AmLat - Resumo da semana
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Efeito Lula será?
Só por curiosidade, mas o efeito Lula está visivel, um feito notável para a Bovespa, com toda essa inflação e desvalorização do Real.
Bovespa rompeu, Linha Tendência Descendente Longo Prazo(2 anos) e barreira/resistência dos 12.000p.
até xá,
que o carnaval está á porta e tenho as malas por fazer
cochim
Bovespa rompeu, Linha Tendência Descendente Longo Prazo(2 anos) e barreira/resistência dos 12.000p.

até xá,


cochim
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Como sempre acompanho o Fórum, mesmo quando nada digo, aproveito mais uma passagem para agradecer as palavras do pessoal. E como todos são unidos pelo mesmo objectivo, eu é que tenho que agradecer todas as análises feitas, etc...
Para Serrano e Didi: ambos falaram em esperança. Desde o momento em aqui cheguei senti que ela é sempre um factor agregador da sociedade, perante os graves problemas do país. É espantoso como o optimismo move montanhas em tempos difíceis. Quando assisto ao telejornal da RTP-I, choca-me por vezes ver que as elites políticas em Portugal usam o contrário - o desânimo - como arma de arremesso político. Pelos vistos (há algum tempo não vou ao nosso país) isso ainda deprimiu mais a sociedade como um todo.
Para JAS: está correcta a visão cambial para quem está na zona Euro, como quase todos os participantes do Fórum. O meu amigo fez as contas certas de investidor atento, porque muitos esquecem-se de hedge cambial. Eu não mencionei nada porque estou só a passar para vós a perspectiva local. Mas eu até digo mais: Para quem está no Brasil e investiu em SP 500, ganhou dinheiro, mas teria ganho mais num Fundo Cambial simples. Para quem está na Zona Euro, perdeu mais em SP 500 em 2002 do que quem está nos EUA. Muito mais até. O que me leva a crer e é só uma opinião pessoal não é um conselho, que quem está na zona Euro deve evitar investir fora dela, até que o Euro volte a descer.
Essa questão cambial foi um drama aqui, pois as empresas estrangeiras provocaram uma alavancagem das quedas do Real ao repatriarem lucros mais cedo do que o normal, ao longo do ano, para evitar problemas maiores.
Quanto à Venezuela: cuidado com as conclusões precipitadas, pois direita e esquerda por aqui são conceitos um pouco diferentes dos da Europa. Neste Continente, os dirigentes dão uma no cravo e outra na ferradura, portanto, as surpresas vão ser muitas ao longo do ano, para o bem ou para o mal.
Mais um abraço amigo
dj
Para Serrano e Didi: ambos falaram em esperança. Desde o momento em aqui cheguei senti que ela é sempre um factor agregador da sociedade, perante os graves problemas do país. É espantoso como o optimismo move montanhas em tempos difíceis. Quando assisto ao telejornal da RTP-I, choca-me por vezes ver que as elites políticas em Portugal usam o contrário - o desânimo - como arma de arremesso político. Pelos vistos (há algum tempo não vou ao nosso país) isso ainda deprimiu mais a sociedade como um todo.
Para JAS: está correcta a visão cambial para quem está na zona Euro, como quase todos os participantes do Fórum. O meu amigo fez as contas certas de investidor atento, porque muitos esquecem-se de hedge cambial. Eu não mencionei nada porque estou só a passar para vós a perspectiva local. Mas eu até digo mais: Para quem está no Brasil e investiu em SP 500, ganhou dinheiro, mas teria ganho mais num Fundo Cambial simples. Para quem está na Zona Euro, perdeu mais em SP 500 em 2002 do que quem está nos EUA. Muito mais até. O que me leva a crer e é só uma opinião pessoal não é um conselho, que quem está na zona Euro deve evitar investir fora dela, até que o Euro volte a descer.
