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Caldeirão da Bolsa

Entrevista com o prémio Nobel- "Investor can't beat mar

Espaço dedicado a todo o tipo de troca de impressões sobre os mercados financeiros e ao que possa condicionar o desempenho dos mesmos.

por Pata-Hari » 3/1/2003 13:47

És um anjoooooooooo, cem, lolol! eram exactamente as respostas que eu queria ler (ainda por cima com a papinha toda feitinha, direitinhas, clarinhas e sem azo a erro de interpretação) !!! Viva o natal, e deixa-me lá ir reler a tua última parte, porque a li só de cruz e tenho que a digerir à velocidade patiana.
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Vocês andam-me a picar e a dar muita graxa!

por Cem » 3/1/2003 13:40

Mas pronto, estamos só no início de 2003 e ainda com o espírito Natalício à porta, deixem-me cá fazer só um ou dois pontos de reflexão porque o tema é demasiado longo e complexo para ser respondido num só post.
Um backteste é aconselhável apenas em activos com muita liquidez para evitar manipulações e conclusões duvidosas, primeira questão. Quanto mais líquido e universalizado, maiores as consonâncias com todo o aspecto emocional de uma multidão amorfa que pode ser associada a um ser único que reage de forma estatisticamente previsível perante os seus próprios movimentos acabados de realizar. Quanto mais próximos do presente maiores os significados das sessões e quanto maior o cvolume associado maior a importância da sessão. Assim, se usarem médias como indicadores do tipo "trigger", usem as pesadas e exponenciais por um lado associadas às ponderadas com volumes, os resultados são muito mais significativos.
Não vale a pena fazer testes anteriores aos anos 60 ou 70, os volumes eram incomparavelmente mais reduzidos e os mercados eram aparentemente menos reactivos, o desinteresse aparente singrava, vê-se pelas volatilidades históricas.
O Red focou uma grande verdade, os stops só servem para melhorar a nossa estabilidade emocional mas degradam as rentabilidades acumuladas.
Finalmente uma conclusão óbvia: não é possível estabelecer um sistema perfeito, mesmo que se vá adaptando progressivamente aos comportamentos laterais ou tendenciais, fazendo em cada um dos casos ir sobressaindo os indicadores oscilatórios ou os de disparo de tendência, porque, tal como acontece na volatilidade, não existem ciclos pré-determinados onde possamos encaixar esse tipo de comportamentos. Um sistema dessa natureza reage muito bem enquanto tal comportamento lateral ou tendencial durar muito tempo mas começa a disparatar quando o regime vai mudando. Há ali um período cinzento, onde um sistema deste tipo falha, enquanto tal regime se for adaptando ao outro. Algo que tenho estado a trabalhar nas horas livres tem sido o cenário de transacionar em regimes "puros": usar só osciladores se o indicador de oscilação lateral estiver acima de determinado valor e usar os tendenciais no caso oposto. Só que aquela zona cinzenta ou intermédia ocupa quase 3/4 do tempo. É um caminho possível para quem gosta de maior estabilidade mas a rentabilidade global ficaria prejudicada por estar demasiado tempo fora do mercado. É como se tivesse 2 rácios diferentes de "profit/loss", nas alturas "puras" ou ideais o rácio atinge valores de 4,5 para 1 ao passo que nas épocas cinzentas o rácio é de cerca de 1,5 para 1. O valor composto ponderado seria assim cerca de cerca de 2,25 para 1.
E o dilema está neste ponto...uso, não uso? Estou a usar a tempo inteiro, por enquanto!
Um abraço a todos,
Cem
Cem
 

por Red » 3/1/2003 13:01

Bom dia Pata,
Tenho feito bastantes testes com históricos nos ultimos meses e apesar de sentir que ainda me escapam bastantes coisas e de ter muito para aprender, arrisco a dizer qualquer coisa, sobretudo porque o mestre ainda não falou :)

A variancia nos resultados que dizes ter verificado creio terem muito a ver com o sistema ou indicador que estar a testar, ou seja, se fôr por exemplo a exploração de uma caracteristica do mercado, que não correponde a nada de fundamental e que pode ser facilmente compensado, então o mais provavel é que essa estratégia deixe de funcionar mais tarde ou mais cedo. Muitos foram os casos, como o RSI.
Se por outro lado é uma estratégia que se baseia em algo fundamental no funcionamento dos mercados, como seguir as tendências, então a eficácia deve manter-se ao longo do tempo.

Ao que me pareceu, o lmm usa uma estratégia que lhe dá os melhores resultados no presente e ele não se preocupa tanto em que seja robusta no futuro, no caso dele não fará muito sentido fazer backtest com dezenas de anos. Já o Cem é o oposto, o sistema dele é todo-o-terreno e toda-a-data...

Quando mais consistentes forem os resultados de um back test ao longo do tempo, mais robusto será essa estratégia. É preciso ter em atenção que certas estratégias só funcionam em certos tipos de mercado, e é necessário detectá-los.

Outra coisa que me parece importante é testar muitos activos simultaneamente para alem de se usarem varias decadas. Só assim tens resultados com consistencia e relevancia. Eu para a maioria dos testes uso históricos com entre 10 e 30 anos e varias dezenas de acções e indices.

Fundamental é sabermos o que procuramos nos resultados... e falando por mim não é muito fácil... pois normalmente uma melhoria num aspecto tem custos em outro...

Confirmei uma coisa interessante que o Cem sempre disse, os stops degradam a rentabilidade, embora possam melhorar o drawdown. Quando uma tendencia está em curso, se saimos dela devido a stop, é muito provavel voltarmos a entrar mas a um nível mais alto (ou baixo), mais valendo então deixarmo-nos estar quietos.

Abraços,
red

PS: Bom 2003 para todos!!
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por Pata-Hari » 3/1/2003 11:33

Eu andei a testar coisas para períodos muito alargados (tenho umas bds para os states muito compridas). E cheguei a resultados que não consegui interpretar muito bem, ou seja, que divergiam muito consoante a quantidade de anos a analisar. Tenho tendência a pensar que é natural que os comportamentos dos mercados se alterem, sim. Mas as curvas gráficas são simples curvas gráficas. Sâo dados. Ponto final. Acho que o sistema teria obrigação de se adaptar a qualquer configuração e quantidade de dados (e confesso que foi o factor que me tirou o entusiasmo dos testes e dos sistemas temporáriamente porque para mim concluí que os meus testes tinham maus resultados). Por isso mesmo gostaria de saber o que pensam as pessoas que se dedicaram a fazer testes de forma extensiva e a que conclusões chegaram.
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por Fernando dos Aidos » 3/1/2003 11:19

Pata,

Eu não tenho experiência com sistemas mecânicos e tenho pouca experiência com "backtests", de modo que a minha resposta é apenas teórica.

Nunca realizei "backtests" de 50-100 anos (nem tenho base de dados para isso!). De qualquer modo, a minha opinião é que as condições segundo as quais o mercado evolui variam num intervalo de tempo dessa ordem de grandeza! Daí ser natural uma alteração dos padrões de "comportamento" da cotação.

No entanto, um BOM sistema de negociação (ou melhor, MUITO BOM) deveria identificar os padrões actuais e adaptar-se a eles. Um pouco como o sistema do Cem identifica se estamos num regime oscilatório ou tendencial e actua em conformidade.

É claro que um sistema válido para qualquer condições de mercado é algo que, provavelmente, apenas se pode idealizar. Penso que nos limitamos apenas a tentar desenvolver um sistema válido nos últimos anos e monitorizar o seu comportamento para destrinçar os "drawdowns" normais de qualquer sistema, de uma falha do sistema que tem que ser colmatada.

Pessoalmente, se eu usasse um sistema mecânico, não me preocuparia se ele desse maus resultados na primeira metade do século 20. As condições de negociação eram completamente diferentes (não havia computadores nem internet!) e, embora as reacções emocionais dos intervenientes sejas as mesmas, as diferentes condições certamente imprimiram diferentes padrões de comportamento nos gráficos.

Enfim... é a minha opinião. Gostaria de ler a opinião dos mais experimentados em sistemas mecânicos (em particular do Cem)... e a tua também Pata-Hari!

