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Caldeirão da Bolsa

Uma explicação da Guerra do Iraque de Pai para Filho

Espaço dedicado a todo o tipo de troca de impressões sobre os mercados financeiros e ao que possa condicionar o desempenho dos mesmos.

Parece facil

por vmerck3 » 10/2/2004 18:45

Ser a potencia dominante do planeta States implica ter responsabilidades enormes que muitos paises e partidos não desejariam ter. O facto de ter de decidir não é facil, o mais importante é ter um rumo de fenido e segui-lo firmemente coisa que os states fizerão e estão a fazer, creio que o Busch foi o presidente certo na altura certo.Para indecisões esta a europa cheia delas.....Se as decições forão ou não acertadas as gerações futuras o julgarão e sabemos que de 5 em 5 anos existira novas eleições coisa bonita que é a democracia....
vmerck3
 

EUA

por Thomas Hobbes » 10/2/2004 17:26

Seja como for as potencias vão e novas aparecem, por isso de nada adianta viver no terror do que o futuro irá trazer ou não
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Parece facil

por vmerck3 » 10/2/2004 17:24

Ser a potencia dominante do planeta States implica ter responsabilidades enormes que muitos paises e partidos não desejariam ter. O facto de ter de decidir não é facil, o mais importante é ter um rumo de fenido e segui-lo firmemente coisa que os states fizerão e estão a fazer, creio que o Busch foi o presidente certo na altura certo.Para indecisões esta a europa cheia delas.....Se as decições forão ou não acertadas as gerações futuras o julgarão e sabemos que de 5 em 5 anos existira novas eleições coisa bonita que é a democracia....
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Re: Calimero esclarecimento....

por fproenca » 10/2/2004 15:47

Eu sempre fui fraco a história, mas quanto mais sei da América, com mais medo fico do futuro da minha filha.

Quem na altura viu o filme "a Guerra das Estrelas" nunca pensaria que muita coisa do lá se passou iria reflectir-se no futuro, na altura ninguem pensaria em telemóveis nem em computadores tão sofisticados, e hoje ?

Com os filmes que já vi por aí, sobre armas quimicas, controlo de dados pessoais, e até mesmo da mente das pessoas, acho que um dia a nossa vida irá sewr toda controlada, e até mesmo a água e o ar que respiramos deverá ser motivo de luta entre Países

Já nem falo das conquistas de Planetas que parece estar na moda, e claro que nso filmes os Americanos são quase sempre os personagens principais ... porque será :twisted:

Abraço
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Calimero esclarecimento....

por Thomas Hobbes » 10/2/2004 14:17

O sistema de voto das presidenciais nos EUA não é por voto directo como no nosso.

Mas sim ganha o presidente que ganha em mais estados, o que parece ser justo pois dá aos estados a mesma importancia.

Estados como o Kansas, missouri,Utha, etc... que tem mais vacas que pessoas ou são praticamente deserto perdiam todo o peso politico que tinham e tornar-se-iam zonas atrasadas.

Bush ganhou justamente! O seu opositor concordou com as decisões do tribunal. Agora quanto a ser bom presidente isso já é outra história.

Já agora olhem para o nosso sistema eleitoral e vejam se é justo.

Quando eu vou votar para a s legislativas, estou a votar numa lista eleitoral em que na maior parte dos casos não conheço o meu deputado porque ele não é da minha terra, nunca foi lá e apenas está no parlamento para receber a reforma e votar em bloco :twisted:
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já agora...

por Calimerozinho » 10/2/2004 13:00

..não foi o George W. Bush (desculpe lá Sr. Presidente.. :mrgreen: ) que ganhou as últimas eleições com menos (sim, menos) votos que o seu adversário :?:
Numa democracia (os Estados Unidos são uma democracia, não é :?: ) não ganha o que tiver maior número de votos :?:

Pois é... está tudo bem explicado :twisted: :twisted:
... em formação... sempre!
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Todas as guerras são....

por Thomas Hobbes » 10/2/2004 12:51

Crueis, inuteis e a única coisa que provocam é morte desolação e sofrimento.

Não adianta chamar nomes a Bush ou defender Saddam, ambos são culpados de uma situção que criaram durante anos.

