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Caldeirão da Bolsa

Rumo á privatização da PORTUCEL

Espaço dedicado a todo o tipo de troca de impressões sobre os mercados financeiros e ao que possa condicionar o desempenho dos mesmos.

OPARTUCEL

por James Douglas Morrison » 4/2/2004 9:16

Modelo de governação pouco claro gera dúvidas entre os interessados. Cenário de OPA levanta-se mais uma vez.
O cenário de uma concertação entre a Portucel SGPS e o futuro vencedor do processo de privatização da Portucel está de novo - à semelhança do anterior concurso de privatização - a ser levantado do actual processo de venda de 30% da companhia. Isto porque o Estado, no documento que anexou ao caderno de encargos intitulado «Declarações do Estado», a que o Diário Económico teve acesso, garante ao vencedor da privatização «que, com a participação que mantenha na empresa, apoiará a estratégia aprovada no âmbito do concurso».

Este compromisso, relativo ao modelo de governação, é suficientemente vago para gerar interpretações diferentes entre os vários interessados no processo, no que à necessidade de uma Oferta Pública de Aquisição (OPA) diz respeito. Há quem defenda que esta declaração configura um sindicato de voto e segundo «a lei do mercado força a uma OPA». Para uma outra fonte, jurídica, «este compromisso por si é vago. Tal como está não obriga a OPA. Depende do que for a estratégia aprovada no concurso e isso para já ninguém sabe». O compromisso tem ainda uma terceira leitura: «estranho era que o Estado não viesse a apoiar aquele que considera vencedor. Daí não se pode considerar concertação, por que o documento não assume um compromisso de votar no mesmo sentido».

Prazo deve ser dilatado

A diversidade de interpretações relativamente a um documento que era suposto clarificar a posição do Governo face à futura repartição de poderes de gestão dentro da Portucel leva um protagonista a colocar a hipótese de adiamento do prazo para entrega de proposta. Entre as dúvidas evidenciadas inclui-se a de saber como é que o Estado se comportará no caso de uma OPA. Se vender, os 25% com que ficará após a privatização, o risco da operação aumenta. Porque, explica um responsável, um accionista que seja obrigado a lançar OPA pode não ter estrutura financeira para suportar a totalidade da operação. Sobretudo, quando as acções adquiridas na privatização não podem ser usadas como garantia de financiamento, a julgar pelo esclarecimento pedido ao júri do concurso. Uma condição pouco habitual e considerada limitadora para os grupos portugueses, sub-capitalizados.

Tão vago quanto a declaração de apoio à estratégia do concorrente que ganhar os 30% é indicação sobre a composição do futuro conselho de administração da Portucel SA. Segundo o documento, o Estado «dará à Portucel SGPS a orientação de promoção de listas para o conselho de administração que incluam, em termos equitativos, a representação dos interesses dos principais accionistas da Portucel SA, incluindo o concorrente vencedor do concurso». Significa que cada accionista estará representado no CA da empresa de acordo com a participação que detém. Os esclarecimentos sobre o modelo de governação levaram ontem o presidente da Mreal a dizer à Lusa que não deverá participar no concurso. Os outros potenciais concorrentes não se pronunciam.

Portucel pode acabar em leilão

A decisão final do vencedor do concurso, no caso de propostas tecnicamente equivalentes, decorrerá de uma leilão em termos de preço. Ou seja, segundo a Inspecção Geral de Finanças, o factor preço passa a constituir a base de «um procedimento especifica de licitação».

No final, será declarado vencedor «o concorrente que apresentar o preço mais elevado, independentemente do preço inicial constante da proposta». Esta situação levará, segundo algumas fontes, a que todos os interessados apresentem o preço mínimo, ou seja, 1,45 euros por acção, pois sabem que se forem admitidos na componente estratégica poderão depois negociar o preço. O que pode levar a que o Estado veja o encaixe financeiro minimizado ao preço base. Contudo, o ministro da Economia, Carlos Tavares, sempre considerou que mais importante que o encaixe é uma proposta que promova o crescimento da Portucel.

Stora potencia Celbi

O quarto maior fabricante de papel do mundo, a StoraEnso, não pode ignorar a privatização da Portucel. Em nome da StoraCelbi, fábrica de pasta que mantém, há décads, na Figueira da Foz, o grupo escandinavo tem tentado envolver-se no processo. Até agora, sem êxito.

O grupo produziu em 2002 cerca de 13,7 milhões de toneladas de papel e cartão, de acordo com o ranking do sector elaborado pela Pulp & Paper International. No segmento do papel de escritório, a StoraEnso é líder mundial com 1,5 milhões de toneladas. A construção de uma nova máquina de papel por parte da Portucel vai destroná-la e o arranque da Veracel - fábrica de pasta no Brasil com capacidade para quase um milhão de toneladas- vai fazer concorrência à pasta fabricada na Figueira da Foz.

Suzano quer Europa

O grupo brasileiro Suzano utilizou a vontade de entrada na Europa como justificação para o interesse demonstrado na Portucel, há dois anos, quando fez a parceria com a Sonae. A empresa queria reduzir o perfil de risco aos olhos dos investidores, diversificando para os mercados europeus.

