Viver de rendimentos
Re: Viver de rendimentos
Pelo que tenho lido tem até sido bastante construtivo, no sentido de chamar as pessoas à realidade da vida, de mostrar que muitas vezes os planeamentos saem furados. A tal Ford Transit entrando pela casa dentro.
A história da Ford Transit representa um evento inesperado que pode obrigar a ter que descapitalizar-me e, consequentemente comprometer os rendimentos passivos provenientes do capital investido. Por outro lado, a Ford Transit pode vir num formato menos monetário, pode vir em formato cancro sem cura ou em formato literal, isto é, 2,5 toneladas de chapa sobre 4 rodas. Nesse caso, só seria de lamentar andar a procrastinar - e agora uso as tuas palavras - "fazer o que se gosta, passear, viajar, ler, apoiar a família, os filhos, os netos, enfim o que se gosta..", por mais perfeito que seja o plano, de facto "muitas vezes os planeamentos saem furados", ou atropelados.
1º. Está-se a partir de um rendimento de 4%, e já se falou até em em 18%. Ora neste momento depósitos a prazo no máximo 3% com muita sorte 3,5%. Obrigações mais um pouquinho, depende das obrigações. Exposição aos mercados mundiais, será que se pode considerar isso rendimentos seguros para a vida? Depois 4%, sobre 150.000 são 6.000/12=500 euros mensais. (Admitindo que seria limpo, porque se tirar os 28% menos fica). Mesmo com casa e admitindo que vai ter carne e vegetais gratuitos, (???) dará para fazer tudo que gosta?
No meu caso sim, dará. Não acordei certo dia e decidi que me queria reformar, já estou a planear isto há alguns anos, portanto sei exactamente as despesas que vou ter, incluindo o custo de fazer aquilo que gosto, que sorte a minha, não custa nada.
Relativamente ao investimento, grande parte está alocada em fundos de gestão passiva compostos por acções de milhares de empresas diferentes com exposição a todas as regiões geográficas e sectores económicos. Na minha visão, depois do quintal com batatas e nabiças, não há nenhum investimento mais seguro que deter participação em empresas essenciais para o funcionamento do mundo como o conhecemos. Se essas empresas cairem, o mundo cai, os bancos abrem falência e os depósitos a prazo vão-se, sem economia nenhum estado soberano pode continuar a cumprir as suas obrigações, portanto, também as obrigações entram em default. Os 18% são insustentáveis a longo prazo, mas é para corroborar a ideia que a regra dos 4% é demasiado rigida.
3º. Onde lhe vai ficar a liberdade quando tiver que estar em casa para dar de comer ao porquinho, ás galinhas, época de poda das árvores, da plantação, da colheita? Ou imagina que porco e galinha só comem de 6 em 6 meses no intervalo das viagens? As árvores, as sementeiras, as colheitas esperam a volta?
Automatização. Sistema de rega automático mais concretamente. Estás a pintar um cenário demasiado "rural"... De qualquer forma no caso de optar por ter galinhas, também é possível automatizar com comedores temporizados.
2º. Acompanhar os mercados e o respetivo stress, que é impróprio para cardíacos. Que qualidade de vida é essa? Que liberdade é essa de ficar atrás de um pc? Bom, mas quem corre por gosto não cansa e se e isso que faz feliz tudo bem. Agora não é isso uma forma de trabalho?
luma60, fundos de gestão p-a-s-s-i-v-a. Não vejo TV nem leio jornais, portanto não acompanho coisa nenhuma, muito menos os mercados....
4º. Para se fazer o que se gosta, por exemplo viajar, precisa-se de dinheiro, que não entram no orçamento previamente elaborado. Pode ser muito engraçado, ir á boleia, à aventura, quando se tem 25, 30 ou até 40 anos. Mas o organismo desgasta-se e a energia se esvai e aos 50 ou 60 provavelmente não há a mesma disposição e aí precisa de dinheiro se o quiser fazer. Também a alimentação principalmente nas viagens, pode ser frugal, mas aos 50, aparece a diabetes, o colesterol e os cuidados já são outros, da mesma forma que a hospedagem. É muito interessante dormir em saco cama e tendas quando se tem os 25, mas aos 50 quando a artrose, a escoliose e a reumatose começam a dar ar da sua graça, será que se dorme bem no chão no saco cama? E aí cá vêm as despesas com os médicos, medicamentos e essa parafernália toda.
Diz isso aos turistas alemães, holandes e franceses que inundam o Algrave nas suas caravanas durante o Verão. Nunca lhes perguntei a idade, mas diria que a faixa etária ronda os 50-60.
Mais uma vez, é tudo uma questão de perspectiva, tu vês um copo meio vazio onde eu vejo um copo meio cheio.
Pintei um cenário feiito, reconheço, mas se estão a partir para a situação de viver de rendimentos, façam bem as continhas antes, para não terem uma deceção, quando verificarem que as contas não batem e depois seja tarde para voltar atrás.
Sem problema, quem tem menos apetência ao risco e gosta de sentir que tem tudo sobre controlo então que faça a coisa de forma mais moderada, que se reforme entre os 35-40. Eu funciono de forma oposta, posso reformar-me aos 25 anos e estou plenamente confiante no que estou a fazer. Se for um falhanço total, para mim continua a ser uma vitória.
