Finanças & Fundos de Investimento
Re: Finanças & Fundos de Investimento (baixo risco)
Rick Lusitano Escreveu:Para comparar os desempenhos dos 2 ETFs, o melhor é usar o VWRL em USD, para não existir diferenças devido á conversão cambial. A diferença do número de empresas na carteira é realmente relevante, mas se segue o mesmo índice, terá que ter o mesmo desempenho, com menos empresas. Mas vamos supor que as performances antes da fiscalidade e comissões, são idênticos entre os 2 ETFs. Por exemplo, 10% de retorno bruto em ambos.
Isso não é bem assim, existe sempre um tracking error (para cima ou para baixo), i.e., os ETFs de gestão passiva não são equivalentes a 100% aos índices que seguem.
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Re: Finanças & Fundos de Investimento (baixo risco)
Rick Lusitano Escreveu:Comprar ETFs made in US num IF dos EUA leva-se com a dupla-tibutação, no IF dos EUA e no IRS PT. O próprio ETF paga os impostos referentes aos EUA.
Sim... Eventualmente poderás apelar ao ADT com os EUA e pagar apenas 15% nos EUA e o restante (até 28%) em Portugal...

Rick Lusitano Escreveu:Comprar ETFs made in US num IF num IF Português, em que só leva com os impostos no IRS PT. O próprio ETF paga os impostos referentes aos EUA. Parece ser melhor esta opção do que a anterior.
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Parece que sim (quero confirmar isso no início de Abril, porque não estou totalmente convencido do processo aplicado pelo BEST ou Invest...

Rick Lusitano Escreveu:Ou comprar ETFs made in Ireland num IF Português, em que só leva com os impostos no IRS PT, mas que o próprio ETF, paga menos impostos ao fisco do país de domicilio, a Irlanda.
Agora tenho eu uma dúvida. Os fundos têm um regime fiscal mais favorável nos EUA ou na Irlanda? Alguém consegue arranjar 2 fundos iguais, na mesma moeda, em que a diferença seja a domiciliação nos EUA e na Irlanda para vermos se existe alguma variação no seu NAV?

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Re: Finanças & Fundos de Investimento (baixo risco)
Subscrevo.PM_82 Escreveu:Excelente post, file 112!
Quando se gera o pânico a pressão sobre os mercados é consideravelmente superior, originando uma desconfiança generaliza e consequente descidas das cotações. Vou tentar pegar nesta ideia para tentar dividir esta análise por periodos de modo a obter a correlação nas diversas fases do mercado.PM_82 Escreveu:Acrescento ainda que uma das coisas que na prática se verifica é que a correlação não é constante no tempo, tendendo a aumentar muito em períodos de bear market (para 0,8-0,9)
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Re: Finanças & Fundos de Investimento (baixo risco)
Excelente post, file 112!
Apenas a título de curiosidade, em tempos calculei a correlação média entre todas as acções do PSI20 ao longo de 5 anos, tendo obtido um coeficiente de correlação de 0,43.
Acrescento ainda que uma das coisas que na prática se verifica é que a correlação não é constante no tempo, tendendo a aumentar muito em períodos de bear market (para 0,8-0,9), reduzindo assim o potencial ganho de diversificação na altura em que esta é mais necessária. Ainda assim, a redução do risco específico por meio da diversificação é o único almoço grátis que conheço no mundo financeiro.
file 112 Escreveu:Estudos efetuados nos EUA, estimaram que, em média, o coeficiente de correlação entre os retornos de 2 ações selecionadas aleatoriamente é de cerca de 0.30.
Apenas a título de curiosidade, em tempos calculei a correlação média entre todas as acções do PSI20 ao longo de 5 anos, tendo obtido um coeficiente de correlação de 0,43.
Acrescento ainda que uma das coisas que na prática se verifica é que a correlação não é constante no tempo, tendendo a aumentar muito em períodos de bear market (para 0,8-0,9), reduzindo assim o potencial ganho de diversificação na altura em que esta é mais necessária. Ainda assim, a redução do risco específico por meio da diversificação é o único almoço grátis que conheço no mundo financeiro.
In the absence of data, anyone's opinion is valid.
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Re: Finanças & Fundos de Investimento (baixo risco)
Boas,
Riscos de uma carteira, coeficientes de correlação e beta.
Este meu texto tem como referência-base o livro “Fundamentals of Finantial Management” de Eugene F. Brigham e Joel F. Houston (2009), e todos os gráficos e tabelas que apresento são extaídos deste livro.
Embora o retorno esperado de uma carteira (portfolio) seja a média ponderada dos retornos esperados de cada uma das ações individuais componentes do portfolio, o risco da carteira não é a média ponderada dos desvios padrão (DP) das ações individuais.
O risco da carteira é normalmente menor que a média dos DP’s das ações, isto porque a diversificação reduz o risco do portfolio.
Todo o raciocínio e conclusões que vão ser feitas neste texto em relação às ações e a uma carteira de ações, o mesmo se aplica, de forma similar, a fundos de investimento e a uma carteira de fundos.
Para ilustrar o exposto, vou apresentar a Figura 8-4:

