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Caldeirão da Bolsa

Fundos à la carte

Espaço dedicado a todo o tipo de troca de impressões sobre os mercados financeiros e ao que possa condicionar o desempenho dos mesmos.

Re: Fundos à la carte

por TorresTrader » 5/3/2014 19:05

Boa tarde pessoal, tudo bem? ótimo post sobre fundos, muito interessante, abraço
 
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Re: Fundos à la carte

por Rick Lusitano » 5/3/2014 18:43

JMBMG Escreveu:Caros,

Destes fundos do "risco", o da MorganS e, principalmente o da JP parecem muito interessantes. Mas não parecem ser comercializados em PT. Pelo menos não no BEST.

Alguem sabe se é possível subscrevê-los em Portugal?

abraços


Estás a te referir a que fundos da MS e JPM?
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Re: Fundos à la carte

por Rick Lusitano » 5/3/2014 18:39

BedRock Escreveu:0Boas,

Rick,

Dei uma vista em diagonal à tua carteira que postaste para o "torneio dos fundos", e o que me chamou mais a atenção, um pouco para esta escolha questionável, foi o último fundo da tabela: Nordea-1 Nordic Eq. Small Cap E EUR.

Como sabes, em tempos coloquei um post no tópico do VG em que, no caso dos EUA, para um prazo de detenção superior a 5 anos, as small-mid caps são o investimento com melhores retornos do mercado acionista. No curto prazo (< 3 anos), este tipo de investimento envolve um risco adicional relativamente às large caps, logo se nós restringirmos muito o espaço geográfico destas small caps, como tu fizeste (Países Nórdicos muito correlacionados entre si), ainda vamos arranjar um outro risco adicional pela pouca diversificação.

O fundo da Nordea inclui 129 empresas e apresenta um turover de -26% (negativo), valor este que é tão negativo que ainda não tinha visto. Isto quer dizer que o gestor do fundo práticamente não mexe na composição dos ativos da carteira, com a introdução de novos ativos ou empresas na carteira, ou no reforço percentual das empresas existentes, o que para quem tem aquela quantidade grande de 129 empresa, acho um pouco estranho e o gestor para fazer isto é porque acredita piamente na sua estratégia de longo prazo. Não deixa de ser bastante arriscado, senão pergunto: Não achas que é muito arriscado um professor de uma turma qualquer do secundário, pensar que todos os seus alunos vão ser doutorados e catedráticos? Eu diria que aquele gestor tem uma crença desmedida, tanto mais que nem está diversificado pelo todo da Europa ou pelo mercado global.

Este fundo da Nordea tem um DP (3 anos) 16.84%, Rent. média (3 anos) 9.29%, o RS não aparece mas deve ser inferior a 0.5, o que é muito baixo, o alfa é claro que só podia ser negativo (-1.26) e o beta é de 0.85. Com um alfa deste em 3 anos, nem 1 cêntimo confiava neste gestor.

A minha opção em small caps na Europa seria esta: Franklin European Sm-Mid Caps Gr N Acc €, que tem esta estatística de 3 anos: DP 12.71%, Rent.média 15.03%, RS 1.06, alfa 2.91 e beta 0.77.

Este fundo tem uma composição de apenas 32 empresa que o gestor seleccionou como premium da Europa numa aposta de médio-longo prazo, pois a sua gestão é do estilo bottom-up (ver um post meu anterior sobre estilo bottom-up e top-down). O turnover é também negativo (-18%), o que para mim é bom nesta categoria numa estratégia de médio-longo prazo, mas menos negativo que o do outro fundo (-26%), que acho demasiado negativo. Para se compreender o turnover e as questões relacionadas com ele, deve-se ler um post meu anterior.

Abr,

BedRock


Amigo, tens toda a razão, quis diversificar por causa do fundo Franklin European Growth, assim ter acesso a PMEs de outra gestora. Mas reconheço que sendo, PMEs de países nórdicos, o risco é maior. O que queres que eu faça?! Gosto de pitada de picante da carteira. :mrgreen:
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Re: Fundos à la carte

por PeterGonçalves » 5/3/2014 18:29

Rick Lusitano Escreveu:@scapy11 e petergonçalves, amanha vou analisar mais pormenor, as vossas carteiras. Não quero fazer uma analise ás 3 pancadas. Mas antes de poder analisar, é preciso saber, algumas coisas, sobre o vosso perfil de investidor e investimento.

:arrow: Qual o vosso horizonte temporal? Quantos anos pretendem ter o investimento?

:arrow: Qual o vosso perfil de risco? Qual a maior perda de % poderiam suportar?

:arrow: Qual o vosso objectivo de retorno? O mínimo e máximo que pretendem atingir?

:arrow: Qual o total de dinheiro que pretendem investir, por causa dos mínimos de investimento dos fundos? Caso não sentiam a vontade para dizer no tópico, podem sempre mandar MP.



Olá Rick,
Obrigado pela tua disponibilidade! :D

1 - Estou à vontade com a questão do tempo, em principio nos próximos 10 anos não irei precisar do € e até lá pretendo acumular património;
2 - Risco algo agressivo pois gosto de arriscar e estou muito atento aos mercados. Aguento perdas até aos 30%, mas como ainda sou muito inexperiente nesta matéria, poderei vir a mudar de opinião, nos dois sentidos, claro;
3 - O mínimo aceitável seria 4% e o máximo ideal não tenho pois quanto maior for o retorno, melhor!! Penso que se recebesse 10% anuais já ficaria satisfeito;
4 - Neste momento 2500€ distribuídos pela carteira. Vou reforçar em breve, mas de preferência diversificando por outros fundos.

