Caldeirão da Bolsa

Ucrania e a Europa

Espaço dedicado a todo o tipo de troca de impressões sobre os mercados financeiros e ao que possa condicionar o desempenho dos mesmos.

Re: Ucrania e a Europa

por Dom_Quixote » 16/3/2014 19:37

Primvs Escreveu:
FDPC Escreveu:Venceu com 93% o sim a Russia com uma ida as urnas de 85% da população.

http://rt.com/on-air/


Uns dados algo martelados mas enfim :mrgreen:


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Re: Ucrania e a Europa

por Primvs » 16/3/2014 19:36

FDPC Escreveu:Venceu com 93% o sim a Russia com uma ida as urnas de 85% da população.

http://rt.com/on-air/


Uns dados algo martelados mas enfim :mrgreen:
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Re: Ucrania e a Europa

por FDPC » 16/3/2014 19:30

Venceu com 93% o sim a Russia com uma ida as urnas de 85% da população.

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Re: Ucrania e a Europa

por Rick Lusitano » 16/3/2014 19:12

Bloomberg Escreveu:BREAKING NEWS
Crimea Backs Joining Russia in Disputed Referendum: Exit Poll


Mar 16, 2014 2:05 PM EDT
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Re: Ucrania e a Europa

por PC05 » 16/3/2014 19:02

Esse acordo pouco vale. Quem controla a Crimeia (Pro-Russos) não usa a bandeira russa na farda.
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Re: Ucrania e a Europa

por VINAS 69 » 16/3/2014 18:45

"Moscovo e Kiev assinam trégua
Por Redação
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Moscovo e Kiev assinaram uma trégua para a região da Crimeia até ao dia 21. O acordo foi consumado em dia de referendo.

«Foi assinado um acordo entre a Frota do Mar Negro e o Ministério da Defesa Russo para uma trégua na Crimeia até ao dia 21 de Março», revelou o ministro da Defesa ucraniano, Igor Tenyukh, após reunião do Conselho Ministros.

A trégua surge depois de a Ucrânia ter acusado, ontem, a Rússia de invasão militar do seu território com soldados, helicópteros e veículos blindados, numa aldeia situada no outro lado da fronteira administrativa entre a península da Crimeia e a Ucrânia continental. "

Fonte Jornal Abola
 
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Re: Ucrania e a Europa

por zecatreca_1 » 16/3/2014 17:50

zecatreca_1 Escreveu:
HJOR Escreveu:
zecatreca_1 Escreveu:Já há alguma noticia sobre os resultados do referendo? Ou melhor....a que horas se sabe alguma coisa?

Estou curioso ...


Crimeia: Resultados do referendo às 20h00
gracias. :lol:

Já agora, aqui o nosso colega HJOR, que é especialista em ew, oposto que diria que estamos numa onda correctiva, prestes a acabar a onda "A" que vem dos 1180.... 8-) oui?
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Re: Ucrania e a Europa

por zecatreca_1 » 16/3/2014 17:43

HJOR Escreveu:
zecatreca_1 Escreveu:Já há alguma noticia sobre os resultados do referendo? Ou melhor....a que horas se sabe alguma coisa?

Estou curioso ...


Crimeia: Resultados do referendo às 20h00
gracias. :lol:
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Re: Ucrania e a Europa

por zecatreca_1 » 16/3/2014 17:36

Rick Lusitano Escreveu:
zecatreca_1 Escreveu:Já há alguma noticia sobre os resultados do referendo? Ou melhor....a que horas se sabe alguma coisa?

Estou curioso ...



Zeca, qual a tua opinião dos possíveis resultados face ao Ouro? Em qualquer dos lados que ganhe o referendo, o Ouro dispara?

Embora tenha uma opinião formada sobre o assunto, prefiro esquece-la e nem falar sobre isso.
Tento ter uma postura abstrata relativamente ás notícias nos mercados financeiros.
O que vejo no ouro é um padrão de duplo fundo e sem dúvida um teste à mm200 no gráfico semanal ainda este ano.
O bear market no ouro, só acaba quando a resistência na zona dos 1520...50 for vencida novamente.
Até lá, continuamos num bear market e esta subida "rápida" (por enquanto), parece-me um típico movimento desses períodos.
Para chegar à mm200 falta ainda mais um padrão bullish, tal como por exemplo um IHS ou uma bullflag....por essa razão, acredito que o ouro irá retrair em breve no curto prazo.

