Caldeirão da Bolsa

Finanças & Fundos de Investimento

Espaço dedicado a todo o tipo de troca de impressões sobre os mercados financeiros e ao que possa condicionar o desempenho dos mesmos.

Re: Finanças & Fundos de Investimento (baixo risco)

por Outlier » 27/11/2013 15:19

Boas,

Desde o passado dia 22 de Novembro (6ª Feira) que não é colocado nenhum post neste tópico, o que é uma situação bastante anormal!!! O que é que se está a passar? Será que é excesso de trabalho, férias de Natal antecipadas ou devido às baixas temperaturas que estamos a sentir há alguns dias, porventura, os foristas também ficaram com as ideias freeze?

Abr,

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P.S. Pelo menos esta provocação teve uma consequência que foi o mudar da página 224 para a página 225 do tópico.
 
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Re: Finanças & Fundos de Investimento (baixo risco)

por Outlier » 25/11/2013 17:40

Boas,

Chamo a atenção para o facto de ter editado hoje o meu post de 21/11/2013 (17:16 H) com o título de "Medidas padrão de risco, ... e correlação entre ações e obrigações." A edição constitui um upgrade com algum significado, uma vez que no post anterior despejei a Figura 2-2, a Tabela 2-2 e a Figura 2-7 sem qualquer enquadramento e a devida explicação das mesmas, o que poderia gerar alguma dificuldade de interpretação sem o suporte da referência-base, pelo que decidi hoje proceder à última e devida edição de modo a que o meu post seja de mais fácil compreensão. Assim, antes do atual ponto 6 (anterior ponto 3), foram introduzidos os pontos 3. Fronteira eficiente (efficient frontiers), 4. Alocação recomendada da carteira e 5. Obrigações indexadas à inflação.

Abr,

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Re: Finanças & Fundos de Investimento (baixo risco)

por Outlier » 22/11/2013 19:30

Boas,

A importância da cultura do arroz em algumas economias asiáticas

Os 10 países com maior produção de arroz, por ordem decrescente, são os seguintes: China, Índia, Indonésia, Bangladesh, Vietname, Tailândia, Myanmar, Filipinas, Brasil e Japão. Por aqui se vê a importância da produção do arroz para grande parte das economias asiáticas.
Tal como a extração e produção de matérias-primas e de produtos energéticos, a produção de alimentos é de extrema importância para as economias dos países produtores.
Portugal não pode ter grandes aspirações no que diz respeito à extração de produtos energéticos fósseis (petróleo, gás e carvão) mas apostou, e bem, no passado recente no aproveitamento e produção de energias renováveis (eólica, hídrica de barragens, solar fotovoltaica, biomassa, biogás, …) com o objetivo de reduzir o elevado défice energético com o exterior (foi uma das poucas medidas certas incentivadas pelo ex-primeiro ministro José Sócrates).
Contudo, Portugal tem condições de solos, água e exposição solar, para a médio prazo poder ser globalmente não deficitário nas necessidades alimentares, pois com a água do Alqueva, a exposição solar do Alentejo, faz com que, por exemplo, a zona de Odemira consiga competir com a zona Sul de Espanha e consiga pôr no Norte da Europa, uma semana antes, produtos hortícolas e frutíferos. Lembro que num prazo de mais 15 dias, o preço de algumas frutas pode cair para quase metade, daí a importância de apostar na produção temporã da fruta.
A base de um bom desenvolvimento e crescimento do PIB de um país, assenta fundamentalmente nos seguintes pilares: extração de matérias-primas e de recursos energéticos, produção de alimentos, processos tecnológicos inovadores de transformação e valorização desses materiais/compostos para a produção de produtos utilizáveis para o consumo e lazer, e o know-how dos seus recursos humanos.
Portanto, quem domina a produção de commodities (matérias-primas) e de alimentos vai ter sempre um papel importante no jogo da economia mundial, e, isto sim, pode ser a verdadeira bomba atómica futura. Quando temos o nosso estômago a dar horas há já alguns dias, até somos capazes de tomar uma guerra ao pequeno almoço. O Homem num estado de fome extrema torna-se irracional e é bom que os governantes nunca se esqueçam disso.
Agora vou voltar ao arroz e relembrar a expressão “ vai andando… que eu já te dou o arroz”, para de seguida explicar a técnica de cozedura do verdadeiro grão de arroz, garantindo aos meus amigos uma descrição com uma objetividade teórica-prática que ainda não encontrei nos melhores livros técnicos de gastronomia.
Da composição do grão de arroz, vou apenas salientar a sua composição de amido e de glúten, que é o que me interessa para a explicação culinária.
A estrutura molecular do amido é composta por dois polissacarídeos: amilose e amilopectina, que são polímeros de glicose, isto é, constituem uma cadeia formada sequencialmente pela molécula de glicose. Por exemplo, o açúcar de cozinha que se põe no café, quimicamente designado por sacarose (daí o termo de polissacarídeo), é composto por duas moléculas de glicose.
A glicose é a nossa grande fonte energética e está na base, juntamente com o oxigénio dissolvido no sangue e a água, do processo designado por respiração celular, que ocorre nas células do nosso corpo, em que ocorre um fenómeno bioquímico de oxidação da glicose/alimento à custa da presença do oxigénio, sendo libertado dióxido de carbono e vapor de água que são expulsos através dos pulmões, para além da libertação da necessária energia para o trabalho do nosso corpo, uma vez que aquela reação bioquímica é exotérmica.
Este fenómeno da respiração celular pode ser comparado ao processo que ocorre na câmara de combustão interna de um motor automóvel, a saber: a glicose é aqui o combustível (gasolina, gasóleo, gás), também tem de haver oxigénio, e desta combustão/oxidação também se liberta energia que se transforma em trabalho mecânico que põe o carro a andar.
Para além disso, quando nós temos dificuldade em respirar ou não podemos respirar de um modo natural, através da expansão e contração do músculo do diafragma sobre os pulmões, os médicos inventaram a respiração assistida e os engenheiros mecânicos inventaram a sobrealimentação dos motores para terem mais potência, através dos turbo-compressores, os quais vão introduzir uma quantidade suplementar de oxigénio em relação à normal aspiração atmosférica. Assim, com mais oxigénio e mais combustível temos mais energia e potência para aumentar a performance do motor e pôr o carro a andar mais depressa.
Voltamos agora ao amido e à gastronomia para reafirmar que o amido constitui uma grande reserva energética para as populações, daí a importância do arroz e dos cereais.
O glúten, tal como o amido faz parte da composição do grão de arroz, é uma proteína composta pela mistura de cadeias proteicas longas de gliadina e glutenina. O termo glúten deriva da palavra inglesa “glue” que quer dizer cola e a seguir já vão perceber o porquê de vir buscar isto.
O glúten combinado com o amido é responsável pela viscoelasticidade da massa de uma farinha de um cereal com a água. A viscosidade e a elasticidade são propriedades dos compostos proteicos do glúten.
Vamos agora à cozedura do arroz, que é mais complicado do que muita gente pensa, e não é propriamente como cozinhar batatas.
Os livros dizem que para se fazer arroz seco deve-se utilizar o dobro do volume de água em relação ao volume do arroz. Eu diria que isso depende do tipo de tacho que estou a utilizar e o modo como estou a aquecer o mesmo.
Eu recomendo a utilização de um tacho de alumínio grosso sobre a chama regulável de um fogão a gás, isto para o arroz não agarrar ao fundo e para controlar a diversa intensidade da fervura/ebulição. Nestas condições, recomendo em vez do dobro da água um pouco menos: para 3 copos de arroz cerca de 5 copos e meio de água. Não se deve utilizar um copo molhado para medir o arroz, pois isso vai hidratá-lo e desse modo alterar a película protetora que queremos criar no arroz para os grãos não se agarrarem uns aos outros.
O grande objetivo de fazer um bom arroz seco é de ele no final ficar cozido “al dente”, ficarem soltos os grãos e não colados uns aos outros, sem água no fundo do tacho e não agarrado ao seu fundo.
Assim, para os grãos não agarrarem uns aos outros pelo amido e especialmente pelo efeito cola (glue) do glúten, devemos tentar criar uma película de gordura (anti-cola) à volta dos grãos de arroz antes de eles hidratarem e libertarem as moléculas do amido e do glúten. Para isso, vamos refogar o alho em azeite e com o bico mínimo do fogão vamos "refogar" lentamente e sempre a mexer o arroz no azeite para o envolver com a tal película gordurosa protetora para os grãos não agarrarem.
Mas atenção não deixe o arroz fritar, mesmo que ligeiramente, porque senão a crosta da fritura/caramelização que se forma à volta do grão de arroz vai fazer uma selagem parcial do grão e assim dificultar a entrada da água de cozedura e a devida hidratação dos compostos do arroz, pelo que o mesmo não vai devidamente inchar e o grão fica mais pequeno que o normal.
A indústria facilitou a vida aos "cozinheiros de meia tijela" ao produzir o designado arroz vaporizado, o qual é elaborado através da passagem pelo arroz de uma corrente de vapor de água quente, de modo a formar uma espécie de crosta anti-colagem à volta do grão. Do meu ponto de vista, um cozinheiro profissional não deve utilizar este tipo de arroz, porque não fica tão saboroso como o outro cozinhado de uma forma mais artesanal.
Depois de "refogar" o arroz deitamos sobre o mesmo a relação da quantidade de água, atrás indicada, necessária, mas já previamente a ferver para não dar um choque térmico no arroz. Agora, na 1ª fase de cozedura do arroz, elevamos a intensidade de chama de modo a provocar uma intensa ebulição tipo vulcão para garantir que os grão de arroz entrem em contacto com a película gordurosa sobrenadante para continuar a garantir a tal película protetora anti-cola nos grãos, pois com uma ebulição fraca os grãos tendem a ir para o fundo (lei da gravidade) e não entrariam em contacto com a camada superficial da gordura.
Toda a gente deve saber que o bacalhau quer alho e azeite e o arroz quer gordura, senão nunca fica um bom arroz.
A seguir àquela 1ª fase de ebulição, baixamos a intensidade da chama só para manter uma ebulição fraca (só a borbulhar) e mantemos o tacho tapado, porque senão corremos o risco de o arroz pegar ao fundo do tacho antes de cozer por ter evaporado muita água (a quantidade de água necessária é a soma da água para a cozedura mais a água evaporada no processo).
Depois vamos apagar a chama do fogão quando o arroz estiver quase “al dente” e deixar o mesmo no tacho a acabar de cozer no vapor de água, porque queremos que a água líquida ou em vapor desapareça toda. Se o tacho fosse de inox com fundo térmico, depois de apagar a chama do fogão, o arroz iria ficar cozido de mais devido à acumulação de energia no fundo térmico.
Por fim, já com o arroz cozido “al dente” pego num garfo comprido de madeira (para não riscar o tacho) e mexo suavemente o arroz seco para ajudar a libertar o vapor de água residual e assim torná-lo totalmente solto que até se podem contar os grãos individualmente.
Desculpem lá esta seca teórica- prática do arroz, mas isto também é economia, e cada vez mais, e o Caldeirão tem que mostrar também a alguns Chefes cozinheiros que nós, para lá dos fundos, também sabemos analisar a comida que nos apresentam e até lhe podemos explicar a teoria subjacente à técnica da cozedura do arroz.
Para os meus amigos verem a importância da gastronomia, basta dizer que a nossa saúde fisiológica e mental é, para além da genética, uma consequência da qualidade da comida que ingerimos, dos líquidos que bebemos e do ar que respiramos. A qualidade da comida, por sua vez, depende da qualidade das respetivas matérias-primas e das técnicas de preparação ou de processamento. Não há consequências sem haver causas.