Estou também a precisar de uma ajudinha para poupanças a longo prazo (10 anos) mas com alguma segurança pois são para as crianças. Estava a pensar em seguros de capitalização ou então fundos mistos defensivos (ES Plano Prudente; ES Liquidez; UBS (Lux) Strategy Fund Yield (Eur) N acc) ou quem sabe os CT poupança Mais...

Obrigado.
Abraco! :)
 
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Re: Fundos à la carte

por BedRocK » 5/3/2014 17:14

Boas,

No seguimento do post do Rick sobre o banco espanhol Inversis e mais concretamente sobre as ferramentas de pesquisa de fundos em função de vários parâmetros: Rentabilidades, DP, RS, …, Rácio de Informação e Tracking Error, vou de seguida explicar estes 2 últimos parâmetros.


Rácio de Informação:

O rácio de informação mede a performance dos retornos ajustados ao risco do porfolio (carteira) relativamente à performance dos retornos e risco do seu benchmark ou índice de referência.
O rácio de informação é calculado através da seguinte expressão:

RI = (Rp – Rb) / TE

Em que:

RI- Rácio de Informação;
Rp- Retornos do portfolio;
Rb- Retornos do seu benchmark ou índice de referência.
TE- Tracking Error (desvio padrão da diferença entre os retornos do portfolio e os retornos do índice de referência).

O rácio de informação (RI) mede capacidade do gestor da carteira ou do fundo para gerar retornos em excesso em relação ao seu valor de referência ou benchmark, mas também verifica a consistência do gestor em bater o benchmark por um gande nº de meses, alguns meses ou apenas um pouco de cada mês.

Quanto maior é o RI, mais consistente é o gestor e a consistência é uma característica ideal para bater o benchmark numa perspetiva de médio-longo prazo.

Quanto maior é o alfa (outperformance de retornos em relação ao seu benchmark) de um gestor, maior será o seu RI.

Quando o benchmark é o ativo sem risco (risk free), então o Rácio de Informação é equivalente ao rácio de Sharpe (RS). No entanto, nos restantes casos, o ranking dos fundos obtido a partir do Rácio de Informação pode diferir do obtido pelo RS, como é lógico, pois as fórmulas de cáculo são diferentes.

Tal como acontece com o RS também o RI tem as mesmas limitações matemáticas de difícil interpretação quando a rentabilidade em excesso é negativa, uma vez que o rácio será menos negativo na carteira com maior volatilidade, indicando assim, erradamente, uma carteira mais eficiente, quando na realidade é ao contrário. Outra limitação matemática, tal como no RS, é quando o denominador do quociente é zero (no caso de não haver diferença entre os retornos da carteira ou do fundo e os retornos do indice de referência, ou seja, com desvio padrão nulo) ou próximo de zero, e então o RI dará matematicamente um valor infinito ou extremamente elevado, longe então da realidade.

Tracking Error:

O Tracking Error (TE) é a divergência entre o comportamento dos preços de uma posição ou de uma carteira/fundo e o comportamento dos preços de referência.

O TE reporta o desvio padrão da diferença entre os retornos da carteira ou do fundo e os retornos do índice de referência.

O TE pode ser interpretado como o risco residual (não correlacionado com o benchmark), ou seja, como os desvios da rentabilidade do fundo em relação à rentabilidade do benchmark.

Abr,

BedRock
 
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Re: Fundos à la carte

por BedRocK » 5/3/2014 15:15

BedRock Escreveu:
CoimbraPT Escreveu:Tenho andado arredado daqui nos últimos dias e ainda tenho alguns posts em atraso para ler, contudo (e para não pensarem que me esqueci do tópico) gostaria de fazer uma questão que poderá resumir várias das que tenho: Rick, porquê o investimento em Acções ASEAN agora, por exemplo? O Chico também escolheu um fundo com Return M12 negativo (compreendo que M36 é mais importante e significativo). Questiono-me, porque um dos primeiros filtros que activei foi todos os retornos e sharpe serem superiores a 0, pelo que a vossa escolha "contra" este meu filtro me chamou a atenção.


@CoimbraPT:
Qual é o filtro que tu utilizas em relação ao RS? No Fund Screener da morningstar.pt não se vê isso, o que se pode selecionar é, em termos qualitativos, o risco em relação à categoria (abaixo da média, média e acima da média), a volatilidade a 3 anos (baixa, média e acima da média) e a rentabiliadade é que já pode ser quantitativa relativamente a um valor específico que eu escolha ou em relação à média da categoria.

Um filtro que em termos quantitativos me selecionasse gamas de RS, de retornos e DP e já agora de alfa, é que era preciso. Assim, pergunto a todos os foristas: O Fund Screener da Morningstar para profissionais (pago) tem estas valências? Há algum outro filtro com estas valências?
Desde já, o meu obrigado pelas respostas.

Abr,

BedRock


Já sei dar resposta a mim mesmo sobre as questões acima colocadas sobre a existência de um filtro de fundos com aquelas valências, e a resposta é: ferramentas de pesquisa do banco espanhol Inversis, cujo site o Rick acabou de postar.
Obrigado Rick, és o maior na pesquisa da net.

Abr,
BedRock
Editado pela última vez por BedRocK em 5/3/2014 17:22, num total de 2 vezes.
 
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Re: Fundos à la carte

por J_M_G » 5/3/2014 14:17

Caros,

Destes fundos do "risco", o da MorganS e, principalmente o da JP parecem muito interessantes. Mas não parecem ser comercializados em PT. Pelo menos não no BEST.

Alguem sabe se é possível subscrevê-los em Portugal?

abraços
 
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Inversis Banco (Espanha)

por Rick Lusitano » 5/3/2014 13:52

Isto sim, até dá gosto, perder umas boas horas a analisar a oferta. Um verdadeiro hipermercado. :clap:


Inversis Banco Escreveu:Fondos de inversión

La mayor oferta de fondos de inversión del mercado

Más de 4.500 fondos de inversión y cerca de 150 gestoras nacionales e internacionales.