A tabela por baixo do gráfico apresenta dados sobre as ações individuais W e M e sobre o portfolio WM composto por 50% de cada uma das ações W e M.
O gráfico da esquerda representa a variação da taxa de retornos das ações W, M e a carteira WM ao longo dos anos, destacando-se a grande variação das duas ações individualmente, pelo que as mesmas são muito arriscadas. No entanto, os retornos do portfolio são constantes em 15% ao longo dos anos, indicando assim que a carteira não tem qualquer risco.
Na parte direita da figura, existem os respetivos gráficos de distribuição de probabilidade que mostram isso mesmo, do quanto são arriscadas as ações individualmente (gráfico de cima), enquanto que o portfolio WM das 2 ações não tem qualquer risco (reta vertical no gráfico de baixo).
Conforme se pode ver na tabela da série de dados, a média dos retornos das ações individuais W e M e a média do portfolio WM são iguais (15.00%), enquanto que o DP de cada uma das ações é de 25.00% ao passo que o DP da carteira das duas ações é de 0.00%, ou seja, o risco desta carteira é nulo. O coeficiente de correlação entre estas duas ações é de -1.
Assim, fica claro neste exemplo que a escolha de duas ações com tendências opostas (uma sobe e outra desce) e com a mesma amplitude de variação em contraciclo, faz com que o risco da carteira destas duas ações seja nulo.
A tendência de duas variáveis (ex. 2 ações) em se moverem em conjunto é designada por correlação, e o coeficiente de correlação (r) mede esta tendência. Em termos estatísticos, podemos dizer que os retornos das ações W e M são perfeitamente correlacionados negativamente, com r = -1.0. O oposto será uma perfeita correlação positiva, com r = +1.0. Se os retornos não estão relacionados uns com os outros em tudo, disse-se que estão a ser independentes e r = 0.0.
No caso dos retornos de 2 ações terem um r = +1.0 (ambas se movem, com a mesma amplitude, para cima ou para baixo), o portfolio composto por essas ações teria exatamente o mesmo risco que o das ações individualmente. Assim, a diversificação das ações (ou dos fundos) é completamente inútil para a redução do risco da carteira se as ações da mesma têm um r = +1.0, mas se este valor for diferente de 1.0, então a diversificação já traz vantagens para a diminuição do risco da carteira.
Na prática, a maioria das ações são positivamente correlacionadas ( r entre 0.0 e 1.0). Estudos efetuados nos EUA, estimaram que, em média, o coeficiente de correlação entre os retornos de 2 ações selecionadas aleatoriamente é de cerca de 0.30. Com este valor de r, a adição de ações numa carteira vai reduzir o risco da mesma, mas não o elimina completamente, só se o r fosse -1.0.
A Figura 8-5 seguinte, ilustra um caso parecido com a realidade anterior em que a carteira tem um r = +0.35.

O retorno médio deste portfolio WY é de 15%, que é o mesmo que os retornos individuais das ações W e Y, mas enquanto o DP da carteira é de 18.62%, o DP de cada uma das ações é já de 22.64%.
Assim, um investidor racional com aversão ao risco detém as duas ações na carteira em vez das mesmas individualmente.
Nos 2 exemplos dados anteriormente foram carteiras apenas com duas ações. O que aconteceria se nós aumentássemos o nº de ações na cateira? Como regra geral, o risco da carteira diminui à medida que aumenta o nº de ações da mesma. E se nós adicionarmos suficientes ações só parcialmente correlacionadas, poderíamos eliminar completamente o risco? Em geral, a resposta é não.
A Figura 8-6 seguinte, ilustra isso mesmo.

Esta figura mostra que o risco de uma carteira diminui à medida que adicionamos cada vez mais ações, sendo de relevar os seguintes pontos:
1. Verifica-se a redução do risco da carteira à medida do aumento das ações adicionadas, com uma taxa de redução variável, e uma vez atingido o nº de 40 a 50 ações, mais ações adicionais já fazem muito pouco para reduzir o risco da carteira;
2. O risco da carteira pode ser dividido em duas partes: o risco diversificável e o risco do mercado, sendo que o primeiro é o risco eliminado pela adição das ações, enquanto que o outro é o risco que se mantém mesmo que a carteira contenha todas as ações do mercado. O risco do mercado é o risco não diversificável ou risco sistemático ou risco beta.
3. O risco diversificável é causado por eventos aleatórios não sistemáticos, tais como: processos judiciais, greves, programas de marketing e de I&D mal sucedidos, vencer ou perder um grande concurso e outros eventos que são exclusivos para as empresas particulares.
Porque esses eventos são aleatórios, os seus efeitos sobre a carteira podem ser eliminados por eventos de diversificação: o mau de uma empresa pode ser compensado pelos bons eventos de outra empresa. Por outro lado, o risco do mercado decorre de fatores que afetam sistematicamente a maioria das empresas: a guerra, inflação, recessão, taxas de juros altas, e outros fatores macro. Porque a maioria das ações são afetadas por macro fatores, o risco do mercado não pode ser eliminado por diversificação.
4. Se selecionarmos cuidadosamente as ações para incluir numa carteira em vez de adicioná-las de forma aleatória, o gráfico mudaria. Em particular se nós escolhermos ações com baixas correlações entre si e com baixo risco (DP) em si mesmo, então neste caso o risco da carteira cairia mais rapidamente do que no caso das ações terem sido adicionadas aleatóriamente. Ora aqui está uma das vantagens importantes da gestão ativa por parte de um investidor ou gestor alfa competente que vai ter outperformance (alfa positivo) em relação ao conjunto aleatório do mercado.
O inverso ocorreria se adicionarmos ações com correlações altas e altos DP’s (risco).
5. A maioria dos investidores são racionais no sentido de que não gostam do risco. Sendo assim, por que não fazer uma carteira de mercado composta por todas as ações? Existem várias razões. Em 1º lugar, os altos custos administrativos e as comissões não seriam compensados pelos benefícios que traria para os investidores individuais. Em 2º lugar, existem os fundos de índice (index funds) que já garantem essa diversificação para os investidores. Em 3º lugar, algumas pessoas pensam que podem escolher ações que irão bater o mercado, de modo que preferem comprá-las em vez do mercado em geral. Em 4º lugar, algumas pessoas podem, por meio de análises fundamental e técnica superiores, bater o mercado, através da compra de ações subvalorizadas e da venda de ações sobrevalorizadas.
6. Uma questão fundamental permanece: Como deve ser o risco de uma ação individual ser medido? O DP dos retornos esperados não é apropriado porque inclui o risco que pode ser eliminado com o manter a ação na carteira. Como, então, devemos medir o risco das ações num mundo onde a maioria das pessoas detêm carteiras? A resposta vai ser dada nos próximos parágrafos.
Então, como vamos medir o risco relevante das ações numa carteira?
Primeiro, note que todos os riscos, exceto os relacionados com os movimentos amplos do mercado, podem e serão diversificados pela maioria dos investidores ao deterem um nº suficiente de ações para mover para baixo a curva de risco da Figura 8-6, anteriormente colocada, até ao ponto onde só o risco do mercado permanece nas suas carteiras.
O risco relevante que permanece na carteira, quando a ação está numa carteira diversificada, é a sua contribuição para o risco de mercado da carteira, e este risco pode ser medido pelo grau de oscilação de uma ação ao mover-se para baixo ou para cima em relação ao mercado. A tendência de uma ação a mover-se relativamente ao mercado é medida através do seu coeficiente beta.
Idealmente nós gostaríamos de ter uma bola de cristal que nos dissesse como a ação se vai mover no futuro em relação ao conjunto das ações do mercado. Mas já que não podemos prever o futuro, normalmente, usamos o histórico dos dados e assumimos que o beta histórico das ações nos dará uma estimativa razoável de como a ação se moverá no futuro em relação ao mercado.
Para ilustrar a utilização de dados históricos vou apresentar a Figura 8-7.

