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A vergonha da Educação

Espaço dedicado a todo o tipo de troca de impressões sobre os mercados financeiros e ao que possa condicionar o desempenho dos mesmos.

Re: A vergonha da Educação

por JJ2014 » 29/11/2013 1:05

artista Escreveu:
Lion_Heart Escreveu:EDIT: O mais engraçao é que um professor do quadro pode corrigir provas a um colega contratado mais graduado que ele, apenas nunca entrou para os quadros porque, por exemplo, nunca quis sair da zona de residência.


Ainda hoje a minha esposa, que é professora contratada, conheceu dois professores de Matemática do quadro da Escola, ambos tinham um bacharelato, ora ela tem 2 licenciaturas, Matemática e Informática, ambas com estágio pedagógico, ou seja, 1 ano de aulas assistidas em cada, e ainda fez a parte curricular de um mestrado em ensino!

Ela acha que os professores contratados são menosprezados pelos professores de quadro, ora eram estes que deviam ser os primeiros a apoiar, são colegas de trabalho, são quem melhor conhece a realidade dos contratados e são quem está em melhor posição para dar esse apoio.
 
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Re: A vergonha da Educação

por artista_ » 29/11/2013 0:26

Lion_Heart Escreveu:Pois é, 37.000 professores já se inscreveram na prova que aparentemente Nenhum quer fazer! Ou seja 80% parece que vai fazer a prova. Eu gosto é deste tipo de solidariedade


Eu gosto é do tipo de solidariedade do povo português, já falei nele aqui, no post anterior... enquanto o governo enxovalha uma classe profissional que devia ser respeitada a restante sociedade diverte-se!

Chamas solidariedade ao quê afinal? Uma pessoa que é confrontada com uma coisa destas, "ou fazes ou deixas de poder exercer, mesmo que tenhas poucas ou nenhumas hipóteses de ser colocado", vai fazer o quê?! Obviamente que não tem alternativa. Ou precisas tu de fazer uma prova deste tipo ou então não estou a ver como é que o termo "solidariedade" se pode aplicar a este caso!? :roll:

Solidariedade seria (ou será), por exemplo, os professores do quadro fazerem todos greve no dia da prova, ou nenhum se inscrever para a correção das mesmas.

EDIT: O mais engraçao é que um professor do quadro pode corrigir provas a um colega contratado mais graduado que ele, apenas nunca entrou para os quadros porque, por exemplo, nunca quis sair da zona de residência.
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Re: A vergonha da Educação

por ruimat0 » 28/11/2013 20:49

:lol:

Sindicatos cada vez mais isolados. Lá vão eles invadir os ministérios para ter mais algum protagonismo.
 
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Re: A vergonha da Educação

por Lion_Heart » 28/11/2013 20:32

Pois é, 37.000 professores já se inscreveram na prova que aparentemente Nenhum quer fazer! Ou seja 80% parece que vai fazer a prova. Eu gosto é deste tipo de solidariedade
" Richard's prowess and courage in battle earned him the nickname Coeur De Lion ("heart of the lion")"

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Re: A vergonha da Educação

por ocart » 22/11/2013 22:24

Para quando uma prova semelhante para Deputados?????Talvez assim conseguissem reduzir o numero de lugares para 80!!!!!!O que é que lá está a fazer tanta gente????
 
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Re: A vergonha da Educação

por artista_ » 22/11/2013 19:49

mrod0 Escreveu:
artista Escreveu:E não achas que é humilhante colocarem uma prova destas à frente de pessoas que têm anos de serviço?!


Se a prova tem demasiado grau de dificuldade é pq querem lixar os professores;
Se tem pouco, é humilhante;

Enfim... digo e repito, acho incrível que a classe que mais avalia, seja a mesma que tão veemente se recusa a ser avaliada.
Querem manter os tempos do "todos os professores são muito bons ou excelentes em Portugal". :lol:


Isto não é uma avaliação, é uma "prova de acesso"... para pessoas que já foram avaliadas em anos de prática profissional, em vários tipos de avaliações. Mas agora uma prova de 120 minutos, com perguntas de escolha múltipla é que vai decidir tudo! A meio do jogo... :shock:

Avaliação é o processo que avalia o trabalho de um professor (ou outro qualquer profissional), isto não é nada disso. E custa-me a perceber como é que ainda há tanta gente que confunde isto com uma avaliação! :roll: :roll:

Não sei se tens filhos, mas faço-te a mesma pergunta que fiz lá atrás a outro forense. Imagina que um filho teu fazia uma série de testes ao longo do ano, nos quais tinha sempre positiva. Fazia também uma série de trabalhos individuais e de grupo, onte tinha também avaliações positivas. Não faltava às aulas, participava com empenho, e tinha um comportamento exemplar. Mas, no final do ano o teu filho chumbava, a justificação é que ele tinha tido negativa num teste final, escrito, de 120 minutos.

