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Caldeirão da Bolsa

Coisas que devem ser ditas (para Manuela Ferreira Leite)

Espaço dedicado a todo o tipo de troca de impressões sobre os mercados financeiros e ao que possa condicionar o desempenho dos mesmos.

por valves » 1/7/2004 17:31

Sevandija disse :

vinda a Portugal de Christianne Torloni por milhares de contos, etc... repare penso que no caso de Santana essa vinda ele aproveitou -a na integra porque como ele proprio disse - " comeu -a "- eu é que contribuinte também me parece que tinha direito ao meu bocado da Christianne Torloni até porque os milhares de contos que ela custou algum saiu do meu bolso :mrgreen: :mrgreen: :mrgreen:
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Rui Rio

por Sevandija » 1/7/2004 17:21

Bem ... não sei... :oops: talvez... :roll: Mas ele acabou com os arrumadores de carros ou não :?: Se sim, talvez fosse uma hipótese a considerar :P
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por Livermore » 1/7/2004 17:11

Eu não costumo dialogar nestes tópicos... mas neste não resisto :wink: ... e se o presidente da câmara fosse outro... e que tal o Rui Rio?... :roll:

Beijinhos,
Cris
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Eleições ou não

por Sevandija » 1/7/2004 17:06

Resumindo:

O Barroso vai para bruxelas.
A meu ver, devia ter rejeitado pois apesar de tudo, muita gente neste pais tinha esperança que no final do primeiro mandato o pais tivesse melhorias significativas, fazendo esquecer o descalabro que foi a governação Gutierres. Devia ter mantido o compromisso com os Portugueses.

Mas agora está feito, já não há volta a dar. O que pode acontecer?

1º O Santana é proposto e aceite. Realmente ele levou o mandato na Figueira até ao fim, mas foi a única coisa que conseguiu (mais uns mundialitos de praia, tudo bem) Foi um péssimo secretário da cultura (eu sou músico e foi uma vergonha, patético, aquela dos concertos de violino de Chopin)os arranjos na fortaleza de Sagres, a vinda a Portugal de Christianne Torloni por milhares de contos, etc... á frente de Lisboa tem sido o que se vê: Obras que não andam (aqui com ajuda da oposição) milhares de contos em carros novos, o definhamento da Orquestra Metropolitana de Lisboa (ele curte é discotecas, copos e gajas do Jet-set, clássica nem lhe passa pelos ouvidos) etc... podia estar aqui a dizer mal dele o dia todo que não me cansava.
Não é esta a solução.

2º Eleições antecipadas com vitória provável do PS. Ferro a primeiro ministro com ou sem coligação com o PC. Era o afundamento final do país. Era o retorno dos défices, porque apesar de estarmos a assistir a uma retoma lenta, mesmo essa deixava de existir. E queremos ter como 1º Min. um homem que se "está a cagar para a justiça"??
Lá ia o nosso dinheirinho voltar para os rendimentos minimos garantidos, casas para os ciganos das Mercedes VITO, conluios no parlamento á volta dos queijos, dar o dito por não dito como no caso da lei do aborto que foi a referendo por incompetencia do PS, etc... Esta não é a solução.

A solução passaria a meu ver por manter o governo em funções, mas com um candidato melhor por parte do PSD. Não temos margem de manobra para agora estar a mudar de politica. Não agora que isto está a começar a voltar aos eixos. Ouçam o governador do Banco de Portugal. O PSD tem que continuar a governar e tem que que arranjar a solução para o problema que criou.
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Há algumas diferenças.....

por JAG » 1/7/2004 17:02

A grande diferença entre Guterres e Barroso é que Guterres saiu do barco quando as coisas caminhavam para a recessão enquanto que Barroso sai quando caminhamos para a retoma.

Começam a haver sinais claros de retoma, e Barroso não vai ficar para recolher os louros. O plano traçado foi para 4 anos, e nos primeiros dois foram tomadas medidas bastante impopulares mas necessárias. É em meu entender justo que o programa seja cumprido até ao fim. E Barroso salientou que sai com a convicção de que isso vai acontecer, ou seja, o sucessor continuará a politica seguida. Penso que se o PSD mostrar sinais claros de consenso em torno do próximo lider e que a politica continuará a ser seguida, não deverá haver eleições.