Esta figura mostra os retornos históricos de 3 ações (H, A e L) e um índice do mercado (M).
No ano 1, o mercado, definido por uma carteira contendo todas as ações, teve um retorno de 10%, assim como as 3 ações individuais.
No ano 2, subiu bruscamente para 20%, as ações H (em alta) subiram para 30%, a ação A (média) subiu para 20%, o mesmo que o mercado, e a ação L (em baixa) subiu para 15% . Para os restantes anos é ver a tabela por baixo do gráfico da referida figura.
O gráfico das séries de dados da tabela, mostra que as 3 ações se moveram para cima ou para baixo como o mercado, mas a ação H foi duas vezes mais volátil que o mercado, a ação A (ação de risco médio, que se move para cima e para baixo com a mesma amplitude do mercado, que por definição tem o beta = 1.0) era exatamente tão volátil como o mercado e a ação L tinha apenas metade da volatilidade do mercado. É claro que quanto maior for o declive da linha reta da ação, maior será a sua volatilidade, e, portanto, maior será a sua perda em tendência de baixa do mercado, mas em contrapartida maior será o seu ganho numa tendência em alta do mercado. As inclinações destas linhas retas são os coeficientes beta das ações.
Assim, no gráfico vemos que os declives/betas das retas das ações H, A(média) e L são de 2.0, 1.0 e 0.5 respetivamente. Por definição, a média da volatilidade das ações do mercado é de 1.0.
Assim, porque o beta de uma ação reflete a sua contribuição para o grau de risco de uma carteira, então o beta é a medida teoricamente correta do grau de risco das acões.
Uma carteira composta por ações de baixo beta terá também um baixo beta porque o beta de uma carteira é a média ponderada dos betas das ações individuais.
A seguir vou colocar a Tabela 8-5 que mostra o beta das ações das principais empresas bolsistas dos EUA.

Abr,
file 112
Riscos de uma carteira, coeficientes de correlação e beta.
Este meu texto tem como referência-base o livro “Fundamentals of Finantial Management” de Eugene F. Brigham e Joel F. Houston (2009), e todos os gráficos e tabelas que apresento são extaídos deste livro.
Embora o retorno esperado de uma carteira (portfolio) seja a média ponderada dos retornos esperados de cada uma das ações individuais componentes do portfolio, o risco da carteira não é a média ponderada dos desvios padrão (DP) das ações individuais.
O risco da carteira é normalmente menor que a média dos DP’s das ações, isto porque a diversificação reduz o risco do portfolio.
Todo o raciocínio e conclusões que vão ser feitas neste texto em relação às ações e a uma carteira de ações, o mesmo se aplica, de forma similar, a fundos de investimento e a uma carteira de fundos.
Para ilustrar o exposto, vou apresentar a Figura 8-4:

A tabela por baixo do gráfico apresenta dados sobre as ações individuais W e M e sobre o portfolio WM composto por 50% de cada uma das ações W e M.
O gráfico da esquerda representa a variação da taxa de retornos das ações W, M e a carteira WM ao longo dos anos, destacando-se a grande variação das duas ações individualmente, pelo que as mesmas são muito arriscadas. No entanto, os retornos do portfolio são constantes em 15% ao longo dos anos, indicando assim que a carteira não tem qualquer risco.
Na parte direita da figura, existem os respetivos gráficos de distribuição de probabilidade que mostram isso mesmo, do quanto são arriscadas as ações individualmente (gráfico de cima), enquanto que o portfolio WM das 2 ações não tem qualquer risco (reta vertical no gráfico de baixo).
Conforme se pode ver na tabela da série de dados, a média dos retornos das ações individuais W e M e a média do portfolio WM são iguais (15.00%), enquanto que o DP de cada uma das ações é de 25.00% ao passo que o DP da carteira das duas ações é de 0.00%, ou seja, o risco desta carteira é nulo. O coeficiente de correlação entre estas duas ações é de -1.
Assim, fica claro neste exemplo que a escolha de duas ações com tendências opostas (uma sobe e outra desce) e com a mesma amplitude de variação em contraciclo, faz com que o risco da carteira destas duas ações seja nulo.
A tendência de duas variáveis (ex. 2 ações) em se moverem em conjunto é designada por correlação, e o coeficiente de correlação (r) mede esta tendência. Em termos estatísticos, podemos dizer que os retornos das ações W e M são perfeitamente correlacionados negativamente, com r = -1.0. O oposto será uma perfeita correlação positiva, com r = +1.0. Se os retornos não estão relacionados uns com os outros em tudo, disse-se que estão a ser independentes e r = 0.0.
No caso dos retornos de 2 ações terem um r = +1.0 (ambas se movem, com a mesma amplitude, para cima ou para baixo), o portfolio composto por essas ações teria exatamente o mesmo risco que o das ações individualmente. Assim, a diversificação das ações (ou dos fundos) é completamente inútil para a redução do risco da carteira se as ações da mesma têm um r = +1.0, mas se este valor for diferente de 1.0, então a diversificação já traz vantagens para a diminuição do risco da carteira.
Na prática, a maioria das ações são positivamente correlacionadas ( r entre 0.0 e 1.0). Estudos efetuados nos EUA, estimaram que, em média, o coeficiente de correlação entre os retornos de 2 ações selecionadas aleatoriamente é de cerca de 0.30. Com este valor de r, a adição de ações numa carteira vai reduzir o risco da mesma, mas não o elimina completamente, só se o r fosse -1.0.
A Figura 8-5 seguinte, ilustra um caso parecido com a realidade anterior em que a carteira tem um r = +0.35.

O retorno médio deste portfolio WY é de 15%, que é o mesmo que os retornos individuais das ações W e Y, mas enquanto o DP da carteira é de 18.62%, o DP de cada uma das ações é já de 22.64%.
Assim, um investidor racional com aversão ao risco detém as duas ações na carteira em vez das mesmas individualmente.
Nos 2 exemplos dados anteriormente foram carteiras apenas com duas ações. O que aconteceria se nós aumentássemos o nº de ações na cateira? Como regra geral, o risco da carteira diminui à medida que aumenta o nº de ações da mesma. E se nós adicionarmos suficientes ações só parcialmente correlacionadas, poderíamos eliminar completamente o risco? Em geral, a resposta é não.
A Figura 8-6 seguinte, ilustra isso mesmo.