O que se passa aqui é mais ou menos o mesmo, com a agravante de estar a ser feito com pessoas que têm anos de serviço, provas e mais provas, avaliações e mais avaliações... é uma humilhação colocar-nos esta ou outra prova à frente, e nunca se falou sequer no ser fácil ou difícil, não é isso que está em causa, o que é completamente descabido é a existência da prova em si...

Estou cada vez mais convencido que este governo já chegou à conclusão de que tem vantagens em humilhar os professores. A maioria do resto da sociedade até se identifica com isso. Aliás os portugueses em geral convivem bem com o mal dos outros, dá-lhes força, anima-os... esquecem-se é que depois lhes acontece o mesmo quando os males se abatem sobre si mesmos, ficam isolados, ninguém se importa com a validade dos seus argumentos, como é possível?! Como é que podem não ver o que lhes estão a fazer?! Que injustiça...temos muito que crescer para merecermos melhores políticos, estes debates fazem-me ver ainda melhor porque é que estamos como estamos!
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Re: A vergonha da Educação

por mrod0 » 22/11/2013 17:29

artista Escreveu:E não achas que é humilhante colocarem uma prova destas à frente de pessoas que têm anos de serviço?!


Se a prova tem demasiado grau de dificuldade é pq querem lixar os professores;
Se tem pouco, é humilhante;

Enfim... digo e repito, acho incrível que a classe que mais avalia, seja a mesma que tão veemente se recusa a ser avaliada.
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Re: A vergonha da Educação

por artista_ » 22/11/2013 17:11

dfviegas Escreveu:Estive a ver uma possivel prova e desculpem lá mas se algum professor chumbar numa prova semelhante não tem lugar no ensino.

Ainda li um comentário de um professor a dizer qua a dificuldade era média, por amor de deus o meu filho de 8 anos resolve diagramas de venus :-) daqueles.

Os próximos argumentos dos professores serão se é para fazer uma prova tão fácil então para que é que serve a prova. Se eu fosse aluno pensaria porra para ser professor é só preciso saber isto.

http://www.pacc.gave.min-edu.pt/np4/%7B ... _2013_.pdf


Isto só vem de encontro ao que venho defendendo aqui, a prova não serve para absolutamente nada. Ou melhor, serve para colocar uns milhares de fora, os que decidirem não fazer a prova.

E não achas que é humilhante colocarem uma prova destas à frente de pessoas que têm anos de serviço?!
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Re: A vergonha da Educação

por dfviegas » 22/11/2013 12:10

Estive a ver uma possivel prova e desculpem lá mas se algum professor chumbar numa prova semelhante não tem lugar no ensino.

Ainda li um comentário de um professor a dizer qua a dificuldade era média, por amor de deus o meu filho de 8 anos resolve diagramas de venus :-) daqueles.

Os próximos argumentos dos professores serão se é para fazer uma prova tão fácil então para que é que serve a prova. Se eu fosse aluno pensaria porra para ser professor é só preciso saber isto.

http://www.pacc.gave.min-edu.pt/np4/%7B ... _2013_.pdf
 
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Re: A vergonha da Educação

por artista_ » 20/11/2013 18:50

Esta parece-me mais completa:

http://www.publico.pt/sociedade/noticia ... os-1613220

Bruxelas dá dois meses a Portugal para resolver discriminação dos professores contratados

Graça Barbosa Ribeiro

20/11/2013 - 13:50

A Comissão Europeia alerta para o facto de que a situação laboral de professores com sucessivos contratos a termo é contrária a directiva europeia. Já em 2012 o provedor de Justiça sublinhara a necessidade de mudar a lei.
PÚBLICO

A Comissão Europeia (CE) anunciou esta quarta-feira que dá dois meses ao Governo português para comunicar as medidas tomadas para rever as condições de trabalho dos professores que estão a contrato nas escolas públicas, sob pena de remeter o caso para o Tribunal de Justiça da União Europeia.

Em causa, segundo uma nota divulgada pela CE, está o alegado tratamento discriminatório daqueles docentes, nomeadamente em termos de vencimento, em relação a professores do quadro que exercem funções semelhantes; e também o recurso a contratos a termo sucessivos, durante muitos anos, que colocam aqueles docentes em situação de precariedade, apesar de eles exercerem tarefas que correspondem a necessidades permanentes.

A CE sublinha que aquelas situações são contrárias à directiva europeia relativa ao trabalho a termo e chama a atenção para o facto de a legislação portuguesa não prever “medidas eficazes para prevenir tais abusos".

