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Caldeirão da Bolsa

Cimenteiras - Consultando a Bolinha de Cristal...

Espaço dedicado a todo o tipo de troca de impressões sobre os mercados financeiros e ao que possa condicionar o desempenho dos mesmos.

por Small Caps » 10/1/2003 11:21

Bons dias

Com a noticia hoje da saida do BCP relativamente à possivel alienação da sua posição na Cimpor confirmam-se as suspeitas de que algo se passa no sector do cimento em Portugal

As minhas duvidas e interrogações são as seguintes.

:arrow: A quem vai ser vendida a parte do BCP? Estamos a falar de um posição directa de 11.73%.

:arrow: Uma outra dúvida deriva da questão do que vai acontecer à posição da TDU. É voz corrente que a TDU atravessa enormes dificuldades económicas e que o BCP tem sido o seu "anjo salvador"...se o BCP sai, na minha humilde opinião, a TDU fica numa posição muito frágil e pode alienar os seus 30%...mas....tem um grande problema...a que preço sairá a TDU?Duvido que possa ser ao preço de compra pois isso significava uma valorização perto dos 100% nas cotações de hoje o que me parece impensável.

:arrow: Outra duvida que se me coloca são estas compras dos activos da Lafarge em Espanha por parte da Cimpor....numa mera especulação será que podemos estar a assistir a uma possivel "injecção" de liquidez na Lafarge para eles depois comprarem a posição do BCP na Cimpor?

:arrow: A posição da Semapa no meio disto....ora bem parece-me pouco provável que a Sempa fique impávida e serena nestas movimentações. Lanço mais uma especulação...será que estes recentes movimentos em Semapa ( mais de 1% do seu capital) têm ligação com a situação da Cimpor.... ou estamos perante desavenças dentro do grupo, nomeadamente ao nivel da familia do Queiroz Pereira ( pouco provável). Desta forma a Semapa terá certamente uma palavra a dizer nesta situação sendo mesmo possivel a compra da posição do BCP e quem sabe da TDU.... :roll:

Vamos indo e vamos vendo....

" Se não puderes anular os planos do inimigo no berço ou quebrar-lhes as alianças quando estiverem prestes a concluir-se, aguça as armas para obter a vitória"
A Arte da Guerra
Sun Tzu
Um abraço,

Small Caps
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E temos notícias mais interessantes...

por JAS » 9/1/2003 20:48

CIMPOR
A SEMAPA através da Secilpar pediu a alteração da ordem de trabalhos da AG da Cimpor.
De acordo com o projecto da Secilpar serão alterados mais de 20 artigos do Pacto Social e não apenas os 2 ou 3 que constavam da anterior convocação.
Quem quiser ler o comunicado está em:
http://web3.cmvm.pt/sdi/emitentes/docs/fsd5575.pdf

Hoje a CPR chegou até aos 16.18 e parecia bem encaminhada para uma subida... Mas depois caíu e às 14.58 houve uma venda de 10k houve uma venda de 10k ao preço de 16,02. Parecia estar a recuperar quando pouco antes do fecho largaram 50k a 16,05. Fechou a 16,05 e a perder 0,5% com um volume de 80,4k.

SEM
Aqui o caso é mais engraçado... Mais uma passagem de 517k feita às 12.17 e ao preço de 3,20.
Em 3 dias a SEM já movimentou mais de 1,3 M de títulos o que representa mais do que 1% do seu Capital Social.
Este movimento de 3 dias já é superior ao movimento acumulado dos 3 últimos meses (Out a Dez).
Espera-se que haja um comunicado amanhã informando destas movimentações para ficarmos a saber quem vende a quem...
E para ficarmos a saber se estamos perante uma clara fabricação de uma média ponderada.
Apesar disso a SEM acabou o dia a subir para 3,25, ganhando 1,56%, e com um volume de 527k.

Amanhã há mais...

JAS
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por Small Caps » 9/1/2003 20:29

Boas tardes

Que andam movimentações no sector do cimento não existem duvidas. Temos pelo menos 2 factos salientes: a questão das passagens em Semapa nos ultimos dias perfazendo mais de 1 milhão de acções a valores que na minha optica estavam previamente combinados e que levaram à existencia de ordens "tampão" e até ordens aparentes desde os 3.50 para levarem o titulo aos 3.20.
O outro facto saliente são as movimentações na Cimpor ao nivel de compra de posições da Lafarge no estrangeiro associado a uma Asembleia Geral para discutir um stock split...que para mim será mais do que isso.
Vamos obsvervar novos desenvolvimentos neste sector que não sendo estratégico para o País é de enorme importância e na quase certeza de que uma "guerra" está prestes a rebentar entre estes 2 gigantes.