Esta figura mostra que o risco de uma carteira diminui à medida que adicionamos cada vez mais ações, sendo de relevar os seguintes pontos:
1. Verifica-se a redução do risco da carteira à medida do aumento das ações adicionadas, com uma taxa de redução variável, e uma vez atingido o nº de 40 a 50 ações, mais ações adicionais já fazem muito pouco para reduzir o risco da carteira;
2. O risco da carteira pode ser dividido em duas partes: o risco diversificável e o risco do mercado, sendo que o primeiro é o risco eliminado pela adição das ações, enquanto que o outro é o risco que se mantém mesmo que a carteira contenha todas as ações do mercado. O risco do mercado é o risco não diversificável ou risco sistemático ou risco beta.
3. O risco diversificável é causado por eventos aleatórios não sistemáticos, tais como: processos judiciais, greves, programas de marketing e de I&D mal sucedidos, vencer ou perder um grande concurso e outros eventos que são exclusivos para as empresas particulares.
Porque esses eventos são aleatórios, os seus efeitos sobre a carteira podem ser eliminados por eventos de diversificação: o mau de uma empresa pode ser compensado pelos bons eventos de outra empresa. Por outro lado, o risco do mercado decorre de fatores que afetam sistematicamente a maioria das empresas: a guerra, inflação, recessão, taxas de juros altas, e outros fatores macro. Porque a maioria das ações são afetadas por macro fatores, o risco do mercado não pode ser eliminado por diversificação.
4. Se selecionarmos cuidadosamente as ações para incluir numa carteira em vez de adicioná-las de forma aleatória, o gráfico mudaria. Em particular se nós escolhermos ações com baixas correlações entre si e com baixo risco (DP) em si mesmo, então neste caso o risco da carteira cairia mais rapidamente do que no caso das ações terem sido adicionadas aleatóriamente. Ora aqui está uma das vantagens importantes da gestão ativa por parte de um investidor ou gestor alfa competente que vai ter outperformance (alfa positivo) em relação ao conjunto aleatório do mercado.
O inverso ocorreria se adicionarmos ações com correlações altas e altos DP’s (risco).
5. A maioria dos investidores são racionais no sentido de que não gostam do risco. Sendo assim, por que não fazer uma carteira de mercado composta por todas as ações? Existem várias razões. Em 1º lugar, os altos custos administrativos e as comissões não seriam compensados pelos benefícios que traria para os investidores individuais. Em 2º lugar, existem os fundos de índice (index funds) que já garantem essa diversificação para os investidores. Em 3º lugar, algumas pessoas pensam que podem escolher ações que irão bater o mercado, de modo que preferem comprá-las em vez do mercado em geral. Em 4º lugar, algumas pessoas podem, por meio de análises fundamental e técnica superiores, bater o mercado, através da compra de ações subvalorizadas e da venda de ações sobrevalorizadas.
6. Uma questão fundamental permanece: Como deve ser o risco de uma ação individual ser medido? O DP dos retornos esperados não é apropriado porque inclui o risco que pode ser eliminado com o manter a ação na carteira. Como, então, devemos medir o risco das ações num mundo onde a maioria das pessoas detêm carteiras? A resposta vai ser dada nos próximos parágrafos.
Então, como vamos medir o risco relevante das ações numa carteira?
Primeiro, note que todos os riscos, exceto os relacionados com os movimentos amplos do mercado, podem e serão diversificados pela maioria dos investidores ao deterem um nº suficiente de ações para mover para baixo a curva de risco da Figura 8-6, anteriormente colocada, até ao ponto onde só o risco do mercado permanece nas suas carteiras.
O risco relevante que permanece na carteira, quando a ação está numa carteira diversificada, é a sua contribuição para o risco de mercado da carteira, e este risco pode ser medido pelo grau de oscilação de uma ação ao mover-se para baixo ou para cima em relação ao mercado. A tendência de uma ação a mover-se relativamente ao mercado é medida através do seu coeficiente beta.
Idealmente nós gostaríamos de ter uma bola de cristal que nos dissesse como a ação se vai mover no futuro em relação ao conjunto das ações do mercado. Mas já que não podemos prever o futuro, normalmente, usamos o histórico dos dados e assumimos que o beta histórico das ações nos dará uma estimativa razoável de como a ação se moverá no futuro em relação ao mercado.
Para ilustrar a utilização de dados históricos vou apresentar a Figura 8-7.

Esta figura mostra os retornos históricos de 3 ações (H, A e L) e um índice do mercado (M).
No ano 1, o mercado, definido por uma carteira contendo todas as ações, teve um retorno de 10%, assim como as 3 ações individuais.
No ano 2, subiu bruscamente para 20%, as ações H (em alta) subiram para 30%, a ação A (média) subiu para 20%, o mesmo que o mercado, e a ação L (em baixa) subiu para 15% . Para os restantes anos é ver a tabela por baixo do gráfico da referida figura.
O gráfico das séries de dados da tabela, mostra que as 3 ações se moveram para cima ou para baixo como o mercado, mas a ação H foi duas vezes mais volátil que o mercado, a ação A (ação de risco médio, que se move para cima e para baixo com a mesma amplitude do mercado, que por definição tem o beta = 1.0) era exatamente tão volátil como o mercado e a ação L tinha apenas metade da volatilidade do mercado. É claro que quanto maior for o declive da linha reta da ação, maior será a sua volatilidade, e, portanto, maior será a sua perda em tendência de baixa do mercado, mas em contrapartida maior será o seu ganho numa tendência em alta do mercado. As inclinações destas linhas retas são os coeficientes beta das ações.
Assim, no gráfico vemos que os declives/betas das retas das ações H, A(média) e L são de 2.0, 1.0 e 0.5 respetivamente. Por definição, a média da volatilidade das ações do mercado é de 1.0.
Assim, porque o beta de uma ação reflete a sua contribuição para o grau de risco de uma carteira, então o beta é a medida teoricamente correta do grau de risco das acões.
Uma carteira composta por ações de baixo beta terá também um baixo beta porque o beta de uma carteira é a média ponderada dos betas das ações individuais.
A seguir vou colocar a Tabela 8-5 que mostra o beta das ações das principais empresas bolsistas dos EUA.