Abr,

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Re: Finanças & Fundos de Investimento (baixo risco)

por Outlier » 22/11/2013 12:06

Boas,

Relativamente ao post que coloquei ontem (17:16 H), chamo a atenção para a última edição que fiz hoje, na qual explico mais pormenorizadamente a Figura 2-4, uma vez que as barras do risco teórico do percurso aleatório (a tracejado) se sobrepõem às barras do risco real (actual no gráfico) definidas a cheio e sombreadas, e desse modo podem gerar alguma confusão quando se analisa o gráfico à 1ª vista.

Abr,

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Re: Finanças & Fundos de Investimento (baixo risco)

por Outlier » 21/11/2013 21:16

Chico_laranja Escreveu:file112

Grande aula esta :shock: :clap: .

Há coisas que é demasiada areia para a minha carreta (sim, ainda não chega a camioneta) mas com material deste nível devo lá chegar :roll: .

Preciso ainda de reler isto tudo mais umas 5 vezes para perceber melhor mas o tempo é pouco.

VirtuaGod

Podes fazer uma lista de links como o Rick está a fazer no tópico dele? Assim numa tarde em que tenha tempo dedico-me a devorar estes ensinamentos de forma mais profunda :D


Obrigado.
Eu há cerca de um ano e meio percebia quase zero sobre fundos de investimento e estava já farto de perder capital sem perceber, muitas vezes, as suas causas extra-sorte ou acaso. Cheguei à conclusão que não ia a lado nenhum apenas com os consultores bancários
e aí decidi estudar a sério de forma continuada e consistente, tanto mais que já tinha motivado o meu filho a tirar um MBA que concluiu há 2 anos, pois disse-lhe que se um dia quisesse fazer parte de um conselho de administração, sendo engenheiro, teria que tirar um MBA, que eu pagava.
Felizmente tive as ferramentas teóricas base para perceber de um modo geral, com trabalho, as questões da economia e das finanças. Depois, como acontece com outras matérias, era só uma questão de ficar apaixonado por esta temática dos fundos, e foi isso que aconteceu. Uma pessoa apaixonada vai buscar forças extras para atingir o seu objetivo e não tem medo de tentar ou de errar. Para além disso, este tópico também me ajudou muito, apesar de ter entrado com o pé esquerdo, e agora chegou a minha vez de contribuir para o tópico com uma abordagem pedagógica teórica-prática dos principais temas, os quais foram tratados de um modo sequencial e interligado.

Abr,

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Re: Finanças & Fundos de Investimento (baixo risco)

por VirtuaGod » 21/11/2013 20:34

Chico_laranja Escreveu:
VirtuaGod

Podes fazer uma lista de links como o Rick está a fazer no tópico dele? Assim numa tarde em que tenha tempo dedico-me a devorar estes ensinamentos de forma mais profunda :D


Sim, vou fazer. Um dia que tenha disponibilidade devo fazer, mas de momento a disponibilidade "extra" que tenho está a ir para a construção do mega excel com os fundos, que prometi já há provavelmente mais de um ano! A ver se o acabo e depois no inicio do ano é só actualizar com os dados do ano todo de 2013. Tenho já alguns fundos e o facto de termos ali os fundos ali à mão em junção com backtests instantâneos (com todo o tipo de gráficos desde a rentabilidade ao drawdown, rentabilidades rolantes etc) tem se mostrado bastante interessante. Sendo como sou é de aproveitar este entusiasmo que tenho tido a fazer o excel [antes que desapareça] antes de me dedicar a actualizar o tópico!!

Mas sim, não vou deixar estes textos do file 112 perdidos, até pk quero organizados para os ler direitinhos :wink:
Artigos e estudos: Página repositório dos meus estudos e análises que vou fazendo. Regularmente actualizada. É costume pelo menos mais um estudo por semana. Inclui a análise e acompanhamento das carteiras 4 e 8Fundos.
Portfolio Analyser: Ferramenta para backtests de Fundos e ETFs Europeus

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Re: Finanças & Fundos de Investimento (baixo risco)

por chico_laranja » 21/11/2013 18:20

file112

Grande aula esta :shock: :clap: .

Há coisas que é demasiada areia para a minha carreta (sim, ainda não chega a camioneta) mas com material deste nível devo lá chegar :roll: .

Preciso ainda de reler isto tudo mais umas 5 vezes para perceber melhor mas o tempo é pouco.

VirtuaGod

Podes fazer uma lista de links como o Rick está a fazer no tópico dele? Assim numa tarde em que tenha tempo dedico-me a devorar estes ensinamentos de forma mais profunda :D
Ao fim de semana o tempo é para o mercado dos afectos para com a cara metade e com os filhos .
Uma vez que o meu tempo disponível para o acompanhar o fórum é mínimo, se precisarem de algo da minha parte mandem PM que tento passar por cá.
Um abraço e bons investimentos.
 
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Re: Finanças & Fundos de Investimento (baixo risco)

por Outlier » 21/11/2013 17:16

Boas,


Medidas padrão de risco, fronteira eficiente (efficient frontier) dos retornos versus riscos dos ativos da carteira, alocação recomendada da carteira, ponto ótimo do portfolio eficiente e correlação entre ações e obrigações.


A minha exposição vai ter como referências-base o livro “Stocks for The Long Run – The Definitive Guide to Financial Market Returns and Long-Term Investment Strategies” de Jeremy J. Siegel, ed. Mc Graw-Hill (1998) e o artigo “The Dynamic Correlation Between Stock and Bond Returns: Evidence from the U.S. Market” de Thomas C. Chiang e Jiandong Li (Março de 2009).

1. Medidas padrão de risco.

O risco das ações e das obrigações depende fundamentalmente do seu período de detenção.
A Figura 2-4 seguinte, mostra o risco, definido como o desvio padrão, dos retornos reais médios anuais para as ações, obrigações e bills (exemplo: treasuries bills, títulos do tesouro dos EUA) com base no histórico de amostra de 195 anos.

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Como é sabido, as ações são mais arriscadas que os investimentos de renda fixa de curta duração. Mas à medida que o período de detenção aumenta para 15 e 20 anos, o desvio padrão dos retornos médios anuais, que é a medida de dispersão dos retornos utilizada na teoria de alocação do portfolio, torna-se menor do que o desvio padrão da média dos retornos das obrigações ou das bills.
Ao longo de períodos de 30 anos, o risco das ações cai para apenas 2/3 do das obrigações ou das bills. À medida que o período de detenção aumenta, o desvio padrão da média dos retornos das ações cai quase duas vezes mais rápido que os ativos de renda fixa.
Foi determinado, matematicamente, o quão rápido é que o risco dos retornos médios anuais deve diminuir à medida que se prolonga o período de detenção, no caso do retorno do ativo seguir um trajeto aleatório. Este percurso aleatório assenta no pressuposto de que os retornos futuros não têm qualquer relação, e são completamente independentes, com os retornos passados.
A Figura 2-4 anterior, para além do risco real (actual nos gráficos) das ações, obrigações e bills indicado nas barras a cheio sombreadas, mostra também umas barras sobrepostas definidas a tracejado que representam o risco teórico matemático previsto sob o pressuposto do trajeto aleatório, para as 3 mesmas classes de ativos.
A referida figura mostra que para o período de detenção de 1 ano, o risco real e o risco teórico do percurso aleatório (a tracejado) para as 3 classes de ativos são coincidentes graficamente; para o período de detenção de 2 anos, o risco real e o teórico para as ações é graficamente coincidente, mas para as obrigações e bills já se notam diferenças e estas diferenças vão-se acentuando ao longo do tempo. Por outro lado, ao contrário do que acontece com as obrigações e as bills, o risco real das ações desce sempre e acentua-se ao longo do tempo em relação ao risco teórico do trajeto aleatório.
Ou seja, estes resultados comparativos são espetaculares para pôr em evidência a grande vantagem de deter ações a médio-longo prazo relativamente às obrigações.
Portanto, amigos trintões deixem-se de medos e apostem num portfolio eficiente de médio risco para um período superior a 10 anos, com uma composição de ações/obrigações de 70-80% / 20-30%, para ver se quando chegarem aos 40 anos de idade já possam ter uma vivenda vossa sem estar hipotecada ao banco.
Mas os dados mostram que a hipótese do percurso aleatório não pode ser mantida e que o risco das ações diminui muito mais rapidamente quando o período de detenção aumenta mais que o previsto. Esta é a prova da existência da reversão para a média dos retornos das ações.
O risco de ativos de renda fixa (obrigações, bills), por outro lado, não cai tão rapidamente como o previsto pela teoria do trajeto aleatório. Este declínio lento do desvio padrão dos retornos médios anuais no mercado de obrigações é uma evidência da aversão (não reversão) para a média dos retornos das obrigações. A aversão para a média significa que, uma vez que o retorno de um ativo desvia da sua média de longo prazo, há um aumento da chance de que ele irá desviar ainda mais, ao invés de voltar para os níveis mais normais. À medida que a inflação acelera, o processo vai-se tornando cumulativo, e os titulares de obrigações não têm nenhuma chance de compensar as perdas do seu poder de compra.
Os titulares de ações, uma vez que são titulares de ativos reais, raramente sofrem uma perda permanente devido à inflação.