Um abraço

Fernando dos Aidos
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por Pata-Hari » 3/1/2003 10:20

Bem, eu aproveito para colocar mais uma questão a propósito da resposta do Lmm. Quer o Lmm, quer o Fernando dos Aidos falaram nos backtests. O cem não falou, mas não é segredo que faz parte do treino do faro do cachorro. Lmm, dizes que não sabes se o teu sistema vai resultar muito tempo, que para já não te preocupa. Mas isso lembra-me uma das minhas dúvidas existenciais ao fazer backtests. Quando fiz testes, cheguei muitas vezes à conclusão que os resultados eram positivos em dados períodos - por vezes muito alargados - e que se eu alargasse o sample de dados muiiiiiiito para trás, que os testes falhavam quase sempre. Como se resolve esta questão? até que quantidade de anos faz sentido testar sistemas? fará sentido admitir que os mercados variaram tanto nos últimos 100/50 anos que não se justifica testar para trás? ou fará sentido usar algo que só seja relevante no nosso período de vida e que tenha portanto dado bons resultados nos últimos, digamos, 50 anos? como é escolhes o período a usar nos backtests? Fernando, gostava de saber qual a tua opinião também...
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por Ulisses Pereira » 3/1/2003 3:55

Antes de me ir deitar, tinha que vir aqui dizer que esta sequência de posts é uma daquelas que merecia ser encaixilhada, para mais tarde recordar. É nestas discussões que me sinto a crescer, a aprender e a ensinar. Como eu adoro os fóruns de bolsa... Como eu cada vez mais me orgulho do nossoo caldeirão!

Até amanhã!

Ulisses
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por Viana » 3/1/2003 2:03

Mais uma vez repito um post que escrevi a muito tempo numa discusáo com o MArco Antonio. Penso que se aplica um pouco, ou mesmo tudo, ao assunto que se esta a falar.




QUANTO VALE UMA ANALISE TECNICA?



Analise tecnica e a tendencia da massa

A AT serve para confirmar ideias ou não e dar sinais de entrada e saída. AT, deve ser encarada como uma confirmação e não como uma estratégia.

A AT é melhor a olhar para o passado do que para o futuro.

A Escola Técnica afirma que não existem estatísticas para esperança, humor, medo, ganância, atos de Deus (do Governos, estimativas e necessidades e informação secreta, é verdade, não existe e por isso é que a AT não é tudo, é por isso que é falível, é por isso que serve apenas para confirmar e não para traçar uma estratégia).

A Tendência é da massa e a massa emociona-se, tem medo, é gananciosa, tem esperança e etc, por isso é que diz que a tendência é da massa e a tendência da massa é errar. A AT da esse sinal mas tem de ter consciência que funciona a base de emoções, não do analista técnico, porque esse tem de estar longe da massa (o que por vezes é muito, muito difícil) mas pela emoção, ganância, esperança, medo e etc do mercado.

É importante conhecer a psicologia das massas para melhor avaliar as Tendências do mercado. Um dos papas da análise de massa, Gustave Le Bon, escritor francês que diz que a massa é emocionável, impulsiva, violenta, inconsistente, extremamente descuidado, características que considera de um perdedor no mercado de acções.

Le Bon define a massa como um conjunto qualquer de indivíduos com mentalidade colectiva diversa daquela que têm como pessoas. Ele afirma que, ao se agrupar como uma massa, o ser humano perde a personalidade consciente, adquire sensação de grande poder, dá vazão aos instintos, perde a noção da responsabilidade, comunica-se por contagio (vende a "ideia" aos amigos), aumenta impetuosamente (aumenta o volume por isso é que se da a exaustão), é facilmente sugestionável (quando corre por contagio qualquer sugestão cria indecisão e desconfiança na estratégia, o investidor não acredita no sistema, esta a duvida e não cumpre as regras, não é disciplinado e rapidamente muda de opinião sem saber muito bem porque), é intelectualmente inferior (não pensa, reage com a vontade da massa), desce diversos degraus na escala da civilização (perde o raciocino), pensa que raciocina e não raciocina (é sugestionável), aceita imagens desconexas, tem ideias contraditórias ao mesmo tempo (é influenciável), cria imagens via palavras-de-ordem (OPA, OPA, OPA), aceita frase curtas como solução dos problemas (OPAS, FUSÕES, Crash e etc), sintetiza aspirações pessoais (vai ser opada para eu ficar rico e comprar o iate e o castelo).
A massa erra. A Tendência da massa é errar e a AT diz isso, ora vejamos:

Para a escola técnica, a resposta está nos gráficos de preços e volumes,que não é nada mais nada menos do que analisar a massa, a emoção, ganância, medo e etc que a move.

Os investidores especialmente bem informados, pela famosa informação secreta, ou movidos por uma qualquer intenção compra sem dar nas vistas e com calma, com um pequeno aumento de preço. FASE DE ACUMULAÇÃO.

Os investidores especialmente bem informados, contagiam outros investidores bem colocados, amigos e etc., a que chamaremos compradores melhor informados que aderem ao mercado elevando o preço do papel (MARK UP) de tal maneira que desperta a atenção da ESTÚPIDA massa. O mercado fica activo e os acumuladores distribuem a acção abastecendo a massa (Distribuição) - (melhor altura para vender), depois de tudo abastecido e dos preços se manterem nos mesmo patamares, com a massa a comprar e a segurar e os acumuladores a vender e a travar a subida, a massa nota que o papel não vai continuar a subir e descobre que pagou caro procurando vender imediatamente a acção que não compensou o investimentos entrado no pânico.

Na analise técnica existem vários tipo de gráficos, desde o gráficos de velas, os mais vulgarizados, ao gráfico ponto e figura que despreza o espaço temporal, retracta todos os preços aos quais a acção foi negociada, sem levar em conta o dia de negociação, mas identificando com precisão a reversão da tendência dos preços. Trataremos mais a frente este assunto com promenor.

Devemos acompanhar AT e, vamos ver que em 90% das nossas decisões e estratégias, a AT é quem melhor nos dará o sinal de entrada e de saída. Um “trader” não deve ser purista mas também não deve ser um paladino, longe disso. Evidentemente que alguns puristas da AT podem ter um sistema que lhes permita bons resultados, mas estamos convencidos que com o tempo esses resultados não se vão manter e vão se aperceber que a AT não é tudo, não é a AT, não é a AF mas sim a vontade do capital em mover-se e esse move-se por vontade do medo, ganância, pressupostos do investidor.

Vamos ser realistas, a AT é falível assim como é a AF e etc., não existi sistema verdadeiramente infalível, não conheço nenhum analista técnico rico (pelo menos devido a AT), a maior parte das casas financeiras, as que ganham verdadeiramente dinheiro, não utilizam a AT.

A AT é para os "mineiros" aqueles que aproveitam o movimento do "tubarão" para comer os restos (onde estão incluido a maior parte dos investidores), AT é para os investidores que se situam entre os investidores acima referidos, especialmente bem informados e a massa.

A ideia de que todos os fenómenos podem explicar através das leis naturais é muito antiga, já tendo sido encovada por Anaxárogas, pensador pré-socrático. A ideia é que determinadas cirscunstancias e factores podem reproduzir-ze e conseguir identificar o ritmo destas reproduções permite antecipar. Não nos vamos iludir, isso saber-se-ia, mas a verdade é que a AT não permite melhores resultados que a AF. A AT baseia-se no que é realmente é mais importante e tem-se vindo a defender ao longo deste capitulo é a massa, a psicologia da massa. A melhor maneira de tirar proveito da massa é conhecer o que ela pensa e para isso é necessário pensar como a massa, reagir como a massa (sem reagir efectivamente), ter as emoções da massa e fazer exactamente o contrario. É aqui o verdadeiro problema do "trader/investidor", quando não consegue separar o pensamento dele do pensamento da massa.

Não há peritos nem ignorantes, há aqueles que sente o mercado, estão no mercado, absorvem o mercado e conseguem estar suficientemente longe para tomarem as suas decisões com ajuda de um conjunto de ferramentas.

Keynes defendia que quem nada sabe ganha tanto como o perito isto porque o perito que acredita que um activo esta subavaliado não terá interesse em adquirir e se pensar vender terá de o fazer ao preço fixado pelos ignorantes. Na verdade só ganha aquele que antecipar os sinais que ele próprio produz, o do preço. O preço pode oscilar bastante e por isso é incerto dai que a melhor maneira será imitar os outros. Mas é porque todos se conformam com essa ideia de imitar os outros (ex: "MARK UP") que se pode dizer que a massa tem tendência a errar. Quantos mais acreditarem e exteriorizarem essa crença maior é a probabilidade de não acontecer.

A AT pode sem duvida antecipar movimentos e é valida e importante por isso, conhecer o mercado e o estado psicológico do mercado é importante sem nunca esquecer que um investimento deve ter em conta a capacidade de um activo para remunerar no futuro a renuncia ao consumo.



Caos


O mercado de capitais não é simples, alias podemos dizer que é um CAOS . O mercado de capitais desenvolve-se em ciclos. Contudo, tal uma escada espiral, quando o curso dos acontecimentos completa um circulo, fá-lo a um outro nivel. O “movimento pendular” das mudanças não se limita a repetir os mesmo acontecimento vezes sem conta. Um desses ciclos em espiral é o CAOS a dar lugar a ordem, que, por sua vez, origina novas formas de caos.

Entende-se que a AT, neste ciclo de oscilação do pendulo, serve para domesticar o caos e não destruí-lo o que poderá acontecer se utiliza isoladamente, pura.