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Re: Finanças & Fundos de Investimento (baixo risco)
MarioBarradas Escreveu:Já ando a tentar perceber qual seria o melhor sítio em termos fiscais para subscrever um etf da vanguard.
Se por exemplo domiciliado na irlanda temos o VWRL:
FTSE All-World UCITS ETF FTSE All-World Index Ireland VWRL GBP/USD/EUR/CHF 0.25%
Com activos de 2900 empresas;
O "mesmo" fundo nos US (VT) custa 0,19% e tem 5350 empresas.
Ora só uma vantagem fiscal é que faria um cliente optar pelo VWRL e não pelo VT. (Excluindo investidores UK)
Para comparar os desempenhos dos 2 ETFs, o melhor é usar o VWRL em USD, para não existir diferenças devido á conversão cambial. A diferença do número de empresas na carteira é realmente relevante, mas se segue o mesmo índice, terá que ter o mesmo desempenho, com menos empresas. Mas vamos supor que as performances antes da fiscalidade e comissões, são idênticos entre os 2 ETFs. Por exemplo, 10% de retorno bruto em ambos.
VT = 10% - Impostos nos EUA = ? (Valor liquido) - 0.19% = ??
VWRL = 10% - Impostos na Irlanda = ? (Valor liquido) - 0.25% = ??
A fiscalidade poderá interessante, para escolher o domicilio dos ETFs. Comprar ETFs made in US, ou made in Ireland?




Talvez os experts de fiscalidade, possam dar uma ajuda.

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Re: Finanças & Fundos de Investimento (baixo risco)
Já ando a tentar perceber qual seria o melhor sítio em termos fiscais para subscrever um etf da vanguard.
Se por exemplo domiciliado na irlanda temos o VWRL:
FTSE All-World UCITS ETF FTSE All-World Index Ireland VWRL GBP/USD/EUR/CHF 0.25%
Com activos de 2900 empresas;
O "mesmo" fundo nos US (VT) custa 0,19% e tem 5350 empresas.
Ora só uma vantagem fiscal é que faria um cliente optar pelo VWRL e não pelo VT. (Excluindo investidores UK)
Se por exemplo domiciliado na irlanda temos o VWRL:
FTSE All-World UCITS ETF FTSE All-World Index Ireland VWRL GBP/USD/EUR/CHF 0.25%
Com activos de 2900 empresas;
O "mesmo" fundo nos US (VT) custa 0,19% e tem 5350 empresas.
Ora só uma vantagem fiscal é que faria um cliente optar pelo VWRL e não pelo VT. (Excluindo investidores UK)
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Re: Finanças & Fundos de Investimento (baixo risco)
Em relação a fiscalidade e como falei anteriormente das empresas dos EUA, criarem estratégias de optimização fiscal na Irlanda:
Fonte: Jornal de Negócios - França exige à Google mil milhões de euros em impostos (05 Fevereiro 2014, 11:59)
http://www.jornaldenegocios.pt/empresas/industria/detalhe/franca_multa_google_em_mil_milhoes.html
Isto ajuda a explicar porque é que as empresas dos EUA, incluindo as gestoras, criam fundos na Irlanda, e não por exemplo, em Espanha, ou na França ou na Alemanha. Por isso, é que a maior parte dos fundos de investimento são domiciliados no Luxemburgo e na Irlanda, que tem regimes fiscais mais benéficos para as empresas.
Jornal de Negócios Escreveu:O Google tem, desde sempre, defendido que não comete qualquer ilegalidade. Em França declara pouco menos de 150 milhões de euros de facturação. A maior parte do negócio é registada na Irlanda.
Fonte: Jornal de Negócios - França exige à Google mil milhões de euros em impostos (05 Fevereiro 2014, 11:59)
http://www.jornaldenegocios.pt/empresas/industria/detalhe/franca_multa_google_em_mil_milhoes.html
Isto ajuda a explicar porque é que as empresas dos EUA, incluindo as gestoras, criam fundos na Irlanda, e não por exemplo, em Espanha, ou na França ou na Alemanha. Por isso, é que a maior parte dos fundos de investimento são domiciliados no Luxemburgo e na Irlanda, que tem regimes fiscais mais benéficos para as empresas.
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Re: Finanças & Fundos de Investimento (baixo risco)
Sim são contas apenas para quem reside fiscalmente nos EUA. Infelizmente na Europa não existe a "cultura" de tomar conta da própria reforma e confia-se no estado para essa função.
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Re: Finanças & Fundos de Investimento (baixo risco)
Keizer Escreveu:Mouro_Emprestado Escreveu:Seja um ETF sedeado nos EUA ou na Europeia*, corres sempre o risco da dupla-tributação (não conheço nenhum país do mundo desenvolvido onde a taxa de tributação sobre os dividendos seja nula).
Nos EUA existem contas poupança (Roth IRA e 401K) em que os dividendos são tax-free.
Mas tens de ser residente nos USA para as poderes usar não?
Re: Finanças & Fundos de Investimento (baixo risco)
Mouro_Emprestado Escreveu:Seja um ETF sedeado nos EUA ou na Europeia*, corres sempre o risco da dupla-tributação (não conheço nenhum país do mundo desenvolvido onde a taxa de tributação sobre os dividendos seja nula).
Nos EUA existem contas poupança (Roth IRA e 401K) em que os dividendos são tax-free.
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Re: Finanças & Fundos de Investimento (baixo risco)
VirtuaGod Escreveu:Tenho andado a "tentar" estudar a entrada do iShares em Portugal através do BEST.
Gostaria de saber se haverá algum problema de dupla tributação pois parece-me que pela lógica não haverá.
Ainda por cima alguns ETFs são interessantes:
Guia dos produtos da iShares em Portugal
Com jeitinho gasto aí 2/3 dias a estudar isso!! Já andaste a ver isso Rick?
Qd saiu eu tentei perceber as diferenças em relação ao que já havia (compra de ETFs em bolsa via Best) ... pareceu-me que ficava tudo na mesma e era só publicidade