En Inversis Banco tiene a su alcance el mayor universo de fondos de inversión del mercado. Distintos fondos de las gestoras nacionales e internacionales más prestigiosas y reconocidas, que puede contratar de la manera más sencilla, gracias a una completa operativa multicanal que ponemos a disposición de todos nuestros clientes. Puede realizar suscripciones, reembolsos, anulación de órdenes y traspasos de fondos, tanto desde otras entidades como de fondos que ya tenga en Inversis Banco, así como consultar la valoración de su cartera, siempre en tiempo real.


Fonte: Inversis Banco - Fondos de inversión
https://www.inversis.com/inversion/productos/fondo-inversion&pathMenu=2_2_0
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La Batalla de los Fondos Extraordinarios

por Rick Lusitano » 5/3/2014 13:33

Olha, olha. :mrgreen:

O "Inversis Banco", banco online Espanhol, tipo os nossos supermercados, para mim, um dos melhores de Espanha, se não, o melhor. A fazer uma batalha entre 3 gestoras de fundos, mas com fundos deles comercializados pelo banco, tipo o jogo de domínio mundial,"Risco".


(Como profissional da área do Design Gráfico e Multimédia, gostei da infografia, publicidade, comunicação e criatividade. :clap: )


Imagem


Fonte: http://www.observatorioinversis.com/infografia-la-batalla-de-los-fondos-extraordinarios
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Re: Fundos à la carte

por BedRocK » 5/3/2014 13:22

Boas,

É sempre bom relembrar ... em particular aos mais novos ou mais inexperientes.


Diversos tipos de fundos de investimento e os seus objetivos de gestão

No sentido de tentar ser pedagógico para quem se está a iniciar ou tem pouca experiência no mundo dos fundos de investimento, vou salientar alguns dos diversos tipos de fundos e os respetivos objetivos de gestão:

- Fundos de rentabilidade total e absoluta: maximizar a rentabilidade e proteger o capital;

- Fundos de estilo value (“valor”): procurar oportunidades em empresas tradicionais que na altura estão baratas ou um pouco “fora de moda” momentaneamente, mas que em ambos os casos têm um grande potencial de desenvolvimento futuro. São empresas que fazem parte do core do negócio global que dificilmente irão à falência;

- Fundos de estilo growth (crescimento): procurar oportunidades em empresas inovadoras e de update tecnológico que dêem uma nova resposta diferenciadora em relação às empresas tradicionais e que tenham um grande potencial futuro de conquista de uma elevada cota de mercado global ou setorial, e para isso o investidor está disposto a pagar um valor por ação superior ao valor normal do mercado, por isso este estilo de investimento é mais arriscado que o estilo value ;

- Fundos de estilo blend (mistura): estilo de investimento misto entre os estilos value e growth ;

- Fundos dynamic: rompem com as restrições de terem nas suas carteiras uma determinada percentagem fixa do índice de referência, sendo que o gestor do fundo vai ter toda a liberdade para alocar o que bem entender em função do que ele acha que é mais apropriado no momento e na tendência do mercado;

- Fundos recovery: aproveitar desvios negativos (downside) nos preços em situações de recuperação;

- Fundos market neutral: gerar rentabilidade em mercados altistas ou em baixa;

- Fundos de curta duração: para cobrir o espaço entre a liquidez e as obrigações de longa duração;

- Fundos imobiliários: aproveitar o potencial dos valores imobiliários e REITs;

- Fundos tipo 130/30: aliviar a restrição long-only para maximizar a rentabilidade potencial das oportunidades.

De todos os tipos de fundos apontados anteriormente, onde verdadeiramente o gestor do fundo tem toda a liberdade de potenciar o seu alfa (outperformance) e de tentar bater o índice de referência ou benchmark é no fundo dynamic, pois neste tipo de fundo tem toda a liberdade de alocar os ativos financeiros que bem entender, mas também, por este facto, este tipo de fundo é, normalmente, mais arriscado.

Se num outro tipo de fundo qualquer, a politica desse fundo obriga o gestor a ter alocado, por exemplo, um peso de 2/3 do respetivo índice de referência, como é que este gestor só com um grau de liberdade de 1/3 pode demonstrar a plenitude do seu alfa? È claro que está à partida fortemente condicionado, ou seja, a absoluta gestão ativa a 100% só ocorre neste tipo de fundo ou noutro qualquer onde ele tenha 100% liberdade de alocar o que bem entender.

Quando dizem que só cerca de 10% dos gestores ativos superam os índices de referência passivos de longa duração é bom lembrar que a grande maioria dos designados gestores ativos não são 100% ativos por estarem condicionados à partida conforme referi anteriormente.

Por outro lado, é bom relembrar que, em termos estatísticos, um grande fundo de índice de referência está à partida favorecido em relação a um fundo com uma menor quantidade de amostra (empresas) e porventura com menos diversificação, ou seja, quanto maior é a quantidade aleatória da amostra, mais fácil será estarmos mais próximos da média de rentabilidade do teórico mercado global de risco, correspondente a todas as ações do mundo (100% da amostra).

Isto quer dizer que nem todos jogam com as mesmas cartas do baralho, por isso temos de ter cuidado ao fazer comparações entre sistemas que não são verdadeiramente comparáveis.

