Preço Médio- Estratégia de Ultimo Recurso
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Comentário aos preços medios em carteira
Nunca, mas nunca se deve tentar baixar o preço medio unitario de um conjunto de acções quando o título está a descer através de reforços da carteira; Isso posso dize -lo por experiência próprio mais vale sair do título e entrar depois quando a inversão de tendencia ocorrer isto é com o título em tendencia de subida! A estratégia de baixar preços medios pode ter resultados miseráveis
[/img] na carteira de um investidor

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valves
A questão já está muito bem respondida nas duas respostas anteriores.
Deixo só uma ideia adicional para pensar no que podem ser os resultados de baixar o preço médio de forma incorrecta e por motivos incorrectos (que é sem dúvida o caso do exemplo descrito):
Imagina o que aconteceria com essa estratégia numa Enron ou Parmalat?
Deixo só uma ideia adicional para pensar no que podem ser os resultados de baixar o preço médio de forma incorrecta e por motivos incorrectos (que é sem dúvida o caso do exemplo descrito):
Imagina o que aconteceria com essa estratégia numa Enron ou Parmalat?
Earthlings? Bah!
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- Registado: 20/11/2003 11:37
Arics, a estratégia de preço médio pode ser desenvolvida com sucesso mas não pelo argumento apresentado, que não passa de um artifício matemático.
O que está a dizer é que entre:
comprar 5000 a 1.00 e vender essas 5000 a 0.60;
e
comprar 5000 a 1.00 e mais 55000 a 0.60 para vender as 60000 a 0.60;
a segunda solução apresenta de alguma forma uma vantagem pois estamos perante um trade em que se perdeu apenas ~5% contra os 40% do primeiro trade.
Ora, isso não está correcto dado que os capitais envolvidos não são os mesmos. Pelo que o facto de um trade apresentar um prejuizo de apenas ~5% (em relação ao global do capital investido na posição) tal não significa que esse trade seja melhor que um outro em que se perdeu 40% se não analisarmos os capitais envolvidos.
Ora, a perda real foi exactamente a mesma num caso e no outro (na realidade o segundo trade tería gerado uma perda sensivelmente maior devido aos custos de negociação, mas ignoremos esse pormenor).
Note que se trader tem capacidade para aumentar a posição dessa forma é porque dispõe do capital. Se dispoe do capital para tal aumento então é porque a primeira posição (5000 a 1.00) era uma posição bastante pequena no global da carteira enquanto que após o reforço representaría uma posição substancialmente maior (quase 8x maior que a posição inicial).
Quer no primeiro quer no segundo caso, o trade representava uma perda de 3000€, embora o segundo caso tivesse envolvido mais capital.
Por seu turno, se a posição não fosse fechada a 0.60€ então essa acção resultava num aumento de exposição (maior risco). Isto significa que com uma mais pequena subida o trader podería recuperar da perda mas por seu turno se a tendência de queda se mantivesse as perdas cresceríam severamente.
Agora se é para fechar a posição, aumentar a posição para baixar aquela percentagem não tem qualquer vantagem prática (pelo contrário, aumentava o risco imediato quando a posição era para fechar e aumentava os custos de negociação pelo que o prejuízo tendería a ser ligeiramente maior).
Sublinho, o facto do trade no global representar uma perda percentualmente inferior não tem significado algum se não for tido em linha de conta o capital investido. Das duas uma, ou compara as perdas reais em valor absoluto em cada um dos trades - isto é, quantos euros perdeu - ou compara percentualmente mas em função do global da carteira, isto é, quantos % do global da carteira perdeu com aquele trade:
Se comparar pelo valor absoluto terá sido de 3000€ (ignorando despesas), em ambos os casos;
Se comparar em valor percentual do global da carteira chegará a % iguais em ambos os casos (imagine que a carteira valería inicialmente 100000€, se efectuar os calculos irá constatar que ambos os trades resultavam numa perda de 3% do global da carteira).
É óbvio que nestes calculos ignoro a possibilidade de comprar 55000 a 0.57 e venda a 0.60, ou seja, não posso assumir que faría lucro na segunda compra pois da mesma forma podería ter ocorrido fechar a 0.57 (ou até ter feito novos mínimos no resto da sessão) e na sessão seguinte continuar a cair, o que sería desastroso para a carteira...
É claro que se partirmos do princípio que no segundo trade (reforço) vamos conseguir fechar acima do valor da abertura então vale sempre a pena reforçar e com quanto mais melhor. Mas se tivessemos esse nível de certeza então não tinhamos aberto o primeiro trade com 5000 mas logo com um valor superior. Não podemos tentar chegar a uma conclusao se o segundo trade vai «beneficiar» ou nao o resultado final se estamos a assumir que esse segundo trade vai ser certeiro (nao temos qualquer certeza disso, temos a mesma certeza que tinhamos no trade inicial e que falhou). Obviamente o segundo trade também podería ter falhado e víamo-nos então a braços com uma perda bastante superior...
Portanto, há aqui duas questões para reflexão. Em todo o caso, uma política de preço médio faz sentido em determinadas filosofias de investimento (mais baseada em fundamentais) caso o investidor tenha uma grande capacidade financeira para ir fazer reforços de posição no longo-prazo. É uma gestão que exige grande capacidade financeira e uma boa dose de paciencia pois os resultados poderão demorar anos a surgir (imagine-se uma política de preços médios no último bear market que durou cerca de 3 anos)...
Aproveito ainda para referir que no exemplo que apresentou o reforço é de uma ordem de grandeza muito elevada o que inviabilizaría tentativas sucessivas (para repetir o reforço caso numa segunda queda de 60% para os 0.36 teríamos de investir em 6600000 títulos num investimento adicional da ordem dos 237.600€ e assim sucessivamente). Rapidamente o investidor esgotava a sua capacidade financeira...
O que está a dizer é que entre:

