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Caldeirão da Bolsa

A vergonha da Educação

Espaço dedicado a todo o tipo de troca de impressões sobre os mercados financeiros e ao que possa condicionar o desempenho dos mesmos.

Re: A vergonha da Educação

por Storgoff » 13/11/2013 22:15

elreidom Escreveu:Já agora, para melhor ilustrar o exemplo que deste, para se ser jornalista é necessário obter a carteira profissional de jornalista. Sem ela, é isso mesmo que acontece: não podes exercer. O estatuto do jornalista exige, para conceder esta carteira, um estágio de 12 meses devidamente avaliado.
Sim, os professores também fazem estágio, mas fazem um estágio integrado no próprio curso, avaliado pelos mesmos professores do curso em parceria com os orientadores da escola onde o realizaram. Não é bem a mesma coisa, porque no caso dos jornalistas a escola não tem qualquer papel. No caso dos professores, sabe-se bem que os orientadores provenientes da escola superior/universidade têm um ascendente em relação aos do local de estágio - a escola básica/secundária.
A carteira profissional de jornalista, que habilita ao exercício da profissão, pode ser retirada nos casos previstos pela lei, e a universidade em que o jornalista estudou não tem nenhuma palavra a dizer.
Para terminar, ainda na profissão que escolheste para comparação (sem confusão): o título provisório de estagiário custa 10 euros; a carteira profissional custa 48,50 euros; e deve ser renovada de dois em dois anos, custando a renovação 48,50 euros.

Ainda achas caro os 20 euros?




Apesar dos exemplos que dás fazerem todo o sentido e até concordar com eles, no entanto o problema é que nada disso se está a querer aplicar ao ensino publico.

Porque não criar também o conceito de carteira profissional para todos os professores ?
Os que já leccionam, estejam no quadro ou como contratados e os novos que ainda nem sequer entraram na profissão ou não foram colocados.
Isso sim seria interessante.
A carteira profissional ficaria sujeita a renovação periódica através de provas a prestar conjugado com o currículo lectivo do professor.

Provavelmente muitos dos que por lá andam bem acomodados e que se contabilizam na categoria de maus professores ou se aperfeiçoavam ou davam lugar aos novos.

No entanto a prova do Crato nem de longe nem de perto consegue esse objectivo .
Simplesmente reduz a pool de professores a concorrerem. Melhorando a estatística dos professores desempregados.
Quanto aos que já leccionam, nada se vai apurar sobre a sua qualidade.

Como cidadão pouco me interessa a qualidade dos que estão fora do sistema.
:wink:
 
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Re: A vergonha da Educação

por Heisenberg » 13/11/2013 13:56

artista Escreveu:E eu pergunto-te? O Crato não sabe que uma grande parte dos professores não vai fazer a prova? Ele não sabe que essa grande parte vai sair das listas?


Já agora, devolvo-te esta pergunta. E não sabemos todos isso? É algum segredo, caso as listas se reduzam substancialmente, que os candidatos que desapareceram não arranjaram todos subitamente emprego? Algum dia se pode apontar que a percentagem de colocados aumentou quando toda a gente saberá que uma grande parte saiu das listas por não ter qualquer esperança de ser colocado? Somos todos tapados?
Desculpa lá, mas acho que nem o Crato acredita que enganaria alguém a esse ponto. Acho extremamente despropositado acreditar que esse é o grande objectivo, tratando-se de uma consequência tão óbvia.
 
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Re: A vergonha da Educação

por Heisenberg » 13/11/2013 13:48

Artista

Tenho pena que não me tenhas dado resposta à questão de não ser possível ao Estado avaliar cursos superiores em Portugal, nomeadamente no que respeita aos seus conteúdos específicos, dada a legislação da autonomia pedagógica e científica. Porque isto deita por terra a tua sugestão para resolver o problema que apontei, e se não pode ser feita uma prova aos candidatos a professores, não sei como pensas que o problema poderia ser resolvido.

Artista Escreveu:
elreidom Escreveu:Já agora: qualquer entrevista de emprego põe em causa anos de formação. Se tivesses uma empresa contratavas empregados seleccionando-os apenas pela nota do curso?


Estás a confundir tudo, aquilo não é uma prova para um emprego. É uma prova para saber se podes concorrer a um emprego, sabendo de ante-mão que não há emprego para ti... e tens de pagar 20 euros.

Quando vais a uma entrevista para um emprego para jornalistas (por exemplo) se não passares na entrevista ficas sem poder exercer? E pedem-te 20 euros para fazeres a entrevista?! O que é que farias se soubesses que há apenas 10 lugares e que concorrem a esse emprego mais de 10 mil, sendo que cerca de mil são, à partida, mais qualificados do que tu?