Há coisas que no campo teórico parecem mais ou menos simples e funcionais como seja uma equilibrada alocação de ativos, mas na prática isso não é bem assim, pois isso, para quem não tem liquidez para rebalançar ou a alavancagem ser cara (como em Portugal), só funciona idealmente para principiantes no investimento ou que tenha uma relativa pouca perda, porque não podemos fazer resgates para reequilibrar a carteira ao pagar 28% de IRS das mais-valias ao mesmo tempo que o Estado, ao contrário do IRC das empresas, não quer saber das nossas menos-valias. Neste caso, o Estado está a assassinar a estatística orçamental ao criar uma anti-regra de probabilidade.

Abr,

BedRock
 
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Re: Fundos à la carte

por scapy11 » 5/3/2014 12:59

Rick Lusitano Escreveu:@scapy11 e petergonçalves, amanha vou analisar mais pormenor, as vossas carteiras. Não quero fazer uma analise ás 3 pancadas. Mas antes de poder analisar, é preciso saber, algumas coisas, sobre o vosso perfil de investidor e investimento.

:arrow: Qual o vosso horizonte temporal? Quantos anos pretendem ter o investimento?

:arrow: Qual o vosso perfil de risco? Qual a maior perda de % poderiam suportar?

:arrow: Qual o vosso objectivo de retorno? O mínimo e máximo que pretendem atingir?

:arrow: Qual o total de dinheiro que pretendem investir, por causa dos mínimos de investimento dos fundos? Caso não sentiam a vontade para dizer no tópico, podem sempre mandar MP.



Boas Rick obrigado desde já, respondendo as tuas perguntas:

1- Pretendo ter o investimento entre 5-10 anos, visto ainda ter muitos anos para trabalhar, pretendo ir investindo.

2- Como ainda não sou "velho", nesta etapa aceito mais risco no portefolio de investimento. Aceitaria provavelmente perder 5-10%(embora seja dificil para qualquer um) visto ter um espaço temporal de investimento maior, e aceitar as perdas a pensar que as iria depois recuperar.

3- Não sendo muito ganancioso se me desse retornos entre 7-10%, ficaria contente com o investimento. Um minimo de 3-4%.

4 - Para já iria comecar com 500€, e ir fazendo um rebalanceamento de 6 em 6 meses na carteira, ou ir pondo mais fundos no portefolio.

Iniciei-me a cerca de 1 ano, nos FI, comecei por ir seguindo o tópico do VG, e lendo e aprendendo pelo sites e blog's que recomendavam, o tempo não é muito mas gosto desta área de investimento. Como qualquer um, quero ir aprendendo mais sobre FI e tentar ajudar e ser ajudado.

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Re: Fundos à la carte

por BedRocK » 5/3/2014 12:48

Boas,

É sempre bom relembrar....em particular para os mais novos e inexperientes nesta temática dos fundos de investimento.


Rácio de Sharpe, Alfa e Beta


Rácio de Sharpe:

Como é sabido, o índice de sharpe de um fundo é igual a um quociente em que o numerador corresponde à diferença entre a esperada rentabilidade anualizada do fundo e a taxa média de juro sem risco (risk free) no período analisado (excesso de ganhos em relação a um depósito a prazo, por exemplo); e o denominador corresponde ao desvio padrão anualizado (volatilidade/risco) das taxas de rentabilidade.

A principal vantagem do rácio de sharpe é o facto de permitir comparar ativos pertencentes a categorias e classes de ativos diferentes, dado que utiliza um “benchmark universal” que é a taxa de juro sem risco. Curiosamente, a desvantagem deste rácio é não assegurar o seu bom funcionamento para toda a gama da “universalidade numérica”, uma vez que o mesmo apresenta 2 problemas principais: Um, como o desvio padrão está no denominador do quociente, se o mesmo estiver próximo de zero, o rácio tornasse excessivamente elevado que não se traduz na realidade (num quociente com um numerador qualquer, diferente de zero, mas em que o denominador é zero, o resultado do mesmo é infinito); o outro paradoxo é quando se comparam duas carteiras negativas, o rácio de sharpe será menos negativo no fundo com maior volatilidade/desvio padrão , apontando-o assim como o mais eficiente, quando na realidade é ao contrário (ex. -1/4 é maior que -1/2).

Não é por acaso que os especialistas da Morningstar adotam o rácio de sharpe de 3 anos e não de um período inferior (por ex. 1 ano), pois só desse modo garantem um nível aceitável de confiança estatística, pois o aumento do período de tempo amortece as oscilações bruscas do curto prazo e os valores atípicos (outliers).


Alfa:

Em finanças assume-se, geralmente, que as taxas de rentabilidade de um determinado ativo têm uma relação linear com outro ou outros ativos ou benchmarks de performance. Assim, num gráfico em que no eixo do “Y” representamos as rentabilidades de um fundo e no eixo do “X” as rentabilidades do respetivo benchmark, na equação de uma reta de regressão linear simples, o alfa corresponde ao valor da interseção dessa reta com o eixo do “Y” (valor da ordenada na origem) e o declive dessa reta corresponde ao valor do beta (risco/volatilidade), que abaixo vou referir.

Assim, o alfa mede o valor adicional (outperformance) dos retornos obtidos pela gestão ativa do fundo relativamente ao seu benchmark (referência, de gestão passiva), sob a mesma quantidade de risco (beta), pelo que o alfa mede o grau de competência dos gestores dos fundos. Em termos relativos, por definição, assume-se que o beta do benchmark é 1, então o alfa deve ser superior a (1- beta).

Se o alfa é um valor negativo, quer dizer que o risco assumido não compensou o retorno. Se o alfa é positivo, significa que o retorno obtido foi além do risco assumido. Se o alfa é zero, quer dizer que o desempenho do gestor do fundo é igual ao do benchmark.


Beta:

O beta determina o risco ou volatilidade de um investimento e como se relaciona com o valor de referência do benchmark. De repente pode ser parecido com o alfa, mas não, lembre-se que o beta está associado com o risco e o alfa com o retorno com base no risco específico.