O link que o sergix postou responde a todas as questões.
Editado pela última vez por Visitante em 17/12/2013 0:38, num total de 1 vez.
Re: Viver de rendimentos
Sr_SNiper Escreveu:Que idade tens tretas?
Já vou bem encaminhado prós 40. Tu e o Metallising ainda são jovens, admiro o que já conseguiram. Eu neste momento tenho uma taxa de poupança do meu ordenado que é total, ou seja, já vivo dos rendimentos. Só não me retiro, porque até gosto do que faço, e ainda não me sinto totalmente confortável, como disse, acho que mais uns 100k não fazem mal nenhum, para os imprevistos.
Re: Viver de rendimentos
sergix Escreveu:Está na altura de fazer uma lista de objeções com as respectivas resposta, porque se não andamos há volta do mesmo:
http://earlyretirementextreme.com/wiki/ ... Objections
Excelente link, sergix. Obrigado pela partilha.
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Re: Viver de rendimentos
joaoventura Escreveu:luma60 Escreveu:Pintei um cenário feiito, reconheço, mas se estão a partir para a situação de viver de rendimentos, façam bem as continhas antes, para não terem uma deceção, quando verificarem que as contas não batem e depois seja tarde para voltar atrás.
Bom post este da luma60, e para complementar o que citei do seu post, deixo este link (http://en.wikipedia.org/wiki/Planning_fallacy) que descreve um estudo feito por Daniel Kahneman e Amos Tversky, que para quem não sabe, são considerados dois dos fundadores da moderna "behavioral economics".
Basicamente é descrito os estudos de Kahneman e Tversky onde se verificou que, na sua generalidade, as pessoas têm tendência a subestimar as dificuldades e a focarem-se em argumentos optimistas quando realizam planos. Se tiverem interesse neste tipo de estudos e conclusões, recomendo o livro "Thinking, Fast and Slow" de Daniel Kahneman, muito denso mas muito interessante (encontra-se facilmente em versão digital na internet, via Google), onde este e outros estudos de Kahneman e Tversky são descritos.
João Ventura
Excelente livro e já traduzido em Portugues!
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Re: Viver de rendimentos
luma60 Escreveu:Pintei um cenário feiito, reconheço, mas se estão a partir para a situação de viver de rendimentos, façam bem as continhas antes, para não terem uma deceção, quando verificarem que as contas não batem e depois seja tarde para voltar atrás.
Bom post este da luma60, e para complementar o que citei do seu post, deixo este link (http://en.wikipedia.org/wiki/Planning_fallacy) que descreve um estudo feito por Daniel Kahneman e Amos Tversky, que para quem não sabe, são considerados dois dos fundadores da moderna "behavioral economics".
Basicamente é descrito os estudos de Kahneman e Tversky onde se verificou que, na sua generalidade, as pessoas têm tendência a subestimar as dificuldades e a focarem-se em argumentos optimistas quando realizam planos. Se tiverem interesse neste tipo de estudos e conclusões, recomendo o livro "Thinking, Fast and Slow" de Daniel Kahneman, muito denso mas muito interessante (encontra-se facilmente em versão digital na internet, via Google), onde este e outros estudos de Kahneman e Tversky são descritos.
Em "Why Smart People Make Big Money Mistakes and How to Correct Them" (outro livro que se encontra facilmente em pdf), Thomas Gilovich defende que uma boa regra empírica para tomar em conta este factor da falácia de planemento é acrescentar cerca de 25% aos custos (ou ao tempo que qualquer tarefa demorará) e retirar 25% aos ganhos (ou o equivalente em tempo). Pessoalmente, eu planeio para os 50% (50% mais de custos e de tempo que demorarei a fazer uma tarefa). Acabo por ficar quase sempre abaixo deste valor, mas tenho mais surpresas agradáveis que desagradáveis..
João Ventura
Re: Viver de rendimentos
Metallising Escreveu:Se em vez de se poupar 75%, se poupar 60%, em vez de 7 anos são necessário 13. Com uma taxa de poupança de 50% são necessário 17 anos! Viva às batatas e nabiças e arroz com atum!
Trabalho há precisamente 10 anos.
Nestes 10 anos, o meu salário aumentou cerca de 33% (obviamente as retenções também subiram, fruto de aumento de escalões e de impostos).
Aproximei e considerei que os aumentos foram regulares (só não o foram nos anteriores 4 anos - aumento zero, compensados por 2 aumentos este ano totalizando +7%).
Usando o salário médio destes 10 anos, totalizo até agora uma taxa de poupança de apenas 31%.
No entanto, nos últimos 3/4 anos, com algumas mudanças de perfil de gastos, sendo as que mais pesaram:
- Deixei de "torrar" dinheiro a abastecer contas de trading, porque felizmente desde então moderei e melhorei o trading, e tenho estado sempre positivo ou neutro;
- Deixei de viajar. Como já disse, nem gosto e até stresso se tiver de viajar. As poucas que fiz foram 5 países por 7 vezes - 5 por obrigação "moral" de visitar família e amigos, 1 por trabalho, e apenas 1 por verdadeiro lazer;
- Deixei de fumar há quase 3 anos.