Na nota divulgada nesta quarta-feira, a CE dá nota de que tem recebido inúmeras denúncias sobre estas situações. Parte delas foi promovida pela direcção da Associação Nacional dos Professores Contratados (ANVPC), que há cerca de um ano incentivou o envio de queixas individuais para a Comissão Europeia, pela alegada violação, pelo Governo português, da directiva comunitária que impõe o respeito, no sector público, pelas normas de vinculação de trabalhadores que regem o sector privado.

98% dos docentes reuniam condições para se vincular
Essa iniciativa – bem como o recurso da Federação Nacional dos Professores (Fenprof) aos tribunais nacionais – foi tomada depois de o ministro da Educação, Nuno Crato, ter anunciado que dentro de alguns meses seriam postas a concurso apenas 600 vagas (viriam a ser 603) para a vinculação extraordinária de docentes.

Em nota divulgada na altura, a ANVPC perguntava: “O que é que os 37.565 professores contratados com mais de quatro anos de tempo de serviço e os 11.526 com mais de dez anos de tempo de serviço (…) estão realmente dispostos a fazer para que lhes seja reparada a grande injustiça pessoal e profissional?”

Aquela decisão do ministro, disse na altura César Israel Paulo, fez com que ficassem fora do sistema cerca 12 mil professores, ou seja, 98% de docentes que, nos termos da lei geral, reuniam condições para se vincular.

Em Junho de 2012, o provedor de Justiça já considerara, num ofício dirigido ao ministro da Educação, que a legislação actual viola a directiva europeia que visa evitar a utilização abusiva dos contratos a termo. Pôs a tónica na necessidade de alterar as leis, mas alertou que os milhares de professores que já haviam cumprido múltiplos e sucessivos contratos a termo poderiam vir, com sucesso, a intentar acções judiciais contra o Estado, reclamando a indemnização por violação de direitos e a conversão dos contratos para termo indeterminado.

A eventualidade de o desacordo legislativo dar origem a um processo por incumprimento na sequência de queixas à Comissão Europeia era outro dos cenários descritos como possíveis.

Contactado pelo PÚBLICO, César Israel Paulo sublinhou a importância desta notícia, “para mais”, disse, “no momento difícil por que passam os professores sem vínculo”, em luta contra a prova de avaliação de conhecimentos e de capacidades, marcada para dia 18 de Dezembro. “Esta é a prova de que vale a pena estarmos unidos e lutarmos”, disse, apelando à “união” e à “combatividade” dos professores.
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Re: A vergonha da Educação

por artista_ » 20/11/2013 15:57

Parece que finalmente alguém está a descobrir o regime de ditadura a que alguns estão sujeitos no nosso país!

http://economico.sapo.pt/noticias/portu ... 82048.html



Portugal tem de corrigir salário e vínculo dos professores contratados

Comissão Europeia aponta "tratamento discriminatório" por parte do Governo entre professores dos quadros e contratados.

A Comissão Europeia instou hoje Portugal a pôr fim ao "tratamento discriminatório" entre os professores dos quadros e os contratados, ameaçando recorrer para o Tribunal de Justiça da União Europeia caso tal não suceda.

Isto porque, os contratados "estão a ser empregados ao abrigo de contratos de trabalho a termo sucessivos durante muitos anos, o que os coloca em situação de emprego precário, apesar de exercerem essencialmente funções de pessoal efectivo" e "o direito nacional não prevê medidas eficazes com vista a evitar tais abusos".

Além disso, sublinha Bruxelas, estes docentes "recebem um salário inferior ao que é auferido pelo pessoal efectivo com experiência profissional equivalente", uma situação que, segundo a Comissão, é contrária à directiva (lei comunitária) relativa aos contratos de trabalho a termo.

Condições que o executivo comunitário exortou o Estado português a "rever as condições de emprego dos professores com contrato a termo", depois de ter recebido "um grande número de queixas", alegando que professores que trabalham nesta situação "são tratados de forma menos favorável do que o pessoal efectivo com funções equivalentes".

A notificação hoje enviada para Lisboa constitui o segundo passo de um processo de infracção movido pela Comissão Europeia contra um Estado-membro e o último antes de um eventual recurso perante o Tribunal de Justiça da União Europeia, o que, neste caso, adverte Bruxelas, poderá acontecer dentro de dois meses, se até lá Portugal não notificar a Comissão das medidas tomadas "para se conformar plenamente com o disposto na directiva"
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Re: A vergonha da Educação

por Quico » 18/11/2013 19:02

Caro Artista:

Não interpretes que apoio ou compreendo esta humilhação imposta aos professores contratados. Pelo contrário.

Abraço.
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Re: A vergonha da Educação

por artista_ » 18/11/2013 18:51

Quico Escreveu:É evidente que toda esta história de sujeitar professores a exames anualmente (enquanto a maior parte dos alunos nem sabe o que isso é) é a última machadada, a humilhação final que faltava a essa classe profissional. (Só não vê isso quem não se quer "pôr nos sapatos" dos professores). :roll:

Agora, meus caros, o que é que essa classe estava à espera num sistema que, ao longo dos últimos anos, permitiu que se gerasse um enorme excedente de oferta de mão de obra associado a um quase monopólio de compra (por parte do estado)?! Claro que tinha que acontecer o óbvio nestas condições: quem compra "espezinha" quem vende.