Que eu saiba, votamos num partido e num programa. Elegemos deputados para a assembleia da republica que elegem um primeiro-ministro que vai formar governo para cumprir o programa. E é justo que esse programa seja cumprido até ao fim. Por isso se houver condições para que esse programa continue a ser cumprido acho que não há necessidade de eleições antecipadas. E é extremamente injusto que o PS fique depois com os louros

Abraço

JAG
 
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por JCS » 1/7/2004 16:40

Penso não estar a confundir nada, até porque em altura alguma me referi a Pedro Santana Lopes (nem que este era competente). Se reler os meus posts verifica que me referi unicamente à oposição.

Um abraço

JCS
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por valves » 1/7/2004 16:15

Carissimo parece -me que está a confundir as situações uma coisa é a incompetencia da oposição outra é a incompetencia de Pedro Santana Lopes que em 3 anos de autarca não fez rigorosamente obra nehuma que se veja. Repare para mim a incompetencia da oposição não é motivo para que se dê uma cartazinha branca ao populista Santana Lopes se outra fosse a figura escolhida pelo PSD alguem sério eu por mim dispensava eleições. Para mim ter Santana Lopes como primeiro ministro dá -me umas certas agonias. Quanto á competencia ou incompetencia da oposição para mim é coisa que não me interessa nem o problema se colocaria se não fosse o incompetente Santana Lopes estar a querer ser promovido sem ter feito nada que se veja.

Cumpts
Vasco
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por JCS » 1/7/2004 15:55

valves Escreveu:Estranha -me como é que o JCS sendo um homem de familia e de tradições venha para aqui com repugnações. Olhe que para mim o Santana é bom é para gerente de discotecas não um lider para a Nação nem um estadista.


Amigo Valves, já me viu defender Pedro Santana Lopes? (parece-me que não). Viu-me sim, a emitir a minha opinião pessoal acerca desta oposição (que reafirmo é a mais incompetente de que tenho memória).

Quanto à repugnância, vejo que defende que é um sentimento exclusivo de "solteiros e sem tradições". Eu não penso assim.

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por valves » 1/7/2004 15:39

Amigo JCS para mim a questão está numa só pessoa Pedro Santana Lopes se o Governo indigitar qualquer outro para Primeiro ministro não há problema qualquer um pode ser : o Marcelo pode ser o Bagão Felix podem ser todos menos Santana se o PSD indigitar Santana como primeiro ministro venho para a Rua pedir eleições antecipadas.
Estranha -me como é que o JCS sendo um homem de familia e de tradições venha para aqui com repugnações. Olhe que para mim o Santana é bom é para gerente de discotecas não um lider para a Nação nem um estadista.
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por MSM » 1/7/2004 15:25

Caro Surfer,

Eu também não sei quem tem razão. Agora dizer-se que é por indicação do partido :shock: :shock: Sempre foi e será. É assim a vida parlamentar em Portugal, quem indica o 1º Ministro é o partido mais votado.
Quanto ao facto de ele ser populista ou de não levar as coisas até ao fim vamos por partes:
Se não levar algo até ao fim foi só em Lisboa pois que eu saiba na Figueira levou o mandato até ao fim sem sobressaltos. Quanto ao facto de ser populista, qual é o problema?? Existem tantos 1º Ministros no mundo populistas e com trabalho feito casos de Tony Blair, Bill Clyton, etc..
Eu sinceramente prefiro um 1º Ministro diferente do habitual em Portugal.

Quanto à oposição estamos conversados. Agora que estamos a recuperar depois de 2 anos de sofrimento querem assumir o Governo para depois dizerem que fizeram um excelente trabalho e quando as coisas voltarem a estar mal (porque com um possivel primeiro Ministro como o Ferro que até já admitiu que poderia coligar-se com o PC) e isso vai acontecer lá vêm outra vez os chatos por isto direito. Por isso acho que esta maioria deve acabar o seu mandato e depois o povo decidirá quem tem razão.