2. Correlação entre ações e obrigações, no período de 1926 a 1997.

Apesar do retorno médio das obrigações fazerem cair um pouco o retorno das ações, as obrigações servem para diversificar a carteira e baixar globalmente o risco da mesma. Isto é particularmente verdadeiro se as obrigações e as ações forem negativamente correlacionadas. O coeficiente de correlação varia de -1 a +1, e mede o grau em que os retornos dos ativos estão correlacionados na carteira. Quanto menor for o coeficiente de correlação de um ativo em relação à carteira, melhor será esse ativo para juntar à cateira, uma vez que garante uma maior diversificação da mesma e assim diminuiu o seu risco.
A Figura 2-5 seguinte, mostra o coeficiente de correlação entre os retornos anuais das ações e das obrigações para 3 subperiodos de 1926 a 1997.
De 1926 a 1969, a correlação foi ligeiramente negativa (-0.02), indicando que as obrigações eram bons diversificadores.
De 1970 a 1989, o coeficiente de correlação subiu para 0.39, e entre 1990 e 1997 a correlação aumentou para 0.62. Isto significa que as qualidades de diversificação das obrigações diminuíram significativamente ao longo do tempo.

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Há boas razões económicas para a referida correlação se tornar mais positiva. No caso do ouro ser a base padrão do sistema monetário, os tempos económicos maus foram associados com a queda de preços das commodities (matérias-primas). Portanto, o valor real das obrigações governamentais subiram e o mercado de ações caiu, como ocorreu durante a Grande Depressão dos anos da década de 1930.
No caso do papel ser a base padrão do sistema monetário, os tempos económicos maus são mais propensos a serem associados com a inflação (não a deflação). Isto ocorre porque o governo, geralmente, tenta compensar crises económicas com uma politica monetária expansionista, como ocorreu na década de 1970 e nos QEs (Quantitative Easing) mais recentes. Esta expansão monetária discricionária era impossível com uma base padrão do sistema monetário baseada no ouro.
A segunda razão para o aumento da correlação entre as ações e as obrigações é a estratégia que os gestores de carteiras seguem para alocar ativos. Muitos dos modelos de alocação tática, na qual os gestores usam o dinheiro para tentarem minimizar o risco e maximizarem os retornos da carteira, ditam que a percentagem de um portfolio que é alocada a ações é em função do retorno esperado das ações em relação ao das obrigações.
À medida que as taxas de juro sobem, provocam, por um lado, uma tendência de descida na cotação das obrigações existentes, porque as novas obrigações são emitidas com uma taxa de juro superior e assim as obrigações anteriores veem a sua cotação baixar; e, por outro lado, uma queda no preço das ações, pelo que a perspetiva dos retornos das novas obrigações é cada vez mais atraente, o que motiva os gestores a venderem as ações. Como resultado, no futuro, os preços das ações irão descer e a cotação das novas obrigações têm tendência a subir. Este é um exemplo de como a atitude dos gestores de portfolios, ao tentarem tirar partido da vantagem da correlação histórica entre as ações e as obrigações, provocam uma mudança na correlação futura.

3. Fronteira eficiente ( efficient frontier).

A teoria de alocação do portfolio, descreve como alterar a relação de proporção entre os ativos para tornar a carteira mais eficiente. A Figura 2-6 seguinte, que tem como base quase 200 anos de história de retornos de ações e obrigações, ilustra os riscos e os benefícios que resultam da variação da proporção das ações e obrigações em carteira.

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O pequeno quadrado que está na base de cada uma das 6 curvas, referentes aos diferentes períodos de detenção (1 ano a 30 anos), representa o risco e o retorno de uma carteira composta com 100% de obrigações; enquanto que a pequena cruz no topo das respetivas curvas corresponde a uma carteira com 100% de ações; e o pequeno círculo nas mesmas curvas, situado na mudança de inflexão das curvas, representa o mínimo de risco possível numa combinação de ações e obrigações. A curva que liga estes 3 pontos representa o risco e o retorno de todas as combinações possíveis de ações e obrigações presentes numa carteira. Esta curva é designada por fronteira eficiente e é o cerne da teoria de análise do portfolio e a base dos modelos de alocação de ativos.
Os investidores podem atingir qualquer combinação de risco e retorno ao longo da curva, alterando a proporção das ações e obrigações. Subindo ao longo da curva significa que se aumentou o peso das ações e, consequentemente, se reduziu o peso das obrigações.
Um dos aspetos que salta logo à vista ao olharmos para as 6 curvas dos diferentes períodos de detenção (1 ano a 30 anos), é o declive acentuado das curvas para os períodos de 1 ano e 2 anos, ou seja, à medida que subimos ao longo destas duas curvas, o risco aumenta bastante desproporcionalmente em relação aos respetivos aumentos dos retornos. O declive das curvas representa uma espécie do parâmetro beta, pois o verdadeiro beta representa o declive da reta de uma regressão linear simples de um gráfico de retornos de investimento versus retornos do respetivo benchmark, em que o beta é o risco ou volatilidade do investimento em relação ao valor de referência do benchmark, em que por definição considera-se que o beta é igual a 1 quando o risco do investimento é igual ao risco do respetivo benchmark.
O declive de qualquer ponto da curva da fronteira eficiente indica a compensação risco-retorno da respetiva alocação de ativos. As curvas de 30 anos e 20 anos quase que são umas retas na vertical, se fossem perfeitamente umas retas na vertical isso significaria que os retornos eram independentes do risco, e para aquelas curvas quase na vertical quer dizer que, para esses longos períodos de detenção de ativos na carteira, o aumento dos retornos implica um muito reduzido aumento do risco, ou seja, ao apostarmos a longo prazo em ativos de elevado risco, isso é altamente compensador em termos de retornos.
Assim, para quem é novo ou tem uma esperança de vida de ainda cerca de 30 anos e julga que não vai precisar desse investimento durante esse longo período, está à espera de quê para apostar numa carteira com um grande peso de ações em detrimento de obrigações.

4. Alocação recomendada da carteira.

A tabela 2-2 seguinte, indica a percentagem da carteira de um investidor que deve ser investido em ações com base tanto na tolerância ao risco como na duração do período de detenção.

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São analisado 4 tipos de investidores: o investidor ultraconservador que exige o máximo de segurança, não importa o retorno; o conservador que aceita pequenos riscos para alcançar retornos extra; o moderado que aceita um nível de risco médio com esperança de ter uma compensação no nível de retornos superior à média; e o agressivo que está disposto a correr altos riscos em busca de retornos elevados. As proporções de 1 ano, exceto o ponto de mínimo risco, são arbitrárias, e são usadas como referência para os outros períodos de detenção. Escolhendo diferentes proporções como “benchmarks”, nenhuma mudança qualitativa se verificará nos resultados sequenciais.
O capital da alocação recomendada aumenta dramaticamente à medida que aumenta o período de detenção.
A análise indica que, com base nos históricos retornos das ações e obrigações, os investidores ultraconservadores devem tomar cerca de 3/4 da sua carteira em ações (71.3%) para um período de detenção de 30 anos. Esta alocação é justificada uma vez que as ações são mais seguras que as obrigações em termos de poder de compra nos longos períodos. Os investidores conservadores devem ter quase 90% (89.7%) da sua carteira em ações, enquanto que os investidores moderados e agressivos devem ter mais de 100% de ações na carteira, respetivamente, de 112.9% e 131.5%. Estas alocações superiores a 100% são conseguidas através do empréstimo de capital ou alavancagem de todas as ações.
Estes resultados são extremamente marcantes e apoiam a moderna teoria de alocação do portfolio, pondo assim em causa a velha teoria de alocação da carteira, que não dava relevo ao período de detenção quando os académicos acreditavam no referido percurso aleatório dos preços dos ativos ao longo do tempo. Conforme já foi referido anteriormente, sob um percurso aleatório, o risco relativo dos ativos não muda para os diferentes períodos de detenção e assim a alocação da carteira não dependeria do tempo de detenção dos ativos.
O período de detenção dos ativos na carteira torna-se uma quetão crucial na moderna teoria de alocação do portfolio, quando os dados revelam a referida reversão à média dos retornos das ações.

5. Obrigações indexadas à inflação.

Antes de 1997, nos EUA não havia nenhum ativo cujo retorno estivesse garantido contra as alterações dos níveis de inflação. Ambos os ativos de ações e de obrigações têm um risco adicional quando a incerteza da inflação não é levada em linha de conta.
Mas em Janeiro de 1997, o Tesouro dos EUA emitiu pela 1ª vez títulos garantidos de obrigações indexadas à inflação, pelo que o pagamento da taxa de juro dos cupões ou o reembolso do dinheiro investido na data de vencimento das obrigações, iria automaticamente aumentar na proporção exata do aumento da inflação, e assim este tipo de investimento estava protegido contra o aumento da inflação, pelo que o valor dos retornos associado era real e desse modo não se perdia, comparativamente, poder de compra, ou seja, 1 dólar numa determinada data tinha um igual poder aquisitivo de 1 dólar numa data posterior de pagamento dos cupões das obrigações.
A Figura 2-7 seguinte, reproduz a fronteira eficiente (efficient frontier) para períodos de detenção de 10 anos, e inclui os riscos e os retornos dos ativos com proteção contra a inflação.

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Observando-se a Figura acima, verifica-se que os investidores podem atingir qualquer risco e retorno ao longo da linha reta tangente à curva da fronteira eficiente dos retornos versus risco, sendo que a interceção dessa reta com o eixo das ordenadas (retornos), assinalada por um pequeno triângulo, representa o investimento livre de perigo (risco zero) e o ponto de tangência dessa reta com a curva da fronteira eficiente, assinalado com um pequeno quadrado a cheio, representa o ponto ótimo de risco da mistura de ativos da carteira, ou seja, o ponto do portfolio eficiente em termos de risco. Baseado nos dados históricos, o ótimo portfolio de ativos de risco é de 195% de ações num período longo e de 95% de obrigações num período curto, conforme indicado na Figura! (isto merece um ponto de exclamação). Isto quer dizer que devemos vender uma grande parte substancial das obrigações (95%) de curto prazo, usando esse capital para comprar ações de longo prazo (195% de ações = 100% de ações + capital de 95% das obrigações vendidas).

6. Artigo sobre a correlação dinâmica entre os retornos das ações e das obrigações no mercado dos EUA, no período de 1996 a 2008.

Neste artigo, os autores utilizam dois grandes fundos de índice relevantes da Vanguard relativos a obrigações e ações: Vanguard Total Bond Market Índex Fund (VBMFX) e o Vanguard Total Stock Market Índex Fund (VTSMX).