Assim como a natureza, os fenomenos metereologicos por exemplo, a AT tem muitas regularidades que podem ser registadas, analisadas, previstas e exploradas. No entanto não podemos encarar a AT como uma lei única e determinante por si só, não serve explicar um determinado movimento da cotação de um titulo com a implicação dessa leis. O mundo não é mecanico, porque é que a AT o seria?

A analise tecnica, assim como o mundo, é uma lotaria de variavieis e factores. Acontecimentos fundamentais, como a desintegração de um atomo radioactivo ou a negociação em estado de “ex-dividend”, passam a ser determinados pelo acaso, não por leis. Já Einestein numa carta a Max Born, punha em causa o determinismo da lei face ao caracter aleatorio do acaso.
O ciclo completa-se, mas a um nivel diferente, já que começamos a descobrir que sistemas que obdecem a leis precisas e imutáveis nem sempre se comportam de modo regular e previsível. Leis simples podem não produzir comportamento simples e por isso não podemos pensar num mercado simples. A AT como apresentam os analistas tecnincos purista, pura e simples, é tão determinista que essa ordem pode gerar o CAOS. Leis deterministas podem produzir o comportamento que parece aleatorio. A questão não e tanto saber se a cotação do titulo faz determinado movimento, as sim COMO o faz.

Os conceitos de previsão, ou de uma experiencia reiteralvel, assumem novos contornos quando vistos pelos olhos do CAOS e é aqui que vamos aproveitar para rebater a AT pura. O que pensamos ser “simples” e “puro” torna-se complicado, e novas e pertubadoras interrogações se levantam a proposito de dimensões, de previsibiidade e de verificação ou falsificação de teorias. Em contrapartida, podemos tornar o complicado em simples pois os fenonemos que parecem aleatorios e desprovidos de estrutura ou sentido podem, de facto, obdecer a leis simples. O caos determinista tem as proprias leis. Isso esta, por exemplo, na metereologia, na irregularidade da pulsação cardiaca, no gotejar de uma torneira, no partir de um copo no chão e por ai fora.

AT pode gerar resultados positivos enquanto a sua existencia e compreensão estiver enquadrado na vontade do “cerebro humano”. Já dizia Eugene Wigner, que escreveu sobre a “eficiencia da iracionalidade matematica”, “Talvez a matematica seja eficiente ao representar a linguagem subjacente ao cerebro humano. Talvez os únicos padrões de que nos apercebemos sejam matematicos por ela ser o INSTRUMENTO DA NOSSA PERCEPÇÃO. Talvez seja eficiente a organizar a existencia fisica porque é inspirada por existencia fisica. Talvez não existam padrões reais, mas apenas aqueles que nós, de espirto fraco, impomos.”. É neste contexto que a AT não pode ser separada do “feeling”, do modo como percepcionamos uma noticia, do modo como acreditamos que essa noticia ou acontecimento vai influenciar o modo de o investidor ver o titulo e consequentemente vender ou comprar e levar a cotação a seguir determinado sentido, movido por linguagem humana onde entra o sentimento, o medo, ganancia e etc.

A AT pura e simples para determinar que posição a ocupar, ou não, em determinado titulo, poderia ser utlizada no movimento dos astros com o mesmo sentido e determinação, alias na revista “Trader’s World” econtramos numa referencia a Gann e as Elliott Waves uma analise astrologica num trabalho de Larry Jacobs na Halliker’s Inc.



Analise tecnica é uma maquina gigantesca

A AT é um maquina gigantesca, funcionando como o “mecanismo de um relogio”, para representar o auge em fiabilidade e perfeição mecanica. Sob tal perspectiva, a AT (uma maquina) é, acima de tudo, previsivel. Em condições identicas um analista tecnico, assim como um relogoeiro que conheça as especificações da maquina e o respectivo estado em qualquer momento particular pode calcular exactamente o que fará. Mas na verdade existem variações de estados que impossibilita determinar exactamente o que fará apenas com o conhecimento das especificações da maquina

Uma intelegencia que num dado momento conhecesse todas as forças que animam a Natureza e as respectivas posições das entidades que a compõem, se fosse capaz de submeter os dados a análise, poderia condensar numa única fórumla o moviemnto dos maiores corpos do universo e do meno atomo; para tal a inteligencia nada seria incerto, e o futuro, tal como o passado, estaria presente ante os seus olhos.”

Esta é a teoria de Laplace, que os puristas tanto gostam e citam. Isto é o mesmo que dizer que conhecendo os diversos indicadores que representa o movimento de uma acção, sabendo como cada um deles reage, podemos prever o movimento da cotação desde o momento que estamos analisar ao momento que acabamos, ou seja, de um modo mais ambicioso, conhecidas as posições, as tendencias, os estocasticos, MACDs e etc, num determinado instante, todos os movimentos subsquentees da cotação desse titulo em analise são singularmente determinados.

Esta afirmação pressupõe, por simplicidade, que não há influências exteriores ao movimento do titulo. Se consideramos também esta, somos obrigados a concluir que as posições e velocidades de cada particula que materia no universo inteiro, tomadas num instante particular, determinam completamente a sua evolução futura. O universo segue um caminho dinamico único e predeterminado.

Esta conclusão é aterradora é, na verdade é consequencia de um simples teorema matematico de unicidade.

Por esse motivo a AT não pode ser a única e pura ferramente do invetidor.

Devemos efectivamente de utilizar a AT, ou melhor, poderemos utilizar a AT para encontrar-mos um determinado conjunto de informações que nos permita tirar uma melhor rentabilidade dos investimentos, mas consideramos importante complementar a AT, ou ser a AT a complementar, outras informações retiradas no mercado por outro sistema de avaliação.



Um analista tecnico é como um metereologista


Um analista tecnico é como um metereologista que consegue prever o tempo, mas prever não que dizer que preveja correctamente. Certamente que já lhe aconteceu sair de casa num dia que se lhe anunciava solharengo e apanhar uma valente chuvada.

A analise tecnica pode-se comparar a meteorologia pois permite ao analista tecnico, do mesmo modo que o metereologista preve o tempo, prever a oscilação dos preços.

A previsão numérica do tempo (sentindo meterologico) e da oscilação dos preços são descritos atribuindo determinados indicadores, Estocastico, Pressão, CCI, temperatura, MACD, humidade, RSI, velocidade do vento. Estes são alguns indicadores deta AT metereologica.

O tempo, a cotação, correspondem a uma posição num grande jogo de numeros, mas a disposição desse numeros é sempre diferente. Podemos medir o tempo e o movimento das cotações usando estações meteorológicas, CCIs, navios, “candles”, balões, medias. Portanto sabemos como dispor os numeros. O problema é: QUAIS SÃO AS REGRAS DO JOGO.

As regras são as equações do movimento da atmosfera e das cotações.

Condensando o tempo, digamos, num espaço de um segundo, as equações podem ser vistas como regras que nos dizem como obter a posição dos numeros no próximo segundo. Por isto a AT e a meteorologia são importantes para determinar que posição tomar num determinado titulo, qual a melhor altura para plantar batatas.

O mercado de capitais e como atmosfera, so que em vez de ser constituida por uma serie de pequenos átomos em movimento, que colindo uns com os outros alteram o seu movimento e comportamento, é constituido por uma serie de pequenos intervenientes (investidores) em movimento colido os interesses de uns com o dos outros.

Da mesma maneira que nem um computador pode seguir cada átomo particular da atmosfera, a AT não pode seguir cada investidor particular e com vontade própria e por isso o numero de variáveis envolvidas no modelo é, de longe, demasiado grande para um computador, para um analista, para a analise tecnica.[/b]
[b]Evidentemente se fosse possível seguir cada átomo era possível saber com exactidão o tempo que ira fazer, da mesma forma que se fosse possível seguir cada investidor saberíamos exactamente qual o movimento das cotações, pois era simplesmente matemático, o que acontece, saberíamos que B vende X a Y de Z e por isso o movimento seria facilmente conhecido.

Por haver esta variedade é que a analise tecnica, assim como a metereologia, em determinado momento não consegue adivinhar determinados movimentos. Ambas falham por não conseguirem não prever, ou seja, a analise tecnica e a metereologia, com base numa ser de dados, só conseguem prever o que podera acontecer mas são inuteis quando se pretende prever o que não se preve.


São varios os casos em que a metereologia, que facilmente podemos transportar para o ambiente da analise tecnica. Há na historia da meterologia casos em que esta falhou rendondamente na previsão de certas catastrofes, algumas vezes, porque estatisticamente era quase impossivel determinados acontecimentos, ignoraram outros dados, não estatiscos, como a sensibilidade (como conhecimento milenar dos povos, mecanização do cerebro como reacção a certas condiçoes), noticiais e um sem numero de outro avisos. Como é o exemplo de uma povoação onde raramente chovia e, apesar das noticias que davam contam de uma tempestade proxima, a metereologia apenas previa sol com a possibilidade de alguns aguaceiros e negavam qualquer possibildiade de tempestade porque estatisticamente nunca, naquela terra, tinha aconecido um entempere semelhate.