Julgavam que os principios de mercado não se aplicavam só porque o sistema era estatal?! Tolinhos... É o que dá ter acreditado no Pai Natal ao longos destas últimas décadas. :wall:


Este comentário, vindo de quem vem deixa-me ainda mais confuso. Ou eu estou a ficar maluco ou não sei o que vos dizer...

Diz-me uma coisa Quico, o que é que esta prova tem a ver com, as leis de mercado e tudo o resto que referiste??

As leis de mercado e o facto de haver professores a mais (para as necessidades mas também para aquilo que o país pode/quer pagar) já eles o sentem quando ficam sem colocação, quando todos sabem que milhares estão desempregados. Explica-me lá o que é que uma prova destas vem acrescentar sobre esses assuntos de que falas?

Obviamente vem acrescentar, entre outras coisas, humilhação. Sujeitar pessoas que têm currículos muito completos que incluem dezenas de anos de serviço, a uma prova de acesso de cultura geral, escrita, de 120 minutos, não passa disso mesmo, de uma humilhação. Custa-me que alguém que tenho como inteligente diga aqui que seria algo que os professores deviam esperar, como se há 10/20/30 anos se estivesse mesmo a ver que era isto que iria acontecer...

Um dos problemas da nossa sociedade é o forte caráter de individualismo que tem, todos se preocupam consigo mesmos, os outros que se lixem. Eu não acho que devemos tentar resolver tudo mas pelo menos temos o dever de pelo menos mostrar solidariedade e apoio para aqueles que achamos que estão a ser injustiçados.

A tua postura do "estavam à espera do quê?" ainda apercebo em relação à situação de desemprego em que milhares de professores estão, embora mesmo assim seja dispensável. Agora em relação a esta prova inútil?! :shock: :shock:

Sabes, fica-me a ideia que se o Crato decidisse que os professores contratados teriam de ir ajoelhar-se aos pés dele tu terias a mesma reação... "estavam à espera do què?!" :roll: :roll:
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Re: A vergonha da Educação

por Quico » 18/11/2013 12:47

É evidente que toda esta história de sujeitar professores a exames anualmente (enquanto a maior parte dos alunos nem sabe o que isso é) é a última machadada, a humilhação final que faltava a essa classe profissional. (Só não vê isso quem não se quer "pôr nos sapatos" dos professores). :roll:

Agora, meus caros, o que é que essa classe estava à espera num sistema que, ao longo dos últimos anos, permitiu que se gerasse um enorme excedente de oferta de mão de obra associado a um quase monopólio de compra (por parte do estado)?! Claro que tinha que acontecer o óbvio nestas condições: quem compra "espezinha" quem vende.

Julgavam que os principios de mercado não se aplicavam só porque o sistema era estatal?! Tolinhos... É o que dá ter acreditado no Pai Natal ao longos destas últimas décadas. :wall:
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Re: A vergonha da Educação

por migluso » 18/11/2013 11:40

Quem argumenta que os pais não querem saber de nada pensa, no fundo, como pensava Salazar: ele também achava que os portugueses não estavam preparados para a liberdade política.

Claro está que esta nova responsabilidade, associada à possibilidade de decidirem livremente sobre o destino escolar dos seus filhos, mudaria as actuais relações de poder. Haveria mais poder nas mãos dos cidadãos e menos nas do ministério, dos seus burocratas e dos seus sindicatos. Os cidadãos e a Educação ganhariam - e ganhariam sobretudo os mais pobres, aqueles cujos filhos vão hoje para as escolas que convêm ao ministério, não para aquelas para onde gostariam de ir mas não podem pagar.


E custa ver como no Portugal do século XXI isso alimenta os estereótipos dos que, no fundo, desconfiam da liberdade, dos que não aceitam que as decisões dos homens comuns, no seu dia-a-dia, acabam sempre por ser mais sábias, mais justas e mais próximo das necessidades desses mesmos homens comuns do que se estes submetessem às decisões dos mais sábios e bondosos dos governantes.


Para ler e reler.

http://www.publico.pt/opiniao/jornal/a- ... e-27406977
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Re: A vergonha da Educação

por artista_ » 16/11/2013 22:00

Parece que ainda há quem tenha juízo neste país...

http://www.tvi24.iol.pt/503/sociedade/f ... -4071.html

Professores: tribunais aceitam providências cautelares para travar exames

Os tribunais administrativos e fiscais aceitaram nove das 12 providências cautelares apresentadas pela Fenprof para impedir a realização desta prova


Os tribunais administrativos e fiscais aceitaram «liminarmente» nove das 12 providências cautelares apresentadas pela Fenprof para impedir a realização à prova de acesso, na carreira docente. Para Mário Nogueira, estas providências cautelares suspendem todos os procedimentos administrativos do Ministério da Educação.