Se analisar-mos bem a situação, a maioria dos americanos, iraquianos, Israelitas, palestinianos, Russos, Tchechenos é contra a guerra, e o seu objectivo é apenas ter trabalho e estar bem com a familia e com a vida.

São sempre poucos que decidem que a guerra é a solução para endireitar algo que no seu ponto de vista está errado.

Para eles a guerra é um instrumento de poder e uma forma de ganhar notoriedade que de outra forma nunca conseguiriam.

Mas no final os culpados somos todos nós que de uma maneira ou de outra acabamos por pactuar com estas situações, nem que seja por omissão.
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Já agora ...

por James Douglas Morrison » 10/2/2004 12:35

... extraído da Folha de São Paulo, por Paulo Coelho:

"Obrigado, grande líder George W. Bush.
Obrigado por mostrar a todos o perigo que Saddam
Hussein representa.
Talvez muitos de nós tivéssemos esquecido de que ele
utilizou armas químicas contra seu povo, contra os
curdos, contra os iranianos. Hussein é um ditador
sanguinário, uma das mais claras expressões do mal hoje.
Entretanto essa não é a única razão pela qual estou lhe
agradecendo. Nos > dois primeiros meses de 2003, o sr.
foi capaz de mostrar muitas coisas
importantes ao mundo, e por isso merece minha gratidão.
Assim, recordando um poema que aprendi na infância,
quero lhe dizer obrigado.
Obrigado por mostrar a todos que o povo turco e seu
Parlamento não estão à venda, nem por 26 bilhões de
dólares.
Obrigado por revelar ao mundo o gigantesco abismo que
existe entre a decisão dos governantes e os desejos do
povo. Por deixar claro que tanto José María Aznar como
Tony Blair não dão a mínima importância e não têm
nenhum respeito
pelos votos que receberam. Aznar é capaz de ignorar que
90% dos espanhóis estão contra a guerra, e Blair não se
importa com a maior manifestação pública na Inglaterra
nestes 30 anos mais recentes.
Obrigado porque sua perseverança forçou Blair a ir ao
Parlamento com um dossiê falsificado, escrito por um
estudante há dez anos, e apresentar isso como "provas
contundentes recolhidas pelo serviço secreto britânico".
Obrigado por fazer com que Colin Powell se expusesse ao
ridículo, mostrando ao Conselho de Segurança da ONU
algumas fotos que, uma semana depois, foram
publicamente contestadas por Hans Blix, o inspetor
responsável pelo desarmamento
do Iraque.
Obrigado porque sua posição fez com que o ministro de
Relações Exteriores da França, sr. Dominique de
Villepin, em seu discurso contra a guerra, tivesse a
honra de ser aplaudido no plenário, honra que, pelo que
eu saiba, só tinha acontecido uma vez na história da
ONU, por ocasião de um discurso de Nelson Mandela.
Obrigado porque, graças aos seus esforços pela guerra,
pela primeira vez as nações árabes, geralmente
divididas, foram unânimes em condenar uma invasão,
durante encontro no Cairo.
Obrigado porque, graças à sua retórica afirmando que "a
ONU tem uma chance de mostrar sua relevância", mesmo
países mais relutantes terminaram tomando posição
contra um ataque.
Obrigado por sua política exterior ter feito o ministro
de Relações
Exteriores da Inglaterra, Jack Straw, declarar em pleno
século 21 que "uma guerra pode ter justificativas
morais" e, ao declarar isso, perder toda a
credibilidade.
Obrigado por tentar dividir uma Europa que luta pela
sua unificação; isso foi um alerta que não será
ignorado.
Obrigado por ter conseguido o que poucos conseguiram
neste século: unir milhões de pessoas, em todos os
continentes, lutando pela mesma idéia, embora essa
idéia seja oposta à sua.
Obrigado por nos fazer de novo sentir que, mesmo que
nossas palavras não sejam ouvidas, elas pelo menos são
pronunciadas, e isso nos dará mais força no futuro.
Obrigado por nos ignorar, por marginalizar todos
aqueles que tomaram uma atitude contra sua decisão,
pois é dos excluídos o futuro da Terra.
Obrigado porque, sem o sr., não teríamos conhecido
nossa capacidade de mobilização.
Talvez ela não sirva para nada no presente, mas será
útil mais adiante.
Agora que os tambores da guerra parecem soar de maneira
irreversível, quero fazer minhas as palavras de um
antigo rei europeu a um invasor: "Que sua manhã seja
linda, que o sol brilhe nas armaduras de seus soldados,
porque durante a tarde eu o derrotarei".
Obrigado por permitir a todos nós, um exército de
anônimos que passeiam pelas ruas tentando parar um
processo já em marcha, tomarmos conhecimento do que é a
sensação de impotência, aprendermos a lidar com ela e a
transformá-la.
Portanto, aproveite sua manhã e o que ela ainda pode
trazer de glória.
Obrigado porque não nos escutastes e não nos levaste a
sério. Pois saiba que nós o escutamos e não
esqueceremos suas palavras.
Obrigado, grande líder George W. Bush.
Muito obrigado.""
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infelismente