Se o beta de um fundo é 1, quer dizer que o fundo tem a mesma volatilidade que o respetivo benchmark. Se o beta de um fundo é maior ou menor que 1, significa que a volatilidade é maior ou menor que o benchmark, respetivamente. Por exemplo, se um fundo tem um beta de 1.5, isto significa que o mesmo é esperado aumentar 1.5 vezes mais do que o índice que corresponde ao fundo. Neste caso, se o índice aumentar 10%, então o fundo iria aumentar 15%. Ao contrário, se o índice diminui 10%, então o fundo iria perder 15%.

É de salientar que a análise de um fundo nunca pode ser feita apenas pelo parâmetro beta, mas sim associado ao alfa e a outros parâmetros estatísticos.



Conclusão:

Na relação de retornos ajustado aos riscos incorridos, a competência de um gestor de fundos só começa a partir de um rácio de sharpe e um alfa com valores superiores a zero e um beta inferior a 1.


Abr,

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Re: Fundos à la carte

por BedRocK » 5/3/2014 11:46

Boas,


Problemas com a distribuição dos retornos esperados versus desvio padrão e limitações do rácio de Sharpe.


1. Distribuição normal de Gauss:

É sabido que os retornos esperados de uma carteira versus desvio padrão (DP) não seguem uma distribuição normal (simétrica) da curva de Gauss tipo sino, porque a pendente da subida da curva não é igual ou similar à pendente da descida, a amplitude da curva quer na vertical quer na horizontal são diferentes, para além de que os chamados valores atípicos (outliers) dos retornos da carteira, no curto prazo, têm aqui uma grande importância, ao contrário de uma distribuição normal em que podem ser negligenciáveis.

Pode-se dizer que a curva financeira dos retornos é tanto mais “normalizada” (próximo da curva de Gauss) quanto o período tender para o infinito ou de muito longo prazo, isto porque os valores atípicos e as caudas gordas das grandes perdas à esquerda e dos grandes ganhos à direita da curva de Gauss vão sendo amortecidos pelo aumento da quantidade da amostra (dias de trading), e assim no muito longo prazo a distribuição dos retornos vai ser essencialmente em torno da média, ou seja, temos então uma distribuição normal ou de Gauss.

2. Rácio de Sharpe:

O rácio de sharpe tem 2 problemas principais: Um, como o desvio padrão está no denominador do quociente, se o mesmo estiver próximo de zero, o rácio tornasse excessivamente elevado que não se traduz na realidade (num quociente com um numerador qualquer, diferente de zero, mas em que o denominador é zero, o resultado do mesmo é infinito); o outro paradoxo é quando se comparam duas carteiras negativas, o rácio de sharpe será menos negativo no fundo com maior volatilidade/desvio padrão , apontando-o assim como o mais eficiente, quando na realidade é ao contrário (ex. -1/4 é maior que -1/2).

Não é por acaso que os especialistas da Morningstar adotam o rácio de sharpe de 3 anos e não de um período inferior (por ex. 1 ano), pois só desse modo garantem um nível aceitável de confiança estatística, pois o aumento do período de tempo amortece as oscilações bruscas do curto prazo e os valores atípicos (outliers).

Abr,

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Re: Fundos à la carte

por BedRocK » 5/3/2014 11:00

CoimbraPT Escreveu:Tenho andado arredado daqui nos últimos dias e ainda tenho alguns posts em atraso para ler, contudo (e para não pensarem que me esqueci do tópico) gostaria de fazer uma questão que poderá resumir várias das que tenho: Rick, porquê o investimento em Acções ASEAN agora, por exemplo? O Chico também escolheu um fundo com Return M12 negativo (compreendo que M36 é mais importante e significativo). Questiono-me, porque um dos primeiros filtros que activei foi todos os retornos e sharpe serem superiores a 0, pelo que a vossa escolha "contra" este meu filtro me chamou a atenção.


@CoimbraPT:
Qual é o filtro que tu utilizas em relação ao RS? No Fund Screener da morningstar.pt não se vê isso, o que se pode selecionar é, em termos qualitativos, o risco em relação à categoria (abaixo da média, média e acima da média), a volatilidade a 3 anos (baixa, média e acima da média) e a rentabiliadade é que já pode ser quantitativa relativamente a um valor específico que eu escolha ou em relação à média da categoria.

Um filtro que em termos quantitativos me selecionasse gamas de RS, de retornos e DP e já agora de alfa, é que era preciso. Assim, pergunto a todos os foristas: O Fund Screener da Morningstar para profissionais (pago) tem estas valências? Há algum outro filtro com estas valências?
Desde já, o meu obrigado pelas respostas.

Abr,

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Re: Fundos à la carte

por AntonioVariacoes » 5/3/2014 3:37

Tenho andado arredado daqui nos últimos dias e ainda tenho alguns posts em atraso para ler, contudo (e para não pensarem que me esqueci do tópico) gostaria de fazer uma questão que poderá resumir várias das que tenho: Rick, porquê o investimento em Acções ASEAN agora, por exemplo? O Chico também escolheu um fundo com Return M12 negativo (compreendo que M36 é mais importante e significativo). Questiono-me, porque um dos primeiros filtros que activei foi todos os retornos e sharpe serem superiores a 0, pelo que a vossa escolha "contra" este meu filtro me chamou a atenção.

BedRock, chico e rick obrigado pelas vossas análises, textos e esclarecimentos à minha última questão. Particularizando, Bed os teus textos claros e objectivos são sem dúvida uma mais-valia; chico, de facto o teu raciocinio de não escolher todos os fundos no limiar de categoria tem muita lógica e o detalhe do teu desafio é de louvar; rick, sempre a ajudar, obrigado pela análise e a tua lógica de escolher uma carteira aliada à análise de carteira do chico complementam-se na perfeição.

