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Caldeirão da Bolsa

Off Topic - A Evasão e a Fraude Fiscais ( I )

Espaço dedicado a todo o tipo de troca de impressões sobre os mercados financeiros e ao que possa condicionar o desempenho dos mesmos.

pois pata

por Thomas Hobbes » 2/3/2004 11:02

Mas independentemente dos paises onde os estudantes universitários se encontrem, e os excessos que praticam, estão sempre dependentes da educação, da responsabildade e da maturidade de cada um.

Tanto lá como cá, temos aqueles que nunca comeram mel e quando aparece melaço até se lambuzam.

Quanto aos estudantes universitários portugueses uma coisa é certa, desde os tempos imemoriais que se cultiva a vida boémia do estudante, em vez da resposabilidade e do estudo.

Quem não está dentro do sistema em Portugal será sempre um "ganda tótó", ou um "ganda betinho".

:mrgreen:
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por Pata-Hari » 1/3/2004 21:15

"No nosso Pais os jovens encaram a faculdade apenas como anos de bebedeira,cabulice e gajas, resmas de gajas!!! "

LOL, por acaso aí e que eu já não concordo... acho o inverso, mas pronto. Acho que na europa os jovens têm acesso a tudo antes da universidade (às saídas, às discotecas, aos filmes, aos concertos, às bebidas e às bebedeiras) e que a passagem à universidade é um passo mais na sociabilização (embora não na emancipação). Nos estados unidos a entrada para a universidade é a abertura a todas estas realidades novas que antes nunca foram permitidas ou possiveis....
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Pata os meus aplausos para si

por Thomas Hobbes » 1/3/2004 21:07

É admirável como nos EUA como a universidade serve não só para a formção dos jovens, mas tambem para a sua própria emancipação.

No nosso Pais os jovens encaram a faculdade apenas como anos de bebedeira,cabulice e gajas, resmas de gajas!!!


Nos EUA são raros os cursos com 5 anos de duração e o ensino tem bor base o mentor.

Em portugal o ensino universitário é extremamente socrático, em que os melhores estudantes são aqueles que têm a RAM com maior capacidade para descarregar nos exames e não aqueles com maoir espírito critico

Termino a dizer que ao contrário de nós, os americanos não são como Jesus Cristo, que aos 30 anos muitos são solteiros e ainda vivem com os pais.
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por Pata-Hari » 1/3/2004 20:41

E também dá um mau exemplo no que diz respeito à educação. Aliás, eu acho exemplar a forma como está estruturada a educação e como há lugar para todos os estudantes. O sistema está feito por forma a que os liceus tenham lugares para os mais brilhantes e que o curriculum possa ser mais leve para os alunos menos dotados (nem todos são obrigados a fazer as cadeiras chamadas de "advanced placement", podem ficar-se p.e. num nível de matemática mais simples) . A selecção para as universidades é naturalmente feita com base no que os alunos foram capazes de fazer, que cadeiras fizeram, que notas obtiveram bem como num exame nacional que ajuda a standardizar as diferenças inevitáveis entre escolas.

A nível universitário tens exactamente a mesma coisa. Naturalmente que os alunos formados pelas melhores universidades têm mais saídas que os formados pelas menos boas, mas a educação está aberta a todos em igualdade de circunstâncias. Sim, porque lá, apesar da educação não ser gratuita e as universidades serem extremamente caras, existem bolsaspara os melhores e as universidades são as primeiras a lutar pelos melhores alunos dando bolsas totais ou parciais em função do interesse. Acho admirável a forma como está pensado o sistema.
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por nunofaustino » 1/3/2004 20:35

Já agora posso adiantar que os americanos (pelo menos a gd maioria q eu conheço) n foge aos impostos pois sabe que vai ser apanhado... se até o Al Capone foi apanhado nas malhas fiscais...