Na analise tecnica, estatisticamente podemos prever certos e determinados movimentos mas por vezes, essa mesma estatisca, não nos deixa ver mais além, da mesma maneira que não deixou que os meteorologista acreditarem na tempestade que as noticias davam conta que se poderia estar a deslocar para a tal povoação, ou seja, se para além do meteorologista prever os aguaceiros a noticia da tempestade que passava próximo poderia alertar para a eventualidade desta catastofre afectar essa terra, da mesma maneira que se estivermos atentos a AF, noticias e etc, poderemos estar alertar para eventuais movimentos, com sinais que nos podem ser dados pela AT de modo a confirmar.
Viana
 

por BRIAN JONES » 3/1/2003 1:54

Negociar é sempre difícil, especialmente quando se compra e vende dinheiro!

É um dado adquirido, que percentualmente a média dos trades perdidos é em muito superior à dos trades vencedores. Sou Trader e nos meus clientes, nuNCA vi uma carteira com "turn-over" significativo, que não verifique este «Axioma da Bolsa»...

Comigo acontece rigorosamente o mesmo, e mesmo tendo feito algum $$$, em futuros DAX, constatei com muita tristeza, que os 17 trades mais significativos, em termos numéricos, foram todos perdedores!
Tive portanto, de acertar muitas vezes e no entanto estive sempre consciênte do meu grande problema

O grande problema é Inventar e NÃO SABER ESTAR QUIETO !!!

É verdade que todos os dias há excelentes oportunidades para ganhar dinheiro, mas há trades que simplesmente não são para nós, i. e., muitas vezes estar quieto e não fazer nada é TRABALHAR MUITO BEM.

Bastam 10 trades por ano a ganhar 3%, para se obter uma rentabilidade de 30%. Ora, ninguém consegue uma performance deste calibre, ano após ano!

Um bom negociador precisa também de uma tendência no mercado, e se calhar só vale mesmo a pena negociar, quando se identifica uma "W3", ou um "C". Se não há tendência, o melhor é não estar no mercado

A verdade é que não existe nenhum método que não nos leve ao ERRO, de uma forma mais ou menos contínua, em determinadas fases temporais

Só a experiência nos diz quando e como evitar ERRAR. Mas, para aprender, as propinas são muito chatas...
BRIAN JONES
 

Muito bem!

por lmm » 3/1/2003 0:10

Peço desculpa por ter tentado levantar algumas questões, principalmente à Pata que me colocou uma directamente, mas só agora posso voltar a ter atenção ao Caldeirão.

Don't U just lo-o-o-o-o-o-o-o-o-ove a trending day????!!!! :lol:

De qualquer modo, o Ulisses respondeu em termos muito semelhantes ao que eu teria dito. :wink:

O que faz a diferença entre ganhar ou perder dinheiro? Simples. Não pensar nele!
Isto dava um livro... penso que todos temos de passar por muita coisa até chegar ao ponto de estarmos unos com o mercado. Qualquer pessoa poderá lá chegar, não somos afinal feitos da mesma massa!? Temos todos é uma Verdade muito própria. Na impossibilidade de sermos omniscientes, a perspectiva do que é a realidade é um fenómeno necessariamente parcial. O que para uns pode ser um copo meio cheio, para outros será um copo meio vazio, se é que me é permitida a expressão...
Deste modo, perante um mercado que eu não sei o que vai fazer a seguir, pois entendo-o como aleatório (esta é forte, não?), libertei-me cada vez mais daquilo que é considerado normalmente por AT em sentido preditivo. Naturalmente olho para os gráficos, mas somente o facto de eu "saber" que lhes falta tanta informação, é suficiente para me libertar das grilhetas daquilo que eu esperaria que o mercado fosse fazer a qualquer momento.

O facto de não estar á espera de nada e de tudo ao mesmo tempo passou a permitir-me actuar com maior rapidez e eficácia - passei a percepcionar as oportunidades que o mercado me dá de uma forma mais descontraída.

O que é uma oportunidade? Simplesmente a assunção de um determinado grau de risco face a uma probabilidade.

O que me proporciona a identificação de uma oportunidade? A minha metodologia de trading - a forma como acredito que o mercado normalmente evolui dentro de determinadas circunstancias relativamente ás quais são apontadas determinadas probabilidades em função desses mesmos paramentros.

Ora se eu não sei o que o mercado vai fazer a seguir, como posso falar de probabilidades. Simples. Falo de probabilidades e não de certezas. Estatisticamente confio que os meus set-ups e entry/exit points ao longo de uma série de trades me vão dar dinheiro. Não é um trade o que é importante, como se a nossa vida dependesse disso. É uma série de trades. Eu perco um pouco agora, para ganhar mais na próxima oportunidade, e assim sucessivamente. Quando vou ganhar, quando vou perder? Não me interessa porque não sei! [Lembram-se da "pergunta estranha" que eu fiz à semanas?] Não tenho quaisquer garantias que o meu sistema vai no futuro continuar a funcionar; pode até funcionar para sempre! Pode soar perturbador, mas não é - é libertador. O conceito emocional de perda ou de dor deixa de existir.

Este condicionalismo, em termos absolutamente muito gerais, no fundo, coloca-me à disposição do mercado e da informação que ele constantemente me transmite durante os períodos que estou à frente dos monitores.

Identifico o sinal, isso faz-me sentir bem e disparo. O money management fará o resto... sei quanto posso pagar para saber antes de abrir posições e sei também que mesmo que o mercado me ponha fora, ainda cá irei andar bastantes vezes para continuar a pagar para ver. O dinheiro que está em jogo não me faz falta nenhuma... por isso talvez não pense nele enquanto dinheiro. É mais um conjunto de unidades. Bom, minto, começo a pensar que é dinheiro a partir do momento em que tenho a veleidade de pensar em não tomar o stop ou quando penso que o mercado não vai parar de ir comigo.

É importante não ter medo de ganhar também. Há pessoas que assim que estão a ganhar saiem logo. Que alívio mais uma vitória. Quando começam a perder, dão sempre mais um pouco de espaço ao mercado... ainda hoje mesmo ao meu lado vi este filme! A ruina financeira pode estar logo ali ao virar do swing..........

Bom, antes que comece a escrever o tal livro, vou tentar concluir só dizendo que tudo isto depois começa a ser um circulo vicioso. A confiança no sistema e na disciplina de implementação reforçam-se mutuamente de tal como que estamos sempre bem com o mercado e connosco - ainda não encontrei as palavras certas para este estado de In The Zone que de quando em vez aparece para em seguida fugir novamente.... talvez um dia entre e já não saia. Este é o meu sonho......... :wink:

Ulisses, quando sai a tua entrevista com o Schwager? Quero uma edição autografada, tá?

Cem, adorei reler o teu blast from the past, apesar de não conseguir concordar com todas as tuas opiniões. Não ter stops é só para os ricos, eheheh, nós os pobres temos de viver com eles. Quando sai o teu "pequeno" banco de investimentos?

Fernando, nem mais...

Mais uma vez, Pata, provavelmente expressei-me de forma incompleta, mas acredito em backtests. Não poria hoje nem um tostão real nos mercados sem o fazer. Mesmo sem saber o que o mercado vai fazer a seguir... lol. Quanto ao como fazem os outros... se o Ulisses faz como dizes, eu não faço tão diferente quanto isso em termos conceptuais. Agora o que é para ele um suporte e uma resistencia é que se calhar não é o mesmo para mim... will we ever know.......

PTC Man, as tuas perguntas e os inerentes receios são a falácia da maioria dos traders, beware! Quanto ás estratégias, há uns livritos que me ensinaram umas coisas, mas a maioria da minha biblioteca diz o contrário. Mas nunca me arrependi de ler o quer que fosse. Perguntas e mais perguntas por responder... de qualque modo, o sistema ideal é aquele que é feito por nós. Somos todos feitos da mesma massa, mas funcionamos cada um à sua própria maneira.

vmerck, falaste de algo que não referenciei expressamente. A paciência. Uma das grandes virtudes, na minha opinião, para um trade de sucesso - sniper-style.