Estava errado?
Re: Finanças & Fundos de Investimento (baixo risco)
VirtuaGod Escreveu:Tenho andado a "tentar" estudar a entrada do iShares em Portugal através do BEST.
Gostaria de saber se haverá algum problema de dupla tributação pois parece-me que pela lógica não haverá.
Seja um ETF sedeado nos EUA ou na Europeia*, corres sempre o risco da dupla-tributação (não conheço nenhum país do mundo desenvolvido onde a taxa de tributação sobre os dividendos seja nula).
A questão é se podes aplicar o Acordo para evitar a Dupla Tributação (em teoria... sim!) para seres apenas tributado (na prática) em Portugal à taxa liberatória de 28%.
* O facto de pertencermos à UE não permite a aplicação de nenhum mecanismo de dispensa/redução de tributação económica internacional, excepto em casos específicos para quem tem participações qualificadas (i.e., para o investidor comum, não se aplicam na prática).
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Re: Finanças & Fundos de Investimento (baixo risco)
Eles andam a cortar nas despesas. É uma guerra, para ver quem corta mais. É sempre bom para o investidor.
Fonte: Seeking Alpha - 9 Select Sector SPDR ETFs get expense ratio cuts (Feb 3 2014, 19:15 ET)
http://seekingalpha.com/news/1545291-9-select-sector-spdr-etfs-get-expense-ratio-cuts

Fonte: Seeking Alpha - 9 Select Sector SPDR ETFs get expense ratio cuts (Feb 3 2014, 19:15 ET)
http://seekingalpha.com/news/1545291-9-select-sector-spdr-etfs-get-expense-ratio-cuts
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Re: Finanças & Fundos de Investimento (baixo risco)
Isto realmente estar a ler as coisas à noite cansado dá nisto (interpretar mal O que os outros foristas escrevem)
Com mais tempo (e muito menos cansaço) podemos trocar umas impressões sobre as diferentes casas que gerem os maiores fundos

Com mais tempo (e muito menos cansaço) podemos trocar umas impressões sobre as diferentes casas que gerem os maiores fundos

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Re: Finanças & Fundos de Investimento (baixo risco)
Mouro_Emprestado Escreveu:file 112 Escreveu:Rick Lusitano Escreveu: Tenho andado a "tentar" estudar a entrada do iShares em Portugal através do BEST.
(...)
Já estudei a maior parte dos índices da MSCI existentes, regionais e de países individuais, falta estudar os índices da FTSE.
A iShares, trabalha mais com índices MSCI, mas é que cobra mais de despesas, tem maior oferta, mesmo para segmentos mais especificos. A Vanguard é a mais barata, mas tem menos oferta de ETFs mais especificos, é mais na onda generalista,
@Rick:
Os tipos da Vanguard têm uma filosofia simplificadora de se estar exposto ao mercado global de ações e de obrigações, apenas com poucos fundos de índice representativos das ações e obrigações dos EUA e das chamadas obrigações e ações estrangeiras (total - EUA).
Já uma vez escrevi neste tópico que de acordo com um estudo da Morningstar não vale a pena ter mais que 7/8 fundos acionistas descorrelacionados, pois, verdadeiramente, não se vai aumentar a sua dispersão (descorrelação) e a diminuição do risco, e até disse que depois de escolhermos a percentagem de alocação de ações versus obrigações da nossa carteira, em função do nosso perfil de risco e do time frame (período de detenção dos ativos) de curto, médio ou longo prazo (preferencial), podíamos só ter, teoricamente, dois fundos de ações e de obrigações dos EUA e outros dois fundos globais de ações e de obrigações do resto do mundo (total - EUA), só que na prática o fundo de ações globais têm também cerca de 50% de ações que são dos EUA, logo há aqui uma sobreposição com o fundo dos EUA que convinha corrigir, logo tinha-se de criar um fundo global (estrangeiro) que excluísse os EUA e tivesse a percentagem de ponderação dos países estrangeiros (não EUA) de acordo com o peso do seu mercado bolsista relativamente ao mercado mundial (total). Assim, neste caso estávamos expostos à média ponderada do mercado global e não precisávamos de mais fundos, especialmente para uma estratégia passiva de longo prazo. E porque tal não é criado? Para garantir as comissões de gestão às várias casas gestoras, assim como é também mais conveniente ter mais ETF's que poucos para os intermediários financeiros. Então, nós andamos todos contentes a colecionar ativamente fundos de investimentos e ETF's e eles a rirem-se à nossa custa.
Abr,
file 112
Não é por nada mas duvido que a Vanguard ande a aconselhar ter-se Um fundo accionista exposto aos EUA e depois outro exposto ao mercado global.
Tens a certeza que o que estava a ser defendido não seria uma carteira com o Vanguard VT (total mundial) vs o Vanguard VTI ( EUA) + Vanguard Vxus (O resto do mundo) ?
É que em termos de comissões a Vanguard está longe de ser uma sanguesuga[/quote]
@Mouro_Emprestado:
Tu comprendeste mal o meu pensamento, talvez a culpa seja minha por não ter sido pelos vistos totalmente explícito, contudo no 1º parágrafo do meu texto eu destaco a Vanguard como seja uma casa simplificadora de fundos sem descorar a sua exposição ao mercado mundial, e não fazer uma coleção de ETF's de ishares como a BlackRock faz, que, como sabes, é das maiores gestoras globais de ativos financeiros.
No entanto, vou-te dizer uma coisa óbvia da psicologia humana, para entenderes melhor o core do pensamento do meu texto: Quando se vai a uma loja de roupa em que na montra são apresentados vários tipos de modelos de roupa, será mais provável os clientes comprarem mais peças de roupa que no caso da montra ter um modelo único ou dois tipo farda da tropa. Mas mais peças de roupa pode não significar que estejamos mais bem vestidos ao longo do tempo, ou seja, melhor expostos à média ponderada global.
Abr,
file 112
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Re: Finanças & Fundos de Investimento (baixo risco)
file 112 Escreveu:Rick Lusitano Escreveu:VirtuaGod Escreveu:Tenho andado a "tentar" estudar a entrada do iShares em Portugal através do BEST.
(...)
Já estudei a maior parte dos índices da MSCI existentes, regionais e de países individuais, falta estudar os índices da FTSE.
A iShares, trabalha mais com índices MSCI, mas é que cobra mais de despesas, tem maior oferta, mesmo para segmentos mais especificos. A Vanguard é a mais barata, mas tem menos oferta de ETFs mais especificos, é mais na onda generalista,
@Rick:
Os tipos da Vanguard têm uma filosofia simplificadora de se estar exposto ao mercado global de ações e de obrigações, apenas com poucos fundos de índice representativos das ações e obrigações dos EUA e das chamadas obrigações e ações estrangeiras (total - EUA).
Já uma vez escrevi neste tópico que de acordo com um estudo da Morningstar não vale a pena ter mais que 7/8 fundos acionistas descorrelacionados, pois, verdadeiramente, não se vai aumentar a sua dispersão (descorrelação) e a diminuição do risco, e até disse que depois de escolhermos a percentagem de alocação de ações versus obrigações da nossa carteira, em função do nosso perfil de risco e do time frame (período de detenção dos ativos) de curto, médio ou longo prazo (preferencial), podíamos só ter, teoricamente, dois fundos de ações e de obrigações dos EUA e outros dois fundos globais de ações e de obrigações do resto do mundo (total - EUA), só que na prática o fundo de ações globais têm também cerca de 50% de ações que são dos EUA, logo há aqui uma sobreposição com o fundo dos EUA que convinha corrigir, logo tinha-se de criar um fundo global (estrangeiro) que excluísse os EUA e tivesse a percentagem de ponderação dos países estrangeiros (não EUA) de acordo com o peso do seu mercado bolsista relativamente ao mercado mundial (total). Assim, neste caso estávamos expostos à média ponderada do mercado global e não precisávamos de mais fundos, especialmente para uma estratégia passiva de longo prazo. E porque tal não é criado? Para garantir as comissões de gestão às várias casas gestoras, assim como é também mais conveniente ter mais ETF's que poucos para os intermediários financeiros. Então, nós andamos todos contentes a colecionar ativamente fundos de investimentos e ETF's e eles a rirem-se à nossa custa.
Abr,
file 112
Não é por nada mas duvido que a Vanguard ande a aconselhar ter-se Um fundo accionista exposto aos EUA e depois outro exposto ao mercado global.
Tens a certeza que o que estava a ser defendido não seria uma carteira com o Vanguard VT (total mundial) vs o Vanguard VTI ( EUA) + Vanguard Vxus (O resto do mundo) ?
É que em termos de comissões a Vanguard está longe de ser uma sanguesuga
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Re: Finanças & Fundos de Investimento (baixo risco)
Rick Lusitano Escreveu:VirtuaGod Escreveu:Tenho andado a "tentar" estudar a entrada do iShares em Portugal através do BEST.
(...)
Já estudei a maior parte dos índices da MSCI existentes, regionais e de países individuais, falta estudar os índices da FTSE.
A iShares, trabalha mais com índices MSCI, mas é que cobra mais de despesas, tem maior oferta, mesmo para segmentos mais especificos. A Vanguard é a mais barata, mas tem menos oferta de ETFs mais especificos, é mais na onda generalista,
@Rick:
Os tipos da Vanguard têm uma filosofia simplificadora de se estar exposto ao mercado global de ações e de obrigações, apenas com poucos fundos de índice representativos das ações e obrigações dos EUA e das chamadas obrigações e ações estrangeiras (total - EUA).
Já uma vez escrevi neste tópico que de acordo com um estudo da Morningstar não vale a pena ter mais que 7/8 fundos acionistas descorrelacionados, pois, verdadeiramente, não se vai aumentar a sua dispersão (descorrelação) e a diminuição do risco, e até disse que depois de escolhermos a percentagem de alocação de ações versus obrigações da nossa carteira, em função do nosso perfil de risco e do time frame (período de detenção dos ativos) de curto, médio ou longo prazo (preferencial), podíamos só ter, teoricamente, dois fundos de ações e de obrigações dos EUA e outros dois fundos globais de ações e de obrigações do resto do mundo (total - EUA), só que na prática o fundo de ações globais têm também cerca de 50% de ações que são dos EUA, logo há aqui uma sobreposição com o fundo dos EUA que convinha corrigir, logo tinha-se de criar um fundo global (estrangeiro) que excluísse os EUA e tivesse a percentagem de ponderação dos países estrangeiros (não EUA) de acordo com o peso do seu mercado bolsista relativamente ao mercado mundial (total). Assim, neste caso estávamos expostos à média ponderada do mercado global e não precisávamos de mais fundos, especialmente para uma estratégia passiva de longo prazo. E porque tal não é criado? Para garantir as comissões de gestão às várias casas gestoras, assim como é também mais conveniente ter mais ETF's que poucos para os intermediários financeiros. Então, nós andamos todos contentes a colecionar ativamente fundos de investimentos e ETF's e eles a rirem-se à nossa custa.
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Re: Finanças & Fundos de Investimento (baixo risco)
VG, queres ir á Itália, conhecer o Bill?