Tenho tido nestes últimos anos uma taxa de poupança de 65% do meu salário actual (71% do meu salário médio de 10 anos).
Isto ilustra como certas mudanças podem ter grandes impactos.
Re: Viver de rendimentos
Está na altura de fazer uma lista de objeções com as respectivas resposta, porque se não andamos há volta do mesmo:
http://earlyretirementextreme.com/wiki/ ... Objections
http://earlyretirementextreme.com/wiki/ ... Objections
Re: Viver de rendimentos
DC1989. não se zangue, pois afinal o tópico é ou não para discussão? pelo que tenho lido tem até sido bastante construtivo, no sentido de chamar as pessoas à realidade da vida, de mostrar que muitas vezes os planeamentos saem furados. A tal Ford Transit entrando pela casa dentro.
Se é possível viver de rendimentos? Claro que sim. Depende da vida que se quer fazer como se quer fazer. Mesmo com vidas simples há coisas que não se controlam.
É agradável viver de rendimentos? Claro que sim. Ter mais tempo para se fazer o que se gosta, passear, viajar, ler, apoiar a família, os filhos, os netos, enfim o que se gosta..
Agora pelo que tenho lido está-se a partir de rendimentos que mesmo com vidas simples, podem de repente não corresponder aquilo que se espera.
1º. Está-se a partir de um rendimento de 4%, e já se falou até em em 18%. Ora neste momento depósitos a prazo no máximo 3% com muita sorte 3,5%. Obrigações mais um pouquinho, depende das obrigações. Exposição aos mercados mundiais, será que se pode considerar isso rendimentos seguros para a vida? Depois 4%, sobre 150.000 são 6.000/12=500 euros mensais. (Admitindo que seria limpo, porque se tirar os 28% menos fica). Mesmo com casa e admitindo que vai ter carne e vegetais gratuitos, (???) dará para fazer tudo que gosta?
3º. Onde lhe vai ficar a liberdade quando tiver que estar em casa para dar de comer ao porquinho, ás galinhas, época de poda das árvores, da plantação, da colheita? Ou imagina que porco e galinha só comem de 6 em 6 meses no intervalo das viagens? As árvores, as sementeiras, as colheitas esperam a volta?
2º. Acompanhar os mercados e o respetivo stress, que é impróprio para cardíacos. Que qualidade de vida é essa? Que liberdade é essa de ficar atrás de um pc? Bom, mas quem corre por gosto não cansa e se e isso que faz feliz tudo bem. Agora não é isso uma forma de trabalho?
3º. Está-se a partir de um pressuposto de rendimentos fixos, mas se vai viver deles terá que fazer retiradas e lá está o saquinho a ir para baixo, pois se lhe retirar 4%, vai haver todos os anos um decréscimo. Se contar a inflação a 2% ao fim de 25 anos veja com quanto fica.
4º. Para se fazer o que se gosta, por exemplo viajar, precisa-se de dinheiro, que não entram no orçamento previamente elaborado. Pode ser muito engraçado, ir á boleia, à aventura, quando se tem 25, 30 ou até 40 anos. Mas o organismo desgasta-se e a energia se esvai e aos 50 ou 60 provavelmente não há a mesma disposição e aí precisa de dinheiro se o quiser fazer. Também a alimentação principalmente nas viagens, pode ser frugal, mas aos 50, aparece a diabetes, o colesterol e os cuidados já são outros, da mesma forma que a hospedagem. É muito interessante dormir em saco cama e tendas quando se tem os 25, mas aos 50 quando a artrose, a escoliose e a reumatose começam a dar ar da sua graça, será que se dorme bem no chão no saco cama? E aí cá vêm as despesas com os médicos, medicamentos e essa parafernália toda.
5º. E por fim: Está-se a partir da hipótese que sempre se pode voltar ao mercado de trabalho: Cuidado com esta. Pois eu pensava o mesmo porque quase tinha um curso superior, que de nada me serviu quando quis voltar ao mercado depois de ter feito o que gostava. E não tivesse eu tido a destreza de trabalhar por conta própria durante alguns anos, enquanto o mercado deu e rendeu e estaria muito mal. Aos 40 anos tentei voltar ao mercado de trabalho. Estava desatualizada, as coisas tinham dado uma volta de 180º, e infelizmente no dizer dos entrevistadores, eu não sabia fazer nada. Nada que duas ou 3 semanitas a trabalhar, não se resolvesse, mas havia no mercado gente de 20, 22, 23, muito mais atualizada que eu. Como não tinha o fator C, não consegui arranjar nada. Pois bem, dei a volta e montei um negócio próprio que felizmente me ajudou a criar os filhos, dar um curso superior aos 3 e fazer a minha independência financeira. Hoje já não tenho um negócio e vou por aqui me entretendo. Vidinha simples e bem controladinhos.
Pintei um cenário feiito, reconheço, mas se estão a partir para a situação de viver de rendimentos, façam bem as continhas antes, para não terem uma deceção, quando verificarem que as contas não batem e depois seja tarde para voltar atrás.
Desculpem lá, era para não escrever mais nada, até que parece que para tudo têm argumentos, tal a vontade de se reformar, mas não resisti
Se é possível viver de rendimentos? Claro que sim. Depende da vida que se quer fazer como se quer fazer. Mesmo com vidas simples há coisas que não se controlam.