Um abraço a todos,
lmm

P.S. - Don't U just lo-o-o-o-o-o-o-o-o-ove a trending day????!!!!
Posso bem ser o pior trader da História:

Quando o mercado está comigo tenho sempre contratos a menos;

Quando o mercado está contra mim tenho sempre contratos a mais!
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Risco/rentabilidade

por vmerck » 2/1/2003 22:45

creio q aqui esta a palavra chave para um bom trader RISCO/RENTABILIDADE, Diria q o trader deve ser dum estilo SNIPER, um tiro um morto, ou seja um trade um ganho, caso falhe o tiro nao deve disparar mas sim bater em retirada c\ vista a nao ser detectado pelo inimigo. O sniper espera pacientemente pelo momento e local certo para actuar.
O mercado e previsivel as noticias e q nao o sao.....
Todos procuram ter um sistema ganhador e este existe todavia deve adequar-se a nossa personalidade e so aqui entra a componente emocional, isto e um nervoso nao pode operar como trader qr + alavancar, o resto e muito trabalho, disciplina e coragem e verdae seja dita um pouquinho de sorte, mas esta sorte e qt + importante qt maior for a alavancagem. Um sistema meu pode ser excelente para mim ,e ate e , mas para outra pessoa e pessimo. Ha muito ando no mercado, aquilo q esta a mudar sao apenas a qtidade de pessoas intervenientes no mercado aqui muda consoante os ciclos economicos, a rapidez da actuaçao aqui a velocidade e maior tal como a chegada das noticias a esse mesmo intervenientes , os instrumentos de actuaçao no mercado aqui incluo as ferramentas (metastock etc..) e as formas de actuaç~~ao warrants,opçoes, CFd`s...etc....cambio.
Procurem algo simples ,pratico e vos de confiança para actuar so assim ganharao no mercado,
EXEMPLO....creio q ´´e obvio q amanha o mercado estara para cima com base naquilo q hoje sucedeu, fecha nos maximos, logo vou estar COMPRADOR desde a abertura. Mas vamos dificultar a coisa.. caso abra em GAP sera adequada uma posiçao longa ou sera preferivel esperar pelo retracement, ou por curto...? tal como referi o Curto esta fora de questao salvo rara excepçao 2.5% na PTC 3.5% na TLE de valorizaçao isto a ver c\os BETA do mercado....(parte fundamental). o Ideal seria uma aberturaa 0 ou negativa mas sonhar ainda nao e proibido.....STOP no minimo de hoje/ou a meio das velas brancas de hoje....depende da exposiçao ao mercado ou noticias na abertura...mas estarei SEMPRE COMPRADOR issso e q interressa.
Pessoamente creio q o mercado NACIONAL ira Gepar (PTC 8 ticks) e prolongara algo mais a subida secumbindo pouco mais a frente secumbindo mais a frente 2 horas mas isto e pessoal. a minha estrategia sera tack de profit and run e nao lets de profit run estarei num MODO DEFENSIVO mas COMPRADORA...
Mais uma nota cuidado a abertura pode ser o nosso reverse a tarde........
 
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por Fernando dos Aidos » 2/1/2003 16:40

Obrigado Cem,

Por agora não vai! (falta de tempo :( ). Mas já comprei mais um livro sobre ciclos do Hurst... só falta é tempo para começar com isto a sério!

Abraço

Fernando dos Aidos
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Caro Fernando

por Cem » 2/1/2003 16:23

Um abraço também para ti, esqueci-me só de dizer que nada me admiraria de ver um dia um Físico a ganhar o Nobel da Economia!
Como é que vai o desenvolvimento do método das Transformadas?
Cem
Cem
 

por Fernando dos Aidos » 2/1/2003 16:13

Ulisses,

100% de acordo.

Pata,

A actuação do Cem parece-me a mais razoável para medir probabilidades. A noção teórica de probabilidade implica um processo aleatório que se pode repetir um grande número de vezes (algo conhecido como um "ensemble"), o que não é o caso nos mercados. Penso que o mais aproximado será, de facto, um backtest.

Um abraço à Pata (senhoras primeiro), ao Ulisses e a todos os membros do caldeirão (nomeadamente ao Cem, ao lmm e ao César, cujos escritos já acompanho desde há bastante tempo)

Fernando dos Aidos

l
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por PTC Man » 2/1/2003 16:00

Aqui está um dos meus temas preferidos :)

Realmente os clichés que existem no mercado são todos verdadeiros, este, THE TREND IS YOUR FRIEND é sem duvida daqueles que mais se ouvem mas tal como diz o lmm, como é se segue esta estratégia?

-Comprar no breakout do anterior swing high? Aqui ficamos à mercê de um falso breakout

-Comprar no retracement, esperando um resumo do trend? Esta é sem duvida a melhor estratégia mas tem sempre o problema de que não sabemos onde poderá ficar o fundo do retracement, 25%, 38%, 50%, 62% ou 75%?

-Depois vêm os stops. Onde os colocar? Em cima de um valor "redondo" ou em valores menores?


Relativamente ao que os livros ensinam, já não partilho do ponto de vista do lmm. Eu penso que todos os livros ensinam "estratégias" que são válidas. O problema é que a maioria das pessoas ou não as entende ou mistura vários tipos de análise que se anulam mutuamente.
É claro que devo deixar aqui bem claro que não partilho a ideia de fazer um sistema tal como está descrito nos livros, mas sim pegar nas ideias descritas por eles e desenharmos o nosso proprio sistema.

Usar sistemas utilizados por outras pessoas é na maioria dos casos um enorme erro. Para se usar um sistema vencedor temos que o conhecer de olhos fechados. Aqui neste forum vê-se muito gráficos serem apresentados com indicadores/osciladores. Eu pergunto, quantos de vocês conhece o seu funcionamento? Não, eu não estou a falar dos sinais de compra e de venda, eu refiro-me às formulas matemáticas pelos quais eles foram construidos. Todos utilizam um sistema feito por outra pessoa, que usa uma formula standarizada e que a maioria julga que funciona para todos os titulos. Mas por vezes, para um sistema dar sinais dignos de confiança temos que o adaptar ao titulo em questão e para isso há que conhecer o sistema e saber o que fazer (reformular a formula matemática por exemplo) para que o mesmo possa dar os sinais que pretendemos.

Tal como diz o lmm, não é só ter um programa que debita cotações e uns indicadores para termos um lucro garantido.

A internet ser a culpada das pesadas perdas que os investidores tiveram este ano nos mercados? Se as pessoas não fazem os seus trabalhos de casa que culpa têm as corretoras? Elas estão lá para prestarem um serviço, se quem usa o serviço não está consciente dos riscos que está a correr, problema dele.

A internet neste momento fornece todo o tipo de informação que um investidor necessita. Se ele teima em seguir opiniões dadas por pseudo analistas é problema é dele. Se ele não quer estudar e prefere obtar pela via mais "facil" então quem somos nós para criticar?


Um abraço
 
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por Pata-Hari » 2/1/2003 15:58

Ulisses, mas eu sei mais ou menos como tu "trabalhas". Sei que a tua estratégia é entrar junto a quebras de resistências/suportes e medir para calcular o expected value as distancias entre as resistências seguintes nos longos, e os suportes nos curtos. Mas como fazem os outros?
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por Ulisses Pereira » 2/1/2003 15:53

Cem,

Obrigado pelo texto que trouxeste até aqui e que eu já tinha tido o prazer de ler anteriormente. Está óptimo, com algumas partes polémicas como seja a passagem em que falas dos stops. Apesar de discordar da não aplicação dos mesmos (sobretudo porque só a podes aplicar quando as pessoas dispõem de bastante capital para aguentarem violentas perdas num negócio), concordo quando afirmas que os danos são sobretudo psicológicos e acredita que, apesar de me considerar um "trader" frio sempre vi a minha eficácia ser seriamente afectada quando tinha um negócio desastroso... as semanas que se seguiam eram muito complicadas.

Fernando,

Claro que é a isso que me refiro. Contudo, queria ainda sublinhar uma coisa que muitas vezes os investidores se esquecem:

Se eu acreditar que existem 80% de probabilidades do mercado subir amanhã e 20% dele cair, devo entrar no mercado? Não sei... o que me interessa é saber se o potencial lucro desses 80% de probabilidades dele subir serão maiores do que a potencial perda desses 20% de probabilidades dele cair. E é isto que muitas vezes os investidores se esquecem. Muitas das vezes entram num mercado que estão convencidos que vai subir, sem sequer olharem para o facto de que o potencial de subida pode ser muito inferior ao potencial de queda.

Bem, isto dava pano para mangas, mas agora tenho que ser curto porque o mercado não dá tréguas.

Um abraço,
Ulisses
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por Pata-Hari » 2/1/2003 15:51

Fernando, mas definir e medir probabilidades implica nrmalmente um sistema testavel (backtest), que é exactamente aquilo que o Lmm diz não funcionar mas que corresponde à aproach do Cem. Como fazes tu?
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Prever o amanhã

por Fernando dos Aidos » 2/1/2003 15:41

Apenas um comentário ao exposto pelo lmm, Pata e Ulisses. Esta opinião segundo a qual é impossível prever o mercado popularizou-se, mas é bom frisar que isso só se aplica a certezas. No mercado não as há.