Um abraço
MSM
 

Mais...

por Surfer » 1/7/2004 15:24

Queria só acrescentar ao meu post anterior um factor que eu julgo no futuro poderá colocar Portugal numa situação complicada e deveras dolorosa.

É que perante eleições antecipadas e o pais vá a votos, qualquer que seja o partido eleito, um governo que não apresente maioria absoluta no parlamento, julgo que será um retrocesso para o crescimento económico e estrutural de Portugal porque dessa forma não há reformas e politicas que resistam, logo numa década que Portugal vai enfrentar um forte concorrência nomeadamente pelos paises que constituiram o recente alargamento da comunidade europeia.

Terminada a euforia e festa do futebol, a ressaca depois do verão poderá ser dura!!

Cumps
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Re: MSN...

por JCS » 1/7/2004 15:09

Surfer Escreveu:...Porque com esta oposição medriocre não contêm com o meu voto!

Cumps



Nem com o meu...

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MSN...

por Surfer » 1/7/2004 15:06

Nesta altura sinceramente não sei bem quem possui a razão e qual o melhor caminho, se o grupo parlamentar do PSD ou alguns «pesos-pesados» do PSD.

O que eu sei e sinto como português é que não vejo com bons olhos Santana Lopes assumir o cargo de 1º-Ministro desta forma por indicação do partido, creio que será sempre um governo demasiado fragil para um periodo tão importante que Portugal vive e luta.

Fui admirador de Santana Lopes enquanto candidatou-se à liderança do partido apôs a saida de Cavaco Silva, na altura prometia muito, mas com o decorrer dos anos confesso que me desiludio imenso ao ponto de hoje-em-dia praticamente não faço questão de ouvir o que tem para dizer.

Isto pelo simples facto de lá para cá demonstrou sempre uma ambição pessoal e vaidade crescente sem que termina-se os projectos que sempre garantiu levar ao fim. Para além de que tal como Pacheco Pereira afirma neste artigo, Santana Lopes possui um estilo populista e é um politico muito inconstante nas suas convicções mesmo naquilo que defende arduamente no curto-prazo, ao fim de algum tempo muda facilmente de ideias e de pessoas relativamente aos desafios e projectos que tem pela frente.

Julgo que o melhor cenário seria eleições em Outubro de forma que tanto o PSD como o PS tivessem tempo para realizar congressos extradionários para afirmação de lideranças coesas e apresentarem os seus projectos ao pais. Porque com esta oposição medriocre não contêm com o meu voto!

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Meus Senhores...

por O Rei das Ondas » 1/7/2004 14:56

...coloquemos a questão no plano da ética e qualquer disciplina política, bebe nela a sua essência.
Interiorizada, a conclusão somente pode ser uma:
Reprovável!
...
Um compromisso, uma responsabilidade pedida e assumida, deve sê-lo até ao termo em que as partes a rubricaram.
...

R.d.O
 
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por JCS » 1/7/2004 14:54

Caro P.M. De acordo com a maioria do que referiu. Na realidade raramente (muito raramente mesmo) a oposição apoia um governo. A diferença existe quando uma oposição "tenta" (para não ser muito exigente)apresentar soluções a uma governação, ou actuar indiferênciadamente dizendo X está mal e que o contrário de X também está! (e só se tem visto isto nos ultimos 2 anos e meio). Sabe-se dizer o que está mal, mas não o que se poderia fazer para ficar melhor. Falta de soluções? Concerteza...

Cumprimentos

JCS
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para JCS

por P.M. » 1/7/2004 14:42

Caro JCS,

Sigo com atenção o que vai escrevendo e surpreende-me esta sua msg pelo seguinte:

Nunca em Portugal alguma oposição aplaudiu o trabalho de um governo, fosse ele qual fosse. Antes pelo contrário, sempre o governo e o seu primeiro ministro foi criticado e assim sempre será (feliz ou infelizmente).