...
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Re: A vergonha da Educação

por artista_ » 15/11/2013 0:55

Elreidom,

Bom, se não tens defendido a prova então ainda percebo menos o que tens estado aqui a debater. É que tudo o que aqui se tem falado tem a ver com a prova, com a utilidade (ou falta dela) da mesma.

Se há deficiências nos cursos de formação de professores não é esta prova que os vai suprimir, é disso que temos estado aqui a falar...

Quanto aos estágios e à forma como estão orientados os cursos via ensino eu nunca quis dizer que o que tu referiste era mentira, apenas que não era apenas essa a via seguida. E depois disse-te que mesmo essa via é bem mais fiável que esta prova. E a prova disso é que não vai chumbar ninguém, a não ser algum que vá para lá fazer uns manguitos, que é coisa que eu já me lembrei de fazer! :mrgreen:

Exceptuando estes casos, queres apostar como ninguém vai chumbar na prova? No final ficam os mesmos mas as listas têm menos umas dezenas de milhares... aqueles que não têm interesse nenhum em fazer a prova!
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Re: A vergonha da Educação

por Storgoff » 14/11/2013 4:36

Elreidom,

Relativamente à prova conheço o que se tem falado na comunicação social. Mais nada.
Não estou ligado ao ensino mas parto do principio que mesmo os que estão não terão muito mais pormenores.

Partindo do principio que a prova que venha a ser feita, possa dum ponto de vista técnico ser capaz de avaliar as várias vertentes que definem a qualidade dum professor e portanto todos os que passarem essa prova dariam garantias de virem a exercer um excelente trabalho na escola publica, o problema é que só iria ser aplicada aqueles que neste momento estão fora do ensino.
Portanto nada se resolvia relativamente aos que já lá estão.

Os que estão no quadro nunca estariam sujeitos a tal escrutínio e os actuais contratados só teriam de se sujeitar à mesma quando terminasse o contrato.
Não tenho números comigo, mas claramente que a maioria dos professores estão no quadro.

Ou seja, na melhor das hipóteses o que se conseguiria com esta prova seria uma garantia da qualidade dos professores que o ministério viesse a contratar em futuros concursos.
Levará vários anos a que todos os contratados que estejam a leccionar tenham prestado as ditas provas. Mas como cada vez menos professores serão contratados, até por uma questão demográfica, a percentagem dos professores no quadro será cada vez maior. Os tais que nunca tiveram de prestar esta nova prova de admissão à profissão .

Como tal, a prova como foi anunciada pelo Crato, apenas direccionada para os professores que estão fora do sistema, é praticamente uma inutilidade para quem exige medidas que conduzam ao aumento da qualidade do ensino público.

É apenas isto que eu ponho em causa.
 
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Re: A vergonha da Educação

por Heisenberg » 14/11/2013 3:49

Storgoff Escreveu:Elreidom,
Bem, em conclusão defendes a pés juntos que a prova que o Crato quer fazer aos professores que estão fora do sistema será a panaceia para resolver os problemas da escola publica quando esta não é feita pelos professores que já lá estão.


Eu disse isso? Não confundas os meus textos com a interpretação inviesada que deles faz o Artista.

Edição: verifica os meus textos nas páginas 1 e 2, onde disse claramente o contrário do que estás a dizer que eu defendo. E disse-o em resposta directa a ti, na página 2.
 
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Re: A vergonha da Educação

por Heisenberg » 14/11/2013 3:46

Storgoff Escreveu:
elreidom Escreveu:Já agora, para melhor ilustrar o exemplo que deste, para se ser jornalista é necessário obter a carteira profissional de jornalista. Sem ela, é isso mesmo que acontece: não podes exercer. O estatuto do jornalista exige, para conceder esta carteira, um estágio de 12 meses devidamente avaliado.
Sim, os professores também fazem estágio, mas fazem um estágio integrado no próprio curso, avaliado pelos mesmos professores do curso em parceria com os orientadores da escola onde o realizaram. Não é bem a mesma coisa, porque no caso dos jornalistas a escola não tem qualquer papel. No caso dos professores, sabe-se bem que os orientadores provenientes da escola superior/universidade têm um ascendente em relação aos do local de estágio - a escola básica/secundária.
A carteira profissional de jornalista, que habilita ao exercício da profissão, pode ser retirada nos casos previstos pela lei, e a universidade em que o jornalista estudou não tem nenhuma palavra a dizer.
Para terminar, ainda na profissão que escolheste para comparação (sem confusão): o título provisório de estagiário custa 10 euros; a carteira profissional custa 48,50 euros; e deve ser renovada de dois em dois anos, custando a renovação 48,50 euros.

