O nosso Cherne O’Bill
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O nosso Cherne O’Bill
O nosso Cherne O’Bill
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Frederico Bastião
O nosso povo espera ansiosamente uma resposta do nosso ainda PM: para ir para Bruxelas aconselhou-se com quem, Zandinga ou Gabriel Alves?
Tenho seguido com curiosidade a onda de devastação que tem provocado a saída do nosso quase ex para Bruxelas. Não me levem a mal, meus queridos leitores, sei que é um assunto muito sério, mas isto da curiosidade é porque se não fosse política e se não fosse em Portugal, não dava para acreditar.
Ora vejam lá, a malta da oposição, que passava a vida a reclamar que ele fosse posto na rua, agora clama contra a sua saída e diz que o que ele tinha que fazer era continuar a governar o País, que foi para isso que o povo o mandatou (os mesmos tipos que o queriam ver pelas costas, topam?). Por outro lado, uns quantos dos seus colegas de partido, que dizem que o apoiam e que como primeiro ministro ele é a última maravilha, uma espécie de legado que Deus (Pinheiro) nos deixou, tudo fazem e dizem para que ele se ponha a mexer para a capital da Europa, o tal fulano que era tão imprescindível para o futuro nacional. Estão todos a gozar connosco ou quê?
Pois é, parece que afinal o nosso PM foi mesmo convidado pelo seu homólogo irlandês – e aceitou – a ir para Presidente da Comissão Europeia. Já agora, parece que Durão Barroso em irlandês se diz Cherne O’Bill. Curioso, não? E aparentemente o comentário de Jacques Chirac a esta sugestão terá sido «Mon Cherne ami!»
Só tenho uma explicação para tão peculiar situação, que deixou alguns de nós mais órfãos: esta coisa do nosso Cherne ir nadar para outras águas provocou um Chernobil no País, com epicentro em São Bento, que afectou para já os que por lá habitam.
E para aqueles que acham que chamar Chernobil a isto é exagero, as semelhanças são mais que muitas. Ora vejam lá:
- Também cá só se descobriu o nosso Chernobil uns dias depois, apesar de alguns, poucos, já saberem há uns dias;
- Também cá soubemos pela Europa e não pelos nossos homens envolvidos nisto;
- Também cá há uma zona de contaminação e há quem, pela proximidade com o cherne, já esteja contaminado e posto de quarentena;
- Também cá vai haver um sarcófago, para guardar umas quantas múmias que há no governo;
- Também cá há um buraco colossal, que vai do Parque Mayer ao Orçamento do Estado, ligados por um túnel;
- E também toda a Europa vai ser afectada e mais uma vez eles ainda não descobriram com o que vão levar em cima. Mas, meus queridos amigos, se compreendo que o Zé (e a Maria) andem preocupados, acho que nenhum português leva a mal o cherne ir abanar as barbatanas para outras bandas. Com colegas de partido e uma oposição destas até eu fugia para Bruxelas, comer «moules».
Dizem as almas maldosas do Partido Socialista, lá para os lados de S. Bento, que o Dr. Barroso terá fugido para Bruxelas porque o Dr. Ferro, qual cóbói em western à Bulhão Pato, lhe terá dito que este País é pequeno de mais para os dois. Calúnias! Só é criticável é o nosso PM andar primeiro a dizer que não era candidato. Até parece que o fazia porque pensava que não tinha hipóteses, uma espécie de versão nova da raposa e das uvas, que só cães podiam tragar. Mas para citar Paracelso, «aqueles que pensam que os frutos amadurecem todos ao mesmo tempo, como as cerejas, é porque nada sabem das uvas» - o que o nosso PM estava a fazer era a usar todos os trunfos e a gerir os timings.
As ondas de choque já se fazem sentir no País. Mas não é com a saída do cherne, é com a entrada de «O Outro». É o novo PM e o novo governo que preocupam o País. Parece que o povo acredita, vá-se lá saber porquê, que o novo primeiro ministro vai procurar financiamentos externos a Monte Carlo, comprar submarinos na Tailândia e decidir os nossos impostos na roleta. Consta também que as decisões no Conselho de Ministros serão tomadas na base da bisca lambida ou do burro em- pé. Parece que alguns futuros ministros já mandaram fazer baralhos só com ases e manilhas e alguém, sem dúvida por engano, já pagou um café em S. Bento com uma moeda com duas caras. Também consta que há um americano que tinha ficado «a arder» e já anda mais contente. As boas notícias são para a Cultura, pois parece que vai passar a ecoar música de Chopin nos corredores do poder. São só violinos, como no Sporting de outros tempos.
Um povo esclarecido é um povo convencido. O nosso povo quer, então, ser esclarecido e convencido, e espera ansiosamente uma resposta do nosso ainda PM: para ir para Bruxelas aconselhou-se com quem, Zandinga ou Gabriel Alves?