Possuo posição em Semapa a 3.30.
Um abraço,

Small Caps
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Ora cá temos uma novidade das cimenteiras amigo jas

por TRSM » 9/1/2003 20:15

que tal um comentário teu a esta noticia????

Cimpor formaliza aquisição de duas fábricas da Lafarge

A Cimpor anunciou hoje que formalizou a aquisição de duas fábricas, na região de Andaluzia, em Espanha, à francesa Lafarge, tendo sido já outorgadas as respectivas escrituras, divulgou a cimenteira em comunicado.
As duas fábricas da sua accionista francesa Lafarge localizadas na Andaluzia, no Sul de Espanha, foram adquiridas pelo montante de 225 milhões de euros.

Esta aquisição possibilita que a Cimpor [CIMP] reforce a sua posição no mercado ibérico, passando a contar com uma capacidade anual de produção de 9,7 milhões de toneladas de cimento, afirmando-se como o segundo maior produtor na região.

A aquisição foi realizada através da subsidiária espanhola da Cimpor, a Corporación Noroeste. A Lafarge, que controla 10% do capital da Cimpor, já tinha referido que esta venda está inserida no plano de desinvestimento da empresa, que pretende arrecadar 700 milhões de euros com a venda de activos este ano.

A Cimpor encerrou a cair 0,5% para os 16,05 euros.


Fonte: Canal de Negócios 2003/01/09 17:47:55h
 
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SEM - Volumes muito acima do normal

por JAS » 9/1/2003 2:42

Nestes 2 últimos dias, 7 e 8 de Janeiro, a SEM transaccionou respectivamente 281k e 493k.

Este volume, somatório de apenas 2 dias, é superior ao total de qualquer dos 5 meses anteriores... Os volumes mensais registados nos últimos 5 meses foram:
Ago 742k, Set 189k, Out 566k, Nov 221k e Dez 453k

Nestes 2 dias existiram fortes passagens (estranhas nesta altura do ano...) mas além disso registou-se um movimento bastante anormal para este título.

A cotação caíu de 3,30 para 3,20.

Alguém sabe quem fez as passagens?

JAS
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Comentários aos posts do Asa Delta

por JAS » 5/1/2003 15:12

Asa Delta Escreveu:Por conseguinte destruiram a Cimpor, que hoje não passa de um joguete dos franceses e Suissos para actuar em mercados subdesenvolvidos.O papel da TDU e do BCP vai ser vender a qualquer preço o que ainda lá têm. Por isso agora tentam o split para enganarem novamente o pessoal.

Julgo que tanto a TDU como o BCP têm um preço médio de compra na Cimpor bastante superior à actual cotação de 16,00 euros.
Por isso julgo que nenhum deles estará interessado em vender a Cimpor "a qualquer preço".
Neste momento a maioria é ténue e só funciona com o apoio da Lafarge. Na última AG estava representado 86% do capital pelo que parece necessário deter, pelo menos, 44%.
Inclino-me mais para que a TDU/BCP, que já detêm 42%, procurem adquirir mais 2% do capital para não estarem dependentes da Lafarge nem de mais ninguém.
O custo desses 2%, a preços actuais, é de apenas 2,7 milhões de euros.

Asa Delta Escreveu:Em ralação à SEMAPA (...) porque será que os Noruegueses querem vender nesta altura a participação na Sécil? a primeira é que o mercado Nacional está estagnado e a 5 anos não se prevê melhorias, apenas retrocesso no imobiliário(é o crash do Borja). A segunda é que daqui a 5 anos o que acontecerá à fábrica da Secil no Outão em Setubal? Termina o período de exploração dos "crimes cometidos na serra da Arrábida". Será que vão negociar novo contracto de exploração? Não me parece.

Se acabarem com a fábrica da Secil no Outão quase que acabam com a Secil... Isso seria dar o monopólio à Cimpor o que seria em contradição com o que transcrevo a seguir.

Asa Delta Escreveu:Uma OPA da Cimpor sobre a Semapa,legalmente, não pode existir. As leis da concorrência não o permitem.

Não tenho a certeza desse ponto...
O que é que interessa que a Cimpor fique com o monopólio dos cimentos em Portugal?
Nós estamos inseridos num mercado único europeu, podemos importar livremente cimento de Espanha ou de qualquer outro país europeu, o cimento não é um bem essencial.

Asa Delta Escreveu:Neste momento, com as compras que efectuou recentemente, a Cimpor necessitaria de um aumento de capital para fazer a aquisição da Semapa.