Ainda achas caro os 20 euros?




Apesar dos exemplos que dás fazerem todo o sentido e até concordar com eles, no entanto o problema é que nada disso se está a querer aplicar ao ensino publico.

Porque não criar também o conceito de carteira profissional para todos os professores ?
Os que já leccionam, estejam no quadro ou como contratados e os novos que ainda nem sequer entraram na profissão ou não foram colocados.
Isso sim seria interessante.
A carteira profissional ficaria sujeita a renovação periódica através de provas a prestar conjugado com o currículo lectivo do professor.

Provavelmente muitos dos que por lá andam bem acomodados e que se contabilizam na categoria de maus professores ou se aperfeiçoavam ou davam lugar aos novos.

No entanto a prova do Crato nem de longe nem de perto consegue esse objectivo .
Simplesmente reduz a pool de professores a concorrerem. Melhorando a estatística dos professores desempregados.
Quanto aos que já leccionam, nada se vai apurar sobre a sua qualidade.

Como cidadão pouco me interessa a qualidade dos que estão fora do sistema.
:wink:


Como tenho afirmado, não vim para aqui discutir os pormenores desta prova mas sim o problema de fundo a que ela poderia responder, sem me centrar sobre a questão de a prova que está a ser instituída responder ou não ao problema.
E por isso acho a tua ideia óptima, equilibrada, é algo do género que penso que devia ser feito. Porque obriga à demonstração de competências dando também oportunidade para o aperfeiçoamento destas. De alguma maneira já é feito através das avaliações de desempenho, só que nestas valoriza-se pouco ou nada a componente da avaliação de conhecimentos científicos.
Sem dúvida que deves conhecer a tal "prova do Crato" melhor do que eu porque, como já disse várias vezes, não me dei ao trabalho de a analisar porque não era esse o assunto que me interessava discutir, mas sim a necessidade de uma avaliação de conhecimentos científicos - que poderia ou não ser esta prova tal como está pensada.
Quanto à estatística dos professores desempregados, não me convencem que isso seja um objectivo oculto do governo, já que é tão óbvio que isso vai acontecer e toda a gente sabe. E se não é por isso, desconheço porque é que a prova não responde ao objectivo que eu defendo e era também defendido pelo Crato pré-governo. Mas até tenho uma ideia, ou uma pergunta: quantos sindicalizados é que terão de fazer a prova?
Estes assuntos operacionais deixo para quem está em cena, para mim era suficiente discutir o princípio basilar e já não tenho mais nada a acrescentar.
 
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Re: A vergonha da Educação

por Storgoff » 14/11/2013 3:39

Elreidom,

Agora também já estás a desconversar sem necessidade!

Bem, em conclusão defendes a pés juntos que a prova que o Crato quer fazer aos professores que estão fora do sistema será a panaceia para resolver os problemas da escola publica quando esta não é feita pelos professores que já lá estão.

Não te parece um verdadeiro nonsense?

Eu penso que é esta a tecla em que o artista tem estado a bater.

Se tens uma preocupação genuína com a qualidade do ensino público, devias sim exigir a demonstração de capacidades para exercer a profissão aos professores todos. Aos que já lá estão por razoes óbvias e aos que pretendem entrar para garantires à partida que terás uma pool de candidatos capazes.
No meu post anterior já tinha falado nisto na sequência do exemplo que deste das carteiras profissionais.
 
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Re: A vergonha da Educação

por Heisenberg » 14/11/2013 3:08

Artista Escreveu:
elreidom Escreveu:Sim, os professores também fazem estágio, mas fazem um estágio integrado no próprio curso, avaliado pelos mesmos professores do curso em parceria com os orientadores da escola onde o realizaram. Não é bem a mesma coisa, porque no caso dos jornalistas a escola não tem qualquer papel. No caso dos professores, sabe-se bem que os orientadores provenientes da escola superior/universidade têm um ascendente em relação aos do local de estágio - a escola básica/secundária.


Estás completamente enganado. Eu tirei Arquitetura na Faculdade de Arquitetura da universidade Técnica de Lisboa, depois de dar aulas 7 ou 8 anos fiz o estágio na Escola Superior de Educação de Setúbal, enquanto leccionava na escola Secundária da Amora. Não sei de onde tiras tu essa informação?! Enfim... mas mesmo nos casos que apontas, achas que esse sistema é menos fiável que uma prova escrita de 120 minutos?! :shock: :shock: :shock:


Sabes de onde tiro a informação? De um dos cursos superiores que frequentei, de ensino, numa Universidade, que por acaso não terminei porque mudei de curso, mas que foi concluído pela minha mulher e vários dos meus amigos.
O teu exemplo é o de quem começou primeiro a ensinar e só depois se profissionalizou. Já não é essa a regra há vários anos, é a excepção. Actualmente, e há pelo menos mais de uma década, a profissionalização é feita quase sempre de forma integrada no curso, até porque sem ela já não é possível exercer.