http://www.idsspa.info/formtools/modules/form_builder/published/pimco_it_2014.php


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Re: Finanças & Fundos de Investimento (baixo risco)
VirtuaGod Escreveu:Tenho andado a "tentar" estudar a entrada do iShares em Portugal através do BEST.
Gostaria de saber se haverá algum problema de dupla tributação pois parece-me que pela lógica não haverá.
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Com jeitinho gasto aí 2/3 dias a estudar isso!! Já andaste a ver isso Rick?
Se esse é o PDF, que saiu do lançamento, na altura, vi por alto, como vi agora, e continuo a reparar que tem muitos ETFs INC, em obrigações, não tem Hedges cambiais. Não tinha algumas categorias de ETF, que queria, principalmente em ACC.
Imobiliário Global só mesmo comprando vários ETFs regionais e são todos de INC. Os ETFs de obrigações todos, excepto os da categoria TIPS, são todos em INC. Em Corporate não tem Global em EUR, é por fatias, região, ex-financials e financials, em governamentais também é fatias regionais e por duracção. Não tem HY em EUR. Não tem Acções FM, mas tem MSCI World (ACC) e MSCI EM (INC) ou EM MV (ACC) em EUR.
Precisa de ser mais trabalhada a oferta da iShares através do BB.
Se fosse criar 1 lazy portfolio de ETFs, teria de ter:
ACÇÕES:
Global ou:



BONDS:
Global ou:


REIT:



SEM:
Commodities
Ouro
Global Stocks: VT (FTSE Global) ou VTI + VXUS + FM (MSCI US + MSCI ACWI ex-US + MSCI FM), o VEU usa o FTSE All World ex-US
Global Bonds: BND + BNDX
Global Property: VNQ + VNQI ou RWO
Global Timber & Forestry