por cmafonso » 10/2/2004 12:25

Para o mundo a "criança" vai crescer ate se tornar pai.
E pena mas os anos em vez de dar ,em certos aspectos ,tiram a lucidez as pessoas.


abraço.
 
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por djovarius » 10/2/2004 11:46

Grande Proença !! Não é 5 estrelas, é 100 estrelas!

Está espantosamente real, era impossível fazer melhor... impossível colocar melhor as situações e o absurdo da argumentação do pai !!

É por isto que eu digo que nem todos são alienados.

Um abraço

dj
Cuidado com o que desejas pois todo o Universo pode se conjugar para a sua realização.
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Uma explicação da Guerra do Iraque de Pai para Filho

por fproenca » 10/2/2004 10:28

Raciocínio americano

Filho: Paizinho, porque é que tivemos que atacar o Iraque?

Pai: Porque eles tinham armas de destruição em massa, filho.

F: Mas os inspectores não encontraram nenhumas armas de destruição em massa.

P: Isso é porque os iraquianos as esconderam.

F: E porque é que nós invadimos o Iraque?

P: Bom, as invasões funcionam sempre melhor que as inspecções.

F: Mas depois de os termos invadido, AINDA não encontrámos nenhumas armas, pois não?

P: Isso é porque as armas estão muito bem escondidas. Mas deixa lá, haveremos de encontrar alguma coisa, provavelmente antes mesmo das próximas eleições.

F: Para que é que o Iraque queria todas aquelas armas de destruição em massa?

P: Para as usar numa guerra, claro.

F: Estou confuso. Se eles tinham todas aquelas armas e planeavam usá-las numa guerra, então porque é que não usaram nenhuma quando os atacámos?

P: Bem, obviamente não queriam que ninguém soubesse que eles tinham aquelas armas, por isso eles escolheram morrer aos milhares em vez de se defenderem.

F: Isso não faz sentido, paizinho. Porque é que eles haveriam de escolher morrer se tinham todas aquelas armas poderosas para lutar contra nós?

P: É uma cultura diferente. Não é suposto fazer sentido.

F: Não sei o que é que tu achas, paizinho, mas não me parece que eles tivessem quaisquer daquelas armas que o nosso governo dizia que eles tinham.

P: Bom, sabes, não interessa se eles tinham ou não aquelas armas. De qualquer modo nós tínhamos outra boa razão para os invadir.

F: E qual era?

P: Mesmo que o Iraque não tivesse armas de destruição em massa, Saddam Hussein era um cruel ditador, o que é outra boa razão para invadir outro país.

F: Porquê? O que é que um ditador cruel faz para que seja correcto invadir o seu país?

P: Bom, pelo menos uma coisa, ele torturava o seu próprio povo.

F: Assim como fazem na China?

P: Nã o compares a China com o Iraque. A China é um bom parceiro económico, onde milhões de pessoas trabalham por salários de miséria, em condições miseráveis, para tornar as empresas norte-americanas mais ricas.

F: Então, se um país deixa que o seu povo seja explorado para o lucro das empresas americanas, é um bom país, mesmo se esse país tortura o povo?

P: Certo.

F: Porque é que o povo no Iraque era torturado?

P: Por crimes políticos, principalmente, tais como criticar o governo. As pessoas que criticavam o governo no Iraque eram presas e torturadas.

F: Não é isso exactamente o que acontece na China?

P: Já te disse, a China é diferente.

P: Qual é a diferença entre a China e o Iraque?

P: Bom, pelo menos uma coisa, o Iraque era governado pelo partido Baas enquanto que a China é comunista.