Antes de me acusares de dizer mentiras, devias informar-te melhor. Sabes que a experiência pessoal é como as convicções e a visão do mundo: há uma para cada alma.

E distorcer também não é mais correcto, porque eu nunca disse que um sistema devia subtituir o outro, mas simplesmente que cada sistema pode cumprir determinados objectivos, dificilmente cobre todos, e determinados sistemas são mais apropriados para determinados objectivos.

Mas já concluí que estou a perder o meu tempo, porque para isto...

Artista Escreveu:Tu já não estás a confundir nada, estás conscientemente a tentar aldrabar o debate!


...não tenho eu paciência.
 
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Re: A vergonha da Educação

por IzNouGuud » 14/11/2013 0:52

Hoje na minha escola vi uma das consequência da prova.
Um professor aceitou um horários de 3 (três) horas a 250 Km de casa, pois assim evitava fazer a prova.
Ao fim do ano quanto é que este professor vai pagar pelas aulas que dá?

Artista, desde o ano passado que os professores, em CASO ALGUM, podem ter horas extraordinárias. Por este motivo aparecem os horários de 2 e de 3 horas. Na minha escola houve pelo menos 3 de 2 horas e 2 de 3.
O cérebro é uma coisa tão maravilhosa que toda a gente devia ter um
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Re: A vergonha da Educação

por artista_ » 14/11/2013 0:43

Já agora, o teu raciocínio fora de contexto lembrou-me de outra coisa. Se tens tantas dúvidas sobre as avaliações dos estágios porque é que não tens dúvidas sobre as avaliações destas provas? Estas provas vão ser avaliadas por professores, alguns deles se calhar já foram meus colegas. Há até movimentos no sentido de todos os professores boicotarem a avaliação destas provas.

Seja como for, é claro que há um desconforto enorme nos professores avaliarem outros professores, alguns dos avaliadores têm muitos menos anos de serviço que os avaliados (atenção que não estamos a falar de uma avaliação de competências, mas de uma prova de ingresso, ou melhor, de uma prova para eventualmente poder ingressar, um dia, quem sabe?!)... e tu achas que este sistema é mais fiável que os estágios integrados, mesmo nos casos em que se verifique o que escreveste lá atrás?

Achas que algum professor vai sequer chumbar?

Esta prova é uma inutilidade. E é tão claramente inútil e com propósitos "macabros" (a questão dos 20 euros então é qualquer coisa de... nem sei o que lhe chamar) que realmente me parece que já estivémos mais longe de voltar a uma ditadura... se é que isto não é já uma espécie de....
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Re: A vergonha da Educação

por artista_ » 14/11/2013 0:29

elreidom Escreveu:Artista
Tenho pena que não me tenhas dado resposta à questão de não ser possível ao Estado avaliar cursos superiores em Portugal, nomeadamente no que respeita aos seus conteúdos específicos, dada a legislação da autonomia pedagógica e científica. Porque isto deita por terra a tua sugestão para resolver o problema que apontei, e se não pode ser feita uma prova aos candidatos a professores, não sei como pensas que o problema poderia ser resolvido..


Não é possível avaliar mas é possível não autorizar. Que eu saiba os cursos são homologados pelo Ministério da Educação, ainda me lembro de alguns conhecidos meus não quererem ir para uma faculdade tirar um curso porque ainda não estava homologado, obviamente os interesses moviam-se e eram todos homologados... mas eu nem respondi porque não acho isto o mais importante, pelo menos para o que estávamos a debater!

elreidom Escreveu:Comparar não é confundir. Obviamente que não estava a dizer que era a mesma coisa, mas simplesmente há outras coisas que põem em causa, sistematicamente, a formação que se realizou. E isso não é mau por natureza, o exemplo que dei era para ilustrar uma situação em que todos vêem como natural a colocação em causa da formação do candidato. Aparentemente, só não pode acontecer com os professores.


Mas conheces alguma profissão em Portugal que ao fim de um determinado número de anos de serviço seja obrigatório fazer um exame de acesso (ou re-acesso)? :shock:

elreidom Escreveu:Já agora, para melhor ilustrar o exemplo que deste, para se ser jornalista é necessário obter a carteira profissional de jornalista. Sem ela, é isso mesmo que acontece: não podes exercer. O estatuto do jornalista exige, para conceder esta carteira, um estágio de 12 meses devidamente avaliado.


Exatamente, eu fiz um de 2 anos, em serviço, e fui avaliado, tive 15 valores! isto já depois da licenciatura de 5 anos em Arquitetura! E todos os anos temos de fazer um certo número de horas em formação!