Essa questão cambial foi um drama aqui, pois as empresas estrangeiras provocaram uma alavancagem das quedas do Real ao repatriarem lucros mais cedo do que o normal, ao longo do ano, para evitar problemas maiores.
Quanto à Venezuela: cuidado com as conclusões precipitadas, pois direita e esquerda por aqui são conceitos um pouco diferentes dos da Europa. Neste Continente, os dirigentes dão uma no cravo e outra na ferradura, portanto, as surpresas vão ser muitas ao longo do ano, para o bem ou para o mal.
Mais um abraço amigo
dj
não resisti
não sou analista mas é sempre agradável ler as suas crónicas desse país e elaboradas a partir de uma metrópole como é são paulo!
Por isso não resisti e decidi juntar-me aqueles que lhe reconhecem publicamente valor.
Quanto ao Brasil, é admirável a capacidade de um povo de renovar a esperança a cada momento e festejar cada momento de renovação como se fosse AQUELE o momento. Para bem do Brasil, esperemos que a tomada de posse do Lula seja mesmo esse o momento.
Relativamente às relações com a Venezuela, mais concretamente com o Hugo Chavez, atrevo-me a dizer que os brasileiros estão prontos é para dar um grande "baile de carnaval" ao Hugo e no final da festa quem quiser que apanhe as canas
a ver vamos...
beijinhos
didi
Por isso não resisti e decidi juntar-me aqueles que lhe reconhecem publicamente valor.
Quanto ao Brasil, é admirável a capacidade de um povo de renovar a esperança a cada momento e festejar cada momento de renovação como se fosse AQUELE o momento. Para bem do Brasil, esperemos que a tomada de posse do Lula seja mesmo esse o momento.
Relativamente às relações com a Venezuela, mais concretamente com o Hugo Chavez, atrevo-me a dizer que os brasileiros estão prontos é para dar um grande "baile de carnaval" ao Hugo e no final da festa quem quiser que apanhe as canas

a ver vamos...
beijinhos
didi
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Cambios...
As tuas crónicas, com origem nesse maravilhoso país chamado Brasil, são sempre muito agradáveis de ler. Sucintas e bem escritas.
Discordo do que dizes da Venezuela porque me parece que o apoio de Lula ao Hugo Chavéz foi mais platónico do que real. Ou melhor foi real para o Brasil que vendeu gasolina e foi platónico para o Chavez que achava que "ajuda humanitária" era mandarem-lhe gasolina à borla...
Tirando o Fidel, que não paga a gasolina há Venezuela há mais de um ano, já poucos dirigentes se querem comprometer com o Chavéz neste momento...
O outro ponto que quero comentar é a questão das rendabilidades. Estou sempre condenado a falar em câmbios...
Nas "minhas continhas de merceeiro" eu funciono em Euros.
Sendo assim, foi péssimo... Ou pelo menos tão péssimo como o DAX que foi a pior praça europeia.
Quem tinha dólares e os investiu no Brasil perdeu 44%.
Num investimento de 1000 dólares no final do ano restam 559, não é verdade?
Portanto para um investimento dos "patrícios", que tinham euros, ainda foi pior... Com 1000 euros há um ano passaram a ter 534 euros.
Investir na nossa bolsinha teria dado muito menos prejuízos... O que vale é que os prejuízos por aí sempre são menos dolorosos pois, pelo menos, são ao som do samba que é muito mais alegre que o fado.
Quanto ao Ouro, foi sem dúvida o melhor negócio por essas bandas.
Foi de 80% por cento a valorização em Reais.
O que se traduz em 25% em dólares.
O que significa apenas 5,53%, como já demonstrei noutro post, quando fazemos as contas em Euros.
Um negócio, de qualquer forma, muito positivo num ano de vacas magras ou de ursos gordos...
Um abraço,
JAS
Discordo do que dizes da Venezuela porque me parece que o apoio de Lula ao Hugo Chavéz foi mais platónico do que real. Ou melhor foi real para o Brasil que vendeu gasolina e foi platónico para o Chavez que achava que "ajuda humanitária" era mandarem-lhe gasolina à borla...