É agradável viver de rendimentos? Claro que sim. Ter mais tempo para se fazer o que se gosta, passear, viajar, ler, apoiar a família, os filhos, os netos, enfim o que se gosta..
Agora pelo que tenho lido está-se a partir de rendimentos que mesmo com vidas simples, podem de repente não corresponder aquilo que se espera.
1º. Está-se a partir de um rendimento de 4%, e já se falou até em em 18%. Ora neste momento depósitos a prazo no máximo 3% com muita sorte 3,5%. Obrigações mais um pouquinho, depende das obrigações. Exposição aos mercados mundiais, será que se pode considerar isso rendimentos seguros para a vida? Depois 4%, sobre 150.000 são 6.000/12=500 euros mensais. (Admitindo que seria limpo, porque se tirar os 28% menos fica). Mesmo com casa e admitindo que vai ter carne e vegetais gratuitos, (???) dará para fazer tudo que gosta?
3º. Onde lhe vai ficar a liberdade quando tiver que estar em casa para dar de comer ao porquinho, ás galinhas, época de poda das árvores, da plantação, da colheita? Ou imagina que porco e galinha só comem de 6 em 6 meses no intervalo das viagens? As árvores, as sementeiras, as colheitas esperam a volta?
2º. Acompanhar os mercados e o respetivo stress, que é impróprio para cardíacos. Que qualidade de vida é essa? Que liberdade é essa de ficar atrás de um pc? Bom, mas quem corre por gosto não cansa e se e isso que faz feliz tudo bem. Agora não é isso uma forma de trabalho?
3º. Está-se a partir de um pressuposto de rendimentos fixos, mas se vai viver deles terá que fazer retiradas e lá está o saquinho a ir para baixo, pois se lhe retirar 4%, vai haver todos os anos um decréscimo. Se contar a inflação a 2% ao fim de 25 anos veja com quanto fica.
4º. Para se fazer o que se gosta, por exemplo viajar, precisa-se de dinheiro, que não entram no orçamento previamente elaborado. Pode ser muito engraçado, ir á boleia, à aventura, quando se tem 25, 30 ou até 40 anos. Mas o organismo desgasta-se e a energia se esvai e aos 50 ou 60 provavelmente não há a mesma disposição e aí precisa de dinheiro se o quiser fazer. Também a alimentação principalmente nas viagens, pode ser frugal, mas aos 50, aparece a diabetes, o colesterol e os cuidados já são outros, da mesma forma que a hospedagem. É muito interessante dormir em saco cama e tendas quando se tem os 25, mas aos 50 quando a artrose, a escoliose e a reumatose começam a dar ar da sua graça, será que se dorme bem no chão no saco cama? E aí cá vêm as despesas com os médicos, medicamentos e essa parafernália toda.
5º. E por fim: Está-se a partir da hipótese que sempre se pode voltar ao mercado de trabalho: Cuidado com esta. Pois eu pensava o mesmo porque quase tinha um curso superior, que de nada me serviu quando quis voltar ao mercado depois de ter feito o que gostava. E não tivesse eu tido a destreza de trabalhar por conta própria durante alguns anos, enquanto o mercado deu e rendeu e estaria muito mal. Aos 40 anos tentei voltar ao mercado de trabalho. Estava desatualizada, as coisas tinham dado uma volta de 180º, e infelizmente no dizer dos entrevistadores, eu não sabia fazer nada. Nada que duas ou 3 semanitas a trabalhar, não se resolvesse, mas havia no mercado gente de 20, 22, 23, muito mais atualizada que eu. Como não tinha o fator C, não consegui arranjar nada. Pois bem, dei a volta e montei um negócio próprio que felizmente me ajudou a criar os filhos, dar um curso superior aos 3 e fazer a minha independência financeira. Hoje já não tenho um negócio e vou por aqui me entretendo. Vidinha simples e bem controladinhos.
Pintei um cenário feiito, reconheço, mas se estão a partir para a situação de viver de rendimentos, façam bem as continhas antes, para não terem uma deceção, quando verificarem que as contas não batem e depois seja tarde para voltar atrás.
Desculpem lá, era para não escrever mais nada, até que parece que para tudo têm argumentos, tal a vontade de se reformar, mas não resisti

O segredo do sucesso é fazer do seu dever o seu lazer - "Mark Twain"
Re: Viver de rendimentos
Dr. Tretas. Assume-se que o nível de poupança é resultado do teu estilo de vida e não uma fase de "sacrifício" só para meter mais um trocos a render. Ou seja, se por exemplo ganhas 3k€ e as tuas despesas correspondem a 750€, tens um nível de poupança de 75%. Se uma vez FI precisasses mais do 750€ os calculos são diferentes, mas assume-se regra geral que é esse o valor que necessitas mensalmente no matter what.
Fiz este cálculo assumindo um salário anual líquido de 36k e despesas de 9k (750€/mês), portanto 75% de poupança.