Talvez o referendo seja um tiro de pólvora seca e nos próximos tempos as coisas fiquem calmas enquanto o "Pudin" :mrgreen: planeia alguma das dele....
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Re: Ucrania e a Europa

por HJOR » 16/3/2014 17:18

zecatreca_1 Escreveu:Já há alguma noticia sobre os resultados do referendo? Ou melhor....a que horas se sabe alguma coisa?

Estou curioso ...


Crimeia: Resultados do referendo às 20h00
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Re: Ucrania e a Europa

por Rick Lusitano » 16/3/2014 17:15

zecatreca_1 Escreveu:Já há alguma noticia sobre os resultados do referendo? Ou melhor....a que horas se sabe alguma coisa?

Estou curioso ...



Zeca, qual a tua opinião dos possíveis resultados face ao Ouro? Em qualquer dos lados que ganhe o referendo, o Ouro dispara?
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Re: Ucrania e a Europa

por zecatreca_1 » 16/3/2014 17:11

Já há alguma noticia sobre os resultados do referendo? Ou melhor....a que horas se sabe alguma coisa?

Estou curioso ...
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Re: Ucrania e a Europa

por FDPC » 15/3/2014 13:23

Ainda não encontrei melhor sitio para acompanhar o problema de perto. http://rt.com/on-air/, estou a caça de WEB CAMs on line desde a Crimeia são bastante interessantes quando as encontramos. Até o momento as que encontrei estão todas em off. Me parece que o Putin bloqueou a Internet, ouvi ou li qualquer coisa sobre...não tenho certeza.


O texto do post anterior é bastante claro e objetivo. Selecionei esta frase, "Mas se depois do referendo surgir instabilidade e escaramuças militares entre russos e ucranianos, aí sim, pode haver uma certa turbulência nos mercados financeiros", frisa.

Quanto a isso vai ser dificil que não ocorra, 30 000 voluntários Ucranianos para a formação de uma Guarda Nacional já estão uniformizados e apetrechados. A Crimeia criou uma milícia civil. Vamos torcer para que acabe tudo pelo melhor afinal quem sofre com tudo isso não são os mercados ou investimentos que deveriam vale um nada nesse momento, pela salvaguarda e segurança da população da Crimeia e Ucraniana. Fico espantado com os "lideres ocidentais principalmente", me parece que não fizeram a interpretação histórica mais recentes, como quem rasgas as paginas centrais de um livro, desmembrando-o, retirando assim a possibilidade de uma correta interpretação e o exercício da memória. Os riscos são demasiado elevados para que não se proceda assim. Foi mesmo outro dia que aconteceu uma Bosnia-Hezgorvina, atroz , seletiva e sanguinária. Genócidio conivente da civilizada Europa. Não se compreende.


A potência norte-americana financia os setores oposicionistas, a maioria deles de extrema-direita e neonazistas. E se movimenta politicamente e diplomaticamente

As notícias sobre os distúrbios na Ucrânia no mês de fevereiro preocuparam não apenas pelo número de vítimas ou por questões geopolíticas, mas também por terem servido de alerta à obstinação de neonazistas entre a extrema-direita no segundo maior país da Europa. Manifestações antissemitas e xenófobas, aliadas a uma forte rejeição ao passado soviético: bandeiras da SS nazista foram, durante os protestos, colocadas sobre a estátua tombada de Lênin.

Em meio a pichações da suástica e explosões perto das sinagogas, rabinos alertaram sobre possíveis ataques à comunidade judaica, estimada em 200 mil judeus, a terceira maior da Europa.

Entre os manifestantes com distintas reivindicações, estão os da extrema direita. Parte dela – e daqueles que definem a si mesmos como neonazistas – se concentra no partido Svoboda (Liberdade). O que preocupa, apesar do argumento de que os extremistas são uma minoria, é justamente o fato de a legenda ter representação parlamentar – 37 cadeiras. E essa onda está “apenas começando”. Pelo menos é o que afirma uma liderança do Right Setor, outro grupo ultranacionalista que despontou na Ucrânia e que promete “a grande reconquista”, apoiando-se nos valores da família e na moral cristã.