Agora que é possível prever em termos probabilísticos o que se vai passar (estou consciente da dificuldade em definir probabilidade neste contexto... uso a noção intuitiva), lá isso é. Caso contrário, nenhum método poderia ser usado de uma forma consistente para bater os mercados, pois estaríamos necessariamente no caso do "random walk".

Um abraço

Fernando dos Aidos
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A propósito da interessante entrevista ...

por Cem » 2/1/2003 15:34

... com o Daniel kahneman, Prémio Nobel deste ano atribuído a um Psicólogo(! mas para mim não é surpresa que apareçam cada vez mais "estranhos" ligados às Matemáticas e Psicologia no terreno inexplorado das aplicações comportamentais !) deixo ao Ulisses um artigo antigo com quase 3 meses a propósito deste Prémio Nobel.

"
Psicologia e Irracionalidade


A recente atribuição do Prémio Nobel da Economia de 2002 a Vernon Smith e Daniel Kahneman, pelos trabalhos de investigação relacionados com o campo da irracionalidade e Psicologia aplicados em diversas áreas da Economia, veio de novo bater na tecla sobre temas apócrifos que de quando em vez gosto de abordar.
Não deixa de ser significativo o facto de tanto o Nobel de 2002 como o de 2001 da Economia, que versava o assunto das assimetrias ou aproveitamentos decisórios em função do conhecimento antecipado de algo desconhecido para os restantes dos agentes económicos que poderia influir no comportamento dum activo, se terem revelado o centro dos novos debates que se relacionam com a procura das respostas que se podem esperar na evolução concreta dos mercados. As novas pistas de debate aprofundado e apaixonante sobre possíveis explicações acerca dos seus comportamentos claramente ineficientes aparecem finalmente à luz do dia, ao arrepio das teorias académicas economicistas tradicionais.
O caso mais pitoresco e fascinante, retirado dos temas dos Nobel de 2001 e 2002 em questão, que me atraiu bem para além dos limites profissionais do meu próprio ramo de actividade, a Engenharia, é sem dúvida a actividade de carácter lúdico mais atraente e lucrativa do mundo dos negócios, a pesquisa fascinante dos indicadores e regras universais mais adequados, que os há certamente, retirada das reacções emotivas das multidões e agentes participantes activos nos mercados financeiros.
-----x-----
É possível descortinar e procurar casos concretos de desvios à racionalidade e eficiência dos mercados? Claro que sim, nada melhor que atentar em dois pequenos exemplos antagónicos significativos:
1) Perguntem a qualquer investidor se estaria mais à vontade e predisposto a comprar uma acção cotada a 80 Euros, mesmo sabendo intimamente que está cara, com os mercados a subir, ou a comprar o mesmo activo a 8 Euros, barata em termos fundamentais, com o mercado geral a desmoronar-se em debandada geral?
A resposta é dada pela prática, como é fácil de constatar, pelo primeiro cenário, uma irracionalidade aparente com os agentes a sentirem-se mais seguros a preferirem comprar caro do que barato mediante o clima de euforia instalado, basta ver o que aconteceu com a nossa PTMultimedia.
2) Um exemplo diametralmente oposto: que atitude tomar perante uma acção que se encontra de forma estável a transacionar de forma consistente num canal horizontal entre os 7 e os 9 Euros?
Curiosamente, neste caso, a resposta é perfeitamente racional: comprar quando a acção vem ao suporte dos 7 Euros e despachá-la na proximidade da resistência dos 9 Euros. Porquê um comportamento distinto, equilibrado e expectável neste caso? A explicação mais óbvia parece residir numa simples constatação: os investidores reagem de forma responsável, lógica e justificada num clima de segurança aparente e de pouco risco perceptível à vista.
Se esta rotina de estabilidade é quebrada, por motivos de saída das cotações do trading range habitual, abaixo dos 7 Euros, por exemplo, a instabilidade e irracionalidade saltam imediatamente para o palco: o medo do desabar de um limite considerado previamente uma segurança predispõe a maioria dos detentores da acção a não se sentirem muito seguros com a sua manutenção em carteira, um sentimento que se vai agudizando à medida que a cotação vai deslizando, originando uma bola de neve que se vai auto-alimentando …
Este é um caso típico de irracionalidade, não interessa o valor do activo mas apenas o receio de amanhã não ter a possibilidade de o poder vender aos preços de hoje, a incomodidade crescente de assistir impotente a um desabar de uma reacção em cadeia que vai para além do seu controle, originando mais um participante potencial no dito movimento, um comportamento típico da irracionalidade e ineficiência dos mercados!
-----x-----
Estando constatados e comprovados estes desvios decisórios e comportamentos (a)típicos no campo dos mercados financeiros, resta saber se existe forma de avaliar em que termos e em que altura os investidores e restantes agentes intervenientes vão ter propensão a actuar, cada um à sua maneira, tomando atitudes que originam os movimentos do mercado, de acordo com um expectável direccionamento do tipo racional ou irracional ?
A resposta é positiva, um sim claro e cristalino. Como ? Através de indicadores próprios que não são nem mais nem menos que os indicadores que muitos de nós estamos habituados a extrair da chamada Análise Técnica!
Esta resposta pode parecer surpreendente mas à medida que o tempo passa e os anos de experiência e aprendizagem se vão acumulando restam-me cada vez menos dúvidas que o comportamento humano global, perante milhares de cenários e padrões diferenciados, pode ser estatisticamente traçado e medido em diversos graus emotivos de agudização que podem ser explorados em benefício dos especuladores que procuram antecipar o referido comportamento expectável.
No fundo, um bom sistema de trading não faz mais do que medir e parametrizar o doseamento da racionalidade e irracionalidade exacerbadas que tendem ao longo do tempo a alternar-se no domínio do subconsciente dos agentes económicos.
O que une afinal todos os participantes dos mercados? A resposta é fácil, todos andam à procura do lucro. De que forma ? A resposta é na prática infelizmente complexa, porque só uma parte o consegue a longo prazo e de forma mais ou menos consistente, projectando hipóteses futuras baseadas em direccionamentos libertadores de emoções doseadas, variando entre leituras de estabilidade, que implicam decisões mais racionais, ou de um exacerbamento do medo e euforia, a que correspondem respostas do tipo irracional ou de defesa instintiva, como lhes queiram chamar!
Na prática os mercados não são completamente estáveis e racionais nem totalmente instáveis e irracionais. Vagueiam em graus intermédios, por entre ambos os extremos, de uma forma que pode ser estocasticamente adaptada a uma escala adequada, mediante a realização de uma miríade de testes significativos que possam ser mensuráveis e comprovados pela prática consequente.
Em termos do mundo real do trading, e em certa medida do investimento, é o que de facto todos acabamos por fazer, sem nos apercebermos directamente desta relação psicológica que rege a vontade de nos colocarmos com maior vontade compradora ou vendedora, procurando de alguma forma aferir de que forma a maioria dos agentes vai reagir à próxima subida ou descida de determinada cotação!
Quer isto dizer que um sistema de negociação em mercados tem de ser adaptado e aferido para calcular a atitude decisória em função do maior ou menor grau de racionalidade dos investidores tomados em conjunto, como grupo maioritário ?
Obviamente que sim, é tudo uma questão de empenho, arte, imaginação, algum jeito para testar e optimizar os indicadores mais adequados para o efeito, um treino prático intensivo e cada vez mais refinado, e finalmente uma crença clara que resulta desta simples constatação: os lucros provêm unicamente da antecipação de posições às atitudes que expectavelmente os agentes irão adoptar mediante a ocorrência de cenários que fazem disparar climas emocionais, racionais ou irracionais, estatisticamente previsíveis.
A solução para ter sucesso nos mercados estará então encontrada ? A pista geral de um vector possível de respostas maioritária e globalmente lucrativas, sim, mas as regras e as fórmulas certas mágicas infalíveis, jamais, desengane-se quem possa pensar o contrário! Basta uma notícia de índole inesperada que faça contrariar os detentores das posições de uma tendência que se vinha a desenvolver em determinado sentido para inverter o sentimento geral da maioria dos intervenientes, para estragar os planos de qualquer método apelidado de “imbatível”!
É possível de facto desenvolver formas de resposta aos mais hipotéticos cenários de reacção passiva, sem acontecimentos exteriores fundamentais influenciáveis, algo parecido com um modelo que vai autoreagindo ao padrão comportamental que se vai desenvolvendo, uma espécie de cobra que reage de forma probabilística esperada aos seus anteriores movimentos! Apenas acontecimentos exteriores significativos poderão quebrar o ambiente psicológico gerado no referido cenário esperado, fazendo reequacionar novas formas de abordar e reiniciar o novo imbróglio.
-----x-----
Outro tema curioso relacionado com a irracionalidade dos mercados, é o do uso dos stops de saída!
Sabendo-se que os mercados se movimentam constantemente para cima e para baixo, em oscilações ou swings mais ou menos extensos, a aplicação de stops que nos colocam fora do mercado, não os do tipo reversivo para adoptar a posição contrária, acaba por ser uma confissão que determinado método falha algures ou fica confuso com a ocorrência de cenários que contrariam a sua função básica e racional: procurar determinar a todo o instante se o activo em estudo vai subir ou descer a curto prazo.
Atenção a alguns pormenores prévios: quanto maior é o rácio de lucros sobre as perdas gerado por um determinado método usado por qualquer agente económico, ao longo de anos e anos a fio, maior a certeza de estar no caminho certo. Por outro lado, não esquecer nunca que, por muitos que sejam os lucros, também os riscos associados não podem deixar de ser negligenciados. De facto, se grande parte do stress que acompanha uma decisão de compra e venda pode quase desaparecer, tendo em conta o grau de confiança que qualquer trader deposita no seu método de negociação, é bom lembrar que à maior rentabilidade crescente forjada no crescimento dos lucros que acompanham determinada tendência, à medida que o tempo passa vai crescendo o seu grau de ansiedade em relação ao ponto de suportabilidade dos drawdowns em que necessariamente terá de incorrer, se quiser obedecer de forma integral à regra de “deixar correr os lucros”, nos movimentos contra a tendência dominante que inevitavelmente se seguirão.
É aqui que ocorre a grande indecisão, a de incluir ou não regras de introdução de ordens de stop de saída obrigatória.
Em mercados estáveis e racionais do tipo lateral faz sentido o uso de stops de saída, enquanto as cotações oscilarem no interior do canal de trading ? Claro que não, mas se o regime for transformado em algo claramente anti-random, ineficiente e tendêncial poderíamos considerar e procurar justificar tal atitude de adopção, repito, para saída em posições neutras e não para entradas em posições longas ou curtas, já que estas se justificam de forma clara nessa eventualidade.
Quanto mais extremada for a aceleração e extensão do movimento ascensional ou descendente da tendência, maior será a resposta correctiva expectável do ricochete. A reacção aparentemente racional que faz algum sentido momentâneo consensual, provocada pelo grupo mais forte e capitalizado daqueles que se aproveitaram e acabaram de sair da tendência dominante!
Se todos sabemos que as reações à tendência líder deverão ser estatisticamente aproveitadas para reforçar posições para o próximo assalto à retoma da referida tendência predominante, faz sentido sair do mercado via stops arrecadando apenas os lucros do aproveitamento da maioria do movimento tendencial principal ? Os testes estatísticos, a parte racional da esperança matemática a funcionar, dizem que não, mas a nossa mente humana de forma irracional, porque contraria a procura da rentabilidade mais elevada procurando como objectivo a estabilidade emocional através da diminuição do drawdown pontual da trade, diz-nos que sim, exigindo um travão automático ou uma pausa por saída através de um stop imposto. Mesmo que constate que na maioria das vezes irá retomar a tendência em valores para além da saída anterior!
Todos ouvimos falar que o uso de stops é obrigatório para evitar incorrermos em perdas elevadas, mas se calhar é por essas e por outras que qualquer ser humano jamais poderá ser um trader super-perfeito, de excepção.
Quem não gostaria de desenvolver o sistema de negociação mais eficiente, com os maiores rácios profit/loss e profit/risk possíveis ? Qualquer um de nós, sem dúvida, mas ao limitarmos hipoteticamente o “risk” a um baixo valor de perdas, através do indiscriminado uso de stops, mesmo que esses stops obedeçam a regras estritas e impostas, esquecemo-nos que estamos a limitar o numerador “profit”, gerador dos lucros do capital, a ocasiões de pausa anti-optimizada em que a rentabilidade potencial do sistema estaca por motivos irracionais provocados por causas derivadas da ansiedade e estabilidade emocional. Tudo pelo receio de não querer ir além de um sofrimento suportável causado pela erosão dos drawdowns, impondo-se a satisfação egocêntrica de querer manter parte significativa dos lucros recentes!
A natureza humana é mesmo complexa, irracional e paradoxal neste caso concreto. Gostaria em teoria de ganhar o máximo mas na prática, em geral na maioria dos casos que conheço, toma ou introduz regras decisórias que contrariam esse objectivo, mesmo conhecendo os fundamentos teóricos da asneira!
“No gain, no pain”, ao que eu acrescentaria “much gain, much pain”, uma atitude racional para um computador mas irracional para um humano …Enquanto o Homem for o verdadeiro centro donde parte a tomada de decisão nos diversos campos da Economia e Mercados, jamais a Psicologia poderá ser dissociada das explicações comportamentais inerentes aos acontecimentos desequilibrados que acompanham o nosso mundo real.
Cem
"