Portanto, não me parece correcto criticar esta (e esta apenas) oposição por isso, sobretudo da forma tão agressiva como o fez. Parecia-me bem se criticasse por não ter ideias ou por fazer propostas que nos pareçam inadequadas,ou ...

Para terminar, embora não me caiba a mim defender ou acusar quem quer que seja, julgo que, dada a mediocridade de todos os nossos politicos, é de louvar a atitude do PS que após uma vitória estrondosa nas europeias não se colocou em bicos de pés pedindo a demissão do governo (como, certamente se recordará, fez o Dr. Durão Barroso após as autarquicas de 2001).

Cumprimentos,

P.M.
P.M.
 

Violinos de Chopin

por William Wallace » 1/7/2004 14:35

Para mim deve ser dada toda a credibilidade a um Homem que aprecia tanto os Violinos de Chopin como Santana. (ex-secretário de estado da cultura).


William
....Aye, fight and you may die, run and you'll live....at least a while. And dying in your beds many years from now, would you be willing to trade all the days from this day to that for one chance, just one chance to come back here and tell our enemies...that they may take our lives, but they'll never take our freedom!
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por MSM » 1/7/2004 14:26

Eu acho aue não podemos tirar conclusões do que é dito por meia dúzia de pessoas de um partido com o tamanho do PSD. Porquê é que não falam de todos os outros, como por exemplo estes????


In LUSA:

Grupo parlamentar do PSD quer Pedro Santana Lopes a liderar o partido




O grupo parlamentar do PSD manifestou quinta-feira o seu apoio unânime à eleição de Pedro Santana Lopes para líder do PSD, disse à Agência Lusa fonte da direcção da bancada social- democrata.
A maior bancada do parlamento - 105 deputados - reuniu-se para analisar a actual situação política e no partido e pronunciou- se favoravelmente pela eleição de Pedro Santana Lopes como presidente do PSD, durante o Conselho Nacional dos sociais- democratas.
Lusa/Fim
MSM
 

por JCS » 1/7/2004 14:23

Quanto isto só digo uma ou duas coisas:

- No parlamento era por demais frequente ouvir-se toda a oposição em completa histeria a gritar "Durão vai-te embora, estás a enterrar o país, etc...". Toda a oposição desejava o seu afastamento e Durão era "culpado" por ficar.
Hoje que se vai embora Durão é "culpado" por se ir embora (e não vai gozar os rendimentos como se viu num passado recente em Portugal).
É este "preso por ter cão e preso por não ter" que me repugna na oposição em portugal (para não dizer que me mete nojo). Posso-me abster quando bem entender, mas nesta oposição certamente não voto!

PS: Os ultimos dias têm sido de histeria total na oposição, querendo a todo o custo o poder nesta altura ( que melhor altura que com o inicio de crescimento económico e talvez previsivel diminuição do desemprego?), para poderem pregar "foi preciso estarmos no poder, para Portugal começar a crescer e o desemprego a diminuir"... :wall: :pray:

É esta oposição que não suporto.

Cumprimentos

JCS
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por JS » 1/7/2004 14:09

Quando dizes que devia ter dito:

"Honra-me muito o vosso convite, mas não tenho condições para aceitar neste momento difícil do meu país.”"

A diferença é que o homem estava a governar para saldar o Pais da antiga desordem não olhando a votos para ganhar eleições, mas se ele tivesse recusado ninguem lhe daria valor e continuariam a olhar como o culpado das empresas fecharem, quando qualquer besta que saiba de economia já sabia que iram fechar há muitos anos e o antigo governo nunca se preocupou, apenas gostava de dar dinheiro a ciganos, casas a quem não merece e rebentar com qualquer politica de longo prazo.
Isto é um Pais da America latina apenas sito na Europa, onde o Portugês só pensa no desenrracar e não mais de 2/3 dias há frente, depois logo se vê.