O Right Setor e o Liberdade, membro da Aliança dos Movimentos Nacionais Europeus (AMNE), que reúne partidos nacionalistas conservadores daquele continente, não estão sozinhos. A ascensão da extrema-direita e de grupos neonazistas despertou o temor de que, com a crise econômica, a correlação de forças na Europa se iguale àquelas que sucederam a Primeira Guerra Mundial.

Há cada vez mais partidos de direita e de extrema-direita, além do crescimento de organizações neonazistas que conseguem se firmar como partido. Em sua mira, estão os jovens afetados pelo desemprego.

Na Grécia, por exemplo, destacou-se depois da crise econômica o partido extremista conservador Aurora Dourada, fundado em 1985. Em 2012, ele conseguiu eleger 18 entre 300 Parlamentares. Seu principal discurso se baseia na xenofobia: se as fronteiras do país forem fechadas e se todos os imigrantes forem expulsos, os postos de trabalho serão retomados pelos gregos. Na Grécia, uma das principais portas de entrada dos imigrantes na União Europeia, já é possível contabilizar agressões a estrangeiros, e seus autores se proclamaram membros da Aurora Dourada.

Na França, Marine Le Pen, líder do partido Frente Nacional, é a cara da extrema direita no país. Membro do Parlamento Europeu desde 2004, obteve 18% dos votos no primeiro turno das últimas eleições presidenciais, em 2012. Marine segue os passos do pai, líder histórico da legenda, Jean-Marie Le Pen que, em 2002, chegou ao segundo turno com Jacques Chirac. Acompanhando o atual conservadorismo europeu, ela apoia seu discurso na xenofobia e tenta desvencilhar a imagem do partido como simpatizante do nazismo. Seu pai, em 1987, havia classificado as câmaras de gás de Hitler como um “detalhe da história”. Devido à crise, sua tese é a de que, com o desemprego, o país não pode mais receber estrangeiros, ainda que a situação deles seja dramática. É crítica também à presença de massiva de muçulmanos na sociedade francesa. Para ela, as orações realizadas nas ruas, provocadas pela falta de mesquitas, são como uma “nova forma de ocupação”, semelhante à dos alemães nazistas.

No Reino Unido, é a vez do Partido da Independência (UKIP), com a defesa de fechar as fronteiras e deixar a União Europeia. Com nove cadeiras no Parlamento Europeu, conquistadas nas eleições de 2009, não tem representação no Parlamento britânico, mas conseguiu aproximadamente 25% do total de votos municipais nas eleições de 2013, segundo estimativa feita pela (agência britânica de notícias) BBC.

Na Alemanha, onde partidos neonazistas são proibidos, existem organizações que atuam clandestinamente, como a NSU (Clandestinidade Nacional-Socialista, na sigla em alemão).

O governo alemão já admitiu, em diversas ocasiões, dificuldade em controlar essas instituições. Recentemente, dados de uma pesquisa do Ministério do Interior revelam que um em cada sete adolescente alemães, 14,4% do total, se consideram “muito racistas diante dos estrangeiros”, e 30% responderam “sim” ao serem questionados se há estrangeiros em excesso no país. A pesquisa mostrou também que 5% dos 44.600 jovens de quinze anos são membros de algum grupo de extrema direita e que 6.4% dos adolescentes homens têm pontos de vista antissemita.

Em dezembro de 2013, um dos partidos da extrema-direita alemã, o Partido Nacional Democrático (NPD), fundado em 1964, enfrentou um processo judicial por denúncia de proximidade ideológica ao nazismo. Com xenofobia extrema, seu discurso se concentra em ciganos e muçulmanos. O partido promete não descansar até que seja fechado o último albergue para imigrantes, pois temem um dia se tornarem “estrangeiros” em seu próprio país. No contexto da crise, desde 2011 o número de imigrantes a ingressar no continente europeu por conta do conflito na Líbia e na Síria. Do continente africano, tentam entrar pela Espanha, França, Itália e Grécia principalmente.

Na Noruega, o neonazismo chamou atenção para um problema latente em 2011, quando o jovem Anders Behring Breivik cometeu um atentado que matou 77 pessoas. Autor de um manifesto, se autodenomina nazista e foi condenado a 21 anos de prisão. Na ocasião, se desculpou com os seguidores por não ter conseguido mais vítimas.