1º ano -> 36000 income - 9000 expenses = 27000€ in savings (investido a 4% -> 28080)
2º ano -> 36000 income - 9000 expenses = 27000 + (28080) in savings (investido a 4% -> 57283)
3º ano -> 36000 income - 9000 expenses = 27000 + (57283) in savings (investido a 4% -> 87654)
4º ano -> 36000 income - 9000 expenses = 27000 + (87654) in savings (investido a 4% -> 119241)
5º ano -> 36000 income - 9000 expenses = 27000 + (119241) in savings (investido a 4% -> 152091)
6º ano -> 36000 income - 9000 expenses = 27000 + (152091) in savings (investido a 4% -> 186255)
7º ano -> 36000 income - 9000 expenses = 27000 + (186255) = 213255 (investido a 4% -> 221785) total
Agora, assumindo que usas a "withdrawal rule" dos 4% eis: 221785 x 0.04 / 12 = 740€.
Se em vez de se poupar 75%, se poupar 60%, em vez de 7 anos são necessário 13. Com uma taxa de poupança de 50% são necessário 17 anos! Viva às batatas e nabiças e arroz com atum!
Fiz este cálculo assumindo um salário anual líquido de 36k e despesas de 9k (750€/mês), portanto 75% de poupança.
1º ano -> 36000 income - 9000 expenses = 27000€ in savings (investido a 4% -> 28080)
2º ano -> 36000 income - 9000 expenses = 27000 + (28080) in savings (investido a 4% -> 57283)
3º ano -> 36000 income - 9000 expenses = 27000 + (57283) in savings (investido a 4% -> 87654)
4º ano -> 36000 income - 9000 expenses = 27000 + (87654) in savings (investido a 4% -> 119241)
5º ano -> 36000 income - 9000 expenses = 27000 + (119241) in savings (investido a 4% -> 152091)
6º ano -> 36000 income - 9000 expenses = 27000 + (152091) in savings (investido a 4% -> 186255)
7º ano -> 36000 income - 9000 expenses = 27000 + (186255) = 213255 (investido a 4% -> 221785) total
Agora, assumindo que usas a "withdrawal rule" dos 4% eis: 221785 x 0.04 / 12 = 740€.
Se em vez de se poupar 75%, se poupar 60%, em vez de 7 anos são necessário 13. Com uma taxa de poupança de 50% são necessário 17 anos! Viva às batatas e nabiças e arroz com atum!
Re: Viver de rendimentos
Metallising Escreveu:Sinceramente não percebo o rumo que este tópico está a levar.
O título do tópico é bem claro "Viver de rendimentos". Logo, está essencialmente direcionado para participantes interessados nesse assunto. Aqueles que estão felizes com a sua situação laboral e não fazem intensões de algumas vez viver de rendimentos, o que estão aqui a fazer? Pouco ou nada de construtivo é adicionado com as vossas intervenções.
Eu não me vou meter nos tópicos de análise técnica - que não me interessa - chamar os participantes de "liristas" ou "futurologistas", acho que deviam considerar fazer o mesmo.



Re: Viver de rendimentos
Eu pessoalmente acho que preciso de uns 300k, ainda me faltam 100. Coisa para 4-5 anitos. Mas ainda assim, a indepedência financeira, mesmo parcial, dá-me uma grande paz de espírito, por exemplo, a hipótese, bem real, de vir a ficar desempregado não me tira o sono.
Já agora, será que vale mesmo apena poupar mais de 60-70 do rendimento? É que estive a fazer umas contas, e a partir de 60% de poupança começa a reduzir-se mais rapidamente (em percentagem) os ganhos de poupança, enquanto o rendimento disponível para gastos (presumivelmente proporcional ao nosso "nível de vida aparente") começa a descer muito rapidamente.
P.S. pelas minhas contas por alto, já estive em cerca de 30 países
Já agora, será que vale mesmo apena poupar mais de 60-70 do rendimento? É que estive a fazer umas contas, e a partir de 60% de poupança começa a reduzir-se mais rapidamente (em percentagem) os ganhos de poupança, enquanto o rendimento disponível para gastos (presumivelmente proporcional ao nosso "nível de vida aparente") começa a descer muito rapidamente.
P.S. pelas minhas contas por alto, já estive em cerca de 30 países

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Re: Viver de rendimentos
Vamos supor que ele aos 30 olha para a carteira e pelo que gastou e por fraca evolução dos investimentos já só tem 100k.
Isso implica gastar 50k em 5 anos ou um bear market brutal. Mesmo em cenários tão pessimistas a lógica é essa, se acontecer alguma coisa, dou um passo atrás... Medo do quê? Ser miserável para o resto da minha vida? Morrer?... Not really.
Quanto ao resto, claro que é tudo uma questão da tal percepção de segurança que é um conceito altamente subjectivo. Deve haver pessoas neste mundo que acham que tu és brutalmente pessimista e conservador e que até viviam com metade do que tu estás a pensar.
Exacto, penso que é isso que divide as pessoas nas discussões dos 150k e os 500k, ou um WD de 2% ou 4%. O números estão lá, mas a interpretação pode ser vasta, depende de cada um.
Re: Viver de rendimentos
zecatreca_1 Escreveu:Sr_SNiper Escreveu:Já que falamos em viagens, ainda não tenho 30 anos, e já viajei por 24 países, pode não ser muito, mas também ainda sou novo...