Estou a focar-me na leitura sobre sectores e impacto das zonas geográficas para perceber onde devo investir agora, de modo a complementar a minha carteira.

Nota: Vou continuar a ler os posts que tenho em atraso neste tópico. Por falta de tempo este post não teve o nivel de análise e detalhe que pretendia e que era merecido.
 
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Re: Fundos à la carte

por Rick Lusitano » 5/3/2014 1:18

@scapy11 e petergonçalves, amanha vou analisar mais pormenor, as vossas carteiras. Não quero fazer uma analise ás 3 pancadas. Mas antes de poder analisar, é preciso saber, algumas coisas, sobre o vosso perfil de investidor e investimento.

:arrow: Qual o vosso horizonte temporal? Quantos anos pretendem ter o investimento?

:arrow: Qual o vosso perfil de risco? Qual a maior perda de % poderiam suportar?

:arrow: Qual o vosso objectivo de retorno? O mínimo e máximo que pretendem atingir?

:arrow: Qual o total de dinheiro que pretendem investir, por causa dos mínimos de investimento dos fundos? Caso não sentiam a vontade para dizer no tópico, podem sempre mandar MP.
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Re: Fundos à la carte

por Rick Lusitano » 5/3/2014 1:15

Clone Escreveu:
BedRock Escreveu:Por outro lado, normalmente, há quase sempre um sector a bombar, o ano passado e este ano está a ser a biotecnologia e a saúde, e quem sabe se daqui a 1 ano não será o sector da tecnologia ou o financeiro depois dos bancos arrumarem melhor a casa. Mais, normalmente, há uma certa alternância temporal no bombar entre o estilo growth e value. Tudo isto é importante para se construir uma carteira de “todo-o-terreno”, capaz de bombar mais num destes pisos: no alcatrão (bullmarket), na terra batida (neutral) e na areia (bearmarket, aqui vamos precisar muito das obrigações e do monetário).

Abr,
BedRock


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Esse "relógio" já é famoso. Mostra os ciclos da economia.
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Re: Fundos à la carte

por Rick Lusitano » 5/3/2014 1:13

BedRock Escreveu:Boas,

Rick,

Amigos, este presente desafio do "torneio de fundos" valeu a pena e é um gosto ver o entusiasmo de pessoas como o Rick, o Chico, o Coimbra, etc.

Acho que o próximo "torneio" deveria incluir, nos fundos acionistas, 3 fundos para as principais categorias Morningstar e cada um para os estilos value, blend e growth, devendo abranger os EUA, Europa (Zona Euro, UK, Europa Emergente), ASEAN, Japão, Asia-Pacífico, Mercados Fronteira, America Latina, Grande China (China, Hong-Kong e Taiwan). Nas regiões geográficas com menor capitalização bolsista e menos interessantes para nós com a moeda euro, poder-se-á apresentar 1 só fundo.

A diversificação pelas principais categorias Morningstar, pelas várias regiões geográficas, vários sectores, diferentes estilos de investimento, é em si mesmo diversificação abrangente resultante de diversificações específicas. O ano passado correu mal para toda a Asia, com excessão do Japão, e para os emergentes, e bom para os EUA e Europa, e se calhar daqui a 1-2 anos o ciclo pode trocar-se, daí a diversificação.

Por outro lado, normalmente, há quase sempre um sector a bombar, o ano passado e este ano está a ser a biotecnologia e a saúde, e quem sabe se daqui a 1 ano não será o sector da tecnologia ou o financeiro depois dos bancos arrumarem melhor a casa. Mais, normalmente, há uma certa alternância temporal no bombar entre o estilo growth e value. Tudo isto é importante para se construir uma carteira de “todo-o-terreno”, capaz de bombar mais num destes pisos: no alcatrão (bullmarket), na terra batida (neutral) e na areia (bearmarket, aqui vamos precisar muito das obrigações e do monetário).

Abr,
BedRock



Amigo BR, esse módulo ainda é mais avançado do que sugeriu o Amiais. Primeiro deveremos fazer o módulo de categorias generalistas, mas antes disso, deve-se primeiramente, explicar as categorias, o que é o sector x, y, z das acções, o que nas obrigações, é IG e HY, Corporativas, Governamentais, MBS, ABS, TIPS. Depois entramos nos subcategorias, Capitalização, Estilo nas acções, a duração das acções, etc. Os teus artigos que até agora postastes, podem ser o material de "ensino" para isso.

Deixo-te a resposta que dei ao Amiais:

Rick Lusitano Escreveu:
Amiais Escreveu:Meus caros, para um próximo desafio sugiro que se escolham categorias (acções globais grande cap, acções globais pequena cap ... obrigações alto rendimento, etc. etc.) e se tente arranjar os melhores fundos (3? pelo menos 1 low cost?).
Creio que será mais interessante, porque poderá ter uma aplicabilidade real nas carteiras de longo ou curto prazo dos foristas.
Podia-se ir fazendo a pouco e pouco, por exemplo uma categoria por semana.

Fica a minha sugestão.


Falei nisso, do "Desafio" pelas categorias, mas em boa hora, o Mr. Chico, alertou, que para pessoas que se estão a iniciar, seria algo mais complexo para eles, devido a terem ainda poucos conhecimentos. Mas essa ideia das categorias, está para 1 próximo módulo de aprendizagem do "Curso de Investimento em Fundos de Investimento":

1º Módulo - Risco
2º Módulo -
3º Módulo -
4º Módulo -

No final, do curso, pretende-se que todos tenham conhecimentos suficientes, para serem autonomos e poderem analisar fundos, estratégias de investimento e poderem fazer a construção de carteiras.