Tirando o Fidel, que não paga a gasolina há Venezuela há mais de um ano, já poucos dirigentes se querem comprometer com o Chavéz neste momento...
O outro ponto que quero comentar é a questão das rendabilidades. Estou sempre condenado a falar em câmbios...
Nas "minhas continhas de merceeiro" eu funciono em Euros.
djovarius Escreveu:A Bovespa fechou o ano nos 11.268 pontos, perdendo 17% no ano, o que não foi mau, comparado com as grandes praças. O real perdeu 53% face ao dólar(...)
Sendo assim, foi péssimo... Ou pelo menos tão péssimo como o DAX que foi a pior praça europeia.
Quem tinha dólares e os investiu no Brasil perdeu 44%.
Num investimento de 1000 dólares no final do ano restam 559, não é verdade?
djovarius Escreveu:Face ao Euro a perda do Real é maior ainda no ano, ultrapassando os 60%. € 1 = 3,71
Portanto para um investimento dos "patrícios", que tinham euros, ainda foi pior... Com 1000 euros há um ano passaram a ter 534 euros.
Investir na nossa bolsinha teria dado muito menos prejuízos... O que vale é que os prejuízos por aí sempre são menos dolorosos pois, pelo menos, são ao som do samba que é muito mais alegre que o fado.
Quanto ao Ouro, foi sem dúvida o melhor negócio por essas bandas.
Foi de 80% por cento a valorização em Reais.
O que se traduz em 25% em dólares.
O que significa apenas 5,53%, como já demonstrei noutro post, quando fazemos as contas em Euros.
Um negócio, de qualquer forma, muito positivo num ano de vacas magras ou de ursos gordos...
Um abraço,
JAS
Eu queria estar na festa, pá ...
Mas fico contente que a esperança predomine num dos mais belos países do Mundo.
Djvarius, as tuas crónicas são sempre muito interessantes, pf continua.
Obrigado.
Djvarius, as tuas crónicas são sempre muito interessantes, pf continua.
Obrigado.
- Mensagens: 364
- Registado: 4/11/2002 23:35
AmLat - Resumo da semana
Olá, tudo bem? Antes de passar ao que realmente importa, um abraço de Feliz Ano Novo, para quem não passou pelo Caldeirão na última sexta-feira e ainda um grande elogio a todos os comentários, análises e opiniões que todos têm tido oportunidade de desfrutar neste Fórum, com grande destaque para o que se tem visto na última semana, merecendo reflexão séria sobre os mercados em 2003.
Quanto à América Latina, é necessário continuar atento aos “fundamentals”, pois eles têm direccionado os mercados desde as crises dos mercados emergentes que marcaram a década de 90.
Tal como na semana de Natal, a de Ano Novo não trouxe grandes novidades, com a maioria dos “players” a banhos, esperando-se o regresso de (alguma) agitação a partir de segunda-feira.
Importa, então, falar do grande evento da semana. A tomada de posse de Lula da Silva como Presidente do Brasil, junto com o seu gabinete, em cerimónias de grande cariz institucional, mas também popular, como todos puderam assistir no dia 1 de Janeiro, situação de que não há memória. A avaliar pela alegria popular na noite do “reveillon” e ao longo do dia, o optimismo de que todas as Nações carecem, voltou aos níveis pós queda de Collor de Mello. No meio de tremendas dores no ombro, devido a uma antiga maleita, Lula fez o discurso de estabilidade já esperado e de agrado geral. Os investidores nos mercados financeiros, para já, dão total benefício de dúvida ao novo Governo e nem a íntima relação com os convidados Fidel Castro e Hugo Chávez parece assustá-los. Quanto a Portugal, marcou muitos pontos neste processo. O Primeiro-ministro Durão Barroso, também ele filho de cidadão brasileiro, manteve um encontro privado com Lula ainda antes da posse. O líder da oposição, Ferro Rodrigues, também veio e quer que o PT de Lula assuma em definitivo um lugar na IS, como o PS português. O Presidente Sampaio, único chefe de Estado da UE presente na posse afirmou que Portugal vai continuar a ser um importante investidor no Brasil. Da conversa com Lula, ficou a ideia de serem aprofundadas as relações comerciais, bem como parcerias empresariais luso-brasileiras, as quais podem ter um papel internacional muito forte, nomeadamente em África. De resto, Lula deverá estar na Europa em Março, deslocando-se primeiro a Portugal.