A compra de mais 30% da Semapa, para obterem uma maioria superior a 50% tem, à cotação actual, um custo de apenas 116,55 milhões de euros.
Numa OPA poderia ir até aos 135 milhões... Nada de especial.
Provavelmente altamente rentável pois seria natural que as cotações voltassem à casa dos 5 euros.
E naturalmente muito mais rentável do que um investimento de 20% que parece não servir para nada.

JAS
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Mais duas quetões

por ASA Delta » 5/1/2003 12:21

Uma OPA da Cimpor sobre a Semapa,legalmente, não pode existir. As leis da concorrência não o permitem. Foi por isso que a Cimpor teve que vender as cimenteiras de Maceira e Pataias antes da privatização. Uma segunda questão tem a ver com a necessidade de capitais. Neste momento, com as compras que efectuou recentemente, a Cimpor necessitaria de um aumento de capital para fazer a aquisição da Semapa. Ora, não estou a ver a TDU e o BCP interessados nesse aumento de capital....já têm que chegue. Da parte da Cimpor a OPA, quanto a mim, é um assunto arrumado.A vir do exterior....só se forem os amigos da Holcin, o que me parece improvável, o seu trabalho já terminou, conseguiram empurrar a Cimpor para onde quizeram. A Cimpor passou de uma empresa segura para ser a partir de agora de alto risco.A TDU e o BCP vão tentar a todo o custo esmifrar a Cimpor ao máximo. Era bom que alguém justificasse o aumento de lucros do ano passado. Certamente as contabilidades criativas ajudaram a TDU a ir buscar aos lucros valores para amortização de juros, e continuarão a fazê-lo.O papel da TDU e do BCP neste momento é tentarem preparar a empresa para o day-trade,fazendo o split e tentando entalar alguns, porque de outro modo, o seu investimento dificilmente terá retorno, pelo menos para a TDU. Neste momento o velho T.Duarte na casa do 90 deve dar voltas à cabeça para safar o dele.
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Um pequeno pormenor que pode inviabilizar o raciocinio

por ASA Delta » 5/1/2003 3:37

Na sua análise pode estar correcto o ponto de vista de OPA porque há um facto que ainda não vi esclarecido por ninguém :refiro-me à compra da posição da Cimpor na SEMAPA. Das voltas que já dei à cabeça isso só foi possivel para fazer o jeito ao BErardo que com esse dinheiro deve ter feito um negócio qualquer com a TDU ou o BCP.Nesse tempo ainda a Holcin tinha a participação maior. Os jeitos seguintes que a Cimpor tem feito foi a compra dos activos à Lafarge e à Holcin a troca da gestão do fundo de pensões do BPI para o BCP....Enfim, a Cimpor está reduzida a fazer jeitos, desde que o Eng.Sousa Gomes saíu da Administração e o estúpido do Queirós Pereira lançou aquela OPA que veio afastar a Cimpor da compra da cimenteira americana que estava quase no papo e foi parar aos Mexicanos da Cemex que tinham uma posição de 5% na Cimpor. Por conseguinte destruiram a Cimpor, que hoje não passa de um joguete dos franceses e Suissos para actuar em mercados subdesenvolvidos.O papel da TDU e do BCP vai ser vender a qualquer preço o que ainda lá têm. Por isso agora tentam o split para enganarem novamente o pessoal. A Cimpor neste momento está extremamente dependente do Brasil.

Em ralação à SEMAPA, e era aqui que lhe queria chamar a atenção, porque será que os Noruegueses querem vender nesta altura a participação na Sécil? a primeira é que o mercado Nacional está estagnado e a 5 anos não se prevê melhorias, apenas retrocesso no imobiliário(é o crash do Borja). A segunda é que daqui a 5 anos o que acontecerá à fábrica da Secil no Outão em Setubal? Termina o período de exploração dos "crimes cometidos na serra da Arrábida". Será que vão negociar novo contracto de exploração? Não me parece. Lembre-se que a esquerda ganhou em Setubal. Lembre-se que a coincineração deu o que deu. Foram apenas estes pontos que lhe quiz deixar, sem querer que a minha opinião o possa deixar de fazer o negócio da vida. Quem sabe? Posso estar totalmente errado.
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Cimenteiras - Consultando a Bolinha de Cristal...

por JAS » 5/1/2003 1:58

Aproveitei o fim de semana para vasculhar os arquivos das nossas Cimenteiras.

Temos uma SEMAPA, onde toda a gente sabe que detenho posições longas, e temos uma CIMPOR que anunciou recentemente um stock split de 1 para 5, facto que pode animar este título.