E eu pergunto-te? O Crato não sabe que uma grande parte dos professores não vai fazer a prova? Ele não sabe que essa grande parte vai sair das listas?

Confundir esta prova com uma entrevista para um emprego parece-me completamente descabido!


Comparar não é confundir. Obviamente que não estava a dizer que era a mesma coisa, mas simplesmente há outras coisas que põem em causa, sistematicamente, a formação que se realizou. E isso não é mau por natureza, o exemplo que dei era para ilustrar uma situação em que todos vêem como natural a colocação em causa da formação do candidato. Aparentemente, só não pode acontecer com os professores.

Já agora, para melhor ilustrar o exemplo que deste, para se ser jornalista é necessário obter a carteira profissional de jornalista. Sem ela, é isso mesmo que acontece: não podes exercer. O estatuto do jornalista exige, para conceder esta carteira, um estágio de 12 meses devidamente avaliado.
Sim, os professores também fazem estágio, mas fazem um estágio integrado no próprio curso, avaliado pelos mesmos professores do curso em parceria com os orientadores da escola onde o realizaram. Não é bem a mesma coisa, porque no caso dos jornalistas a escola não tem qualquer papel. No caso dos professores, sabe-se bem que os orientadores provenientes da escola superior/universidade têm um ascendente em relação aos do local de estágio - a escola básica/secundária.
A carteira profissional de jornalista, que habilita ao exercício da profissão, pode ser retirada nos casos previstos pela lei, e a universidade em que o jornalista estudou não tem nenhuma palavra a dizer.
Para terminar, ainda na profissão que escolheste para comparação (sem confusão): o título provisório de estagiário custa 10 euros; a carteira profissional custa 48,50 euros; e deve ser renovada de dois em dois anos, custando a renovação 48,50 euros.

Ainda achas caro os 20 euros?

Respondendo à tua pergunta: se eu soubesse que concorria a 10 lugares juntamente com 10 mil candidatos, e mil fossem mais qualificados do que eu, seria muito pouco inteligente em perder tempo com esse concurso, com essa miragem de emprego, e procurava outros objectivos profissionais. É isso que tenho visto fazer muitos jovens recém-licenciados em cursos de ensino, alguns com sucesso. Não há milagres. Um canudo não é um emprego. Nem sequer uma profissão é.
Podiam era ter pensado nisso quando os cursos de ensino nasciam como cogumelos - e devia ter havido da parte dos professores um combate a este fenómeno. Esta é a consequência: pouco emprego e nenhum para os novos - ainda que o Ministério colocasse todos os professores que fazem falta, a maior parte dos candidatos ficaria no desemprego. Consequência ainda pior: muita gente mal formada (a maioria? uma pequena parte? 10%? 30%? - não sei, não sou adivinho).
 
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Re: A vergonha da Educação

por migluso » 13/11/2013 11:01

mais_um Escreveu:
No caso da educação, o que defendes (e corrige-me se estou enganado) é o cheque ensino, em que as escolas selecionam os alunos pelas suas capacidades cognitivas...


Não mais_um.

Isso seria contrário ao princípio de livre mercado.
Mas onde é que se viu ser o produtor a escolher o consumidor e não o inverso? Só mesmo no serviço nacional de saúde... ;) (para o qual defendo alterações da mesma espécie, ou seja, possibilitar a liberdade de escolha às pessoas).

Voltando ao tema, eu defendo o cheque ensino para ser possível a todos os alunos escolher a escola que querem frequentar, independentemente do estrato social do aluno (a quem é concedido o cheque, jamais à escola).
Sempre que o n.º de candidatos ultrapasse o n.º de vagas, o processo de selecção deve ser feito com base numa série de critérios em que o mérito do aluno assuma especial preponderância, ao contrário do que acontece hoje, em que quem tem dinheiro é quem pode escolher.

RedNet,

A minha conversa de xaxa serviu apenas para expor o absurdo da sua afirmação que citei.

Cordialmente
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Re: A vergonha da Educação

por Lion_Heart » 13/11/2013 5:06

Infelizmente neste País tudo o esteja relacionado com o Estado fede.

E pior, se analisarmos bem, o Estado que devia aplicar e fazer render o dinheiro dos contribuintes faz exactamente o contrário.

E o povo assobia para o lado! Isto é que me irrita , andam para aí a mandar vir por tudo e por nada mas depois na hora da verdade metem a cabeça na areia.

A TVI anda a fazer excelentes reportagens que demonstram a promiscuidade entre publico e privado com a conivência de TODOS , mas como sempre o denunciante é que vai "preso" e a maioria fica calada com a cabeça na areia.

Dificilmente entendo nos dias de hoje a necessidade do Estado financiar o ensino privado e cooperativo a não ser por interesses . E o mesmo se aplica a saúde.