Cá para mim a enquanto não varrerem todos os sugadores do tempo do 25 de Abril e vierem novas cabeças isto é uma anedota europeia, por isso ele fez bem porque ninguem lhe iria dar valor, como não dão a niguem que não de dinheiro sem trabalhar como fez o antigo Governo, a toda a escomalha deste Pais. Eu a pagar impostos e Ciganos com carrinhas de 25.000 euros Mercedez Vito sem para sequer o selo.
JS
 

por valves » 1/7/2004 12:02

Pela primeira vez ontem tive a sensação que vão mesmo haver eleições antecipadas no proximo Outono mesmo que o Presidente da Republica dê posse a um novo governo PSD. Eu por mim acho que sendo Santana Primeiro ministro quanto mais cedo houver eleições melhor para se fazer a respectiva limpeza mas isto claro é minha opinião pessoal não gosto do tipo ponto final.

Um abraço

Vasco
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Coisas que devem ser ditas (para Manuela Ferreira Leite)

por Surfer » 1/7/2004 11:55

José Pacheco Pereira/Público


1 - Esta crise política foi completamente inesperada. Bom, é da natureza de algumas crises. Mas esta foi inesperada por um único e exclusivo factor subjectivo: deveu-se a uma decisão de um homem, que introduziu efeitos de profunda perturbação na vida política portuguesa. O homem foi-se embora, os efeitos estão connosco.

2. O compromisso de Durão Barroso com os portugueses não era “soft”, era “hard”. Era forte e feio e duro. Foi feito numa eleição difícil, ganha à tangente, foi feito pelo risco de uma coligação que tinha e tem os seus problemas. Foi feito numa situação que o primeiro-ministro sempre caracterizou como sendo de emergência nacional, gerada pelas políticas de descalabro do PS. Foi feito para um Governo que ofereceu dificuldades aos portugueses, dizendo-as absolutamente necessárias, patrióticas, e que sempre disse que não governava para eleições. Foi feito sem recuo.

3. O convite a Durão Barroso é resultado de fraquezas partilhadas e não da força da Europa. Essa fraqueza já lá estava, está no senhor Chirac, a chegar ao fim dos seus dias de poder, está no senhor Schroeder, batido como ninguém nas últimas eleições europeias, está no senhor Blair, enfraquecido pelo Iraque. Está no último decénio de contínuo défice democrático da Europa, está nessa obra-prima de mistificação política que é a “Constituição” europeia, está no desinteresse europeu cada vez maior pelo Parlamento, está nas derrotas quase inevitáveis dos referendos (Dinamarca, Holanda, Suécia) das posições mais europeístas, está na inanidade flagrante da política externa e de defesa europeia, está nos impasses crescentes que mostram a incapacidade da Europa para resolver os seus problemas colectivos. Durão Barroso foi escolhido porque todos estes impasses impedem uma outra escolha. Não tem sentido comparar esta situação com a de Delors, porque pura e simplesmente Delors era francês, podia sempre ter a França com ele, e a Barroso não adianta ter Portugal, se quiser ultrapassar as condicionantes de “mínimo denominador comum” do seu convite.

4. Dito isto, o convite é também importante e pessoalmente honroso para Durão Barroso. O facto de ter esta origem e estas circunstâncias não minimiza o outro facto, que é os chefes de governo europeus considerarem que ele é capaz para um posto tão difícil como o de presidente da Comissão. Isso é mérito próprio. De qualquer modo, bom sucesso.

5. Sugerido o convite, José Manuel Durão Barroso devia ter dito não. Devia ter pensado no seu azar de estar no local errado (no Governo português), no tempo errado (depois de uma derrota eleitoral, a meio do mandato, sem estabilidade na sucessão), e, com legítima pena e grande sacrifício pessoal, ter dito não. Devia ter dito: “Honra-me muito o vosso convite, mas não tenho condições para aceitar neste momento difícil do meu país.” Devia ter pensado: “Os que me têm apoiado nesta tarefa árdua de pôr em ordem o meu país não podem ser abandonados.” Devia ter pensado: “Fiz promessas tão claras aos portugueses que não tenho face para agora me ir embora, todos vão pensar que fugi.” Devia ter pensado e certamente pensou. Mas “José Barroso” acabou por dizer sim.