e

a segunda solução apresenta de alguma forma uma vantagem pois estamos perante um trade em que se perdeu apenas ~5% contra os 40% do primeiro trade.
Ora, isso não está correcto dado que os capitais envolvidos não são os mesmos. Pelo que o facto de um trade apresentar um prejuizo de apenas ~5% (em relação ao global do capital investido na posição) tal não significa que esse trade seja melhor que um outro em que se perdeu 40% se não analisarmos os capitais envolvidos.
Ora, a perda real foi exactamente a mesma num caso e no outro (na realidade o segundo trade tería gerado uma perda sensivelmente maior devido aos custos de negociação, mas ignoremos esse pormenor).
Note que se trader tem capacidade para aumentar a posição dessa forma é porque dispõe do capital. Se dispoe do capital para tal aumento então é porque a primeira posição (5000 a 1.00) era uma posição bastante pequena no global da carteira enquanto que após o reforço representaría uma posição substancialmente maior (quase 8x maior que a posição inicial).
Quer no primeiro quer no segundo caso, o trade representava uma perda de 3000€, embora o segundo caso tivesse envolvido mais capital.
Por seu turno, se a posição não fosse fechada a 0.60€ então essa acção resultava num aumento de exposição (maior risco). Isto significa que com uma mais pequena subida o trader podería recuperar da perda mas por seu turno se a tendência de queda se mantivesse as perdas cresceríam severamente.
Agora se é para fechar a posição, aumentar a posição para baixar aquela percentagem não tem qualquer vantagem prática (pelo contrário, aumentava o risco imediato quando a posição era para fechar e aumentava os custos de negociação pelo que o prejuízo tendería a ser ligeiramente maior).
Sublinho, o facto do trade no global representar uma perda percentualmente inferior não tem significado algum se não for tido em linha de conta o capital investido. Das duas uma, ou compara as perdas reais em valor absoluto em cada um dos trades - isto é, quantos euros perdeu - ou compara percentualmente mas em função do global da carteira, isto é, quantos % do global da carteira perdeu com aquele trade:


É óbvio que nestes calculos ignoro a possibilidade de comprar 55000 a 0.57 e venda a 0.60, ou seja, não posso assumir que faría lucro na segunda compra pois da mesma forma podería ter ocorrido fechar a 0.57 (ou até ter feito novos mínimos no resto da sessão) e na sessão seguinte continuar a cair, o que sería desastroso para a carteira...
É claro que se partirmos do princípio que no segundo trade (reforço) vamos conseguir fechar acima do valor da abertura então vale sempre a pena reforçar e com quanto mais melhor. Mas se tivessemos esse nível de certeza então não tinhamos aberto o primeiro trade com 5000 mas logo com um valor superior. Não podemos tentar chegar a uma conclusao se o segundo trade vai «beneficiar» ou nao o resultado final se estamos a assumir que esse segundo trade vai ser certeiro (nao temos qualquer certeza disso, temos a mesma certeza que tinhamos no trade inicial e que falhou). Obviamente o segundo trade também podería ter falhado e víamo-nos então a braços com uma perda bastante superior...
Portanto, há aqui duas questões para reflexão. Em todo o caso, uma política de preço médio faz sentido em determinadas filosofias de investimento (mais baseada em fundamentais) caso o investidor tenha uma grande capacidade financeira para ir fazer reforços de posição no longo-prazo. É uma gestão que exige grande capacidade financeira e uma boa dose de paciencia pois os resultados poderão demorar anos a surgir (imagine-se uma política de preços médios no último bear market que durou cerca de 3 anos)...
Aproveito ainda para referir que no exemplo que apresentou o reforço é de uma ordem de grandeza muito elevada o que inviabilizaría tentativas sucessivas (para repetir o reforço caso numa segunda queda de 60% para os 0.36 teríamos de investir em 6600000 títulos num investimento adicional da ordem dos 237.600€ e assim sucessivamente). Rapidamente o investidor esgotava a sua capacidade financeira...
FLOP - Fundamental Laws Of Profit
1. Mais vale perder um ganho que ganhar uma perda, a menos que se cumpra a Segunda Lei.
2. A expectativa de ganho deve superar a expectativa de perda, onde a expectativa mede a
__.amplitude média do ganho/perda contra a respectiva probabilidade.
3. A Primeira Lei não é mesmo necessária mas com Três Leis isto fica definitivamente mais giro.
...
Boa noite,
Não é meu hábito intervir nestes posts sobre money management, mas queria só deixar aqui uma sugestão!! Tente fazer os mesmo cálculos, mas em vez de considerar percentagens (%) para avaliar a estratégia, considere valores reais (unid monet) para conseguir chegar a uma conclusão mais "verdadeira"!
O facto de se poder por vezes assumir uma perda de 40%... pode significar evitar perder mais uns milhares de euros!!! Para o caso que descreveu, sugiro que suponha que a cotação do título desceria até aos 0,54.. o que faria na altura? Comparando os valores perdidos numa e noutra situação (intervindo ou não com o objectivo de baixar preço médio), que conclusões tira?
No fundo o que quero dizer, é que, na minha opinião, só é válida a estratégia referida, se de facto existirem perspectivas de valorização, do activo em causa, no futuro!
Espero não estar a incomodar a esta hora da noite!
SirPatrickBateman
Não é meu hábito intervir nestes posts sobre money management, mas queria só deixar aqui uma sugestão!! Tente fazer os mesmo cálculos, mas em vez de considerar percentagens (%) para avaliar a estratégia, considere valores reais (unid monet) para conseguir chegar a uma conclusão mais "verdadeira"!
O facto de se poder por vezes assumir uma perda de 40%... pode significar evitar perder mais uns milhares de euros!!! Para o caso que descreveu, sugiro que suponha que a cotação do título desceria até aos 0,54.. o que faria na altura? Comparando os valores perdidos numa e noutra situação (intervindo ou não com o objectivo de baixar preço médio), que conclusões tira?
No fundo o que quero dizer, é que, na minha opinião, só é válida a estratégia referida, se de facto existirem perspectivas de valorização, do activo em causa, no futuro!
Espero não estar a incomodar a esta hora da noite!