Ainda da tomada de posse de Lula, ficou a ideia do presidente da Venezuela: Hugo Chavéz propõe a união de várias empresas petrolíferas dos países latino-americanos, dando origem à criação da PetroAmérica. Ideia e nome já existem. O Brasil vai estudar o assunto, restando agora saber a opinião de outros países da região. A ser aceite, esta proposta pode influenciar decisivamente o mercado do petróleo.
Agora, algumas ideias sobre como poderá ser o ano de 2003 para as principais Economias da região:
Argentina – após bater no fundo e com o Estado falido, está totalmente dependente do FMI. Sem credibilidade externa, o país deverá definir o seu futuro após as eleições de Abril.
Paraguay e Uruguay – dois países sem expressão, mas em crise. O primeiro mais parece um entreposto de produtos contrabandeados para o Brasil e o segundo tentou ser uma nova Suíça do Continente, sem sucesso, continuando a ter um PIB inferior a alguns bairros da cidade de São Paulo.
Chile – nem parece pertencer à região; colocou-se à margem do Mercosul, aproximando-se dos EUA, estratégia que tem sido relativamente bem sucedida. Santiago é uma capital com cara lavada, raro por aqui e sintomático quando se fala de Economia.
Venezuela – uma grande incógnita. Se a greve do sector petrolífero e a contestação social parassem agora, a situação do país poderia se recompor. Mas o cenário mais provável é de um choque social que ao longo do ano deverá se desenvolver. As suas consequências não deverão ser as melhores para a região. Para já, Chávez mostrou que o apoio de Lula poderá ser um trunfo.
México – cada vez mais ligado aos EUA e ao Canadá, entrou em crise após a recessão americana. Para voltar a crescer depende do desempenho do vizinho. Para o Presidente Fox, a amizade com Bush será sempre um trunfo.
Colômbia – poderia ser uma nação interessante. Ao contrário, a guerrilha das FARC mantém uma guerra civil sem nexo, de onde não se vislumbram vitoriosos e onde todos são derrotados, excepto os produtores de drogas. Assim, nada de bom se pode esperar dali.
Brasil – sem dúvida o grande PIB da região. Sem nunca ter entrado em recessão, manteve um crescimento anémico nos dois últimos anos. Passada a crise financeira, pode ter um ano bem melhor. As exportações deverão ajudar (em 2002, o superavit comercial atingiu os 13 mil milhões de dólares) a fechar as contas externas. Resta saber o que vai suceder com o gabinete de Lula. Os primeiros seis meses serão decisivos, bem como a aprovação pelo Congresso de reformas estruturais do Estado.
Sobre os mercados, duas notas: o Administrador-delegado da Portugal Telecom no Brasil foi entrevistado no programa de TV “Show Business” (excelente programa sobre o mercado, mundo empresarial e as mais famosas top-models). Deixou claro que a aposta no Brasil é para continuar a ser reforçada, mas 2003 será um ano com menos investimentos do que nos últimos anos e, espera-se, melhores resultados. As empresas portuguesas no Brasil poderão ter um ano razoável se o Real não perder mais valor.