6.1 Relação entre os retornos de ações e de obrigações.

Teoricamente, tem-se argumentado que os retornos das ações e das obrigações são correlacionados positivamente, com o pressuposto de que os mercados de ações e de obrigações são expostos a condições macroeconómicas comuns. Quando as perspetivas económicas são boas, os investidores otimistas tendem a comprar ações, mesmo que as taxas de rendimento das obrigações sejam altas. A experiência na década de 1990 sugere que o efeito riqueza pode ser um fator dominante que incentiva os investidores a tomarem os 2 tipos de ativos. Vários estudos empíricos realizados então, fornecem algumas evidências de suporte de tal suposição: Keim Stambaugh (1986), Campbell e Ammer (1993) e Kwan (1996).
A literatura também indica uma correlação negativa entre os retornos das ações e das obrigações. Isto ocorre quando o mercado está num período de descida durante um crash bolsista. Na verdade quando as ações caiem, os investidores tendem a tornarem-se mais avessos ao risco e assim as obrigações se tornam mais atraentes para os mesmos. Deste modo, os investidores transferem capital das ações para as obrigações, que é um fenómeno designado por “ voo/fuga para a qualidade” (“flight to quality”).
Por outro lado, quando ocorre um rally bolsista, os investidores tornam-se menos avessos ao risco e assim são induzidos a voltar para os altos retornos, que é o fenómeno oposto designado por “voo/fuga da qualidade” (“flight from quality”).
Assim, a correlação entre os retornos das ações e das obrigações seria negativa devido a estes dois voos. Empiricamente, este fenómeno é suportado por estudos de vários autores: Gulko (2002), Connolly et al (2005), Baur e Lucey (2006).
Contudo, alguns investigadores, tais como Alexander e al (2000), tentaram conciliar a questão dos sinais de correlação mistos. Eles encontraram uma correlação positiva entre os retornos diários das ações e os altos rendimentos dos retornos das obrigações, ao nível da empresa individualmente. Eles também detetaram um co-movimento negativo à volta de eventos de transferência de riqueza.
Colocando os argumentos acima mencionados em conjunto, não há uma evidência clara se os retornos das ações são positiva ou negativamente correlacionados com os retornos das obrigações, ou mesmo se há alguma correlação.
Assim, esta questão da correlação dá sinais instáveis, e o artigo do autor é no sentido de examinar até que ponto essa correlação entre os retornos das ações e das obrigações é variável no tempo e como é que varia no tempo.

6.2 Dados e resultados do estudo.

Como já foi referido no inicio do ponto 6, os autores para fornecerem uma medida direta e consistente para os retornos das ações e das obrigações, utilizaram os dados fornecidos pela Vanguard relativos a dois fundos de índice: Vanguard Total Bond Market Índex Fund (VBMFX) e o Vanguard Total Stock Market Índex Fund (VTSMX).
O VBMFX foi criado em 12/11/1986 e é o mais antigo para acompanhar o registo do fundo Lehman Brothers Aggregate Bond Índex. Este fundo é só composto por títulos de grande qualidade creditícia ( investiment grade). As obrigações municipais e os títulos do tesouro protegidos da inflação estão excluídos.
As maturidades das obrigações, no referido fundo de índice, têm mais de 1 ano. A média ponderada das maturidades é de 7 anos ( maturidade intermédia).
O VTSMX (ações) acompanha o índice do mercado global de ações. Ele rastreia o indice Dow Jones Wilshire 5000 constituído em 22/04/2005 e o índice MSCI dos EUA que é um amplo índice do mercado constituído depois.
O VTSMX (ações) foi criado em 27/04/1992 e é uma mistura (blend) de ações de empresas value e growth de grande capitalização bolsista.
Os dados dos dois fundos VTSMX (ações) e VBMFX (obrigações) são obtidos através do site finance.yahoo.com.
A série do fundo VBMFX começa em 06/04/1990, o fundo VTSMX só se inicia em 20/06/1996 e a amostra de dados do presente artigo termina em 30/06/2008. Assim, para constituir um conjunto de dados coerentes em termos temporais, a série de dados é truncada para a data de criação do fundo mais tardio VTSMX, que foi criado em 20/06/1996, constituindo esta data o ponto de partida da série de dados do estudo. Ou seja, temos um período de 12 anos com dados registados de 2 fundos de índice do mercado.
A Figura 1 seguinte, mostra a comparação visual dessas duas séries de dados.

Imagem

Pode-se ver que o VBMFX (obrigações) é consistentemente menos volátil que o VTSMX (ações). Olhando para os respetivos movimentos, o VBMFX mostra um movimento de subida gradual enquanto que o VTSMX exibe altos e baixos de grande amplitude. Ambos os fundos apresentam uma caraterística de não-estacionário e apresentam uma tendência globalmente de subida para o período de amostragem.
O coeficiente de correlação entre as séries de dados dos valores das cotações de preços dos dois fundos de índice, para a amostra total do período amostrado, foi globalmente de 0.70. Mas se dividirmos aquele período total de 12 anos em sub-periodos coerentes de bullmarket e de bearmarket (baseados nos dados do índice VTSMX), verificamos que toda a amostra é constituída por 2 mercados em alta (20/06/1996 a 24/03/2000 e 09/10/2002 a 09/10/2007) e 2 mercados em baixa (25/03/2000 a 08/10/2002 e 09/10/2007 a 30/06/2008), sendo que os coeficientes de correlação dos 4 sub-períodos sequenciais (bull, bear, bull e bear) foram de 0.91, -0.93, 0.96 e -0.77 respetivamente, conforme se pode ver na Tabela 1 seguinte.

Imagem

No entanto, aplicando o teste de Dickey-Fuller aumentado (ADF - Augmented Dickey-Fuller test) à série de dados dos dois fundos, verifica-se que ambas as séries dos fundos não são estacionárias (resultados diferentes de zero). Isto implica que a correlação não é estatisticamente apropriada para descrever as séries de dois fundos, pois sugere a ausência de uma co-integração na relação entre estas duas séries dos fundos. Usando as ações e a abordagem de Watson (1988), verifica-se que existe mais do que uma tendência comum no sistema de variação, confirmando ainda a ausência de co-integração.
Contudo, se forem tomadas as diferenças dos valores logarítmicos (log-difference) dos retornos em vez da diferença dos valores aritméticos das cotações dos preços dos fundos de índice, verificamos que ambas as séries de retornos dos dois fundos de índice já são estacionárias, como mostra o referido teste ADF (resultados de 0.00 em ambas). Neste caso, o coeficiente de correlação de Pearson entre os retornos dos 2 fundos, para todo o período de amostragem, é globalmente de -0.13, o que é bastante diferente de 0.70 do 1º caso (diferenças dos valores aritméticos).
Para as sub-amostras dos sub-periodos de bullmarket (20/06/1996 a 24/03/2000 e 09/10/2002 a 09/10/2007) e de bearmarket (25/03/2000 a 08/10/2002 e 09/10/2007 a 30/06/2008), os coeficientes de correlação dos 4 sub-periodos sequenciais (bull, bear, bull e bear) foram de 0.09, -0.22, -0.17 e -0.48 respetivamente.
Comparando os coeficientes de correlação dos dois fundos, verificamos que, embora eles estejam correlacionados positivamente nos mercados em alta (0.91 e 0.96), os coeficientes de correlação dos retornos podem-se mover em direções opostas (0.09 e -0.17). Esta é uma evidência que, a medição da correlação usando dados das cotações dos preços dos fundos de índice e dados de retornos dos fundos, pode dar imagens diferentes da relação entre os mercados de ações e de obrigações.

6.3 Explicação dos resultados.

A pergunta que se pode agora colocar é: Quais são os factores que podem contribuir para a variação do coeficiente de correlação ao longo do tempo? David e Veronesi (2004) sugerem que as variáveis de estado que são capazes de representar as incertezas futuras da economia, tais como as taxas reais de juros, a taxa de inflação e o crescimento dos ganhos, devem ser empregues.
Podemos considerar que as variáveis de estado que afetam a correlação entre as ações e as obrigações são: a incerteza do mercado, mudança de fundos de financiamento/empréstimo (loanable funds) e as variáveis da politica monetária da Fed (Reserva Federal dos EUA).
Os loanable funds são fundos de um hipotético mercado que agrega poupadores e tomadores de empréstimos em conjunto, reunindo o capital disponível em bancos comerciais de financiamento e de crédito para as empresas e familias, de modo a financiar os seus gastos de investimento ou de consumo, capital esse que aumentaria nas situações de crescimento do PIB ou de entradas líquidas de capital estrangeiro para o mercado interno dos EUA. A procura e a oferta de capital é geralmente discutida em termos de procura e de oferta de loanable funds. No hipotético mercado destes fundos, quando a poupança iguala o investimento, dá-se o equilíbrio da lei de oferta e procura de capital. Se a poupança disponível é inferior à procura de capital necessário para os gastos do investimento e do consumo, isto vai gerar uma pressão no mercado que em situações livres de mercado, sem politicas monetárias expansionistas da Fed (quantitative easing), iria provocar a subida da taxa de juros para cativar mais aforradores e assim aumentar a necessária poupança. A poupança nacional será a soma da poupança das familias mais a entrada liquida de capital estrangeiro (capital que entra menos o que sai).

6.3.1 Variável incerteza do mercado.

A incerteza do mercado denota a incerteza das futuras perspetivas económicas, que se reflete na esperada volatilidade dos retornos das ações, na volatilidade das mudanças nos preços do petróleo e no spread do crédito.
É esperado que o medo sobre a performance económica é suscetível de causar nos investidores uma mudança de atitude para venderem ações e moverem-se para fundos de renda fixa (income), tais como obrigações e títulos do tesouro. Assim, a variável da incerteza do mercado origina um coeficiente de correlação negativo entre as ações e as obrigações. Por outro lado, o crescimento do PIB ou a entrada líquida de capital estrangeiro para o mercado interno dos EUA, vão incentivar os investidores a adicionar mais ativos de ações e obrigações às suas carteiras. Este efeito produz uma correlação positiva entre as ações e as obrigações.