PS: Ainda não me reformei e ainda vou trabalhar muitos anos
Se, num só ano fizeres uma viagem pela Europa (uma viagem com amigos ...), limpas logo os 24 países em apenas 3 semanitas de automóvel.![]()
Se bemme lembro, a última vez foste à Rep . Checa. Correto?
Este ano foi à Bosnia, Eslovénia e Croácia, no ano anterior Seychelles, Malta, Djibouty, Quénia e Grécia e noanterior Eslováquia e Hungria e antes desse Finlândia Rússia e Estónia.
Lose your opinion, not your money
Re: Viver de rendimentos
Sr_SNiper Escreveu:Já que falamos em viagens, ainda não tenho 30 anos, e já viajei por 24 países, pode não ser muito, mas também ainda sou novo...
PS: Ainda não me reformei e ainda vou trabalhar muitos anos
Se, num só ano fizeres uma viagem pela Europa (uma viagem com amigos ...), limpas logo os 24 países em apenas 3 semanitas de automóvel.

Se bemme lembro, a última vez foste à Rep . Checa. Correto?

Re: Viver de rendimentos
Viajar pode ficar mais barato que residir de forma fixa num país.
Um bom guia de viagens, aliás, o "guia". -> Vagabonding: An Uncommon Guide to the Art of Long-Term World Travel -> http://www.vagabonding.net/
(...) we quarantine our travels to short, frenzied bursts. In this way, as we throw our wealth at an abstract notion called "lifestyle," travel becomes just another accessory — a smooth-edged, encapsulated experience that we purchase the same way we buy clothing and furniture.
In reality, long-term travel has nothing to do with demographics — age, ideology, income — and everything to do with personal outlook. Long-term travel isn't about being a college student; it's about being a student of daily life. Long-term travel isn't an act of rebellion against society; it's an act of common sense within society. Long-term travel doesn't require a massive "bundle of cash"; it requires only that we walk through the world in a more deliberate way.
But beyond travel, vagabonding is an outlook on life. Vagabonding is about using the prosperity and possibility of the information age to increase your personal options instead of your personal possessions. Vagabonding is about looking for adventure in normal life, and normal life within adventure. Vagabonding is an attitude — a friendly interest in people, places, and things that makes a person an explorer in the truest, most vivid sense of the word.
Vagabonding is not a lifestyle, nor is it a trend. It's just an uncommon way of looking at life — a value adjustment from which action naturally follows. And, as much as anything, vagabonding is about time — our only real commodity — and how we choose to use it.(...)
Um bom guia de viagens, aliás, o "guia". -> Vagabonding: An Uncommon Guide to the Art of Long-Term World Travel -> http://www.vagabonding.net/
(...) we quarantine our travels to short, frenzied bursts. In this way, as we throw our wealth at an abstract notion called "lifestyle," travel becomes just another accessory — a smooth-edged, encapsulated experience that we purchase the same way we buy clothing and furniture.
In reality, long-term travel has nothing to do with demographics — age, ideology, income — and everything to do with personal outlook. Long-term travel isn't about being a college student; it's about being a student of daily life. Long-term travel isn't an act of rebellion against society; it's an act of common sense within society. Long-term travel doesn't require a massive "bundle of cash"; it requires only that we walk through the world in a more deliberate way.
But beyond travel, vagabonding is an outlook on life. Vagabonding is about using the prosperity and possibility of the information age to increase your personal options instead of your personal possessions. Vagabonding is about looking for adventure in normal life, and normal life within adventure. Vagabonding is an attitude — a friendly interest in people, places, and things that makes a person an explorer in the truest, most vivid sense of the word.
Vagabonding is not a lifestyle, nor is it a trend. It's just an uncommon way of looking at life — a value adjustment from which action naturally follows. And, as much as anything, vagabonding is about time — our only real commodity — and how we choose to use it.(...)
Re: Viver de rendimentos
Já que falamos em viagens, ainda não tenho 30 anos, e já viajei por 24 países, pode não ser muito, mas também ainda sou novo...
PS: Ainda não me reformei e ainda vou trabalhar muitos anos
PS: Ainda não me reformei e ainda vou trabalhar muitos anos
Lose your opinion, not your money
Re: Viver de rendimentos
Das pessoas que conheco (e com empregos todas elas) ninguém viajou mais que eu
Estás a falar de alhos e eu de bugalhos .
As pessoas em questão, que comentei , têm 33...34anos. Até aos anos65 vai uma grande diferença.
Mas eu tenho essa idade aproximadamente e até abrandei o ritmo de viagens nos ultimos 3 anos apenas devido aos filhos.
Re: Viver de rendimentos
GrandeCapitalista Escreveu:zecatreca_1 Escreveu:
Se gostas do teu emprego e não queres fazer outra coisa com a vida até aos 65 anos então continua, somos todos diferentes.
Não querer fazer outra coisa?
Então mas não é possível ter emprego e fazer tantas outras coisas?
Conheço pessoas que, por exemplo, o sonho delas é conhecer o mundo. Trabalham num país estrangeiro, ganham acima da média e não trabalham em companhias aéreas. Idade na casa dos 30s. Posso contar pelos dedos todos das mãos e dos pés (provavelmente ainda tenho de pedir mais alguns emprestados), os países que já foram nas férias (alguns repetidos). Alguns que me recordo muito rapidamente:
Brasil, Usa, índia, Cabo Verde, Turquia, México, Cuba, França, Espanha, uk, Moçambique , angola, recentemente ao dubai...