Um abraço ao Ulisses e obrigado por dares a conhecer essa entrevista, que desconhecia.
À minha amiga Pata, olha, um dia quando tiver tempo e pachorra faço-te a vontade de estudar umas acções da prata da casa!
Também um comentário muito particular ao lmm, vai também um abraço, pela forma peculiar como nos põe a pensar sobre a dicotomia AnálisexTrading e a sua aparente/real simplicidade/complexidade. No fundo nunca provavelmente ninguém conhecerá a resposta certa a todas estas questões, excepto alguns "iluminados" que vão ganhando sistematicamente com o passar dos anos, e que muito provavelmente nunca revelarão o como, o porquê e o quanto!
Cem
Cem
 

por Ulisses Pereira » 2/1/2003 15:14

Lmm,

Tocas num ponto muito importante. Aliás, por a maioria dos jornalistas e analistas nunca ter negociado nos mercados, é que se costuma dizer que um bom analista nunca pode ser um bom "trader" e vice-versa. Eu discordo profundamente desta expressão e acho que um bom "trader" pode ser um bom analista ou jornalista. Por exemplo, estou certo que se o entrevistador no "Market wizards" não fosse o Shwager e fosse um jornalista que nunca tivesse negociado, as perguntas não seriam tão incisivas e não focariam aqueles pormenores sobre aquilo que, verdadeiramente, influencia as tomadas de decisão.

Na verdade, já me estou a afastar do essencial. O que queria mesmo dizer-te é que também fico logo enervado quando vejo alguém fazer comentários sobre o mercado sem nunca ter negociado e isso nota-se à distância... E o que me chateia é que há muitas pessoas que continuam presas aos tradicionais meios de comunicação social e que nunca conseguirão sair vitoriosas dos mercados pois agarram-se a (pre)conceitos e formas de actuar de alguém que nunca ganhou dinheiro nos mercados.

(Acho que não consegui exprimir bem aquilo que queria dizer mas, como estamos no meio da sessão, não posso reescrever tudo de novo)

...

Pata,

Penso que o lmm quando afirma que não é a capacidade de acertoo ou previsão que nos faz ganhar dinheiro, quer dizer que é IMPOSSÍVEL alguém saber o que o mercado vai fazer amanhã, mas que tentar aproveitar para negociar quando a relação rentabilidade/risco nos é mais favorável é a chave do sucesso.

Por isso, eu sou tão defensivo quando me perguntam como o mercado se vai portar amanhã. Porque esse género de previsões pode fazer-nos muito bem ao ego, mas geralmente produz resultados consistentes no longo prazo. E também por isso, não me custa nada admitir que estou errado na maioria das vezes. Em média, em 3 negócios eu apenos acerto um, mas esse compensa-me os outros.

Pata, não imaginas a quantidade de vezes que eu acredito que o mercado se vá portar de uma maneira, mas que não abro posição, pois não consigo encontrar um bom ponto de entrada que me permita ter as probabilidades a jogar a meu favor. E repara que não é a probabilidade de ganhar vs perder. É a probabilidade de ganhar mais do que perder, o que é bem diferente.

Bem, uma vez mais, acho que não fui claro. E os States quase a abrir... AIIII!

Um abraço para o lmm e beijos para a Pata,
Ulisses
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por Pata-Hari » 2/1/2003 14:41

Lmm, muito interessante a tua adenda. Mas agora peço-te eu para te alongares um pouco acerca da forma que consideras ser a melhor approach e a que faz a diferença entre o fazer-se ou não dinheiro. Dizes algo de paradigmático e que eu gostaria de perceber melhor. Dizes que o fazer ou não dinheiro não tem a ver com a capacidade de acerto ou de previsão. Mas também dizes que um erro comum é esperar que o mercado nos dê razão. Então... o que propões tu...? como se compatibiliza as duas coisas com resultados positivos?
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por lmm » 2/1/2003 14:31

Não conheço a obra subjacente à atribuição do prémio e nem sei tão pouco se esse senhor alguma vez fez um trade na vida mas...

... enquanto este tipo de estudos e a própria actividade dos intervenientes no mercado continuarem a debruçar-se somente na forma como as pessoas fazem as coisas - e que normalmente o fazem de uma forma deficiente - não irão encontrar respostas.

É um pouco como ler frases do tipo "cut your losses e let the profits run". Sim senhor, estas frases fazem todo o sentido. Mas e que tal explicar COMO conseguir fazer isso?!