6.3.2 Variáveis da política monetária da Fed.

Pode-se afirmar que aumentou a liquidez com a politica monetária expansionista da Fed dos QEs (Quantitative Easing), em que a taxa de juro é reduzida e é capaz de gerar uma relação negativa entre as ações e as obrigações. Pelo contrário, uma politica monetária contracionista, em que a taxa de juro é aumentada, é suscetível de provocar uma correlação positiva entre as ações e as obrigações.
No entanto, quando uma expansão da economia real está em curso, dá-se o aumento da renda real (real income), gerando assim uma procura destes ativos (obrigações, títulos do tesouro) e fazendo com que os coeficientes de correlação entre as ações e as obrigações se tornem positivos, relativamente à taxa de juros (Friedman, 1969; Ohanian e Stockman 1995).
Porque as correlações são suscetíveis de serem ditadas por diversas variáveis de estado e pela incerteza económica, os sinais sobre a correlação entre as ações e as obrigações são cada vez menos previsíveis.
Em termos teóricos, no caso de obrigações de taxa fixa (em contraste com as obrigações de taxa variável em que a taxa de juros varia ao longo do tempo em função da variação da taxa indexante, por exemplo a taxa Euribor), que apresentam uma taxa de cupão que não varia ao longo do tempo, em que, por exemplo, é estipulado o pagamento anual de 4.0% de juros; o seu rendimento é ajustado às taxas de juro do mercado através das oscilações da cotação de preços, do seguinte modo: Quando as taxas de juro de mercado baixam, a cotação dessas obrigações já existentes têm tendência a subir, visto que, como possuem uma taxa de juro fixa superior às novas emissões de obrigações, despertam um maior interesse por parte dos investidores. Dessa forma, o seu preço (cotação) tenderá a subir até que o rendimento proporcionado, a quem as compra em bolsa, seja semelhante ao das novas emissões de obrigações com o mesmo prazo de vencimento/maturidade. Quanto mais o preço subir, menos rendem para os compradores.
Quando as taxas de juro de mercado sobem, acontece o contrário. As novas obrigações são emitidas com uma taxa de juro superior e as obrigações existentes anteriormente veem o seu valor (cotação) diminuir, pois tornam-se menos interessantes.
Nas obrigações de taxa fixa, o rendimento só é garantido, à taxa de juro de cupão definida, caso o investidor detenha as obrigações até ao seu vencimento/maturidade, visto que, se a taxa de cupão é fixa e garantida, o valor da venda das obrigações antes da maturidade depende das condições do mercado. Assim, a venda poderá ser efetuada a um valor diferente do inicialmente previsto para o reembolso na data de vencimento/maturidade. O rendimento total do investidor (cupões e mais ou menos-valias com as vendas) irá depender das taxas de juro no momento da venda das obrigações.

6.3.3 Variável da mudança dos fundos de financiamento/empréstimo (loanable funds).

Quando o PIB real cresce ou as contas de capital mostram uma entrada líquida de capital estrangeiro, um adicional fundo de financiamento/empréstimo fica disponível para os investidores e os consumidores, que, por sua vez, levará a um aumento da procura por ativos, designadamente, de ações e de obrigações. A evidência do estudo dos autores é consistente com esta linha de pensamento, uma vez que o coeficiente de correlação entre o crescimento da renda (income) e as entradas líquidas de capital estrangeiro é positivo. No entanto, com a desvalorização real do crescimento do PIB ou se houver uma saída de capital para o estrangeiro, o efeito inverso é menos previsível.

6.3.4 Politica monetária e expetativas de inflação.

A partir dos preços das ações e das obrigações, é fácil achar que a taxa de juros e a taxa de inflação desempenham um papel crucial na determinação da correlação entre as ações e as obrigações. A evidência sugere que a relação ações-obrigações é positivamente correlacionada com o nível da taxa de juros. À primeira vista, isto parece surpreendente, uma vez que a taxa de juros geralmente tem um efeito positivo sobre o rendimento das obrigações (bond yield) devido à sua relação de estrutura, enquanto que o retorno das ações são muitas vezes consideradas como negativamente relacionadas com a taxa de fundos federal (taxa de juros de referência para o mercado financeiro). Contudo, num ambiente de crescimento moderado, tanto as ações como o rendimento das obrigações são vistos a avançar em ritmo moderado, devido ao efeito renda (income effect), (Friedman 1969), enquanto que a taxa de fundos federal tende a ser maior quando a procura por fundos de financiamento/empréstimos (loanable funds) de renda (income) se expande e coloca pressão sobre o mercado. Como resultado, observa-se uma relação positiva nas correlações de ações-obrigações com a taxa de fundos federal. No entanto, a inflação é considerada uma ameaça aos lucros, causando quedas no retorno das ações. Por outro lado, a inflação terá um efeito positivo sobre os rendimentos das obrigações (bond yields), devido ao efeito de Fisher, o qual diz que a taxa nominal de juros é a soma da taxa real de juros com a inflação esperada.

6.3.5 “Voo/fuga para a qualidade” (“flight to quality”).

A evidência sugere que as variáveis de incerteza do mercado, como a volatilidade do mercado de ações, a volatilidade do preço do petróleo e o spread do crédito, todas mostram um sinal negativo e são estatisticamente significativas, confirmando a presuntiva suspeita de que os coeficientes de correlação dos dois mercados (ações e obrigações) são negativamente relacionados com a incerteza sobre as perspetivas futuras da economia, que se reflete num aumento da volatilidade do preço do petróleo, ou do spread do crédito, que irá fazer com que a correlação entre as ações e as obrigações seja negativa. Este resultado é consistente com o estudo de Connolly e tal (2005), que relata uma relação negativa entre as medidas de incerteza do mercado de ações e a correlação futura dos retornos das ações e das obrigações.
Este fenómeno pode ser interpretado como um “voo/fuga para a qualidade” (“flight to quality”), um risco mais elevado faz com que os investidores aumentem a percentagem de ativos de renda fixa (obrigações, títulos do tesouro) mais seguros para as suas carteiras. Isto torna-se mais evidente quando nós verificamos as duas séries de dados de ações e obrigações mostrado na Figura 6 seguinte.

Imagem

Os baixos valores dos coeficientes de correlação são frequentemente associados com as variâncias condicionais mais elevadas no mercado de ações. Este facto mostra que, quando o mercado acionário está em períodos de alta volatilidade, é mais provável que os investidores procedam à realocação da sua carteira com ativos de menor risco, tais como as obrigações.
A correlação entre os mercados de ações e de obrigações também está negativamente correlacionada com o spread do crédito, uma vez que o spread é calculado pela diferença entre o rendimento (yield) das obrigações corporativas (corporate bonds) com notação AAA da Moody`s e o rendimento (yield) das obrigações do tesouro (Treasury bond) a 10 anos.
Um aumento do spread reflete uma deterioração da saúde financeira das empresas ou um aumento da compensação para o risco de liquidez (Houweling, Mentink e Vorst, 2005). Assim, à medida que o spread aumenta, e os participantes do mercado percebem que as perspetivas económicas são menos promissoras, os investidores ficam mais avessos ao risco e tendem a realocar a carteira com mais obrigações para ficar mais equilibrada em termos de risco, gerando o fenómeno do “ voo/fuga para a qualidade” (“flight to quality”). Este ajustamento da carteira causa uma correlação negativa entre as obrigações e as ações.
A Figura 7 seguinte, ilustra o coeficiente de correlação ações-obrigações, o spread do crédito e a taxa de fundos federal.
Imagem

Abr,

file 112

P.S. O elevado nº de edições/alterações deste post têm a haver com introduções de novos pontos ou sub-pontos e sucessivos upgrades do texto global, assim como a introdução de novos parágrafos nos pontos/sub-pontos existentes, bem como a elaboração de novas redações mais objetivas e de mais fácil compreensão em alguns parágrafos, para além da normal correção de erros ou gralhas. Para além disso, no sítio onde costumo fazer as revisões/edições do texto, por vezes, o sinal da internet cai, e, para evitar começar tudo de novo, costumo clicar em "enviar" logo com apenas uma ou duas alterações, à medida que vou encontrando erros na leitura sucessiva do texto, e não esperar pelas alterações todas que podem surgir com a revisão total do texto.
Editado pela última vez por Visitante em 4/12/2013 16:35, num total de 21 vezes.
 
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Re: Finanças & Fundos de Investimento (baixo risco)

por VirtuaGod » 20/11/2013 22:35

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Re: Finanças & Fundos de Investimento (baixo risco)

por VirtuaGod » 20/11/2013 18:28

nelsonpt Escreveu:VG tive a ver o primeiro post,

já referiste algures qual a melhor maneira de podermos acompanhar a evoluçao das nossas carteiras?


Já referi algumas mas ainda não há um "oficial" pois há sempre algo que falha. De momento uso o FT.com e estou com boas expectativas do Tustnet (não é o Trustnet Offshore).

Em breve terei novidades com certeza. Tenho ficado bastante contente com o Trustnet pois dá gráficos, alocações geográficas, gráficos dos fundos todos ao mesmo tempo (muito porreiro para ver diversificação), pesos de cada fundo na carteira, contribuições de cada fundo para a rentabilidade total etc

Mas tenho de ver se não vai falhar um fundo importante. No FT.com não encontro nenhuma falha em termos de fundos mas basicamente tens o gráfico e pouca mais info...
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Re: Finanças & Fundos de Investimento (baixo risco)

por nelsonpt » 20/11/2013 17:51

VG tive a ver o primeiro post,

já referiste algures qual a melhor maneira de podermos acompanhar a evoluçao das nossas carteiras?
 
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Re: Finanças & Fundos de Investimento (baixo risco)

por Midas » 20/11/2013 16:03

Portugal volta a ser processado por má transposição das regras sobre fundos de investimento (20 Novembro 2013, 13:32)
http://www.negocios.pt/economia/detalhe/portugal_volta_a_ser_processado_por_ma_transposicao_das_regras_sobre_fundos_de_investimento.html
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Re: Finanças & Fundos de Investimento (baixo risco)

por Midas » 20/11/2013 16:00

nelsonpt Escreveu:http://www.morningstar.pt/pt/funds/snapshot/snapshot.aspx?id=F0GBR04EAN

Alguem sabe o que se passa para este fundo me estar a render 20%
:shock: :shock: :shock:



Ai não gostas?! :mrgreen:
É um fundo que tem cerca de metade da sua carteira exposta aos EUA. E está a beneficiar da melhoria económica dos EUA, simbolizada pelo aumento do consumo de bens básicos e cíclicos. E o Natal deverá dar mais um empurrãozinho para cima. :wink:
Quem não se lembra do final do ano passado no Eurizon CS e o salto que ele deu no inicio deste. E do período de lateralização do Fidelity Global Cons. Industries, este ano?
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Re: Finanças & Fundos de Investimento (baixo risco)

por VirtuaGod » 20/11/2013 15:54

nelsonpt Escreveu:http://www.morningstar.pt/pt/funds/snapshot/snapshot.aspx?id=F0GBR04EAN

Alguem sabe o que se passa para este fundo me estar a render 20%
:shock: :shock: :shock:


É normal, as acções estão a bombar este ano. O S&P500 está a render mais de 20% YTD.

O que eu gosto no consumer staples é que são defensivas mas não deixam de subir. Sobem um pouco menos mas tb se mexem :wink:

Nos testes que tenho vindo a fazer poucos são os activos accionistas que acrescentam alguma coisa às consumer staples. Quase só as small/mid caps acrescentam algo que eu considero relevante. Tirando isso só me vejo optar por outro tipo de fundos acionistas por duas razões.