Quantos de nos já fez essa proeza (fora os que trabalham em companhias aéreas)? Seria possível fazer isso para um rapaz de 25anos, "reformado"e com 100k no bolso?Sem fazer uns trabalhitos de vez em quando (e mesmo assim...) , duvido. Só as passagens de avião para o outro lado do oceano....ole
Para mim por exemplo, já me contentava com areia branca, calor, palmeiras, água salgada, basicamente uma praia paradisiaca e umas meninas a servirem umas margaritas, canhas e essas tretas todas. Quando quiser conhecer um país, ligo o canal geografic. Embora não seja a mesma coisa, já dá para decidir o que me interessa visitar.
Um reformado consegue viajar muito barato e por tostoes, não tens nocão. Já andei pelo mundo e penso continuar. Por exemplo evitas assim a época alta.
Das pessoas que conheco (e com empregos todas elas) ninguém viajou mais que eu.
Estás a falar de alhos e eu de bugalhos .
As pessoas em questão, que comentei , têm 33...34anos. Até aos anos65 vai uma grande diferença.
Re: Viver de rendimentos
GrandeCapitalista Escreveu:zecatreca_1 Escreveu:Metallising Escreveu:. Aqueles que estão felizes com a sua situação laboral e não fazem intensões de algumas vez viver de rendimentos, o que estão aqui a fazer?
Eu também tenhointenções de viver de rendimentos. A questão é que duvido que deixe a minha actividade permanentemente. Faz-me confusão um rapaz com 23 ou 24anos dizer que se quer reformar nessa idade, com 100 ou 140k no bolso.
É uma ilusão jovem. Abre a pestana.
Devias amadurecer essas ideias mais 5....6anos.
Cumprimentos
Qual é a barreira a partir da qual deixa de ser uma "ilusao" ?
Diria que:
Gastos mensais X nnúmero pessoas X 14meses X coeficiente de cagaço (entre 1,3 e 1,5)/ taxa mínima líquida de um d.p.(pior das hipóteses é um d.p.)
Um exemplo:
Imaginando que uma pessoa gasta 500paus por mês, tem esposa , 2filhos e moram todos na mesma casa....
500x4x14x1,4/0.03= 1.3M valor mínimo para uma "reforma" do casal.

Re: Viver de rendimentos
caracinha Escreveu:Storgoff Escreveu:caracinha Escreveu:bem viver de rendimentos e complicado tenho vários imoveis arrendados outros vazios ate dezembro ia dando em louco agora tou com tudo vago e sem o dito rendimento, se não fosse o ordenado que e fixo os rendimentos da reforma iam a vida, rendimentos fixos tao cedo e ilusão parece que este tipo de conversa e de quem tem medo de trabalhar a vida toda ,não querendo ofender ninguém mas digo-vos eu com 36 anos já consegui 500 sem heranças so com trabalho e algum engenho matemático(abençoada professora da primaria) não espero almoços grátis(porque esses sao os mais caros)apenas saúde e trabalho.,
Esses 500K são exclusivamente da tua lavra ou estás a falar de rendimentos conjuntos ( casal)?
Chegar aos 36 anos com um acumulado dessa ordem só pela via do ordenado parece-me quase impossível ?
A menos que estejas a trabalhar fora do país. E mesmo assim...
Não sei há quanto tempo trabalhas, mas se é por conta de outrem, acho muito dificil.
Para já níveis salariais altos pressupõem à partida um curso superior .
Ou seja dificilmente começaste a tirar partido dessa situação antes dos 24, 25 anos.
Temos portanto 12 anos de vida activa a facturar!!!
Tendo em conta que no inicio se ganha pouco, o regime fiscal e os gastos para viver só mesmo com uma ascensão meteórica na carreira para posições altamente remuneradas se conseguiria atingir tal feito.
Ou então estamos perante um profissional liberal tipo advogado ou médico para quem a vida te tem corrido muito bem e o fisco lhe tenha passado ao lado!
so para te dar uma dica,desde os meus 6anos de idade que trabalho, comprei a minha 1º mota aos 12 anos com dinheiro que ganhei a lavar 2 esplanadas ,e digo-te advogados em Portugal são classe pobre ou vivem muito abaixo dos 1000euros (so os grandes se safam) ,já agora com 17anos como manobrador de maquinas já ganhava 350contos por mês mas tinha de trabalhar das 6h as 21h ,depois bulgaria 150 euros por dia tudo pago 10 anos assim ate chegar a crise e ser despedido.(loll).Já agora o 1º guito ganho na bolsa foi com a galp.
Quando falaste nos 500K suponho que te referias a poupança fruto do trabalho.
Ou estas-te a referir ao somatório de todos os rendimentos brutos?
É que mesmo assim, pelas tuas dicas parece me um pouco difícil.
Dos rendimentos brutos acumulados ao longo do tempo temos que descontar os gastos para viver e os impostos/taxas.