6. José Barroso poderá fazer alguma coisa por Portugal, mas muito pouco. Se ultrapassar este pouco, haverá controvérsia europeia, forte e feia. O lugar de presidente da Comissão é literalmente patrulhado, em primeiro lugar, pelos primeiros-ministros europeus, depois pelo Parlamento Europeu, que entende que deve parlamentarizar a Comissão, e ainda pela imprensa mais hostil à UE, que a há muita. A sua margem de manobra pró-portuguesa é escassa. Se se queria reforçar a posição e os interesses de Portugal, era na luta por um bom pelouro para o comissário português, na escolha de um bom comissário, e na acção de um primeiro-ministro português no Conselho, que se conseguia. É aí que se jogam quase todos os interesses nacionais legítimos e com condição de eficácia. Neste jogo, que vai agora começar, o facto de o presidente da Comissão ser português pode ser contraproducente, jogar contra uma margem de negociação forte na distribuição de pelouros. Quem conhece a Europa real sabe que ninguém dá a qualquer país almoços grátis, e Portugal já comeu uma parte do almoço a que tinha direito. Dirão eles.

7. Depois, a herança que Barroso deixou ao país chama-se Santana Lopes, um partido moldado à imagem de Santana Lopes, um governo PPD-PP, muito mais à direita que o que Barroso permitia ser o seu, e uma inflexão de política que inevitavelmente (sublinho, inevitavelmente) vai dar cabo do pouco que se tinha conseguido. Aqui entra um logro e quase uma traição. Barroso fez grande parte da sua carreira partidária contra Santana Lopes, muitos dos seus apoios vinham de pessoas que consideravam que ele era, no partido, a melhor barreira contra um tipo de liderança populista que contrariava a identidade política que pensávamos ter Durão Barroso. Para muitos, era claro que votar Barroso era votar contra Santana Lopes, e se havia “barrosismo” era este o seu sentido político.

8. E por isso me sinto traído, como aliás muita gente que talvez não o diga com esta clareza. Porque há várias coisas de que eu tenho a certeza. Eu não votei nas últimas legislativas no Governo que aí vem. Eu não votei nas últimas legislativas numa coligação PSD-PP, muito menos num governo PPD-PP. Eu não apoiei Durão Barroso para me sair Santana Lopes. O voto, mesmo para os intelectuais e “comentaristas”, como se diz agora com desprezo, não tem nenhuma sofisticação especial. O voto, aliás, tem essa virtude de ser simples e inequívoco, uma escolha. E eu, como muita gente no PSD e no país, nunca fiz a que agora me querem impor. Este é o “golpe de Estado” de que fala Manuela Ferreira Leite. Tem a ver com a substância, não com os estatutos.

9. Qual é o problema de Santana Lopes?, podese perguntar. Respondo por mim. Nada me move pessoalmente contra Santana Lopes, que tem até qualidades pessoais que me agradam, e de que não tenho queixa qualquer no trato, mas tudo me move politicamente contra Santana Lopes. Não temos, aliás, que nos surpreender com o que será Santana Lopes primeiro-ministro, porque ele antes de o ser, já o foi. Foi-o, com toda a convicção, num concurso de faz de conta, num programa de televisão chamado Cadeira do Poder, de Albarran, ganho aliás por Torres Couto.

10. A palavra “populismo” é correcta para caracterizar a sua acção política, embora ela já seja usada de forma tão genérica que parece que são populistas todos os que ganham eleições. O seu populismo vê-se no conjunto de toda a sua acção política, desde a Secretaria de Estado da Cultura e nas funções políticas e autárquicas que exerceu, e quase sempre com os mesmos resultados: pouca obra, muito espectáculo, clientelas pessoais dedicadas, alimentadas com benesses dirigidas a alvos muito específicos, de preferência escolhendo sectores mais vocais (como no caso do teatro), habilidade comunicacional associada a um investimento muito cuidado na comunicação social, no marketing, na publicidade, nenhuma correlação entre o dinheiro gasto e a obra realizada. No meio de tudo isto, uma forte personalização da acção política, apoiada essencialmente na televisão, onde Santana Lopes sabe que os “apareçómetros” são transformados em “barómetros”.

