento de preço aa meu ver.
Já aconteceu algo parecido com o aumento do preço do ferro devido também ao aumento da procura por parte da China.

Cumprimentos
 
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Adeus petróleo barato

por TRSM » 5/8/2004 19:06

Adeus petróleo barato
pferreira@mediafin.pt
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E se o aumento dos preços do petróleo tem mais de estrutural do que de conjuntural? É esta a ideia que começa a fazer caminho e a ser sustentada por analistas, para explicar a alta prolongada das cotações do ouro negro, como pode ler nas páginas seguintes.
É certo que temos a incógnita do Iraque, a crise da Yukos e as regulares ameaças terroristas (umas serão reais; outras parecem intoxicação e manipulação pré-eleitoral do inquilino da Casa Branca).

Todas juntas, estas perturbações explicarão alguma alta de preços. Mas chegarão para justificar a duplicação de valor em cerca de três anos?

A teoria do movimento especulativo começa a ser derrotada pela da incapacidade produtiva.

Nas últimas décadas, os principais produtores de petróleo não fizeram os investimentos necessários para renovar e aumentar a capacidade de extracção do produto. E o mundo não parou de aumentar a procura.

Além do constante e regular aumento do consumo de combustíveis por parte dos países desenvolvidos, assistimos nos últimos anos ao acordar económico de dois gigantes: a China e a Índia.

E o crescimento económico faz aumentar a procura de combustíveis, sobretudo na fase de desenvolvimento em que se encontram aquelas economias. É fácil entender que as preocupações que levam as sociedades a apostar energias alternativas são, naqueles países, um «luxo» ainda distante no tempo.

Dois números: na China, o consumo de petróleo duplicou entre 1992 e 2002 e a importação de automóveis aumentou 30% nos primeiros cinco meses deste ano.

Temos então um forte e constante aumento global da procura. E do lado da oferta, mesmo assumindo que há vontade política dos produtores para responder, começa a ser gritante o estrangulamento na capacidade de extracção. E esta não se adquire em pouco tempo. É cara, demorada e pouco aliciante para quem enriquece com o actual estado de coisas.

A mensagem que os analistas começam a passar é que temos que tirar da ideia o regresso do petróleo a valores abaixo dos 20 dólares, o patamar em que esteve em meados dos anos 90. E mesmo as cotações à volta dos 30 dólares parecem afastadas durante bastante tempo, se é que alguma vez lá voltarão.

Estamos condenados a pagar o petróleo caro e durante muito tempo. Com ou sem terrorismo. Com ou sem instabilidade no coração da produção, o Médio Oriente.

Para Portugal esta notícia é pior do que para a generalidade dos países consumidores na Europa, dada a maior dependência dessa fonte de energia.

Em boa hora se fez a liberalização dos preços dos combustíveis, cujo funcionamento transparente tem que ser vigiado. É sempre melhor que a factura seja paga por quem consome, para que o mercado funcione e possa provocar algum arrefecimento da procura.

Ceder agora à tentação populista de amortecer preços artificialmente seria um erro clamoroso. Este é o tempo de racionalizar o consumo e pensar a longo prazo, investindo a sério em energias alternativas.

CN
 
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