(Observação: Não sou formador, professor, ou ligado á área do ensino)
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Re: Fundos à la carte

por Rick Lusitano » 5/3/2014 0:59

Amiais Escreveu:Meus caros, para um próximo desafio sugiro que se escolham categorias (acções globais grande cap, acções globais pequena cap ... obrigações alto rendimento, etc. etc.) e se tente arranjar os melhores fundos (3? pelo menos 1 low cost?).
Creio que será mais interessante, porque poderá ter uma aplicabilidade real nas carteiras de longo ou curto prazo dos foristas.
Podia-se ir fazendo a pouco e pouco, por exemplo uma categoria por semana.

Fica a minha sugestão.


Falei nisso, do "Desafio" pelas categorias, mas em boa hora, o Mr. Chico, alertou, que para pessoas que se estão a iniciar, seria algo mais complexo para eles, devido a terem ainda poucos conhecimentos. Mas essa ideia das categorias, está para 1 próximo módulo de aprendizagem do "Curso de Investimento em Fundos de Investimento":

1º Módulo - Risco
2º Módulo -
3º Módulo -
4º Módulo -

No final, do curso, pretende-se que todos tenham conhecimentos suficientes, para serem autonomos e poderem analisar fundos, estratégias de investimento e poderem fazer a construção de carteiras.

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Re: Fundos à la carte

por Rick Lusitano » 5/3/2014 0:46

andraderui Escreveu:Apesar de ser um fundo sem história, qual a vossa opinião sobre a composição dos seus ativos?

Jupiter JGF Dynamic Bond Fund L Class Euro - LU0459992896

Obrigado



Podes ver a ficha deste fundo na página da gestora em:
http://www.jupiteronline.com/en-PT/International-individuals/Funds-and-prices/Jupiter-Dynamic-Bond-SICAV--0XMM?product=Luxembourg%20SICAV

Factsheet de Fevereiro de 2014:
http://www.jupiteronline.com/~/media/Literature/Factsheets/SICAV/Jupiter%20Dynamic%20Bond%20Factsheet.pdf

Se quiseres mais pormenores, posso te dar amanha.
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Re: Fundos à la carte

por Rick Lusitano » 5/3/2014 0:33

Chico_laranja Escreveu:Apenas mais uma nota e como os nºs podem enganar os menos atentos.

Infelizmente o momento negro de 2007-2009 está a fugir das estatísticas pois acabou há 5 anos.

Era interessante a MS ter dados a 7 ou 8 anos pois aí apanhava em cheio com a queda do Subprime e com a recuperação.

É bastante comum olhar para os ganhos a 5 anos de fundos de acções e vermos 20-25% anualizados :twisted:.

É preciso é contextualizar isso pois 5 anos bate certo com o fundo pós crise sub-prime pelo que são nºs irreais.



Concordo, contigo. Também essa "eliminação" da Morningstar que pode enviesar a analise dos dados, me deixa preocupado, porque as pessoas, podem não ter a essa noção. Pode-se contornar essa questão, usando os gráficos interactivos de comparação das várias Morningstar, escolhendo, as datas de modo a apanhar esses maus dias.

Apesar de teres falado no CS Prestige e muito bem, o scappy, tem em carteira o "LU0129338272 CS EF (Lux) Global Value B EUR":

http://www.morningstar.pt/pt/funds/snapshot/snapshot.aspx?id=F0GBR04MJH

Que pelo valor de 3xx,xx EUR, não parece ser "low cost" e parece-me que se encontra melhor alternativas dentro da mesma categoria. Retorno a 3 anos (anualizado) de apenas, 3.24%, em pleno bull market accionista?! :wall:
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Re: Fundos à la carte

por clOne_ » 5/3/2014 0:07

BedRock Escreveu:Por outro lado, normalmente, há quase sempre um sector a bombar, o ano passado e este ano está a ser a biotecnologia e a saúde, e quem sabe se daqui a 1 ano não será o sector da tecnologia ou o financeiro depois dos bancos arrumarem melhor a casa. Mais, normalmente, há uma certa alternância temporal no bombar entre o estilo growth e value. Tudo isto é importante para se construir uma carteira de “todo-o-terreno”, capaz de bombar mais num destes pisos: no alcatrão (bullmarket), na terra batida (neutral) e na areia (bearmarket, aqui vamos precisar muito das obrigações e do monetário).

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Re: Fundos à la carte

por BedRocK » 4/3/2014 23:44

Boas,

Rick,

Amigos, este presente desafio do "torneio de fundos" valeu a pena e é um gosto ver o entusiasmo de pessoas como o Rick, o Chico, o Coimbra, etc.

Acho que o próximo "torneio" deveria incluir, nos fundos acionistas, 3 fundos para as principais categorias Morningstar e cada um para os estilos value, blend e growth, devendo abranger os EUA, Europa (Zona Euro, UK, Europa Emergente), ASEAN, Japão, Asia-Pacífico, Mercados Fronteira, America Latina, Grande China (China, Hong-Kong e Taiwan). Nas regiões geográficas com menor capitalização bolsista e menos interessantes para nós com a moeda euro, poder-se-á apresentar 1 só fundo.

A diversificação pelas principais categorias Morningstar, pelas várias regiões geográficas, vários sectores, diferentes estilos de investimento, é em si mesmo diversificação abrangente resultante de diversificações específicas. O ano passado correu mal para toda a Asia, com excessão do Japão, e para os emergentes, e bom para os EUA e Europa, e se calhar daqui a 1-2 anos o ciclo pode trocar-se, daí a diversificação.