Atualmente, bem como no passado, o extremismo conservador mostra seu poder de apelo magnificado pela rendição de parte da esquerda, que se ofereceu ao capital como “gestora confiável da crise”.

A verdade é que na Europa, como no resto do planeta – e com raras exceções na América Latina – o programa da esquerda tem nada ou muito pouco a oferecer em ternos de alternativa ao escalpo de empregos, direitos sociais e conquistas trabalhistas com o qual as elites e organismos internacionais pretendem exorcizar o maior colapso do capitalismo desde 1929. Quem fala grosso em seu lugar é o extremismo fascistoide, cujo discurso oferece as soluções radicais de um cardápio histórico conhecido, sendo a “caça aos miseráveis que concorrem com os nossos miseráveis”, o prato de resistência mais popular. Já contra o grande capital, nada; ou melhor, parceria remunerada pela vigilância bélica da ordem.

Daniella Cambaúva é jornalista.
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Re: Ucrania e a Europa

por PC05 » 15/3/2014 11:51

Referendo
Crimeia, o regresso da guerra fria?

Alberto Teixeira, Mariana Adam e Paulo Zacarias Gomes
15/03/14 09:00

O referendo de amanhã, que o Ocidente considera ilegal, deve ditar a independência da Crimeia. O que esperar do dia seguinte?

"À uma da madrugada deixei Pskov [noroeste da Rússia] com o coração pesado pela forma como as coisas aconteceram. Tudo à minha volta é traição, cobardia e mentira". Nicolau II, o último czar do império russo, descrevia assim no seu diário, a 16 de Março de 1917, as primeiras horas após ser apeado pela revolução bolchevique.

O dia parece perseguir a história do Leste europeu nas últimas décadas: em 1982, por causa da capacidade nuclear, a então URSS e os EUA atravessavam uma tensão muito próxima da que, nas últimas semanas, se intensificou por causa da Ucrânia.

Chegámos a 2014 e 16 de Março ameaça reforçar o seu lugar destacado no calendário das relações Leste-Oeste. Amanhã o ‘Sim' deverá vencer no referendo à independência da Crimeia, reflectindo o desejo da população se aproximar de Moscovo - ou, pelo menos, de se afastar de Kiev. E na segunda-feira?

"As consequências dependerão muito do que a Rússia quiser fazer com o próprio resultado, pois poderá haver vários cenários: a independência, ainda que formal, ou a anexação. E isso pesará sobre as negociações diplomáticas para a resolução do problema", responde Nuno Severiano Teixeira em declarações ao Económico.

O ex-ministro de José Sócrates e presidente do Instituto Português de Relações Internacionais defende que "em certo sentido este é um último episódio da guerra fria". Severiano Teixeira sublinha que nenhuma das partes tem interesse em chegar ao confronto militar e que antes das armas há a diplomacia, as sanções económicas e o isolamento internacional.

Sim quase certo

Tendo em conta as condições em que o referendo se realiza - a presença de tropas russas no território e o facto de a população da Crimeia ser maioritariamente russa - o ‘Sim' parece ser um dado adquirido. A grande dúvida recai sobre o que será o dia 17 de Março. E isso foi claro ao longo da semana - à medida que a data se aproximava, as principais bolsas mundiais ressentiam-se com fortes quedas.

O Ocidente deixou bem claro que o referendo é "ilegal" e Obama deu a mão ao governo interino da Ucrânia, que até recebeu na Casa Branca, avisando que a violação pela Rússia do direito internacional terá um "custo" para Moscovo. Ontem o secretário de Estado norte-americano John Kerry tentou em Londres um último esforço antes de avançar com as próximas munições nos campos diplomático e económico.

Um dia antes, a senhora Europa, Angela Merkel, elevou o tom para garantir a Putin estar pronta a limitar a entrada de russos no espaço da União, congelar activos financeiros e cancelar a próxima cimeira UE-Rússia. Na pior das hipóteses, Moscovo pode enfrentar um isolamento comparável ao do Irão. E esse segundo degrau de retaliações económicas e diplomáticas pode ser subido já esta segunda-feira, na reunião dos ministros dos Negócios Estrangeiros da UE.