F: Não me tinhas dito uma vez que os comunistas eram maus?

P: Não; só os comunistas cubanos são maus.

F: Porque é que os comunistas cubanos são maus?

P: Bom, pelo menos uma coisa, as pessoas que criticam o governo em Cuba são presas e torturadas.

F: Como no Iraque?

P: Exactamente.

F: E como na China, também?

P: Já te disse, a China é um bom parceiro económico. Cuba, por outro lado, não é.

F: Porque é que Cuba não é um bom parceiro económico?

P: Bem, é assim, no princípio dos anos 60, o nosso governo fez umas leis que tornaram ilegal que os norte-americanos tivessem trocas comerciais ou outros negócios com Cuba, até que eles deixassem de ser comunistas e
começassem a ser capitalistas como nós.

F: Mas se nós acabássemos com essas leis, abríssemos o comércio com Cuba, e começássemos a fazer negócios com eles, isso não ajudaria os cubanos a tornarem-se capitalistas?

P: Não te armes em chico-esperto.

F: Eu acho que não sou.

P: Bom, de qualquer modo, também não há liberdade de religião em Cuba.

F: Assim como na China , com o movimento Falun Gong?

P: Já te disse, deixa-te de dizer mal da China. De qualquer maneira, Saddam Hussein chegou ao poder através de um golpe militar, por isso ele não era realmente um líder legítimo.

F: O que é um golpe militar, paizinho?

P: É quando um general toma conta do governo de um país pela força, em vez de eleições livres como nós temos nos Estados Unidos.

F: O líder do Paquistão não chegou ao poder através de um golpe militar?

P: Referes-te ao General Pervez Musharraf? Uhm, ah, sim, foi; mas o Paquistão é nosso amigo.

F: Como é que o Paquistão é nosso amigo se o seu líder é ilegítimo?

P: Eu nunca disse que Pervez Musharraf era ilegítimo.

F: Não acabaste de dizer que um general que chega ao poder pela força, derrubando o governo legítimo de uma nação, é um líder ilegítimo?

P: Só Saddam Hussein. Pervez Musharraf é nosso amigo, porque ele nos ajudou a invadir o Afeganistão.

F: Porque é que nós i nvadimos o Afeganistão?

P: Por causa do que eles nos fizeram no 11 de Setembro.

Q: O que é que o Afeganistão nos fez no 11 de Setembro?

F: Bem, em 11 de Setembro de 2001, dezanove homens, quinze dos quais da Arábia Saudita, desviaram quatro aviões e lançaram três contra edifícios, matando mais de 3000 norte-americanos.

F: Então, onde é que o Afeganistão entra nisso tudo?

P: O Afeganistão foi onde esses homens maus foram treinados, sob o regime opressivo dos Taliban.

F: Os Taliban não são aqueles maus radicais islâmicos que cortam as cabeças e as mãos das pessoas?

P: Sim, são esses exactamente. Não só cortavam as cabeças e as mãos das pessoas, como também oprimiam as mulheres.

F: Mas o governo de Bush não deu aos Taliban 43 milhões de dólares em Maio de 2001?

P: Sim, mas esse dinheiro foi uma recompensa porque eles fizeram um bom trabalho na luta contra as drogas.

F: Na luta contra as drogas?

P: Sim, os Taliban ajudaram muito, para obrigar as pessoas a deixarem de cultivar papoilas de ópio.

F: Como é que eles fizeram tão bom trabalho?

P: É simples. Se as pessoas fossem apanhadas a cultivar papoilas de ópio, os Taliban cortavam-lhes as mãos e as cabeças.

F: Então, quando os Taliban cortavam as cabeças e as mãos das pessoas que cultivavam flores, isso estava certo, mas não se eles cortavam as cabeças e as mãos por outras razões?

P: Sim. Nós achamos bem se os radicais fundamentalistas islâmicos cortam as mãos das pessoas por cultivarem flores, mas achamos cruel que eles cortem as mãos das pessoas por roubar pão.

F: Mas na Arábia Saudita eles não cortam também as mãos e as cabeças das pessoas?

P: Isso é diferente. O Afeganistão era governado por um patriarcado tirânico que oprimia as mulheres e as obrigava a usar burqas sempre que elas estivessem em público, e as que não cumprissem eram condenadas à morte por
apedrejamento.