O problema é que se não fosse o Estado a pagar, a maioria senão quase totalidade desses estabelecimentos encerrava.

Economia de mercado? Liberalismo? Nada disso , o pior Socialismo,Fascismo, Oligarquia que pode existir. E o pior é que o Governo quer dar ainda mais , claro que como o povo mete a cabeça na areia as coisas avançam.
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Re: A vergonha da Educação

por mais_um » 13/11/2013 0:23

migluso,

A minha intervenção neste tópico estava relacionada com a questão dos rankings ou melhor no desproposito dos rankings, não só pelo que o DO escreveu mas também pela realidade que conheço.
Se verificares nos rankings do 9º ano das Caldas da Rainha verificas que a “pior” escola é a Bordalo Pinheiro, está quase em ultimo a nível nacional (1265 em 1308), com uma média de 2,01.
No entanto a nível do secundário (11º/12º), está acima da média nacional (123 em 619), com um valor (10,2) muito próximo da escola privada cá do burgo (10,67).

http://expresso.sapo.pt/ranking-das-esc ... 13=f840093

E o porquê desta situação, tem a ver com a qualidade dos professores? Com o projeto educativo? Com fatores socioeconómicos? Nada disso, nenhum dos 3.

A Bordalo Pinheiro não tem 2º ciclo, ou seja os alunos que recebe no 3º ciclo são oriundos de outras escolas, escolas estas que não tem turmas no 3º ciclo suficientes para receber todos os alunos que transitam do 2º ciclo, ou seja, na transição do 2º para o 3º ciclo estas escolas são obrigadas a enviar alunos para fora por falta de capacidade.

Quais são os alunos que estas escolas enviam para fora? É óbvio, os piores alunos, quer em notas, quer em disciplina, resultado a Bordalo Pinheiro no 3º ciclo tem o “refugo” dos alunos das outras escolas. Como a escolaridade obrigatória acabava no 9º ano, este tipo de alunos não passava para o 10º ano “normal”, iam para as escolas profissionais do concelho, por isso o ranking do 11º/12º ano acaba por ser bastante positivo, comparado com o do 9º ano. Nada disto será inalterado com o sistema que tens defendido, os pais tem enraizado que a BP no 3 º ciclo é um “terror”, como tal não mudam os seus filhos para lá, excepto quando são “obrigados”.

Há outro factor, menos relevante é certo, no 11º/12º ano, a BP era a escola industrial/comercial ou seja a escola dos “pobres”, a Raul Proença era o liceu, a escola dos “ricos”, ainda hoje isso é visível nos indicadores da ASE, 19% na RP, 31% na BP, ou seja na memória dos pais a RP é a escola dos ricos, a BP é a escola dos pobres, por isso mesmo sem haver rankings as “memórias” fazem com que os pais escolham preferencialmente a RP para o ensino secundário, com os rankings esta situação é “agravada”, sem qualquer benefício para os alunos a não ser status social para quem dá importância a isso.

Pela minha experiencia, são as capacidades cognitivas e a envolvente familiar do aluno que são as grandes responsáveis pelo sucesso escolar do mesmo, os restantes fatores (qualidade dos professores, projeto educativo, etc..) são de menor importância.

A analise detalalhada dos "rankings" demostraria isso, a questão é que poucas pessoas tem tempo e conhecimentos para o fazer. Por isso o que a CS vende é que o privado é que é bom, e os "patos" vão atrás (e aqui é que verdadeiramente se pode dizer que pagam o "pato") .
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Re: A vergonha da Educação

por mais_um » 12/11/2013 23:18

migluso Escreveu:mais_um,
Temes a mudança porque duvidas da qualidade de cidadania dos portugueses que venha a emanar naturalmente e directamente da sociedade civil e das instituições por ela criadas (incluindo escolas), sem te aperceberes que a nossa realidade actual (cidadania e social) é o resultado de um século de forte estatização e sobretudo de desresponsabilização do cidadão. E que defendes tu? Que assim se mantenha, pois não estamos preparados para a mudança?!? Estamos aqui com um problema circular.


Eu não temo a mudança, simplesmente tenho noção do país real. Ao contrário do que transparece da tua posição, eu não estou "agarrado" a dogmas, o unico que pode ser considerado dogma é ser benfiquista, de resto defendo qualquer coisa desde que funcione, ou seja apresente resultados, sou pragmático, se funciona não mexe.