Um rendimento anual bruto de 50K ( equivalente a um ordenado de quase 4000€ por mês) após impostos/taxas SS acaba em pouco mais de 25K tirando os gastos para viver ficarão na melhor das hipóteses 15K. Para chegar aos 500K são precisos mt anos a este ritmo.
Essa remuneração na Bulgária só mesmo ao serviço de uma qualquer empresa estrangeira a operar na Bulgária. Sim porque um assalariado por muito especialista que seja , num país como a Bulgária não ganho muito além dos 300€.
E´claro que se essa situação na Bulgária e outras passou completamente ao lado do Fisco então a história já é outra.
Agora não me digas é que numa situação normal a trabalhar em Portugal, com rendimentos todos declarados e tendo que fazer face a despesas se consiga chegar aos 500K com a tua idade pela via dos rendimentos do trabalho.
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Re: Viver de rendimentos
Metallising Escreveu:rg7803 Escreveu:Ouve lá metallising, se tu nesse périplo ficares doente, tiveres de ir ao médico, e não tiveres o $ suficiente para lhe pagar e de seguida ao farmaceutico (cá está...é a malvada da ford transit que te apanhou...) o que lhes vai dizer? "Doutor, o senhor está em default mode...não tenho graveto para lhe pagar...mas tome lá um molho de nabiças que cobre a consulta...".
Faço o mesmo que 95% dos portugueses fariam, "desenrasco". Com a diferença que eu teria de descapitalizar-me, os outros 95% como não têm poupanças, teriam que pedir emprestado.
Não necessariamente Metallising.
É mais fácil um tipo que gaste 3K euros mensais, onde está a mensalidade do ginásio, empregada, SportTV, colégio privado, jogos do Benfica, etc. conseguir arranjar (via redução dos custos) uma quantia mensal (por exemplo para uma doença crónica) do que tu que estarás mais 'à pele' nos gastos vs poupanças. Penso que a ideia do RG era nesse sentido.
Quanto ao resto, claro que é tudo uma questão da tal percepção de segurança que é um conceito altamente subjectivo. Deve haver pessoas neste mundo que acham que tu és brutalmente pessimista e conservador e que até viviam com metade do que tu estás a pensar.

No man is rich enough to buy back his past - Oscar Wilde
Re: Viver de rendimentos
rg7803 Escreveu:Metallising Escreveu:Eu, pessoalmente, se tivesse de fazer uma vida como o amigo metalizado preferia pendurar-me numa figueira...
A questão é que tu estás a associar "qualidade de vida" àquilo que o dinheiro pode comprar. Sem dinheiro, não consegues ver alternativas, porque estás em default mode. É sobre isso que tenho estado a falar desde o início, alguns dos posts são escritos com o sentido de sensibilizar as pessoas para analisar as coisas de outra forma e repensar um pouco sobre alternativas.
Pessoalmente, não vejo o meu percurso como uma alternativa. Vejo como a única opção viável. Se o ritmo de consumo e exploração de recursos continua assim, como será o "Planeta Azul" daqui a umas décadas quando a população mundial já estiver duplicado? A sociedade precisa de evoluir, isso passa por abrandar o ritmo primeiro. One step back, two steps further.
Ouve lá metallising, se tu nesse périplo ficares doente, tiveres de ir ao médico, e não tiveres o $ suficiente para lhe pagar e de seguida ao farmaceutico (cá está...é a malvada da ford transit que te apanhou...) o que lhes vai dizer? "Doutor, o senhor está em default mode...não tenho graveto para lhe pagar...mas tome lá um molho de nabiças que cobre a consulta...".
É sobre isto que ando a falar desde o início da tua intervenção aqui.
rg7803, continuo a ver que alguns intervenientes no tópico continuam a insistir na imprevisibilidade dos acontecimentos futuros. Mas acho que o que não têm reparado é que obviamente o Mettalising também terá em mente que imprevistos podem acontecer.
E acho que há nisto um ponto importante. O Mettalising terá decidido fazer as coisas nesta idade primeiro porque terá nos 20's mais interesse em determinadas atividades que aos 40's, e porque aos 20's lhe permite uma margem de manobra muito maior, ou seja, assumindo que ele tem os tais 150k, acho que é obvio que ele não vai continuar em modo ER se vir que a evolução da carteira não corre como esperado. Vamos supor que ele aos 30 olha para a carteira e pelo que gastou e por fraca evolução dos investimentos já só tem 100k. Vê os próximos anos de ER comprometidos. Ora com 30 anos não tem margem mais do que suficiente para voltar a trabalhar por exemplo? Pegar novamente "na mochila" e ir para a Suiça outros 3 ou 4 anos?
Ele já tem dito isso, "ER não é estar invalido". E "150k" pra já chega perfeitamente para qualquer assunto médico. Para além dos rendimentos que ele possa ter nesse intervalo, já que acho que ER também não significa não fazer nada, metido em casa, e só sair para umas compras (só gastos)

Re: Viver de rendimentos
Sr_SNiper Escreveu:Quem sabe não o grande almoço do caldeirao em 2014 não vai ser aqui?
Mas só para quem não me ameaça de morte por MP![]()
isso e verdade'???????


quanto ao almoço marca la isso que eu vou, as mp´s cola todas e vai ao wc .isto e um fórum todos temos opinião e temos de respeitar as dos outros.
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