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Caldeirão da Bolsa

A lição da TAP

Espaço dedicado a todo o tipo de troca de impressões sobre os mercados financeiros e ao que possa condicionar o desempenho dos mesmos.

Re: É incrível

por MozHawk » 20/2/2004 0:37

Asa delta Escreveu:Já agora a TAP já pagou aos contribuintes os milhõezitos que foram lá ter?

E o caro amigo quantas cunhas teve que meter para voar?


Cunhas para voar? Ya kiddin'? Um puto de 12 anos lá precisa de cunhas para voar? Isso é na Aeroflot...

Quanto aos milhões, este é um tema já muito discutido, a empresa era lucrativa até ao 25 de Abril. E deu muitos milhões aos contribuintes: quer pela via do emprego, quer pela via dos milhões que a actividade em si encerra, quer pela via dos lucros que gerava. E não tenha dúvidas que quando for privatizada, muitos dos milhões da privatização o Estado irá estoirar - virá o Asa Delta clamar aqui alto e bom som "onde é que estão os meus milhões?" - e muitos milhões os contribuintes continuarão a receber pela via dos impostos directos e indirectos que a empresa continuará a pagar.

Bons vôos, com ou sem reactor!

MozHawk
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É incrível

por Asa delta » 20/2/2004 0:25

É incrível como se escreve um artigo desses. Não existem em Portugal gestores tão bons ou melhores que o F.Pinto? A comparação com a REFER a CP RTP ....é um espectáculo.

Já agora a TAP já pagou aos contribuintes os milhõezitos que foram lá ter?

E o caro amigo quantas cunhas teve que meter para voar?
Asa delta
 

Re: A grande lição

por MozHawk » 19/2/2004 23:21

Se dá prejuízo é porque é isto, mais aquilo e mais aqueloutro, se dá lucro é porque são "criativos" e o só uma pequena % é que é devido à boa gestão. Ok...

Quanto ao resto, uma coisa é superar as expectativas e outra coisa será passar de muitos milhões de € de prejuízo para muitos € de lucro.

Asa delta Escreveu:A grande lição da TAP nem são os lucros nem a chamada melhoria da gestão.Tudo isso são apenas pó para os olhos.

De que tipo o pó? Tanto quanto sei os aviões têm andado limpinhos...

Asa delta Escreveu:A grande lição, e que devia ser para todas as empresas estatais, é os trabalhadores convencerem-se que o povo não pode sustentar toda a vida os desvarios e vicíos burgueses de camadas priviligiadas da sociedade, que só olha para a sua carteira. Quando o estado fecha a torneira a consciência vêm ao de cima

Mas que grande recalcamento Asa delta. Deixe lá, na próxima vida poderá ser melhor...

Um abraço,

MozHawk
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A grande lição

por Asa delta » 19/2/2004 23:09

A grande lição da TAP nem são os lucros nem a chamada melhoria da gestão.Tudo isso são apenas pó para os olhos.

A grande lição, e que devia ser para todas as empresas estatais, é os trabalhadores convencerem-se que o povo não pode sustentar toda a vida os desvarios e vicíos burgueses de camadas priviligiadas da sociedade, que só olha para a sua carteira. Quando o estado fecha a torneira a consciência vêm ao de cima
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Contas criativas e ...

por Visitante » 19/2/2004 22:59

Se querem privatizar a TAP num futuro próximo, nada melhor do que apresentar resultados acima da estimativa, mas (há sempre um mas), sei que foram com a ajuda de contas »criativas«, mas reparem que quase todas as companhias aéreas tiveram resultados muito acima do previsto, sendo assim pergunto: são todos bons administradores, ou será que apenas foi uma melhoria a nível global para as companhias aéreas mundiais? Na minha opinião a conjuntura Internacional foi o impulsionador e com alguns cortes para alguns destinos e a preparação para a futura privatização da TAP com as »tais« contas »criativas« foram estes factores a chave do sucesso e apenas uma pequena % ao actual administrador.
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Excelente artigo

por Emanuel Santos » 19/2/2004 22:25

Quem diria realmente que a moribunda TAP, conseguiria dar a volta ao texto. Acho que resumiste o sentimento da maioria dos Portugueses, parabens.
Emanuel Santos

* Ai de mim, senão sou eu... :)

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Re: Muito bem

por Visitante » 19/2/2004 22:15

absolut_dax Escreveu:cheguei a viajar com mais 2 passageiros num A310, avião para mais de 200.
(


Na TAP? Epa deve ter sido numa situação ultra excepcional não? Isso foi num África, Europa ou América do Norte?

É verdade que está a ser possível dar a volta. E fala quem lá trabalha que o Fernando Pinto é mesmo bom. Enaltecido por uns e atirado para a lama por outros, também terá feito o seu trabalho na Varig. Agora quem não se lembra da TAP global que servia tantas paragens por esse mundo fora? Em todos os continentes (embora a aventura asiática tenha sido a última por causa de Macau) à excepção da Oceania?

Há negócios que muitos nunca perceberão e/ou conseguirão olhar para eles com glamour, porque esses tempos já lá vão. Acima de tudo o lucro, custe o que custar, doa a quem doer. É a parte mais difícil, nos negócios não há lugar a (algum) romantismo. Ou cada vez menos haverá. E este é um deles.