:arrow: Razões tácticas (Europa ou Japão neste momento ou para os mais conhecedores África e/ou Frontier Markets, embora eu seja fã incondicional do Sudoeste Asiático)
:arrow: Razões de diversificação e aí ter uma parcela num fundo global prova ter um custo de oportunidade (têm vindo a ter menor performance que os Consumer Staples) mas aumenta bastante a diversificação e pode ser que a underperformance estes últimos anos se transforme em overperformance se a Europa recuperar e os EUA abrandarem.

O Eurizon tem tido uma performance ligeiramente inferior que por ser unhedged tem sofrido com a valorização do euro mas continua a providenciar boa diversificação, mesmo do Fidelity CI, principalmente em anos como 2011.
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Re: Finanças & Fundos de Investimento (baixo risco)

por nelsonpt » 20/11/2013 14:09

http://www.morningstar.pt/pt/funds/snap ... F0GBR04EAN

Alguem sabe o que se passa para este fundo me estar a render 20%
:shock: :shock: :shock:
 
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Re: Finanças & Fundos de Investimento (baixo risco)

por Midas » 19/11/2013 14:13

clinger Escreveu:Que acham disto? Existem alternativas mais interessantes dentro do mesmo tipo?

Jupiter JGF Dynamic Bond Fund L Class Euro- Isin LU0459992896
https://www.bancobest.pt/ptg/start.swe? ... =1-1OR8NB5

Fundo de obrigações todo-o-terreno

Um fundo dinâmico, equilibrado, especializado e sem restrições de gestão, que é ideal para diversas condições nos mercados financeiros.

Sobre o fundo:

Objectivo
O objectivo do Fundo é obter um retorno de capital e, em simultâneo, distribuir dividendos, através de uma carteira de investimento de obrigações.

Porquê obrigações
Comentário do gestor: “o cenário de subida das taxas de juro não é ideal para o investimento em obrigações, contudo, eu acredito firmemente que o facto do fundo poder aceder a diversos mercados e investir em todo o espectro de obrigações em termos de qualidade de crédito, permite uma maior flexibilidade na gestão de risco e na tentativa de obter retornos positivos, em qualquer ciclo económico.

Estratégia
A carteira pode estar investida em todo o universo obrigacionista, sem restrições de sectores, regiões ou tipo de obrigações. Esta flexibilidade é um dos catalisadores do desempenho do fundo.

Principais vantagens do fundo

Sem restrições
O Fundo é livre para investir ao longo da curva de taxa de juro, qualquer patamar da qualidade de crédito, e alocação entre tipo de obrigações e é ainda livre para implementar qualquer ideia de investimento.

Actual alocação
O Fundo foca-se actualmente em empresas europeias de qualidade de crédito mais reduzida e está negativo em obrigações governamentais dos EUA e Francesas por questão de cobertura da carteira.

Diferenciação
A Equipa de Gestão consegue encontrar oportunidades de investimento em áreas do Mercado obrigacionista, que gestoras tradicionais podem não conseguir analisar ou não poder, por uma questão de restrições, deter em carteira.

Todo-o-terreno
Uma estratégia equilibrada e sem restrições é a ideal para clientes com uma perspectiva de longo prazo para os seus investimentos.



Por acaso, também tenho vindo acompanhar esse fundo, já há uns meses, parece ser prometedor, mas devido ao pouco histórico dele, ainda é prematuro tirar conclusões. Poderá ser uma alternativa ou complemento ao PIMCO Diversified Income, na mesma categoria. Falei nele em (citação editada):

Rick Lusitano em 5/11/2013 Escreveu:Fundos de Investimento (FI) - Em Observação

Neste post, vou colocar as novidades de fundos sobre vigilância, que devido as suas boas performances e relativos curtos tempos de existência, ainda não permitem tirar conclusões para investimentos de longo prazo.


EM OBSERVAÇÃO :: "WATCHLIST"
Obrigações Globais Flexível
EUR
Imagem EUR -Jupiter JGF Dynamic Bond Fund L Class Euro Morningstar [1]



Obrigações Globais Flexível - USD Hedged
USD
Imagem EUR - Jupiter JGF Dynamic Bond Fund L Class USD Hedge Morningstar [1]




Nota: As bandeiras simbolizam o país, aonde estão domiciliados, os fundos de investimento, estão estes, sujeitos ás condições legais existentes nesse país. A seguir ás bandeiras, coloquei a moeda do fundo original.

Legenda:
Imagem Luxemburgo

EUR - Euro
USD - US Dollar

[1] Este fundo em duas sub-classes, EUR e USD, adopta políticas de investimento em obrigações, flexíveis e globalmente. Apesar de o fundo (inclui todas as sub-classes) só ter 1,5 anos de existência, já tem um AUM de EUR 748.89 milhões (04-11-2013), o que demonstra, a aposta feita neste fundo pelos investidores. Este ano, em que as obrigações tiveram grandes quedas, ele está com 6.34% de retorno, classificando-o na 6ª posição na sua categoria Morningstar Portugal em 2013, no último ano, já leva uns simpáticos 9.28% de retorno, até a data de 04-11-2013. Com um desvio padrão em 31-10-2013, a 1 ano de apenas 3,82%, num ano em que o PIMCO Diversified Income teve 6,58%, também um fundo de Obrigações Globais Flexíveis. Distribui dividendos trimestralmente, ultimamente acima de 4,5% anuais.

Factsheet: http://www.jupiteronline.com/~/media/6696A54FC1B54A018EDAE480F0305087.pdf



AUM = Assets under management (AUM), termo financeiro, que indica o valor de mercado ou o tamanho de um fundo (fundo de investimento, ETF, "hedge fund", etc). É afectado pelas oscilações das valorizações dos activos em carteira, resgates, subscrições, comissões e outras despesas.

Fonte: Fundos de Investimento (FI) - Em Observação (2013-11-05)
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Re: Finanças & Fundos de Investimento (baixo risco)

por VirtuaGod » 18/11/2013 22:56

Já tinha andado a ver e a discutir esse fundo com o D@vid há cerca de um mês. De facto esse fundo tem performances invejáveis e mesmo que baixe a performance ligeiramente continua a ser absurdamente bom. Tb gostei bastante da carteira. Não era uma fundo que alocasse muito da carteira mas uns 10 ou 15% não vejo pk não!!

P.S. Não gosto é que distribua, por ser fiscalmente penalizador, mas acredito que haja quem goste!!
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Re: Finanças & Fundos de Investimento (baixo risco)

por clinger » 18/11/2013 17:51

Que acham disto? Existem alternativas mais interessantes dentro do mesmo tipo?

Jupiter JGF Dynamic Bond Fund L Class Euro- Isin LU0459992896
https://www.bancobest.pt/ptg/start.swe? ... =1-1OR8NB5

Fundo de obrigações todo-o-terreno

Um fundo dinâmico, equilibrado, especializado e sem restrições de gestão, que é ideal para diversas condições nos mercados financeiros.

Sobre o fundo:

Objectivo
O objectivo do Fundo é obter um retorno de capital e, em simultâneo, distribuir dividendos, através de uma carteira de investimento de obrigações.

Porquê obrigações
Comentário do gestor: “o cenário de subida das taxas de juro não é ideal para o investimento em obrigações, contudo, eu acredito firmemente que o facto do fundo poder aceder a diversos mercados e investir em todo o espectro de obrigações em termos de qualidade de crédito, permite uma maior flexibilidade na gestão de risco e na tentativa de obter retornos positivos, em qualquer ciclo económico.

Estratégia
A carteira pode estar investida em todo o universo obrigacionista, sem restrições de sectores, regiões ou tipo de obrigações. Esta flexibilidade é um dos catalisadores do desempenho do fundo.

Principais vantagens do fundo

Sem restrições
O Fundo é livre para investir ao longo da curva de taxa de juro, qualquer patamar da qualidade de crédito, e alocação entre tipo de obrigações e é ainda livre para implementar qualquer ideia de investimento.

Actual alocação
O Fundo foca-se actualmente em empresas europeias de qualidade de crédito mais reduzida e está negativo em obrigações governamentais dos EUA e Francesas por questão de cobertura da carteira.

Diferenciação
A Equipa de Gestão consegue encontrar oportunidades de investimento em áreas do Mercado obrigacionista, que gestoras tradicionais podem não conseguir analisar ou não poder, por uma questão de restrições, deter em carteira.

Todo-o-terreno
Uma estratégia equilibrada e sem restrições é a ideal para clientes com uma perspectiva de longo prazo para os seus investimentos.
 
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Re: Finanças & Fundos de Investimento (baixo risco)

por dr_sedento » 18/11/2013 10:24

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Re: Finanças & Fundos de Investimento (baixo risco)

por VirtuaGod » 17/11/2013 17:52

Alguém me sabe dizer se no trustnet offshore dá para ver um "portfolio breakdown" de uma carteira como dá para ver de um fundo? (Ex:http://www.trustnetoffshore.com/Factsheets/Factsheet.aspx?univ=DC&fundCode=X2F46&pagetype=portfoliobreakdown)

Estou a testar e a fazer uma carteira lá pk queria esta info mas não sei como a obter!! :wall:

P.S. Encontrei alguma info mas é muito rudimentar (considera o Pimco D.I. simplemente como "fixed income emergente"). Era porreiro se tivesse uma mais pormenorizada. Se alguém sabe de info desse género porreira que me diga sff
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Re: Finanças & Fundos de Investimento (baixo risco)

por nelsonpt » 17/11/2013 12:30

Legendz Escreveu:Os gráficos são inegavelmente bons para analisar, quem quer e consegue, mas isto começa a parecer mais um tópico avançado de AT's que um tópico para iniciantes nos fundos de baixo risco... Julgo que seria vantajoso ver mais opiniões em linguagem corrente sobre o que vai-se passando no dia a dia, principalmente quando temos dias como estes últimos. :wall:

Quem pega nisto assim nas últimas 15/20 páginas, parece que perdeu-se um pouco o contacto com o objectivo inicial do tópico e dos fundos recomendados na 1ª página. É a minha opinião apenas, baseadas em consultas esporádicas e com algum conhecimento técnico de causa pelo meio. Como qualquer opinião é questionável e subjectiva :roll: mas imagino quem tenta acompanhar e tem um conhecimento muito básico em termos técnicos...

Concordo!
 