11. O problema do populismo é que gera mau governo. Os populistas governam mal, e não é por razões conjunturais, é por razões estruturais: o seu populismo impele-os para políticas espectaculares, pouco consistentes e normalmente caras. Um exemplo típico do que estou a dizer é o caso do Parque Mayer, onde todos os defeitos de uma governação populista emergem com clareza. Santana Lopes prometeu em campanha que iria renovar o parque Mayer e devolvê-lo à cidade, assente num investimento no teatro de revista, destinado a “salvá-lo” da extinção. Pode-se pôr em causa o gosto de Santana Lopes por uma forma de teatro popular, que conheceu um processo de decadência natural e de mudança de públicos, ou de novo a lógica clientelar no teatro, mas não é preciso sequer ir por aí.

12. A sucessão do que se passou diz tudo sobre o “modus operandi” de Santana Lopes. Em Março de 2002, garantia ao “Correio da Manhã” que o “Parque Mayer estará a funcionar em Agosto”. Depois, nesse Setembro, com base no projecto do arquitecto Norman Foster, que haveria um novo Parque Mayer em 2004. Depois, apareceu a hipótese do jogo, do casino, e novo anúncio em Outubro de que as obras começariam em Dezembro de 2002. Depois, começou a saga do casino. O casino pagaria a renovação do Parque Mayer, mas depois verificou-se que havia mil e uma dificuldades urbanísticas e legais. O casino afinal ia ser “enterrado” no parque, em Fevereiro de 2003, e iria para o Cais do Sodré em Abril de 2003, e depois para a Feira Popular. Saliente-se que grande parte destes anúncios, com títulos de caixa alta, é do próprio Santana Lopes. Ainda não está em lado nenhum.

13. De repente, e num gesto muito típico do populismo, Santana Lopes tira do bolso a decisão de ir buscar o arquitecto Frank Ghery. Como dizia a “Visão”, Ghery foi o “pacificador” e os nossos intelectuais e artistas calaram-se, como habitualmente acontece quando se gasta dinheiro e se fazem coisas emblemáticas do seu (deles) valor simbólico. Em finais de 2002, Santana anuncia a contratação de Frank Ghery e o projecto para Maio de 2003. Ninguém fez a pergunta óbvia: onde é que se ia buscar dinheiro? Se tivessem ido ao Guggenheim de Bilbau, mesmo que fosse só de fora, teriam alguma dúvida de que as espectaculares esculturas urbanas do arquitecto seriam outra coisa que caríssimas? Em Abril de 2003, já o que se sabia do projecto de Ghery contrariava tudo o que fora dito, e as promessas inicias de Santana Lopes. Já os teatros afinal podiam ir para a Feira Popular, o Casino idem. “Custos elevados do projecto impedem a fixação de lojas e escritórios”, escrevia a “Capital”. Depois, finalmente, descobriu-se que o projecto de Frank Ghery era caro. Em Outubro de 2003, titula a “Capital” “Santana Lopes sem dinheiro para arquitecto”. Hoje, em Junho de 2004, continua tudo bloqueado.

14. Tudo o que caracteriza uma política populista está aqui retratado: decisões pessoais erráticas, apoiadas mais na necessidade de fazer anúncios à imprensa ou contrariar opositores do que no estudo dos problemas, encomendas apressadas, mudanças de última hora, encravamento geral de todo o processo por falta de atenção às condições legais e financeiras. Alguém tem uma ideia de quanto tudo isto já custou ao Município de Lisboa, sem qualquer resultado palpável? Certamente muitos milhões. O resultado vai ser a mais cara fotografia jamais feita em Portugal, a que ilustra o livro de Santana Lopes sobre a “cultura”, Santana Lopes e Ghery mudando Lisboa. É assim que eu não quero que Portugal venha a ser governado. É assim que o será? Não sei. Está escrito nas estrelas.
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