Frederico Bastião é Professor de Teoria Económica das Crises na Escola de Altos Estudos das Penhas Douradas. Quando lhe perguntaram o que achava do nosso PM ser o próximo Presidente da Comissão Europeia, respondeu «Acho bem! Fica acima de Deus, que só chegou a Comissário
negocios.pt
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Frederico Bastião
O nosso povo espera ansiosamente uma resposta do nosso ainda PM: para ir para Bruxelas aconselhou-se com quem, Zandinga ou Gabriel Alves?
Tenho seguido com curiosidade a onda de devastação que tem provocado a saída do nosso quase ex para Bruxelas. Não me levem a mal, meus queridos leitores, sei que é um assunto muito sério, mas isto da curiosidade é porque se não fosse política e se não fosse em Portugal, não dava para acreditar.
Ora vejam lá, a malta da oposição, que passava a vida a reclamar que ele fosse posto na rua, agora clama contra a sua saída e diz que o que ele tinha que fazer era continuar a governar o País, que foi para isso que o povo o mandatou (os mesmos tipos que o queriam ver pelas costas, topam?). Por outro lado, uns quantos dos seus colegas de partido, que dizem que o apoiam e que como primeiro ministro ele é a última maravilha, uma espécie de legado que Deus (Pinheiro) nos deixou, tudo fazem e dizem para que ele se ponha a mexer para a capital da Europa, o tal fulano que era tão imprescindível para o futuro nacional. Estão todos a gozar connosco ou quê?
Pois é, parece que afinal o nosso PM foi mesmo convidado pelo seu homólogo irlandês – e aceitou – a ir para Presidente da Comissão Europeia. Já agora, parece que Durão Barroso em irlandês se diz Cherne O’Bill. Curioso, não? E aparentemente o comentário de Jacques Chirac a esta sugestão terá sido «Mon Cherne ami!»
Só tenho uma explicação para tão peculiar situação, que deixou alguns de nós mais órfãos: esta coisa do nosso Cherne ir nadar para outras águas provocou um Chernobil no País, com epicentro em São Bento, que afectou para já os que por lá habitam.
E para aqueles que acham que chamar Chernobil a isto é exagero, as semelhanças são mais que muitas. Ora vejam lá:
- Também cá só se descobriu o nosso Chernobil uns dias depois, apesar de alguns, poucos, já saberem há uns dias;
- Também cá soubemos pela Europa e não pelos nossos homens envolvidos nisto;
- Também cá há uma zona de contaminação e há quem, pela proximidade com o cherne, já esteja contaminado e posto de quarentena;
- Também cá vai haver um sarcófago, para guardar umas quantas múmias que há no governo;
- Também cá há um buraco colossal, que vai do Parque Mayer ao Orçamento do Estado, ligados por um túnel;
- E também toda a Europa vai ser afectada e mais uma vez eles ainda não descobriram com o que vão levar em cima. Mas, meus queridos amigos, se compreendo que o Zé (e a Maria) andem preocupados, acho que nenhum português leva a mal o cherne ir abanar as barbatanas para outras bandas. Com colegas de partido e uma oposição destas até eu fugia para Bruxelas, comer «moules».
Dizem as almas maldosas do Partido Socialista, lá para os lados de S. Bento, que o Dr. Barroso terá fugido para Bruxelas porque o Dr. Ferro, qual cóbói em western à Bulhão Pato, lhe terá dito que este País é pequeno de mais para os dois. Calúnias! Só é criticável é o nosso PM andar primeiro a dizer que não era candidato. Até parece que o fazia porque pensava que não tinha hipóteses, uma espécie de versão nova da raposa e das uvas, que só cães podiam tragar. Mas para citar Paracelso, «aqueles que pensam que os frutos amadurecem todos ao mesmo tempo, como as cerejas, é porque nada sabem das uvas» - o que o nosso PM estava a fazer era a usar todos os trunfos e a gerir os timings.
As ondas de choque já se fazem sentir no País. Mas não é com a saída do cherne, é com a entrada de «O Outro». É o novo PM e o novo governo que preocupam o País. Parece que o povo acredita, vá-se lá saber porquê, que o novo primeiro ministro vai procurar financiamentos externos a Monte Carlo, comprar submarinos na Tailândia e decidir os nossos impostos na roleta. Consta também que as decisões no Conselho de Ministros serão tomadas na base da bisca lambida ou do burro em- pé. Parece que alguns futuros ministros já mandaram fazer baralhos só com ases e manilhas e alguém, sem dúvida por engano, já pagou um café em S. Bento com uma moeda com duas caras. Também consta que há um americano que tinha ficado «a arder» e já anda mais contente. As boas notícias são para a Cultura, pois parece que vai passar a ecoar música de Chopin nos corredores do poder. São só violinos, como no Sporting de outros tempos.
Um povo esclarecido é um povo convencido. O nosso povo quer, então, ser esclarecido e convencido, e espera ansiosamente uma resposta do nosso ainda PM: para ir para Bruxelas aconselhou-se com quem, Zandinga ou Gabriel Alves?
Frederico Bastião é Professor de Teoria Económica das Crises na Escola de Altos Estudos das Penhas Douradas. Quando lhe perguntaram o que achava do nosso PM ser o próximo Presidente da Comissão Europeia, respondeu «Acho bem! Fica acima de Deus, que só chegou a Comissário
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