Trading não tem absolutamente nada a ver com inteligência, pelo menos no sentido em que individuos com um maior IQ ou com grau académico terão maiores "probabilidades" de obter sucesso.

Trading não tem nada a ver com a quantidade de trabalho necessário implementar para obter um determinado retorno em função, por exemplo, do tempo investido no sentido de determinado atingir determinado objectivo.

Que a maioria das pessosa age de forma racional nos mercados, isso parece ser indiscutível - é por isso que perdem tanto dinheiro...

Penso - e é somente a minha opinião, que vale o que vale - que enquanto as pessoas não perceberem que os mercados não são, de facto, racionais, o seu trading não irá ter sucesso.

A Internet trouxe mais informação, maior rapidez de acesso à mesma, maior capacidade de agir. Criou igualmente a necessidade de maior racionalização e essa é que é a grande armadilha em que a maioria das pessoas cai. Só porque têm um programa de análise técnica, com base de dados de cotações (normalmente à borla e o programita "martelado") e conseguem imitar as análises dos outros pensam que vão ficar ricos de um dia para o outro.

Análise e trading, são coisas completamente distintas. A primeira tenta prever o futuro tendo por base factos passados - ou acerta ou erra. A segunda tem somente a ver com ganhar dinheiro - e isto não tem nada a ver com o acertar ou errar.

Os skills necessários para o sucesso em trading não são o que se vende normalmente nos livros de AT - normalmente quem os escreve teve pouco sucesso em trading, afinal de contas, é preciso ganhar a vida :-)

As pessoas no geral transportam a sua propria visão dos mercados para a arena do trading esquecendo-se que não conseguem prever o próximo tick e caem nas malhas de um mar revolto de emoções transpostas para o mercado como se este tivesse carregado dessas mesmas emoções e fosse sensível ás mesmas. O mercado quer lá saber de emoções, ele simplesmente reflecte encontros de bid e ask.

As pessoas agarram-se a um losing trade porque esperam que o mercado lhes dê eventualmente razão. Os mercados não são o jogo tipico em que é possível fazer um cálculo probabilistico exacto das probabilidades de vencer ou perder e nem tão pouco revela à partida quanto é que se pode ganhar ou perder. Um losing trade, para a mairia das pessoas, não é mais do que um trade vencedor à espera que o mercado lhes dê razão. A ilusão de que os ganhos podem ser ilimitados condiciona-lhes as expectativas de retorno de uma forma irreal.

Guerreiam o mercado quando deviam estar a guerrear-se a eles mesmos - a ganhar disciplina para executar um plano simples. É sempre mais fácil obrigar o meio exterior a conformar-se com as nossas expectativas do que sermos nós mesmos a mudarmos...

Isto dá, de facto, pano para mangas, mas pronto... cá iremos estando e falando.

Um bom ano de 2003 para todos,
lmm
Posso bem ser o pior trader da História:

Quando o mercado está comigo tenho sempre contratos a menos;

Quando o mercado está contra mim tenho sempre contratos a mais!
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Entrevista com o prémio Nobel- "Investor can't beat mar

por Ulisses Pereira » 2/1/2003 13:49

Curiosa esta entrevista com o vencedor do Prémio Nobel da Economia em 2002, na qual ele aforma que o "trading" através da Internet veio tornar as coisas piores para os investidores, pois deu-lhes a capacidade de fazerem mais sem terem que fazer o esforço de se tornarem mais inteligentes e conhecedoras para fazerem isso.

Aqui fica o artigo:

Nobel Winner: Investors Can't Beat Market

By HOPE YEN
AP Business Writer

"PRINCETON, N.J. (AP) -- At a time when a shaky economy and stock market continue to defy predictions, many economists are turning to psychologist Daniel Kahneman for answers.

The Princeton professor is known for research showing how quirks in human behavior, such as a tendency to be overconfident or avoid risk, lead to investor decision-making that doesn't always bring the best, or most logical, outcomes.

That's no surprise to many investors who plunged into tech stocks in the late 1990s, only to be burned over the last three years.

Kahneman's theories challenged the fundamental economic principle that markets and consumers act rationally, leading to his becoming the first psychologist to win the Nobel prize in economics, sharing the award this past year with Vernon Smith of George Mason University.

Kahneman's research, conducted with colleague Amos Tversky, who died in 1996, spawned a new field called behavioral economics, and their 1979 paper on "prospect theory" is one of the most widely cited in economics.

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Prospect theory argued that people's degree of pleasure depends more on their own subjective experience rather than objective reality, as the rational model of economics held.

A shopper, for example, might drive across town to buy a $10 calculator instead of a $15 one, but forgo the same trip to purchase a $125 jacket for $5 less, illogically believing the greater percentage saved on the calculator makes the trip more worthwhile.

Prospect theory led to "loss aversion," which explained why investors clung to losing stocks rather than sell. Investors were more likely to sell stock they purchased at $50 a share if it rose to $70 and seemed overvalued; but if they bought the same stock at $90 and it fell to $70, they were disinclined to sell, even if shares still seemed overvalued.

In an interview with The Associated Press, Kahneman discussed the pitfalls of trying to beat the stock market, why he's worried about privatizing Social Security and other issues.

AP: In what ways do your theories explain the stock market downturn of the past three years?

Kahneman: Prospect theory helps explain biases of beliefs like "optimistic overconfidence" - that people believe they can do what they in fact cannot do. When you have a situation where everybody believes they are above average, the markets are going to behave in a funny way.

And that was happening to a lot of people at the same time two to three years ago. There was a sense we were living in a new world. That always happens in bubbles. Bubbles tend to convince people this is something fundamentally new.

AP: Would you say the corporate accounting scandals contributed to the market bubble?

Kahneman: You'd expect in every bubble there would be a lot of crooks. It's hard to tell, I don't think the bubble itself was caused by the crooks. Things were happening, there was a readiness and willingness to believe in things, and then there were people who were taking advantage of them.

I'm not sure anybody can say somebody caused the bubble to occur or caused it to burst. Lots of people knew it was a bubble when it was going on. That's what we call "delusion of control." And that is recurrent. People are surprised the bubbles collapse so quickly. They think prices will go down gently, and that will give them the hint and time to get out.

The psychology there is quite interesting. People have a lot of difficulty figuring out they are just like everybody else, and what they see, everybody else can see. And making allowances for the fact that you're one of many people looking at the same time.

AP: How do you think investors will behave in 2003?

Kahneman: What you're finding at the moment is this individual is very pessimistic and very cautious. The question you are raising is what will change this individual's mind? The problem with those changes are sort of self-referential. If the market starts rising, that rise in some sense expresses a better a mood, but it also causes a lot of people to become more optimistic. I don't think anyone can really put his finger on it. I'm quite skeptical about the power of psychology to predict the market currently.

AP: In what areas of investing do you see behavioral economics having the most significant impact?

Kahneman: I could imagine where psychology is quite relevant is in the whole domain of advising individuals about retirement and savings. Policy questions that arise, for example, in the context of privatization. How is the privatization of Social Security to be done, if it is to be done at all? How much freedom should individuals have to play with their own savings?

These are difficult philosophical questions. But there are also psychological issues. The question of how rational people are going to be, are they going to be sufficiently risk-taking, are they going to be too risk-taking, are they going to be playing with the bubble, are they going to churn their accounts (buy and sell stocks frequently). There I would see a role for psychology, because that involves individual behavior.

AP: It sounds like you're wary of proposals to privatize Social Security.

Kahneman: I would certainly urge considerable caution in doing any privatization. My guess is at the moment, unless real precaution is taken, the people who are going to do very well with privatization are not necessarily the individual investors. There certainly will be an industry (of investor advising) growing around privatization, and I'm quite confident that industry will do well.

There are enough for a lot of red flags, that if privatization is to be done, it should be done with a considerable number of safeguards to prevent people from really damaging their portfolios.

AP: What general advice can you offer to investors, given their shortsightedness and lack of complete information about the market?

Kahneman: It's clear from the research of individual investors, the main mistake people make is they churn their accounts too much. They just do too much. And so, the advice to be diversified and not do too much is standard advice that people do not spontaneously follow.

But not taking that advice is costly. And how costly, this has been demonstrated in recent years ... and Internet trading has clearly made things worse in the sense of giving people the ability to do more without making them necessarily smarter about what they are doing.

AP: So investors shouldn't delude themselves about beating the market?

Kahneman: They're just not going to do it. It's just not going to happen.

AP: Do you see behavioral economics eventually supplanting the rational model?

Kahneman: I don't see the rational model being overturned. People haven't worked out completely how to do behavioral economics. This is definitely a minority movement. We are not taking over. But it's a minority movement that is growing and it has become respectable in the last few years. It's clearly going to grow faster. "

(in www.jsonline.com)
"Acreditar é possuir antes de ter..."

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