Um abraço
nunofaustino
Pluricanal... não obrigado. Serviço péssimo e enganador!!!
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Caro visitante

por Thomas Hobbes » 1/3/2004 20:32

Nos EUA as empresas e os gestores são condenados por fraude/fuga fiscal e outras fraudes em geral.

para lhe avivar a memória, a Arthur Andersen deixou de existir só porque eram os auditores da Enron.

Em portugal são muito poucos os casos em que alguém é condenado por fuga ao fisco, ou outro tipo de contabilidade criativa.

mas se os EUA são um mau exemplo para si, também posso citar o Reino Unido a Alemanha ou a Suécia acho que a Pata neste ponto concorda comigo.

Já agora tem os seus impostos em dia ou é também daqueles que defende a doutrina do utilizador pagador?
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Pior do que a fuga aos impostos

por Visitante » 1/3/2004 20:31

é ver as universidades a inventarem cursos/licenciaturas iludindo e hipotecando desta forma o emprego a milhares de estudantes. O objectivo principal é sacar $$$ e quantas mais licenciaturas=mais alunos=mais propinas a sustentar alguns "doutores" da nossa praça.
Dá-se preferência à quantidade e não há qualidade.
Assim qualquer dia o Santana vai fazer um protocolo com as Universidades de Lisboa para a inclusão de licenciaturas na área de casinos, e porque não a licenciatura de »arrumador de carros« :lol:
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Mas Pata

por Visitante » 1/3/2004 20:21

acho que agora metes-te a pata na poça, olha que belo exemplo fostes buscar, os Estados Unidos :lol:
Olha que desde a contabilidade nas empresas, até nas eleições, e o caso das armas de destruição em massa no Iraque, os contratos das empresas para recuperação no iraque entregues a ex ou actuais governantes da casa branca, e muitos mais casos, mas estes demonstram bem que não deverias ter os estados Unidos como modelo para este caso lol
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por Pata-Hari » 1/3/2004 20:03

Concordo contigo, Hobbes... acho que tocas em alguns pontos cruciais, nomeadamente o cultural.

(Curiosamente, nos estados unidos a forma como se aborda e se colocam as questões de honra é fundamentalmente diferente da nossa. Para um americano, admitir que faz batota nos impostos (ou em qualquer coisa que seja) é uma enorme vergonha. Culturalmente a batota é vista como uma das coisas a ter MUITA vergonha e a honra (nesse sentido) é algo considerado com valor. Por exemplo, nos estados unidos faz sentido culturalmente fazer um estudante assinar um compromisso de honra em como não fará batota num exame. Em portugal isso quase seria motivo de chacota. E essa mesma batota nos estados unidos seria punida exemplarmente.)
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A evasão fiscal...

por Thomas Hobbes » 1/3/2004 19:13

É realmente um cancro, mas o problema não é tão simples como isso. Embora Portugal tenha mecanismos legais suficientes para combater este flagelo, falta no entanto:

:arrow: Pessoal qualificado e motivado para realizar inspecções.

:arrow: Vontade política para combater a fraude e evasão fiscal.

:arrow: Vontade Política para punir exemplarmente, a fraude e evasão fiscal (Triste exemplo o da Drª Celeste Cardona de retenção de SS para pagar vencimentos).

:arrow: Justiça rápida, de forma a evitar que os processos prescrevam ou simplesmente que as provas desapareçam.

:arrow: Educar a população de que uma sociedade só pode ser mais justa se todos cumprirem as suas obrigações. Em vez de promovermos o "Chico espertismo" ou o "Nacional Porreirismo".

Outras sugestões poderão ser expostas, mas no meu humilde ponto de vista, esta situação só será ultrapassada quando um dia o poder judicial não tiver receio de punir pessoas com "peso" na sociedade e as leis não forem um conjunto de principios que devemos seguir ou não consoante os nossos critérios.

Pena que o gestor em Portugal, ainda veja como factores primordiais de competividade os impostos sobre os rendimentos, quando na D.R. estes entram bem depois da margem e dos resultados operacionais.