Global Infrastructure

* Estes 2 segmentos ainda estão a dar os primeiros passos para o formato REIT, existindo, acções de empresas ligadas a estes 2 segmentos. Os ETFs que existem têm exposição indirecta.
Já estudei a maior parte dos índices da MSCI existentes, regionais e de países individuais, falta estudar os índices da FTSE.
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Re: Finanças & Fundos de Investimento (baixo risco)
Tenho andado a "tentar" estudar a entrada do iShares em Portugal através do BEST.
Gostaria de saber se haverá algum problema de dupla tributação pois parece-me que pela lógica não haverá.
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Com jeitinho gasto aí 2/3 dias a estudar isso!! Já andaste a ver isso Rick?
Gostaria de saber se haverá algum problema de dupla tributação pois parece-me que pela lógica não haverá.
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Com jeitinho gasto aí 2/3 dias a estudar isso!! Já andaste a ver isso Rick?
Artigos e estudos: Página repositório dos meus estudos e análises que vou fazendo. Regularmente actualizada. É costume pelo menos mais um estudo por semana. Inclui a análise e acompanhamento das carteiras 4 e 8Fundos.
Portfolio Analyser: Ferramenta para backtests de Fundos e ETFs Europeus
"We don’t need a crystal ball to be successful investors. However, investing as if you have one is almost guaranteed to lead to sub-par results." The Irrelevant Investor
Portfolio Analyser: Ferramenta para backtests de Fundos e ETFs Europeus
"We don’t need a crystal ball to be successful investors. However, investing as if you have one is almost guaranteed to lead to sub-par results." The Irrelevant Investor
Re: Finanças & Fundos de Investimento (baixo risco)
ghorez Escreveu:Tridion Escreveu:Rick Lusitano Escreveu:(mouro, não tinhas outros nick, antes? "ghorez"? )
Acho que não, o ghorez foi raptado por uma data de funcionários públicos em fúria e só vai ser devolvido quando houver a reposição de salários!
O ghorez é como o zorro. Aparece perante as injustiças, e volta a desaparecer quando, aparentemente, os fp parece que vão contribuir com qualquer coisita para esta crise.
Neste momento está o "Trovão" a pastar, e eu entretido com a "Zeta-Jones".![]()
Quanto à discussão gestão passiva vs activa...épa deixem-se de coisa. Eu por acaso agora utilizo mais etf, mas ainda não consegui resgatar o PIMCO total return/global return...ainda acredito no King das obrigações. E quando subir as tx de juro e a sangria começar/continuar, até estou a pensar reforçar qualquer coisa![]()
bom dia a todos!
Bem vindo de volta, ghorez.

Realmente reparei a tua falta no campo dos ETFs, como falavas em questões práticas de ETFs, a escolha dos ETFs, do IF, etc, (em vez da pseudo-discussão da gestão activa vs. passiva). Na altura, andavas a procura de ETFs europeus, com capitalização? Como fizestes a tua carteira de ETFs, num IF nacional ou estrangeiro? Seria muito interessante, esta temática numa perspectiva de Portugal. Seria salutar, este tipo de partilha de conhecimentos, nos ETFs, pois fala-se pouco neles.
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Re: Finanças & Fundos de Investimento (baixo risco)
Daemoon Escreveu:Ora porra tenho de concordar com o file 112
Companheiro, vais ver que ainda vamos ser amigos. Já agora aproveito para me penitenciar daquela de dizer que o teu cérebro é um vazio de ideias próprias, pois foi um output desproporcionado em relação a um input teu desconforme, mas o meu feitio não é bom quando picado, como o teu, mas pelo menos reconheço quando erro: o tópico do VG foi bloqueado não só por minha causa, porque reagi a um comentário lateral teu, mas também por tua causa e por um acumular de situações anteriores. Eu só falei em supositórios porque tu falaste antes em comprimidos.
Um abraço,
file 112
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Re: Finanças & Fundos de Investimento (baixo risco)
Ora porra tenho de concordar com o file 112 

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Re: Finanças & Fundos de Investimento (baixo risco)
ghorez Escreveu:Tridion Escreveu:Rick Lusitano Escreveu:(mouro, não tinhas outros nick, antes? "ghorez"? )
Acho que não, o ghorez foi raptado por uma data de funcionários públicos em fúria e só vai ser devolvido quando houver a reposição de salários!
O ghorez é como o zorro. Aparece perante as injustiças, e volta a desaparecer quando, aparentemente, os fp parece que vão contribuir com qualquer coisita para esta crise.
Neste momento está o "Trovão" a pastar, e eu entretido com a "Zeta-Jones".

(...)
@ghorez:
Há uma coisa que ficamos a saber: tu não és funcionário público (FP). Dá também para ver que tu, tal como o PC (Passos Coelho), tens uma certa "azia" pelos FP e, porventura, também pelos reformados. Nunca te esqueças das raízes do teu saber: os teus professores, e estes também são funcionários públicos, a menos que tenhas andado sempre em colégios e instituições particulares de ensino. Quanto aos reformados, um dia os jovens também serão reformados, caso sobrevivam até à idade de reforma, e aí vamos ver se alguns não vão mudar de ideias.
Qualquer dia, talvez patrocinado pelas ideias do PC, vai haver um desses economistas "espertalhões" a dizer que este País chegou ao estado em que está não por culpa de alguns do triunvirato (com a justiça passiva a assistir na bancada) - politicos, banqueiros e empreiteiros - mas sim devido aos milionários ordenados dos FP e dos reformados. Qual será a solução pragmática para este problema? Talvez... passe por começar por dar uma dose letal aos reformados e quanto aos FP, talvez passe por transformá-los nuns "moços de recados" não remunerados dos trabalhadores do privado "espertalhões", porque pertencem a uma casta superior de evolução da raça humana.
Já agora, aos nossos pais muito idosos, que só nos incomodam, e agora ainda por cima recebem pouco dinheiro da reforma, talvez a solução pragmática passe por também lhe dar uma dose letal, para recebermos a herança mais cedo.
Conheço gente na função pública que são uma autêntica nulidade mas outros estão ao nível ou superior ao que de melhor há na privada, e neste último caso também há gente que nem serve para engraxar sapatos (sem menosprezo pelos engraxadores que é uma profissão digna como qualquer outra).
Não podemos embarcar em teorias maquiavélicas de "público contra privado" e de "velhos contra jovens".
Abr,
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