CIMPOR
A CPR está presente, por ordem de importância, em Portugal, Brasil, Espanha, Egipto, Tunísia, Marrocos e Moçambique.
Em 2001 teve vendas de 1386, resultado operacional de 255 e resultado líquido 138 milhões de euros.
O Capital Social é de 672 milhões de euros representado por 134.4 milhões de acções de valor nominal 5 euros.
Resultado líquido por acção 1,03 euros, dividendo bruto 0,70 euros.

A estrutura accionista, em 31 de Dezembro de 2001, era a seguinte:
Grupo Teixeira Duarte 30,23%, Holcim 10,09%, Lafarge 9,99%, Cartera Lusitana 9,58%, Secil 9,00%, Grupo BCP 11,73% (incl.Seguros e Pensões), Cementos Molins 2,64%, Credit Agricole Lazard 1,99%. Acções próprias 1.047.176 (0,78%).
Isto tudo soma 86,03% pelo que teríamos cerca de 14% de free-float
A Teixeira Duarte aliada ao BCP e à Lafarge detêm mais de 50% e controlam a CIMPOR.

Depois da controversa "privatização" o Estado continua com uma minúscula golden share que lhe permite, entre outras coisas, vetar uma alteração do pacto social.

O Público Escreveu:A administração da Cimpor convocou uma assembleia geral (AG) para o próximo dia 31 de Janeiro para deliberar sobre a alteração do contrato social, onde se destaca a realização de um stock split.

Temos agora a Administração a propor uma alteração do pacto social e iremos ver se o Estado exerce ou não esses poderes da Golden Share...

Consultado o site da CMVM descobrimos que, de acordo as comunicações após 31 Dez 2001, temos as seguintes alterações na estrutura accionista:
- A Lafarge vendeu (30 ABR 02) a Ladelis a totalidade das acções que detinha ao preço unitário de 23,4 euros passando esta última a ser titular de 13,433 milhões ou seja 9,995%.
- O grupo BCP aumentou ligeiramente (24 MAI 02) passando a 11,76%.
- A Holcim, que a dada altura chegou a ter mais, passou (17 MAI 02) a deter 13,227 milhões de acções correspondentes a 9,84%.
- A CPR alienou algumas e passou a deter (24 MAI 02) apenas 917.666 acções próprias (0,68%)
- A participação da Secil, feita através da Parcim com sede em Roterdão e que é inteiramente detida pela Secil, mantém-se em 12,091 milhões de acções (8,997%).
- Dos restantes accionistas não há qualquer comunicação pelo que supomos que mantêm as mesmas participações.
Sendo assim a soma das participações conhecidas totaliza 85,71% pelo que teríamos cerca de 14,3% de free-float disperso pela bolsa.

SEMAPA
Além de Portugal está presente na Tunísia, Angola e Cabo Verde.
Em 2001 teve vendas de 497, resultados operacionais de 115 e resultados líquidos de 44 milhões de euros.
Digamos que, em termos de vendas, a Cimpor é 2,75 vezes maior que a Semapa.
O Capital Social é de 118,3 milhões de euros representado por 118,332445 milhões de acções de valor nominal 1 euro.
Resultado líquido por acção 0,37 euros, dividendo bruto 0,10 euros.

A estrutura accionista, em 12 de Outubro de 2001, era a seguinte:
Família Queirós Pereira 52,40%, Metalgeste 11,24%, BPI 5,10%.

Em 31 de Dezembro de 2001 aparece-nos:
Família Queirós Pereira 52,41%, Metalgeste 5,07%, BPI 5,10% e Cimpor 10,30%.
Isto significou que a Cimpor adquiriu 6,17% à Metalgeste e que foi buscar 4,13% ao free-float disperso em bolsa. Isto aconteceu em 27 Nov 01 a uma cotação entre 4,80 e 5,00.

Posteriormente temos comunicações datadas de 24 Maio de 2002 em que a Metalgeste informa ter alienado 6,00 milhões de acções e em que a Cimpor informa ter adquirido 8.257.764 acções passando a deter 20,02%.
A Cimpor adquiriu a participação da Metalgeste e voltou a ir ao free-float adquirindo em bolsa mais 2,25 milhões de acções. O preço de aquisição em 24 de Maio foi da ordem dos 5 euros.

Não tendo havido mais alterações relevantes, que merecessem comunicação, a posição accionista será actualmente a seguinte:
Família Queirós Pereira 52,41%, BPI 5,10% e Cimpor 20,02%.
Como é evidente a família Queirós Pereira tem maioria e controla a empresa.
O free-float disperso em bolsa será da ordem dos 22,50%.