Portugal a Leste

A 3.600 quilómetros de distância, a questão do ponto de vista económico não está a ter eco. A balança comercial com Kiev é deficitária para Portugal, com as vendas na Ucrânia a rondarem 22 milhões de euros em 2013, perante importações dez vezes superiores - sobretudo de produtos agrícolas. Há poucas empresas nacionais no território, que é essencialmente uma plataforma giratória para entrada e saída de bens da Rússia, Geórgia e China.

No núcleo do Governo, tanto Passos Coelho como Rui Machete apelaram a uma solução política e diplomática que salvaguardasse a soberania e a integridade territorial da Ucrânia. O ministro da Economia, António Pires de Lima, tocou no assunto na feira de calçado de Milão para desdramatizar os receios dos exportadores portugueses de sapatos para a Rússia. E Bruno Maçães, secretário de Estado dos Assuntos Europeus, aconselhou as empresas portuguesas presentes na Polónia a "repensar os seus planos para entrar na Ucrânia".

Embora reconheça que a actual tensão torna "os negócios mais complicados de fazer" e que a situação social prejudica o consumo interno, Luís Manuel França, administrador da Câmara de Comércio Luso-Ucraniana (CCLU), considera que "a desanexação da Crimeia da Ucrânia, embora crie instabilidade política, não é relevante do ponto de vista comercial" para Portugal.

De acordo com a CCLU, Portugal exporta sobretudo vinhos para a Crimeia para produção de champanhe, muitas vezes em regime de troca com os produtores locais, mas em quantidades que não são consideradas relevantes. Nota ainda para a procura do território por parte de alguns turistas portugueses, mas também aqui os fluxos são fracos.

Luís Manuel França confessa o desalento para com "um país que há cinco anos tinha uma taxa de crescimento de 10% e tem agora grandes dificuldades ao nível de divisas, por exemplo". Incertezas que levaram empresas do sector financeiro, que tinham aberto escritórios de representação no país com o objectivo de depois abrir balcões, a colocarem o seu processo de expansão em ‘stand by'.

Mercados em suspense

A nível internacional a tensão na Ucrânia tem sido monitorizada de perto pelos investidores. Há quem veja a Crimeia como um barril de pólvora. Mas há também quem nesta altura já olhe para o referendo como um tiro de pólvora seca.

"Para já é um referendo que não é reconhecido pelo Ocidente. Para mais que já foi votado no Parlamento da Crimeia o "Sim" à anexação pela Rússia. Por isso o referendo ainda tem uma importância mais limitada", disse Agostinho Leal Alves, do Departamento de Estudos Económicos e Financeiros do BPI, ao Económico. "Mas se depois do referendo surgir instabilidade e escaramuças militares entre russos e ucranianos, aí sim, pode haver uma certa turbulência nos mercados financeiros", frisa.

De qualquer forma, nas bolsas o nervosismo foi notório ao longo de toda a semana. Depois de um bom início de ano, mercados como Frankfurt, Paris e Londres passaram a acumular perdas anuais, contrariando a tendência de recuperação que se avizinhava no rescaldo dos tempos mais sérios da crise de dívida na zona euro. No reverso da medalha, os ecos de guerra fria têm despoletado forte procura por activos de refúgio, como a onça de ouro e o iene japonês.

Com o índice do medo na Europa a disparar mais de 30% este mês, uma atitude de força de Moscovo conjugada com novas sanções económicas do Ocidente aumentaria ainda mais a confusão entre os investidores, acrescenta Agostinho Leal Alves.

"Avizinha-se um fim-de-semana explosivo", antecipava Eduardo Santos, da XTB Portugal, numa altura em que a diplomacia intensifica contactos à procura de um entendimento mínimo entre dois blocos que nunca deixaram de desconfiar um do outro.