Mas esta prova de 120 minutos é que vai dizer se eu sirvo ou não para ser professor. Não é esse estágio integrado de 2 anos, muito menos as avaliações dos 16 anos em que leccionei! :shock: :shock: :shock:

Ou os jornalistas depois de terem a carteira profissional também têm de fazer uma prova de 120 minutos para aferir se continuam ou não a ter capacidades para exercer a profissão?!

elreidom Escreveu:Sim, os professores também fazem estágio, mas fazem um estágio integrado no próprio curso, avaliado pelos mesmos professores do curso em parceria com os orientadores da escola onde o realizaram. Não é bem a mesma coisa, porque no caso dos jornalistas a escola não tem qualquer papel. No caso dos professores, sabe-se bem que os orientadores provenientes da escola superior/universidade têm um ascendente em relação aos do local de estágio - a escola básica/secundária.


Estás completamente enganado. Eu tirei Arquitetura na Faculdade de Arquitetura da universidade Técnica de Lisboa, depois de dar aulas 7 ou 8 anos fiz o estágio na Escola Superior de Educação de Setúbal, enquanto leccionava na escola Secundária da Amora. Não sei de onde tiras tu essa informação?! Enfim... mas mesmo nos casos que apontas, achas que esse sistema é menos fiável que uma prova escrita de 120 minutos?! :shock: :shock: :shock:

elreidom Escreveu:A carteira profissional de jornalista, que habilita ao exercício da profissão, pode ser retirada nos casos previstos pela lei, e a universidade em que o jornalista estudou não tem nenhuma palavra a dizer.
Para terminar, ainda na profissão que escolheste para comparação (sem confusão): o título provisório de estagiário custa 10 euros; a carteira profissional custa 48,50 euros; e deve ser renovada de dois em dois anos, custando a renovação 48,50 euros.

Ainda achas caro os 20 euros?


Estás a confundir estagiários com profissionais que têm 20 ou 30 anos de serviço?! :shock: :mrgreen:

A carteira profissional tem de ser renovada para alguém ganhar dinheiro, da mesma forma que eu pago todos os anos quase 200 euros para Ordem dos Arquitetos. Mas eles fazem de 2 em 2 anos uma prova de acesso?!? Tu já não estás a confundir nada, estás conscientemente a tentar aldrabar o debate! :roll:

elreidom Escreveu:Respondendo à tua pergunta: se eu soubesse que concorria a 10 lugares juntamente com 10 mil candidatos, e mil fossem mais qualificados do que eu, seria muito pouco inteligente em perder tempo com esse concurso, com essa miragem de emprego, e procurava outros objectivos profissionais. É isso que tenho visto fazer muitos jovens recém-licenciados em cursos de ensino, alguns com sucesso. Não há milagres. Um canudo não é um emprego. Nem sequer uma profissão é.


Lá estás tu a confundir as coisas... mas alguém aqui falou em emprego garantido?! E a prova tem alguma coisa a ver com isso? Que grande confusão estás tu a fazer.

A questão é que milhares para além de não terem emprego, vão deixar sequer de concorrer, de poder eventualmente exercer. O Crato sabe disso, todos sabem disso. Por isso mesmo é que eu digo que isto serve apenas para limpar as listas, reduzi-las para metade!

elreidom Escreveu:Podiam era ter pensado nisso quando os cursos de ensino nasciam como cogumelos - e devia ter havido da parte dos professores um combate a este fenómeno. Esta é a consequência: pouco emprego e nenhum para os novos - ainda que o Ministério colocasse todos os professores que fazem falta, a maior parte dos candidatos ficaria no desemprego. Consequência ainda pior: muita gente mal formada (a maioria? uma pequena parte? 10%? 30%? - não sei, não sou adivinho).


E quem é que podia ter pensado nisso? Os jovens com 17/18 anos que se inscreviam nesse curso? E o que é que isso tem a ver com esta prova? A prova não vai escolher os melhores sequer, vai apenas excluir milhares, não porque tenham negativa na prova, mas porque não a vão fazer...

O teu discurso está orientado para um vazio, em relação aos propósitos/objetivos da prova. Vamos admitiro que isto é verdade, até to dou de barato:

1 - Há professores a mais;
2 - Há professores que não têm qualidade;
3 - Queremos escolher os melhores professores;

Esta prova não responderá a nenhum destes items.
1- O número de professores será o mesmo, ficarão desempregados os que tiverem de ficar, os que não arranjarem colocação, as listas é que terão menos porque uma boa parte não vai fazer a prova;
2- Com ou sem qualidade, os professores que fizerem a prova vão ter positiva, ficará tudo na mesma;
3- A prova não conta para a graduação, apenas manterá ou exluirá um professor, logo não haverá alterações nas listas graduadas;

Afinal para que serve a prova?!
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