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Re: Finanças & Fundos de Investimento (baixo risco)

por Midas » 17/11/2013 3:13

Varendia Escreveu:
Rick Lusitano Escreveu:
Inicialmente aloquei 10% para fundos de obrigações emergentes. Era para ser 5% cada no F&C e no BNY, mas após ver os tombos deles no 1º trimestre, e de ver que os moedas locais, se estavam a aguentar, resolvi diluir os pesos.
Fazendo pares para não ficar tão exposto aos riscos das moedas locais, entre o Pictet EMLC sem Hedge e com Hedge, Pictet LALC e ALC sem hedge com o Pictet GEM com Hedge (o LALC e o ALC, não tem versão com hedge disponível no IF). Mas depois veio o Ben em 22/Maio/2013, provocou a saída das obrigações, acções e divisas dos países emergentes, os países do ASEAN, levaram muita porrada e continuam a levar porrada. :wall:
Ainda ponderei fundos de obrigações corporativas de emergentes, pois ainda eram algo resistentes, mas os históricos deles eram muito curtos. Encontrei também um fundo da AXA de obrigações de curta duração, para tentar proteger das subidas de taxas de juro, que os bancos centrais dos países emergentes, tiveram de fazer para evitar grandes desvalorizações das suas moedas locais. Mas é prematuro, neste momento, investir neste fundo, devido ao pouco histórico.


Afinal nao sou so eu a coleccionar activos ....
Na verdade tinha previsto que o meu portfolio global partisse de zero em 2012 e durante 2013 chegasse a 5% de obrigacoes de emergentes, entrei no inicio do ano mas quando comecei a ver as noticias e o drawdown a crescer decidi nao reforcar em Julho como tinha previsto. Estou nos 3.0% em bonds de emergentes (mais alguma exposicao via fundos de obrigacoes globais).

Rick Lusitano Escreveu:Acabei por verificar, que o risk/reward nas obrigações moeda local, para mim, não compensa. O futuro é difícil de saber, mas o passado é mais fácil de se conhecer. O que levou os emergentes a ter bons desempenhos. Os países produtores de matérias-primas, por exemplo, Brasil, Rússia, Indonésia, África do Sul beneficiaram do crescimento da economia da China nas últimas décadas. Os países do ASEAN, começaram a recuperar da crise financeira asiática de 1997, em 1999, provocando bons desempenhos. As baixas taxas de juro nos países desenvolvidos, levaram também os investidores a aceitar o maior risco dos emergentes, investindo fortemente nestes países, provocando a valorização das moedas, nos mercados accionistas e obrigaccionistas dos emergentes. Agora que a economia Chinesa está a abrandar, os países produtores de matérias-primas, acabam por ser afectados. Juntando a isso, os índices bolsistas em "bull market" e a perspectiva da subida das taxas de juro, nos EUA, os investidores, saíram dos emergentes a procura de um maior retorno e segurança nos EUA. Com a Europa e Japão a saírem de recessões, mais dinheiro saiu dos emergentes. Ou seja, prevejo que as eventuais subidas das taxas de juro e a continuação dos "bull markets" nos países desenvolvidos, vai provocar maiores saídas de capitais nos emergentes e provocar grandes desvalorizações das suas moedas, aumentando os seus deficits, a inflação e a divida destes países. O Fed, BOE, BCE, BoJ ainda não começaram a subir as taxas de juro, mas irão mais cedo ou mais tarde, ter de as subir.

Neste momento, como tenho exposição ás obrigações emergentes noutros fundos, o PIMCO DI e Templeton GTR, fiquei apenas com 2,5% investidos directamente nesta categoria, através do fundo da F&C.


Sim as taxas de juro vao ter de subir, mas as moedas dos emergentes vem a subir nos ultimos 10 anos, desde a crise que referes, nao so devido ao crescimento da china mas ao crescimento dos emergentes, e os bancos centrais europeus. japao, FED nao vao de taxas quase zero para 4 ou 5%, se fossem era bom sinal porque ai ja a economia estava a crescer e os mercados de accoes tinham dado rendimentos ainda mais loucos.
Por outro lado acredito que os paises desenvolvidos vao querer que as moedas e economias dos emergentes continuem a crescer a um ritmo "certinho" para lhes continuarem a vender bens de valor acrescentado e para que as exportacoes dos emergentes nao fiquem novamente a precos de saldo total. Hoje em dia o crescimento
Os emergentes (em particular os asiaticos e america latina) tem conseguido aguentar as suas inflacoes a niveis razoaveis, na asia a producao industrial e na america latina os recursos naturais nao vao descer a pique (o petroleo nao vai voltar a 30 USD, nem e expectavel que o mundo entre em recessao, ja vimos o que os bancos centrais foram capazes de fazer para evitar esse risco). Por outro lado a China esta a desacelerar, mas a India e Indonesia, outros dois monstros populacionais e de crescimento estao e devem continuar a compensar. Hoje esses paises crescem com investimento de empresas internacionais e nao so por investimento/divida publico.
Por outro lado, comecam a haver paises africanos muito interessantes e onde pode comecar a haver uma nova classe de emergentes viaveis para o investimento.
O que se viu foi o mundo desenvolvido a gritar para as pessoas deixarem de gastar e pouparem para recapitalizar os bancos, o que deu um novo folego aos bancos (que se nao se tiver cuidado vao outra vez fazer as loucuras todas ate ao proximo 2008). A domiciliacao de activos na asia continua a crescer. Desde que os asiaticos controlem a divida publica e os da america do sul continuem a produzir recursos naturais nao fico convencido que as obrigacoes de emergentes ou os emergentes cheguem outra vez ao ponto da insolvencia. Acredito e que possam haver movimentos mais violentos mas nao a inversao da tendencia de valorizacao das moedas e de que, no longo prazo, estes activos sejam "demasiado arriscados". o GDP per capita da tailandia ainda e menos de 50% de Portugal, imagina quando os tailandeses comprarem bmw's como os portugueses, ai e que a Alemanha tinha uma vida descansada! Estamos a falar de paises que duplicaram o seu GDP per capita em 10 anos e que o mundo precisa que voltem a duplicar porque ja nao vao ser o desenvolvidos a fazer o mundo crescer como foram nos anos 90.

Rick Lusitano Escreveu:Também apostastes em algum destes fundos de Mercado Monetário (Categoria Morningstar™)?
LU0368004536 - Pictet-Global Emerging Currencies-HR EUR
LU0366533296 - Pictet-Global Emerging Currencies-R EUR
LU0366539657 - Pictet-Global Emerging Currencies-R USD


Nao me convenci a investir em fundos de mercado monetario (de emergentes ou quaisquer outros) quando tenho feito o mesmo liquido em depositos a prazo. Comecei a pensar nisso para investimentos de curto prazo com aquilo que vou tendo disponivel, mas ainda nao me convenci e nao perdi muito tempo a analizar vantages desse tipo de fundos por isso agradeco se puderem opinar mais sobre isto.


Gostei da tua opinião, vê-se que não apostas nos emergentes, só por apostar, que tens alguns conhecimentos mais profundos. Neste momento apostei num fundo monetário para reduzir a elevada volatilidade da minha carteira USD, que tirando 1 fundo de biotechs, estava completamente alocada a vários países dos ASEAN. Tinha 21% YTD em 19/Maio/2013 na carteira. Depois foi :wall: . Estou a espera de recuperar das menos-valias desses fundos, para reduzir ainda mais. O fundo que apostei é o "Allianz Renminbi Currency A USD". Mas podes ver outro fundo da Allianz, o "Allianz Renminbi Fixed Income A USD", que tem activos de Mercado Monetário RMB e obrigações de curto prazo denominadas em RMB, podes ler mais pormenores destes fundos que também existem em EUR, apesar de aparentemente, a versão em USD, aparentar ser melhor, porque o Hedge cambial da versão em EUR, não é a 100%, numa citação minha sobre eles, mais abaixo neste post. Neste momento, são os únicos fundos de Mercado Monetário de Emergentes e Obrigações de Emergentes, que apostaria com convicção. Também os outros fundos destas duas categorias ou similares, tem tido desempenhos decepcionantes. O Renminbi é uma moeda em ascensão, a China (inclusive Reino Unido e outros países) estão a tentar dar mais protagonismo a esta divisa. Portanto em qualquer um destes fundos, está-se a apostar indirectamente no Renminbi e na economia Chinesa.


Rick Lusitano em 5/11/2013 Escreveu:Fundos de Investimento (FI) - Em Observação

Neste post, vou colocar as novidades de fundos sobre vigilância, que devido as suas boas performances e relativos curtos tempos de existência, ainda não permitem tirar conclusões para investimentos de longo prazo.


EM OBSERVAÇÃO :: "WATCHLIST"
(...)



Obrigações RMB - EUR Hedged
EUR
Imagem USD - Allianz Renminbi Fixed Income A (H2-EUR) EUR Morningstar [3]



Obrigações RMB
USD
Imagem USD - Allianz Renminbi Fixed Income A USD Morningstar [3]



Mercado Monetário RMB - EUR Hedged
EUR
Imagem USD - Allianz Renminbi Currency A (H2-EUR) EUR Morningstar [3]



Mercado Monetário RMB
USD
Imagem USD - Allianz Renminbi Currency A USD Morningstar [3]




Nota: As bandeiras simbolizam o país, aonde estão domiciliados, os fundos de investimento, estão estes, sujeitos ás condições legais existentes nesse país. A seguir ás bandeiras, coloquei a moeda do fundo original.

Legenda:
Imagem Luxemburgo

EUR - Euro
USD - US Dollar

(...)


[3] Estes dois fundos, cada um com duas sub-classes, em EUR e em USD, apostam em activos denominados em offshore RMB ou Renminbi Chinês, também conhecido como o yuan Chinês. Os dois fundos são denominados originalmente em USD.

O Allianz Renminbi Fixed Income investe em depósitos bancários, obrigações denominados em offshore RMB (offshore Renminbi Chinês), principalmente em Hong Kong e noutros países. A carteira de obrigações, actualmente tem uma maturidade efectiva de 1,78 anos, o que reduz o risco de perdas devido ao aumento das taxas de juro.Tem desvio padrão em 31-10-2013 a 1 ano, inferior a 2%. Distribui dividendos anualmente, ultimamente acima de 0,5% anuais.

EUR KIID: http://doc.morningstar.com/document/4b6571bcec77241e3f209fee15e011d9.msdoc?clientid=bancobest&key=eda98116efb9ace3
USD KIID: http://doc.morningstar.com/document/958ecf5d9f6e3f76af83686137458b39.msdoc?clientid=bancobest&key=eda98116efb9ace3

O objectivo do Allianz Renminbi Currency é o investimento no Mercado Monetário RMB investe em depósitos bancários denominados em offshore RMB (offshore Renminbi Chinês), principalmente em Hong Kong e noutros países, incluindo nos EUA e Austrália, em que a duração total da carteira não pode exceder os 3 meses. Tem desvio padrão em 31-10-2013 a 1 ano, inferior a 1%. A classe em USD (fundo original) tem tido melhor desempenho que a classe com cobertura cambial ("hedge") para EUR, o que leva a crer que o "hedge" não cobre a 100%. Neste momento prefiro este fundo ao Allianz Renminbi Fixed Income, por ser mais estável e com retornos parecidos. Distribui dividendos anualmente, ultimamente perto de 1% anuais.