PARTICIPAÇÕES CRUZADAS
A participação que a Secil detém na CIMPOR é de 8,997% ou seja 12,091 milhões de acções
Esta participação está em nome da Parcim, com sede em Roterdão, que é totalmente detida pela Secil.
Por sua vez já está anunciado e acordado que a Secil vai passar a ser totalmente detida pela SEMAPA.
Temos assim que a SEMAPA detém indirectamente 12,091 milhões de acções da CIMPOR que, à cotação actual de 16,07 euros, representam a módica quantia de 194,3 milhões de euros.

A participação de 20,02% da CIMPOR na SEMAPA valerá, à cotação actual de 3,28 euros, cerca de 77,70 milhões de euros ou seja apenas 40% da posição contrária...

CAPITAL DISPERSO EM BOLSA
14,3% da CIMPOR que equivale a 308,7 milhões de euros.
22,5% da SEMAPA que equivale a 87,3 milhões de euros.

ANÁLISE DOS FACTOS
Depois disto vamos ao que interessa.
Como é que isto tudo pode vir a influenciar as cotações e que guerras podem existir entre os grupos envolvidos nas duas cimenteiras...

A manutenção da participação da Secil na CIMPOR deixou de ter uma justificação estratégica pois a privatização foi perdida e a parceira Holcim até já desistiu das acções judiciais.
De qualquer forma não nos parece que qualquer dos grupos, Secil e Holcim, se ponha a vender em bolsa as acções que detêm na Cimpor. Isso poderia ser trágico para as cotações dado os volumes em jogo.
Parece-me mais previsível que procurem vender em conjunto as duas participações pois uma posição de quase 20% pode ter grupos estrangeiros interessados. Mas poderão largar algumas em bolsa...

Por outro lado a Cimpor não tem moeda de troca suficiente... Não tem acções suficientes da SEMAPA para entrar num acordo de troca de participações que poderia ser vantajoso para ambas as partes. É claro que isso não poderia ser troca por troca, pois seriam excedidos os 10% permitidos para acções próprias, mas poderia ser feito de qualquer outra forma.

Por outro lado convém analisar as razões que poderão estar por detrás destas compras de SEMAPA por parte da CIMPOR. Qual o interesse que a CIMPOR pode ter nessa participação?
Saber o que se passa lá dentro não parece um motivo válido... Existindo um accionista maioritário ficam a saber tanto ou tão pouco como lendo os jornais. E não precisavam sequer de uma participação tão elevada se fosse esse o objectivo.
A estratégia da compra foi apenas uma ameaça? Se nos chateiam muito com acções judiciais compramos “isso tudo”... Parece-me pouco provável que tenham investido quase 120 milhões de euros (cotação de compra aproximadamente 5,00 euros...) por simples brincadeira. Isso estaria a sair caro pois, com a queda das cotações, já terão perdido mais de 40.

Foi um simples investimento? Então a CIMPOR que está com uma política agressiva de compras no exterior, visando o controle de diversas cimenteiras, vai-se dispersar adquirindo uma participação minoritária em Portugal? Não parece lógico.

BOLINHA DE CRISTAL...
Pois bem, se não foi por nada disso que outros motivos pode haver?
Acho que só resta a OPA...
Mas esta pode ser de qualquer dos lados... e a "Bolinha de Cristal" por mais voltas que eu lhe desse não me esclareceu este pequeno pormenor.

Poderia ser da parte da CIMPOR com vista à obtenção da maioria do capital. Pode ser viável embora tenha algumas dúvidas do seu sucesso. Primeiro porque criaria uma situação de quase monopólio em Portugal (que pode não ter qualquer importância num mercado comunitário...) e segundo porque a família Queirós Pereira pode não vender (mas pode ser que a unidade da família não seja afinal tão real...).

Poderia ser por parte da SEMAPA com vista a libertar-se da presença da CIMPOR. Este cenário parece pouco provável porque não me parece que a CIMPOR possa incomodar muito...

Nesta hipótese de OPA encontraríamos uma explicação para o que tem acontecido às cotações da SEMAPA. Nos últimos tempos elas têm sido nitidamente balizadas evitando qualquer subida.
Isso pode significar que se pretende controlar e baixar a média ponderada, média essa que define o valor mínimo admissível para uma eventual OPA.

Os valores aproximados para a média ponderada (por estimativa sem grande rigor) são os seguintes:
6 meses = 3,84
5 meses = 3,58
4 meses = 3,44
3 meses = 3,44

Parece plausível que uma OPA lançada daqui a um ou dois meses possa ter uma oferta entre 3,40 e os 4,00 euros. Resta saber se esse preço seria aliciante para quem vende...

Esta a razão da minha posição longa na SEMAPA.

Gostaria de ouvir opiniões e comentários...

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