F: Mas as mulheres na Arábia Saudita não têm também que usar burqas em público?

P: Não, as mulheres sauditas simplesmente usam uma vestimenta islâmica tradicional.

F: Qual é a diferença?

P: A vestimenta islâmica tradicional usada pelas mulheres sauditas é uma roupa modesta mas em moda que cobre todo o corpo da mulher excepto os olhos e os dedos. A burqa das afegãs, por outro lado, é um instrumento maligno da opressão patriarcal que cobre todo o corpo da mulher excepto os olhos e os dedos.

F: Parece-me a mesma coisa com um nome diferente.

P: Bom, não vais agora comparar o Afeganistão com a Arábia Saudita. Os sauditas são nossos amigos.

F: Mas parece-me que disseste que 15 dos 19 piratas do ar do 11 de Setembro eram da Arábia Saudita.

P: Sim, mas foram treinados no Afeganistão.

F: Quem é que os treinou?

P: Um homem muito mau, chamado Osama bin Laden.

F: Ele era do Afeganistão?

P: Aahh, não, ele era também da Arábia Saudita. Mas era um homem mau, um homem muito mau.

F: Se bem me lembro, ele já tinha sido nosso amigo.

P: Só quando nós o ajudámos e aos mujahadin a repelir a invasão soviética do Afeganistão nos anos 80.

F: Quem são os soviéticos? Não era o Império do Mal, comunista, que o Ronald Reagan falava?

P: Já não há soviéticos. A União Soviética acabou em 1990, ou mais ou menos, e agora eles têm eleições e capitalismo como nós. Agora chamamo-lhes russos.

F: Então os soviéticos, quero dizer, os russos, agora são nossos amigos?

P: Bem, não efectivamente. Sabes, eles foram nossos amigos durante uns anos quando deixaram de ser soviéticos, mas depois decidiram não nos apoiar na invasão do Iraque, por isso agora estamos aborrecidos com eles. Também
estamos aborrecidos com os franceses e os alemães porque eles também não nos ajudaram a invadir o Iraque.

F: Então os franceses e os alemães também são maus?

P: Não completamente, mas suficientemente maus para termos mudado o nome das French Fries (batatas fritas) e das French Toasts para Freedom Fries (batatas da liberdade) e Freedom Toasts.

F: Nós mudamos sempre os nomes à comida quando outro país não faz o que nós queremos?

P: Não, isso é só com os nossos amigos. Os inimigos, invadimo-los.

F: Mas o Iraque não foi um dos nossos amigos nos anos 80?

P: Bem, sim. Durante algum tempo.

F: Saddam Hussein não era então o líder do Iraque?

P: Sim, mas nessa altura ele estava em guerra contra o Irão, o que fez dele nosso amigo, temporariamente.

F: Porque é que isso fez dele nosso amigo?

P: Porque nessa altura o Irão era nosso inimigo.

F: Isso não foi quando ele lançou gás contra os curdos?

P: Sim, mas como ele estava em guerra contra o Irão, nós olhámos para o lado, para lhe mostrar que éramos seus amigos.

F: Então, quem lutar contra um dos nossos inimigos torna-se automaticamente nosso amigo?

P: A maior p arte das vezes sim.

F: E quando alguém luta contra um dos nossos amigos torna-se automaticamente nosso inimigo?

P: Às vezes isso é verdade, também. Porém, se as empresas americanas poderem lucrar vendendo armas a ambos os lados ao mesmo tempo, tanto melhor.

F: Porquê?

P: Porque a guerra é boa para a economia, o que significa que a guerra é boa para a América. Além disso, visto que Deus está do lado da América, quem se opõe à guerra é um ateu, anti-americano, comunista. Percebes agora porque
é que atacámos o Iraque?

F: Acho que sim. Nós atacámos porque era a vontade de Deus, certo?

P: Sim.

F: Mas como é que nós sabíamos que Deus queria que atacássemos o Iraque?

P: Bem, estás a ver, Deus fala pessoalmente com George W. Bush e diz-lhe o que deve fazer.

F: Então, basicamente, estás a dizer que atacámos o Iraque porque George W. Bush ouve vozes na cabeça?

P: Sim! Finalmente percebes como o mundo funciona. Agora fecha os olhos, aconchega-te e dorme. Boa noite.

F: Boa noite, paizinho.
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