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Caldeirão da Bolsa

Suspeitas de corrupção e burla atingem interior da PGR

Espaço dedicado a todo o tipo de troca de impressões sobre os mercados financeiros e ao que possa condicionar o desempenho dos mesmos.

Mas já agora!!!!

por Thomas Hobbes » 6/4/2004 11:52

O Sr. Albarran, o qual está a ser investigado por suspeita de diversos crimes Económicos/fiscais, não terá alguns beneficios pelo facto de ter colaboardo com a justiça, no caso de ser indiciado por algum crime de que é suspeito?

Já agora, pensem nisso. Se não os podes vencer junta-te a eles.
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por Cochim » 6/4/2004 11:45

Parece-me que os mecanismos não funcionaram, até os média recusaram informação ultra secreta e ficou tudo em "águas de bacalhau".
Teve de ser um cidadão, a denunciar a corrupção a que ia ser sujeito, senão o fandango continuava nas barbas do PGR.
Vamos aguardar, se alguma vez viermos a saber, a dimensão que este processo poderá ter em relação ao segredo de justiça.



até xá
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por Thomas Hobbes » 6/4/2004 11:37

Fico satisfeito, pelos mecanismos de controlo terem funcionado em pleno.

No entanto este caso só vem mostrar que em Portugal, existe muita gente a viver de esquemas.

Este era um deles, e foi desmantelado. Já repararam que existe figuras do Jet-Set envolvidas?

Ou seja só demonstram que são a fina flor do entulho.
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por Pata-Hari » 6/4/2004 11:28

Espantoso!!!!! :shock:
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Suspeitas de corrupção e burla atingem interior da PGR

por Surfer » 6/4/2004 11:19

A chefe de divisão da Procuradoria Geral da República detida pela Polícia Judiciária na passada sexta-feira era uma das mais mais antigas funcionárias do órgão máximo do Ministério Público. Colocada na PGR há cerca de duas décadas, ainda antes de os serviços da Procuradoria-Geral funcionarem no Palácio Palmela, ao Rato, em Lisboa, a arguida suspeita de corrupção, extorsão e violação do segredo de justiça era a guardiã dos segredos do MP.

Enquanto responsável pela secção de processos da PGR, a arguida (que foi colocada em prisão preventiva cerca das 7:00h de sábado pela juíza de turno do Tribunal de Instrução Criminal de Lisboa, Filipa Macedo), lidava de perto com as delicadas informações que chegavam ao gabinete de José Souto Moura. As suas funções permitiam-lhe registar, fazer a gestão do arquivo onde estavam os processos de acompanhamento dos casos mais sensíveis acompanhados pelo gabinete do PGR.

Estes processos administrativos incluíam muitas vezes cópias de peças processuais e serviam para o gabinete de José Souto Moura ir acompanhando a evolução das investigações dos casos mais delicados. Terá sido nesse "explosivo acervo" que a chefe de divisão da PGR terá deparado com o expediente remetido pela Direcção Geral das Contribuições e Impostos relacionado com uma eventual fraude fiscal em que o ex-jornalista Artur Albarran poderia estar envolvido.

Sucessor de Frank Carlucci, antigo embaixador dos Estados Unidos em Lisboa e ex- alto funcionário da CIA, Albarran é o principal responsável pelos escritórios em Lisboa da Euroamer, uma empresa ligada a um dos mais importantes fundos de investimentos à escala mundial.

Só em Portugal, a Euroamer terá investido nos últimos anos mais de mil milhões de euros (200 milhões de contos) no sector imobiliário. O grupo estaria a projectar alargar a sua actividade para outras áreas ( finança, saúde, distribuição, grandes superfícies, informática e aviação).

Esta carteira de investimentos e o alto volume de negócios do grupo de que Albarran é a figura mais visível em Portugal, terá aumentado a tentação da chefe de divisão da PGR. A decana dos funcionários da PGR reclamaria 60 mil contos (30 mil euros) só para fornecer a Albarran cópias da investigação da DGCI.

O antigo jornalista é que não esteve pelos ajustes. Recusou pagar o preço que lhe era exigido e decidiu denunciar a situação às autoridades. Informou a responsável máxima do DCIAP (Departamento Central de Investigação e de Acção Penal), Cândida Almeida, e informou a responsável máxima do DCIAP, Cândida Almeida, da extorsão de que estaria a ser vítima.

O desfecho já se conhece: o magnata decidiu colaborar numa acção encoberta e aceitou pagar os 20 mil contos que lhe eram exigidos como primeira prestação. A decisão foi adoptada em coordenação com os investigadores da DCICCEF da PJ, que marcaram as notas e acompanharam de perto a entrega do dinheiro. Acabaram por prender o intermediário que interveio na entrega, a chefe de divisão da PGR, além de uma advogada com inscrição suspensa na Ordem dos Advogados, Ana Costa Alves, e um empresário.

Nas buscas realizadas à viatura da guardiã dos segredos do MP e ao seu domicílio os investigadores depararam com numerosa documentação oriunda da secção de processos da PGR.

O inventário está a ser feito em segredo e, segundo apurou o PÚBLICO, há fotocópias de outros processos de grande sensibilidade apreendidas à ordem dos autos. Não está excluído, por exemplo, que a funcionária da PGR também tivesse consigo cópias de peças do processo da Casa Pia.

Aliás, um primeiro sinal de alarme em relação à insegurança dos documentos do arquivo de processos da PGR terá sido dado em Maio do ano pasado. Há dez meses um indivíduo ainda não identificado tentou vender ao "24 Horas" a cópia de uma carta enviada pelo director nacional da PJ, desembargador Adelino Salvado, ao procruador-geral da República, José Souto Moura. Esta missiva terá sido entregue em mão por Salvado a Souto Moura e, depois de recusar a compra do documento, o matutino informou os seus leitores da proposta ilícita.

Esta denúncia não fez, todavia, accionar os mecanismos de segurança da PGR e, pelo contrário, o procurador-geral adjunto que está a tentar esclarecer o imbróglio até chegou a equacionar fazer um reconhecimento pessoal de alguns altos responsáveis da Polícia Judiciária. A diligência gorou-se e, só há algumas semanas é que os máximos responsáveis do MP acabariam incluir no rol dos suspeitos a chefe de divisão. Esta situação só se verificou porque Artur Albarran se recusou a pagar os 30 mil euros que lhe eram exigidos, sob ameaça de as fotocópias serem adquiridas por um órgão de comunicação social.

Nota: Afinal sempre existem alguns mecanismos em Portugal que funcionam, mas infelizmente são casos como este que nos mostram o quanto é dificil o nosso pais evoluir.
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