SirPatrickBateman
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- Registado: 6/11/2002 16:28
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Preço Médio- Estratégia de Ultimo Recurso
Como o titulo indica,na minha opinião, reduzir o preço(médio) da compra de valores mobiliarios é o ultimo recurso.
Suponhamos um valor mobiliario que foi comprado a 1,00 numa quantidade de 5.000.Totalizando €5.000.
Inesperadamente a cotação desce para 0,60 com previsões de continuar a descer.
Por esta altura,nos Cof's já ninguem compra a mais de 0,60.Tratasse de um valor mobiliario com muito pouca liquidez.
O objectivo é descer o preço médio da compra para o mais proximo de 0,60.
Sera necessario comprar cerca de 55.000 desde valor mobiliario no maximo a 0,60.Soponhamos a compra de 55.000 ao min. da sessão(0.57).Um total de €31.350.
Agora as contas.
Se as 5.000 tivessem sido vendidas a 0,60.Traduzia-se num prejuizo de 40,00%.
Com a compra das 55.000,e posterior venda de 60.000(P.médio=0,606) a 0,60 o prejuizo revela-se em 1,00%(Rentab. Iliquida).
Todos os calculos foram feitos para os valores apresentados.Para valores e desvalorizações inferiores as quantidades serão também inferiores.
Suponhamos que o valor mobiliario tem uma maturidade.O investidor,sem previsões de retoma até à data de maturidade,tem todo interesse em se desfazer do valor mobiliario o quanto mais rapido e com o menor prejuizo possivel.
Com um investidor atento,nunca na vida que a desvalorização chegaria a 40,00%.No entanto é uma estratégia válida ,mas de ultimo recurso.
Suponhamos um valor mobiliario que foi comprado a 1,00 numa quantidade de 5.000.Totalizando €5.000.
Inesperadamente a cotação desce para 0,60 com previsões de continuar a descer.
Por esta altura,nos Cof's já ninguem compra a mais de 0,60.Tratasse de um valor mobiliario com muito pouca liquidez.
O objectivo é descer o preço médio da compra para o mais proximo de 0,60.
Sera necessario comprar cerca de 55.000 desde valor mobiliario no maximo a 0,60.Soponhamos a compra de 55.000 ao min. da sessão(0.57).Um total de €31.350.
Agora as contas.
Se as 5.000 tivessem sido vendidas a 0,60.Traduzia-se num prejuizo de 40,00%.
Com a compra das 55.000,e posterior venda de 60.000(P.médio=0,606) a 0,60 o prejuizo revela-se em 1,00%(Rentab. Iliquida).
Todos os calculos foram feitos para os valores apresentados.Para valores e desvalorizações inferiores as quantidades serão também inferiores.
Suponhamos que o valor mobiliario tem uma maturidade.O investidor,sem previsões de retoma até à data de maturidade,tem todo interesse em se desfazer do valor mobiliario o quanto mais rapido e com o menor prejuizo possivel.
Com um investidor atento,nunca na vida que a desvalorização chegaria a 40,00%.No entanto é uma estratégia válida ,mas de ultimo recurso.
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Arics
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