Ter um canal de distribuição para os papéis produzidos no Brasil, onde os custos da matéria prima são mais competitivos do que no hemisfério Norte, seria outra das vantagens. No entanto, a impossibilidade de assumir o controlo na papeleira e na sociedade que manteve com o grupo de Belmiro de Azevedo, levaram a Suzano a centrar-se no crescimento no mercado brasileiro, com a expansão da Bahia Sul. O grupo produziu 535 mil toneladas de papel em 2002.

Mondi atenta ao Sul

Para a Mondi, a Portucel poderá ser uma plataforma de expansão na Europa do Sul. O grupo papeleiro, controlado pelo conglomerado sul-africano Anglo American, posicionou-se junto aos grandes mercados consumidores europeus, com fábricas na Áustria, Polónia, Rússia e Israel. Tem o distribuidor Europapier, líder nos mercados do Leste. Uma fonte do sector não hesita em afirmar que a fábrica de papel de escritório na Áustria, a Neusiedler, é omaior concorrente do grupo português em termos de qualidade.

O grupo concorreu à privatização da Gescartão e perdeu para a Sonae, com base num caderno de encargos que acabou por não ser cumprido.

A Mondi International tem quatro milhões de tineladas de papel, dos milhões dos quais na Europa. É a 14º no ranking mundial da PPI.



Rui Cabrita e Gilda Sousa com A.F.
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PTI

por Col » 4/2/2004 4:07

A minha previsão è a seguinte:
1º- Sonae subiu porque Eng.ª precisava de dinheiro p/ comprar a PTI.
2º.- Sonae compra os 30%.
3º. - Lança OPA.
4º. - Entende-se c/ a Suzano p/ reaver parte do capital investido.
Tenho quase a certeza de que o Eng.º não vai perder esta batalha, recordo que ele aprecia muito papel e que já em tempos tentou comprar a ENCE e os Espanhóis não o deixaram.
Col
 

SON / PTI

por JAS » 4/2/2004 2:43

Meteorologista Escreveu:A este respeito e relativamente ao impacto na cotação da Portucel, o que eu ainda não consegui perceber é se, caso ganhasse a actual fase do concurso, a Sonae seria ou não obrigada a uma OPA.

Será escandaloso se não fôr obrigada a isso.
Mas, neste país, tudo é possível quando se trata de privatizações...

Estou de acordo contigo que a subida da SON parece mais um sinal de uma "não participação do concurso" do que de "um ainda maior endividamento".

vvv Escreveu:a estudar o caso está a SEMAPA

Se a Semapa vender parte da Secil, como previsto, pode pensar em diversificar os seus investimentos. Mas no papel? Não me parece...

JAS
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por Meteorologista » 4/2/2004 1:49

Custa-me a crer que a Sonae esteja na corrida e que simultâneamente a sua cotação tenha subido tanto.
Penso até, pelo contrário, que uma das razões da subida possa ser o facto de ter desistido.
A este respeito e relativamente ao impacto na cotação da Portucel, o que eu ainda não consegui perceber é se, caso ganhasse a actual fase do concurso, a Sonae seria ou não obrigada a uma OPA.
Cumprimentos e bons negócios,
Meteorologista
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por zé povinho » 4/2/2004 0:20

tendo ou não levantado o caderno de encargos, oEngº Belmiro está sempre interessado.

o homem sempre disse que a PTI era a sua "menina de oiro", e tudo fará para ser ele a controlar o argumento e desenrolar do filme
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por Ming » 3/2/2004 20:06

Houve essas 3 empresas a levantar o caderno de encargos (o que é mau sinal, por demonstrar muito pouco interesse daqueles que à partida seriam os principais candidatos) mas até agora ninguem entregou propostas ou afirmou estar de facto interessado em participar.

À partida, a situação presente está com mau aspecto (em termos de perspectivas da privatização avançar de facto), mas resta esperar mais uns dias para saber melhor o que se vai passar...
Earthlings? Bah!
 
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Privatização da PTI

por Meteorologista » 3/2/2004 19:25

Acho o tema importante e actual.
Como já informou abaixo o TRSM, há mais interessados:
"Segundo o Diário Económico, a Suzano levantou o caderno de encargos da Portucel, depois da Stora Enso e da Mondi já o terem feito. Poderão, no entanto, existir mais interessados na operação de privatização dos 30% do capital da Portucel, já que, para participar no concurso não é obrigatório levantar o caderno de encargos."
Cumprimentos e bons negócios,
Meteorologista
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Rumo á privatização da PORTUCEL

por vvv » 3/2/2004 17:50

Abro aqui este post com a intenção de fixarem aqui ideias ,opiniões , noticias da Portucel.
Penso ser tema que se deve explorar.

Eu começaria por colocar a questão dos concorrentes á privatização da pti, ao que julgo saber, a estudar o caso está a SEMAPA, penso que cofina também é uma das interessadas.
quais acham que vão ser as conconrentes?

outra questão: Sonae (OU VENDE OU GERE) o que acontecerá?palpites claro.

informo ainda que entrega de propostas até 11 fev 2004
Abraço forense
vvv
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