Como era espectacular aterrar no Funchal pequenino dentro de um Boeing 727-100 por detrás do comandante e observar toda a azáfama dos 3 do cockpit minutos antes da aterragem naquelas aproximações à pista tipo porta-aviões mas sem gancho... O gozo que era pegar no manche, ouvir aquela barulheira toda, descer pelas escadas de trás. Hoje é tudo automático, não dá pica nenhuma como pude observar num vôo para Londres há 1 ano a bordo do cockpit de um A320.

Como era espectacular o serviço 5 estrelas do Made in Portugal que a TAP tão bem corporizava por esse mundo fora...

Para concluir que, a TAP fechou muitas das rotas que servia por darem prejuízo - incluindo muitas históricas - e concentrou-se naquelas que têm uma boa taxa de ocupação e rentabilidade aumentando as frequências. Foi preciso coragem. Ainda bem que tiveram a ideia de contratar o Fernando Pinto.

Cardoso e Cunha? Who's he?

Um abraço,

MozHawk
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TAP

por Dark » 19/2/2004 19:41

Excelente artigo. :wink:

Possa o "comissário" Cardoso e Cunha e a tutela da TAP perceber que é com competência e perseverança que se alcançam resultados e sem "JOB's 4 THE BOYS"...

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Muito bem

por absolut_dax » 19/2/2004 19:39

faço minhas as tuas palavras, bravo TRSM! É exatamente essa a minha opinião.

Há bastantes anos que viajo mt de avião e a entrada do Fernando Pinto, e sua equipa, em 2000, foi notória na lotação dos aviões.

cheguei a viajar com mais 2 passageiros num A310, avião para mais de 200.

Muito bem, pena que não hajam mais desses por aí :(
absolut_dax
 

A lição da TAP

por TRSM » 19/2/2004 19:19

A lição da TAP
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Houvesse mais uma dúzia de Fernandos Pintos no país e o “buraco” crescente e generalizado em que está transformado o Sector Empresarial do Estado não existira. O segredo? Afastar a política das empresas.
Os fantásticos resultados alcançados pela TAP no ano passado deviam ser emoldurados e pendurados nos gabinetes ministeriais deste e dos governos futuros.

E, por baixo deles deveria aparecer um lembrete em letras bem gordas: “Não voltarei a nomear comissários políticos para as empresas públicas que tutelo”.

Esta é a primeira lição a tirar dos 20 milhões de euros de lucro que a transportadora aérea nacional conseguiu. Todos recordamos que no final da década passada a TAP era uma empresa tecnicamente falida, que acumulava prejuízos crescentes depois de ter consumido rios de dinheiro dos contribuintes, vivia em constante guerra civil laboral e levantava dúvidas legítimas sobre a racionalidade de a manter em funcionamento.

Chegou a ser tentado um casamento com a Swissair e nessa altura o país quase que pagava a quem levasse a noiva encalhada. Foi há meia dúzia de anos. Mas a TAP de hoje está muito diferente e cria-nos a ilusão de ter sido há muito mais tempo.

O grande mérito desta revolução é de Fernando Pinto e da sua equipa. Profissionais competentes da aviação, eles estão lá para gerir a empresa. Como nem são portugueses, não estão ali na expectativa de saltarem de empresa pública em empresa pública deixando atrás de si os “buracos” que calharem.

Não querem fazer carreira política, não têm que fazer favores. E que diferença que isso faz... Apesar de toda a instabilidade em que tem andado a aviação internacional (11 de Setembro, alta do petróleo, recessão) e das incríveis guerras internas abertas por carreiristas políticos, estes gestores provaram que a empresa é viável e que pode e deve ser lucrativa.

Assim seja bem gerida. Outra lição que devemos a estes gestores da TAP tem a ver com o terreno, sempre dado a demagogias, dos ordenados dos gestores públicos. O tema foi amplamente discutido há alguns meses, na sequência de um estudo do Tribunal de Contas.

Um gestor que custe 50 mil euros por mês a uma empresa do Estado é caro ou barato? Depende, obviamente. A estes preços, Fernando Pinto e a sua equipa seriam ainda baratos, como o comprovam os resultados que conseguiram. Mas outros “gestores” são caros ainda que custem um décimo daquele montante.

E é assim que chegamos a 2004 mantendo uma companhia aérea de bandeira, com lucros, que pode encarar uma aliança internacional numa muito melhor posição negocial, que está laboralmente pacificada e que vai distribuir a trabalhadores e gestores merecidíssimos prémios de desempenho.

Houvesse mais uma dúzia de Fernandos Pintos no país e os resultados da auditoria do Tribunal de Contas ao Sector Empresarial do Estado, que foi divulgada esta semana, seriam certamente muito diferentes.

Habituámo-nos a olhar para a CP, Refer, Carris, Metro ou para a RTP, a ver em cada uma delas cancros financeiros eternos e a pensar que “é a vida”.

Não, não é a vida. São erros políticos acumulados em várias décadas, que são ciclicamente repetidos porque gozam de completa impunidade.

A TAP, esta TAP de Fernando Pinto, prova que isso não tem que ser uma fatalidade.
 
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