Outra nota para a campanha publicitária da Bolsa de São Paulo que incentiva ao investimento em acções, afirmando que se trata do melhor investimento no longo prazo. A verdade é que o desejo de muita gente é possuir uma carteira de acções, segundo sondagens encomendadas pelas corretoras. Isto faz-nos lembrar de que em Portugal a maioria das pessoas ainda foge da Bolsa como o Diabo foge da cruz.
A Bovespa fechou o ano nos 11.268 pontos, perdendo 17% no ano, o que não foi mau, comparado com as grandes praças. O real perdeu 53% face ao dólar, o que dá significa metade do valor nos últimos dois anos. US$ 1 = R$ 3.545. Face ao Euro a perda do Real é maior ainda no ano, ultrapassando os 60%. € 1 = 3,71. No entanto, o melhor investimento do ano no Brasil foi o Ouro com valorização de 80%. Bom demais...
A BOVESPA começou bem a semana, só não sendo melhor porque a Embraer foi penalizada pela possibilidade do Governo adiar a compra de novos aviões para a Força Aérea e o DÓLAR voltou a cair, agora que a estabilidade política está em forte consolidação.
Ficam os câmbios médios indicativos do Real – hoje, sexta-feira e do BOVESPA
IBOVESPA – 11.600 pts.
US$ 1 = R$ 3,44
€ 1 = R$ 3,57
Obs.) Para quem está a chegar ao Brasil, de férias ou negócios, o câmbio turismo aponta para um valor de R$ 3,51 aprox.
Quanto à América Latina, é necessário continuar atento aos “fundamentals”, pois eles têm direccionado os mercados desde as crises dos mercados emergentes que marcaram a década de 90.
Tal como na semana de Natal, a de Ano Novo não trouxe grandes novidades, com a maioria dos “players” a banhos, esperando-se o regresso de (alguma) agitação a partir de segunda-feira.
Importa, então, falar do grande evento da semana. A tomada de posse de Lula da Silva como Presidente do Brasil, junto com o seu gabinete, em cerimónias de grande cariz institucional, mas também popular, como todos puderam assistir no dia 1 de Janeiro, situação de que não há memória. A avaliar pela alegria popular na noite do “reveillon” e ao longo do dia, o optimismo de que todas as Nações carecem, voltou aos níveis pós queda de Collor de Mello. No meio de tremendas dores no ombro, devido a uma antiga maleita, Lula fez o discurso de estabilidade já esperado e de agrado geral. Os investidores nos mercados financeiros, para já, dão total benefício de dúvida ao novo Governo e nem a íntima relação com os convidados Fidel Castro e Hugo Chávez parece assustá-los. Quanto a Portugal, marcou muitos pontos neste processo. O Primeiro-ministro Durão Barroso, também ele filho de cidadão brasileiro, manteve um encontro privado com Lula ainda antes da posse. O líder da oposição, Ferro Rodrigues, também veio e quer que o PT de Lula assuma em definitivo um lugar na IS, como o PS português. O Presidente Sampaio, único chefe de Estado da UE presente na posse afirmou que Portugal vai continuar a ser um importante investidor no Brasil. Da conversa com Lula, ficou a ideia de serem aprofundadas as relações comerciais, bem como parcerias empresariais luso-brasileiras, as quais podem ter um papel internacional muito forte, nomeadamente em África. De resto, Lula deverá estar na Europa em Março, deslocando-se primeiro a Portugal.
Ainda da tomada de posse de Lula, ficou a ideia do presidente da Venezuela: Hugo Chavéz propõe a união de várias empresas petrolíferas dos países latino-americanos, dando origem à criação da PetroAmérica. Ideia e nome já existem. O Brasil vai estudar o assunto, restando agora saber a opinião de outros países da região. A ser aceite, esta proposta pode influenciar decisivamente o mercado do petróleo.
Agora, algumas ideias sobre como poderá ser o ano de 2003 para as principais Economias da região:
Argentina – após bater no fundo e com o Estado falido, está totalmente dependente do FMI. Sem credibilidade externa, o país deverá definir o seu futuro após as eleições de Abril.