Por isso parece tão improvável um 16 de Março tão auspicioso como o de 1995. Esse dia em que, a 300 quilómetros de distância da Terra, os cosmonautas russos abriram pela primeira vez as portas da estação espacial Mir [paz, na língua de Moscovo] a um astronauta norte-americano.


http://economico.sapo.pt/noticias/crime ... 89119.html
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Re: Ucrania e a Europa

por Opcard33 » 14/3/2014 11:12

shimazaki Escreveu:
AS_terix Escreveu:
tavaverquenao3 Escreveu:Uma boa solução para a base das lajes era aluga-la aos russos, nesta altura do campeonato deveriam pagar melhor que os outros. :mrgreen:

:mrgreen: Brilhante ideia !!!
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Re: Ucrania e a Europa

por Shimazaki » 14/3/2014 9:54

AS_terix Escreveu:
tavaverquenao3 Escreveu:Uma boa solução para a base das lajes era aluga-la aos russos, nesta altura do campeonato deveriam pagar melhor que os outros. :mrgreen:

:mrgreen: Brilhante ideia !!!
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Re: Ucrania e a Europa

por AS_terix » 13/3/2014 17:37

tavaverquenao3 Escreveu:Uma boa solução para a base das lajes era aluga-la aos russos, nesta altura do campeonato deveriam pagar melhor que os outros. :mrgreen:

:mrgreen: Brilhante ideia !!!
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Re: Ucrania e a Europa

por Marco Martins » 12/3/2014 15:01

tavaverquenao3 Escreveu:Já que ninguém comenta comento eu, epá, grande ideia, já agora uma base naval e uma base de rastreio de satelites e de misseis em beja. Mas com duas condições, pagam-nos a divida e metem cá uns bm's.... coloridos, ou mb's em português., para manter os yankees à distância.


Não percebi se estavas a comentar alguma coisa do forum ou a própria resposta que deste!
 
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Re: Ucrania e a Europa

por tava3 » 12/3/2014 14:33

Já que ninguém comenta comento eu, epá, grande ideia, já agora uma base naval e uma base de rastreio de satelites e de misseis em beja. Mas com duas condições, pagam-nos a divida e metem cá uns bm's.... coloridos, ou mb's em português., para manter os yankees à distância.
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Re: Ucrania e a Europa

por tava3 » 12/3/2014 13:36

Uma boa solução para a base das lajes era aluga-la aos russos, nesta altura do campeonato deveriam pagar melhor que os outros. :mrgreen:
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Re: Ucrania e a Europa

por Marco Martins » 12/3/2014 13:22

Este fim de semana será o referendo na Crimeia onde quase de certeza a "re-anexação" à Russia ganhará.

Já existem algumas movimentações bélicas da Europa e dos USA para a Ucrania.

Neste cenário, qual a importância que a base das lages nos Açores tem tido, depois dos USA terem dito que pretendiam reduzir a sua importância?

O que ganhará Portugal se a mesma ganhar novamente algun relevo?
 
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Re: Ucrania e a Europa

por AS_terix » 10/3/2014 0:22

Atomez Escreveu:
tavaverquenao3 Escreveu:No capitalismo, o que acontece é que quando está a acabar o meu vou buscar o dos outros, custe o que custar.

Não. Isso acontece é numa ditadura ou outro regime em que os direitos individuais não são salvaguardados.

:clap: claro está citar, Portugal !!!!
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Re: Ucrania e a Europa

por AS_terix » 10/3/2014 0:19

tavaverquenao3 Escreveu:"Ainda bem que ter médicos tecnicamente evoluídos é argumento suficiente para condenar um povo à fome, ignorância e pobreza."

Com umas pequenas modificações fica assim: Ainda bem que para manter o nosso way of life é argumento suficiente para condenar varios povos à fome, ignorância e pobreza." :mrgreen:


sempre foi assim ! os amos e os trabalhadores ou escravos ! Pois há, os que servem e osque são servidos ! É histórico... :-k
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Re: Ucrania e a Europa

por Sr_SNiper » 8/3/2014 23:03

Eu só gostava de perceber como é que se veem colunas de blindados e veículos militares, milhares de militares de uniforme armados até aos dentes ( embora sem símbolos identificativos ) e a Russia diz que não são militares russos, estão à espera que o mundo acredite que as pessoas têm blindados na garagem e bazucas à espera de uma revolução?
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Re: Ucrania e a Europa

por PC05 » 8/3/2014 21:26

Ukrainian observation plane fired at over Crimean border

Ukraine's border guard says an observation plane has been shot at while on patrol over Crimea, as a team of monitors from the OSCE have been forcibly prevented from entering the region

http://www.telegraph.co.uk/news/worldne ... -live.html
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