EUR KIID: http://doc.morningstar.com/document/132c2edffe7f13f3a539d54b01a1b0a6.msdoc?clientid=bancobest&key=eda98116efb9ace3
USD KIID: http://doc.morningstar.com/document/cf445cbdd05747e529a4f9fc25b97b6c.msdoc?clientid=bancobest&key=eda98116efb9ace3

Estes fundos podem ser considerados como os "primos" Chineses dos E.S. Monetário e E.S. Liquidez, podem ser usados como diversificação numa carteira de várias classes de activos ou numa carteira exclusiva de Mercado Monetário, em complemento ou substituição destes fundos de Mercado Monetário EUR domiciliados em Portugal. O Allianz Renminbi Fixed Income como inclui obrigações de um pais emergente, pode substituir um fundo de Emergentes Globais Curto Prazo.

(...)

Fonte: Fundos de Investimento (FI) - Em Observação (2013-11-05)


(Não vou me alongar mais, neste assunto, devido a ser um desvio do assunto deste tópico, também por isso, abordei estes fundos, juntamente com fundos Acções Mercados Fronteira no tópico do "Projecto X - Fundos à la carte", talvez queiras passar por lá e dar também a tua opinião neste segmento.)

Fundos de Investimento (FI) - Acções Mercados Fronteira (2013-11-15)
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Re: Finanças & Fundos de Investimento (baixo risco)

por VirtuaGod » 16/11/2013 20:00

Vice Chair Janet L. Yellen
Confirmation hearing
Before the Committee on Banking, Housing, and Urban Affairs, U.S. Senate, Washington, D.C.
November 14, 2013

:arrow: http://www.banking.senate.gov/public/index.cfm?FuseAction=Hearings.LiveStream&Hearing_id=070786e3-a7d5-4225-804d-57f37acf12b6

Vídeo começa no minuto 18!!
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Re: Finanças & Fundos de Investimento (baixo risco)

por Varendia » 16/11/2013 7:26

Rick Lusitano Escreveu:
Inicialmente aloquei 10% para fundos de obrigações emergentes. Era para ser 5% cada no F&C e no BNY, mas após ver os tombos deles no 1º trimestre, e de ver que os moedas locais, se estavam a aguentar, resolvi diluir os pesos.
Fazendo pares para não ficar tão exposto aos riscos das moedas locais, entre o Pictet EMLC sem Hedge e com Hedge, Pictet LALC e ALC sem hedge com o Pictet GEM com Hedge (o LALC e o ALC, não tem versão com hedge disponível no IF). Mas depois veio o Ben em 22/Maio/2013, provocou a saída das obrigações, acções e divisas dos países emergentes, os países do ASEAN, levaram muita porrada e continuam a levar porrada. :wall:
Ainda ponderei fundos de obrigações corporativas de emergentes, pois ainda eram algo resistentes, mas os históricos deles eram muito curtos. Encontrei também um fundo da AXA de obrigações de curta duração, para tentar proteger das subidas de taxas de juro, que os bancos centrais dos países emergentes, tiveram de fazer para evitar grandes desvalorizações das suas moedas locais. Mas é prematuro, neste momento, investir neste fundo, devido ao pouco histórico.


Afinal nao sou so eu a coleccionar activos ....
Na verdade tinha previsto que o meu portfolio global partisse de zero em 2012 e durante 2013 chegasse a 5% de obrigacoes de emergentes, entrei no inicio do ano mas quando comecei a ver as noticias e o drawdown a crescer decidi nao reforcar em Julho como tinha previsto. Estou nos 3.0% em bonds de emergentes (mais alguma exposicao via fundos de obrigacoes globais).

Rick Lusitano Escreveu:Acabei por verificar, que o risk/reward nas obrigações moeda local, para mim, não compensa. O futuro é difícil de saber, mas o passado é mais fácil de se conhecer. O que levou os emergentes a ter bons desempenhos. Os países produtores de matérias-primas, por exemplo, Brasil, Rússia, Indonésia, África do Sul beneficiaram do crescimento da economia da China nas últimas décadas. Os países do ASEAN, começaram a recuperar da crise financeira asiática de 1997, em 1999, provocando bons desempenhos. As baixas taxas de juro nos países desenvolvidos, levaram também os investidores a aceitar o maior risco dos emergentes, investindo fortemente nestes países, provocando a valorização das moedas, nos mercados accionistas e obrigaccionistas dos emergentes. Agora que a economia Chinesa está a abrandar, os países produtores de matérias-primas, acabam por ser afectados. Juntando a isso, os índices bolsistas em "bull market" e a perspectiva da subida das taxas de juro, nos EUA, os investidores, saíram dos emergentes a procura de um maior retorno e segurança nos EUA. Com a Europa e Japão a saírem de recessões, mais dinheiro saiu dos emergentes. Ou seja, prevejo que as eventuais subidas das taxas de juro e a continuação dos "bull markets" nos países desenvolvidos, vai provocar maiores saídas de capitais nos emergentes e provocar grandes desvalorizações das suas moedas, aumentando os seus deficits, a inflação e a divida destes países. O Fed, BOE, BCE, BoJ ainda não começaram a subir as taxas de juro, mas irão mais cedo ou mais tarde, ter de as subir.

Neste momento, como tenho exposição ás obrigações emergentes noutros fundos, o PIMCO DI e Templeton GTR, fiquei apenas com 2,5% investidos directamente nesta categoria, através do fundo da F&C.


Sim as taxas de juro vao ter de subir, mas as moedas dos emergentes vem a subir nos ultimos 10 anos, desde a crise que referes, nao so devido ao crescimento da china mas ao crescimento dos emergentes, e os bancos centrais europeus. japao, FED nao vao de taxas quase zero para 4 ou 5%, se fossem era bom sinal porque ai ja a economia estava a crescer e os mercados de accoes tinham dado rendimentos ainda mais loucos.
Por outro lado acredito que os paises desenvolvidos vao querer que as moedas e economias dos emergentes continuem a crescer a um ritmo "certinho" para lhes continuarem a vender bens de valor acrescentado e para que as exportacoes dos emergentes nao fiquem novamente a precos de saldo total. Hoje em dia o crescimento
Os emergentes (em particular os asiaticos e america latina) tem conseguido aguentar as suas inflacoes a niveis razoaveis, na asia a producao industrial e na america latina os recursos naturais nao vao descer a pique (o petroleo nao vai voltar a 30 USD, nem e expectavel que o mundo entre em recessao, ja vimos o que os bancos centrais foram capazes de fazer para evitar esse risco). Por outro lado a China esta a desacelerar, mas a India e Indonesia, outros dois monstros populacionais e de crescimento estao e devem continuar a compensar. Hoje esses paises crescem com investimento de empresas internacionais e nao so por investimento/divida publico.
Por outro lado, comecam a haver paises africanos muito interessantes e onde pode comecar a haver uma nova classe de emergentes viaveis para o investimento.
O que se viu foi o mundo desenvolvido a gritar para as pessoas deixarem de gastar e pouparem para recapitalizar os bancos, o que deu um novo folego aos bancos (que se nao se tiver cuidado vao outra vez fazer as loucuras todas ate ao proximo 2008). A domiciliacao de activos na asia continua a crescer. Desde que os asiaticos controlem a divida publica e os da america do sul continuem a produzir recursos naturais nao fico convencido que as obrigacoes de emergentes ou os emergentes cheguem outra vez ao ponto da insolvencia. Acredito e que possam haver movimentos mais violentos mas nao a inversao da tendencia de valorizacao das moedas e de que, no longo prazo, estes activos sejam "demasiado arriscados". o GDP per capita da tailandia ainda e menos de 50% de Portugal, imagina quando os tailandeses comprarem bmw's como os portugueses, ai e que a Alemanha tinha uma vida descansada! Estamos a falar de paises que duplicaram o seu GDP per capita em 10 anos e que o mundo precisa que voltem a duplicar porque ja nao vao ser o desenvolvidos a fazer o mundo crescer como foram nos anos 90.

Rick Lusitano Escreveu:Também apostastes em algum destes fundos de Mercado Monetário (Categoria Morningstar™)?
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LU0366539657 - Pictet-Global Emerging Currencies-R USD


Nao me convenci a investir em fundos de mercado monetario (de emergentes ou quaisquer outros) quando tenho feito o mesmo liquido em depositos a prazo. Comecei a pensar nisso para investimentos de curto prazo com aquilo que vou tendo disponivel, mas ainda nao me convenci e nao perdi muito tempo a analizar vantages desse tipo de fundos por isso agradeco se puderem opinar mais sobre isto.
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Re: Finanças & Fundos de Investimento (baixo risco)

por Midas » 15/11/2013 21:58

Amiais Escreveu:
Rick Lusitano Escreveu:DISCLAIMER:
Não trabalho para o Banco Best. Mas aceitam-se ofertas. :mrgreen:
Alias, parece-me a mim, que toda esta publicidade a este banco e a divulgação de informação sobre fundos de investimento, deveríamos ser recompensados. :wink:

Não trabalhas tu, mas trabalham outros :-" [not me!]


Já pensei que algumas carteiras apresentadas recentemente, pudessem ter sido feitas por PFAs e as apresentassem, para obter validação ou uma 2ª opinião. :mrgreen:


jokerportuga Escreveu:
Rick Lusitano Escreveu:
DISCLAIMER:
Não trabalho para o Banco Best. Mas aceitam-se ofertas. :mrgreen:
Alias, parece-me a mim, que toda esta publicidade a este banco e a divulgação de informação sobre fundos de investimento, deveríamos ser recompensados. :wink:


No teu caso, já devias ter algum a mais para investir :lol: :mrgreen: :lol:



Depois de ler várias mensagens publicitárias desse IF (agora vou deixar de o mencionar pelo nome, a publicidade paga-se :lol: ), a afirmarem a sua liderança nos fundos de investimento (FI) em Portugal, com mais 1/3 do mercado. Interrogo-me, quanto dessa %, foi obtida pelos contributos de todos nós, aqui no fórum. No ultimo semanário, (puro tempo perdido), na pasta que oferecem, uma brochura desse IF, menciona que tem 34.7% de quota de mercado dos FI estrangeiros em Portugal.

Eu e mais pessoas investiram em FI, devido a informação partilhada neste tópico. Sem muita dessa informação, possivelmente muita gente não teria investido em FI, seja nesse banco ou em outro.
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