Paraguay e Uruguay – dois países sem expressão, mas em crise. O primeiro mais parece um entreposto de produtos contrabandeados para o Brasil e o segundo tentou ser uma nova Suíça do Continente, sem sucesso, continuando a ter um PIB inferior a alguns bairros da cidade de São Paulo.
Chile – nem parece pertencer à região; colocou-se à margem do Mercosul, aproximando-se dos EUA, estratégia que tem sido relativamente bem sucedida. Santiago é uma capital com cara lavada, raro por aqui e sintomático quando se fala de Economia.
Venezuela – uma grande incógnita. Se a greve do sector petrolífero e a contestação social parassem agora, a situação do país poderia se recompor. Mas o cenário mais provável é de um choque social que ao longo do ano deverá se desenvolver. As suas consequências não deverão ser as melhores para a região. Para já, Chávez mostrou que o apoio de Lula poderá ser um trunfo.
México – cada vez mais ligado aos EUA e ao Canadá, entrou em crise após a recessão americana. Para voltar a crescer depende do desempenho do vizinho. Para o Presidente Fox, a amizade com Bush será sempre um trunfo.
Colômbia – poderia ser uma nação interessante. Ao contrário, a guerrilha das FARC mantém uma guerra civil sem nexo, de onde não se vislumbram vitoriosos e onde todos são derrotados, excepto os produtores de drogas. Assim, nada de bom se pode esperar dali.
Brasil – sem dúvida o grande PIB da região. Sem nunca ter entrado em recessão, manteve um crescimento anémico nos dois últimos anos. Passada a crise financeira, pode ter um ano bem melhor. As exportações deverão ajudar (em 2002, o superavit comercial atingiu os 13 mil milhões de dólares) a fechar as contas externas. Resta saber o que vai suceder com o gabinete de Lula. Os primeiros seis meses serão decisivos, bem como a aprovação pelo Congresso de reformas estruturais do Estado.
Sobre os mercados, duas notas: o Administrador-delegado da Portugal Telecom no Brasil foi entrevistado no programa de TV “Show Business” (excelente programa sobre o mercado, mundo empresarial e as mais famosas top-models). Deixou claro que a aposta no Brasil é para continuar a ser reforçada, mas 2003 será um ano com menos investimentos do que nos últimos anos e, espera-se, melhores resultados. As empresas portuguesas no Brasil poderão ter um ano razoável se o Real não perder mais valor.
Outra nota para a campanha publicitária da Bolsa de São Paulo que incentiva ao investimento em acções, afirmando que se trata do melhor investimento no longo prazo. A verdade é que o desejo de muita gente é possuir uma carteira de acções, segundo sondagens encomendadas pelas corretoras. Isto faz-nos lembrar de que em Portugal a maioria das pessoas ainda foge da Bolsa como o Diabo foge da cruz.
A Bovespa fechou o ano nos 11.268 pontos, perdendo 17% no ano, o que não foi mau, comparado com as grandes praças. O real perdeu 53% face ao dólar, o que dá significa metade do valor nos últimos dois anos. US$ 1 = R$ 3.545. Face ao Euro a perda do Real é maior ainda no ano, ultrapassando os 60%. € 1 = 3,71. No entanto, o melhor investimento do ano no Brasil foi o Ouro com valorização de 80%. Bom demais...
A BOVESPA começou bem a semana, só não sendo melhor porque a Embraer foi penalizada pela possibilidade do Governo adiar a compra de novos aviões para a Força Aérea e o DÓLAR voltou a cair, agora que a estabilidade política está em forte consolidação.
Ficam os câmbios médios indicativos do Real – hoje, sexta-feira e do BOVESPA
IBOVESPA – 11.600 pts.
US$ 1 = R$ 3,44
€ 1 = R$ 3,57
Obs.) Para quem está a chegar ao Brasil, de férias ou negócios, o câmbio turismo aponta para um valor de R$ 3,51 aprox.
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