Por outro lado, normalmente, há quase sempre um sector a bombar, o ano passado e este ano está a ser a biotecnologia e a saúde, e quem sabe se daqui a 1 ano não será o sector da tecnologia ou o financeiro depois dos bancos arrumarem melhor a casa. Mais, normalmente, há uma certa alternância temporal no bombar entre o estilo growth e value. Tudo isto é importante para se construir uma carteira de “todo-o-terreno”, capaz de bombar mais num destes pisos: no alcatrão (bullmarket), na terra batida (neutral) e na areia (bearmarket, aqui vamos precisar muito das obrigações e do monetário).

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Re: Fundos à la carte

por Rick Lusitano » 4/3/2014 23:28

Chico_laranja Escreveu:Rick

Para dar um pouco de segurança em momentos de tempestade não te faltam por aí Obrigações Governamentais?

Tens uma carteira bem agressiva :twisted:

Esperava era mais participações neste "torneio" :x


Oh Sr. Chico, então não tenho Obrigações Gov.?! O que têm os Templeton GTR? :wink:
(Sei que estás a te referir a obrig. gov. de qualidade, o Templeton GTR é mais gov. de risco.)

Tens toda a razão. :wink:

(mas é só escolher os fundos, a diversificação é no 2ª semestre do curso.) :mrgreen:

A minha carteira é mais barata, tem +1 fundo. E não passei os 16,5% de DP, como tu, com o CS Prestige, (este Prestige, anda-me a desiludir, tanto DP e tão pouco retorno, se ele não se põe a pau, vai para os "despromovidos", juntamente com o F&C EM). :mrgreen:
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Re: Fundos à la carte

por Rick Lusitano » 4/3/2014 23:10

wokie Escreveu:Eis as minhas escolhas, de novato.
As minhas escolhas foram com o objetivo de entrar no desafio. Objetivo esse de conhecer as várias categorias existentes nos fundos, esmiuçar os vários itens que possam conter, e descobrir esse mundo dos fundos com a vossa ajuda. Obrigado

Lista “Wokie D`Artagnan”

Risco Baixo DP 12 e DP 36 ( < 5% )

AXA World Funds Euro Credit Plus E Capitalisation EUR - LU0189846529
Espírito Santo Plano Prudente - Fundo de Investimento Aberto Flexível - PTYEVELM0008
Nordea-1 European Covered Bond Fund E EUR - LU0173776989

Risco Médio Baixo DP 12 e DP 36 ( 5% < 8% )

JPMorgan Funds – EU Government Bond D (acc) – EUR - LU0355584037

Templeton Global Balanced N Acc € - LU0140420323

UBS (Lux) Strategy Fund - Growth (EUR) N-acc - LU0167296127

Risco Médio DP 12 e DP 36 ( 8% < 10% )

Eurizon EasyFund Equity Pharma LTE R - LU0114064081

JPMorgan Funds – Europe High Yield Bond D (acc) – EUR - LU0117897578

JPMorgan Investment Funds – Global Capital Appreciation D (acc) – EUR - LU0115098948

Risco Médio DP 12 e DP 36 ( 10% < 15% )

Threadneedle Investment Funds - Threadneedle European Smaller Companies Retail Net EUR Acc - GB0002771383

Threadneedle Investment Funds - Threadneedle American Retail Net EUR Acc - GB00B0WGW982

JPMorgan Funds – Europe Equity Plus D (acc) – EUR - LU0289214628

Risco Alto > 15%

Nordea-1 Nordic Equity Small Cap Fund E EUR - LU0278528822

JPMorgan Funds – Europe Focus D (acc) – EUR - LU0169525671

JPMorgan Funds - JPMorgan Japan Equity D (acc) – EUR - LU0217390813

Cumprimentos



O "Templeton Global Balanced N Acc € - LU0140420323" , também me surpreendeu, apesar de eu ter as 2 versões do Templetorn GTR, muito provavelmente, irá haver activos em comum e correlações. Mas no teu caso, estás safo disso. 8-)

Tal como o Chico, já te disse, eu já disse nos outros 2 comentários ás 2 outras carteiras, muita Europa, mas pior é que tens, muita Europa da JPMorgan, mas tal como mencionei, era só escolher fundos, diversificação não era necessária. :wink:

JPMorgan Funds – EU Government Bond D (acc) – EUR - LU0355584037
JPMorgan Funds – Europe High Yield Bond D (acc) – EUR - LU0117897578
JPMorgan Investment Funds – Global Capital Appreciation D (acc) – EUR - LU0115098948 :arrow: MISTO GLOBAL
JPMorgan Funds – Europe Equity Plus D (acc) – EUR - LU0289214628
JPMorgan Funds – Europe Focus D (acc) – EUR - LU0169525671


O "Threadneedle American Retail Net EUR Acc", pelos mesmos 500 paus, podes ir para o irmão grande dele, que é melhor, o T. American Extended Alpha.

No Japão podes pôr o seguinte, principalmente, porque ele tem protecção cambial, muito necessário devido ás políticas económicas Japonesas de depreciação da sua moeda (JPY). E o que escolhestes levas com o câmbio JPYEUR, porque o fundo original é JPY.

LU0248320581 - Pictet-Japanese Equity Selection-HR EUR - Acções Japão Cap. Grande - EUR Hedged

Relativamente, ao uso de mistos, eu não gosto muito de os usar, só em casos muito excepcionais. Porque a gestão dos mistos é mais incerta do que um fundo de uma só classe de activos.
Mas usando 4 fundos mistos em carteira de 15 fundos é muito incerteza, muitas variáveis possíveis, ao fim ao cargo, tens cerca 27% da tua carteira, com o menor controlo possível.

No computo geral, fizestes boas escolhas de fundos. :clap:

Para fazeres uma carteira com estes fundos, necessitarias de melhor diversificação. Mas podes apartir desta lista e ires melhorando. :wink:
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