Infelizmente o industrial português tem como o ideal não pagar imposto sobre os rendimentos, de modo a gastar todo o resultado da sua actividade em carros italianos e alemães, em fatos e gravatas de marca e em meninas nos prostíbulos mais famosos do páis e estrangeiro.
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Off Topic - A Evasão e a Fraude Fiscais ( I )

por mod » 1/3/2004 18:38

in http://jumento.blogdrive.com

A EVASÃO E A FRAUDE FISCAIS (I)
Imagem

A EVASÃO E A FRAUDE FISCAIS I
VAMOS DEBATER ESTE ASSUNTO EM TODAS AS SUAS VERTENTES

Ciclicamente a evasão e fraude fiscais ocupa as atenções da sociedade portuguesa, as oposições criticam, os governos adoptam novas medidas, a administração fiscal apresenta novos resultados; tempos depois constata-se a evidência do costume: há sinais de que a evasão fiscal e/ou a fraude aumentaram.

De vez em quando damo-nos conta de novas medidas sejam elas da iniciativa do governo, como o anunciado cruzamento de dados do fisco com a segurança social; noutras ocasiões somos envolvidos em operações de marketing amador, como a campanha que este governo fez promovendo a solicitação de factura. E a própria administração fiscal tem vindo, aqui e acolá, a verter informações para a comunicação social que as acolhe na primeira página; são os mais de não sei quantos cidadãos que não entregaram declarações, é o outro fulano que viu o seu ordenado penhorado, ou as inspecções a grandes fortunas.

Todavia, os resultados destas iniciativas nunca chegam a ser divulgadas; são remetidas para o esquecimento, e, tempos mais tarde, retomamos a discussão no ponto do costume: a evasão está aumentou.


Quem tem sucesso em Portugal? Quem ganha a consulta pública ou privada? Aquele que concorre recorrendo a procedimentos transparentes ou o que conta com um anafado saco azul e com uma dispensa cheia de malas tipo James Bond? Quem sobrevive no mercado, os que pagam todos os impostos e contribuições sociais ou os que se furtam às suas obrigações fiscais e sociais?

Quantas empresas portuguesas com condições para serem competitiva e capazes de gerar desenvolvimento foram engolidas por um mercado onde a concorrência é, muitas vezes, uma ficção? Quantos projectos foram abandonados em favor de empresas menos competitivas instaladas num mercado que favorece os mais matreiros?

Todos os portugueses sabem a resposta a esta interrogações, todos conhecem histórias, todos já foram confrontados com esta realidade, todos sabem dos 5%. É o cancro da nossa economia e da nossa sociedade no seu todo. É uma economia de pernas para o ar, em que parte dos mais fortes o é à custa de todos os outros; são muitas empresas que não precisam de investir na qualidade ou de melhorar os seus padrões de gestão, porque a sua competitividade é alimentada pela injustiça fiscal.

E voltamos a novas promessas e a novas medidas anunciadas; entretanto os que já pagam muito lá vão pagar mais impostos, enquanto os que se esquivam vão alimentando o seu sucesso na economia informal. Não faz mal, aumenta-se um ou dois por cento no IVA, alerta-se este ou aquele escalão do IRS, corta-se um benefício social dos funcionários públicos, esses malandros, e o Director-Geral dos Impostos anunciam que vai fiscalizar o Marquês de Pombal e a IGF vai analisar as contas do Aqueduto das Águas Livres.

E chegamos a uma situação extrema em que já não faz sentido falar em injustiça fiscal; com os expedientes que estão a ser adoptados para corrigir uma quebra acentuada das receitas fiscais, muito maior do que a que pode ser justificada pela estagnação económica, a injustiça fiscal sofre uma profunda mutação, e transforma-se numa gritante injustiça social. São os que pagam os impostos que não pagam mais, como são o principal alvo das medidas restritivas na política orçamental. E os impostos que são um dos poucos instrumentos de que o Estado ainda dispõe para corrigir assimetrias na distribuição dos rendimentos acabam por acentuar as injustiças.

E no fim de tudo isto o nosso primeiro-ministro conclui que a subida nas cotações são um sinal evidente da retoma.
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