No caso da educação, o que defendes (e corrige-me se estou enganado) é o cheque ensino, em que as escolas selecionam os alunos pelas suas capacidades cognitivas, ora do ponto de vista individual pode ser positivo para algumas pessoas (pessoalmente não tenho nenhum problema com esse modelo, os meus filhos são alunos acima da média e tenho poder economico para corrigir qualquer desvio), mas se analisarmos os resultados do todo, a realidade mostra que não só os resultados globais não melhoram como agrava a estratificação da sociedade e a minha posição é defender o que eu considero melhor para a sociedade em geral e não o que é melhor apenas para mim, talvez por ser oriundo das camadas desfavorecidas da população tenha esta preocupação, isto não é nenhuma critica, faz-me lembrar o meu filho mais novo que no ano passado, quando a maquina de lavar loiça foi reparar, ficou espantado por descobrir que também era possivel lavar loiça à mão, algo que ele nunca tinha visto.
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Re: A vergonha da Educação

por IzNouGuud » 12/11/2013 21:12

Storgoff Escreveu:IzNouGuud,

Provavelmente deve ter tido alguns professores que não tinham o ensino superior .
Nas areas vocacionais como mecânica e electrotecnia de certeza que havia alguns ,isto para já não falar em educação física e penso que até em educação visual.

De qualquer forma do ponto de vista técnico e dada a exigência que normalmente as escolas comerciais ou liceus tinham ( excluindo a malta que por lá passou no PREC :lol: ) esses professores apesar de não terem curso superior, tinham bons conhecimentos das matérias que leccionavam.
Hoje tens montes de gente a sair das universidades que escrevem com erros ortográficos de bradar aos ceus e nem conseguem alinhavar meia duzia de ideias.
Portanto é difícil comparar a qualidade de realidades distintas.
Estamos a falar de períodos temporais distintos.

Basta dizer que não muitos anos antes o 7º ano de liceu era um grau académico já muitíssimo elevado.
A universidade estava apenas ao alcance de meia dúzia de eleitos.

Como a partir de meados da década de 80 o ensino secundário se começou a massificar, apesar da escolaridade obrigatória ser apenas o 6ºano, é natural que se sentisse essa ausência de pessoas licenciadas interessadas em dar aulas.
Alias já depois, nos anos 90, lembro de muita gente que facilmente arranjava trabalho como professor ,normalmente como último recursos para quando não se arranjava nada mais interessante.

Muitos não fazem é a mínima ideia do que era Portugal nos anos 70 e 80 e depois acham tudo isto muito bizarro.


Não me referi a esses professores (os mestres), geralmente com pouca formação teórica, mas com muitos conhecimentos práticos. Tive o prazer de aprender, quer como aluno, quer como colega, com alguns desses professores.
No inicio dos anos 80 já não havia profissionais desses disponiveis para o ensino, pois os que queriam ficar nas escolas petenciam aos quadros das escolas, os outros estavam nas empresas.

Referi-me aos professores que não estavam nas escolas e eram necessários.
Como te disse, muitas vezes não aparecia ninguém para esses horários, ou então apareciam antigos alunos das escolas comerciais. Os licenciados quando apareciam não ficavam muito tempo no ensino, mesmo os professores do quadro rescindiam o contrato e iam para o privado que lhes pagava muito mais. A primeira vez que fiquei colocado nos quadros de uma escola fui ocupar o lugar de um professor que rescindiu o contrato para ir trabalhar numa empresa do ramo (segundo ele, foi o melhor que fez). Quando vim para a minha actual escola (há 23 anos) vim ocupar o lugar de um desses professores com o 7ºano.

Como aluno (acabei o 12º em 1981) tive vários anos em que não tive notas em algumas disciplinas devido à falta de professores (lembro-me de um ano em que, no Natal, apenas tive nota a Educação Fisca).

A falta de professores deveu-se aos dois fatores massificação do ensino e melhores (muito melhores) ordenados no público para os licenciados.


IzNouGuud Escreveu:
Storgoff Escreveu:
IzNouGuud Escreveu:
Nunca aceitei pois sempre gostei de ser professor e porque contrabalançava com as ditas "regalias" no fim da correira (reconheço que também pelo tempo de férias).
Sem aquelas "regalias injustas" que os professores tinham nunca teria ficado no ensino. Eu e muita gente que conheço...


Esta parte aqui é um desabafo ou uma ironia fina?
:wink:


Nem uma coisa nem outra, apenas o seguimento do post do Artista. Ironia será com as palavras que estão entre aspas, pois considero que o que é chamado de regalias, não é mais do que contrapartidas pelos fracos ordenados que os professores recebiam e uma maneira de atrair os profissionais necessários.
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Re: A vergonha da Educação

por RedNeT » 12/11/2013 20:36

migluso Escreveu:
RedNeT Escreveu:
Mas quando é que pensamos que a educação, não é um negócio mas uma necessidade para uma sociedade que se diz evoluída.

Atenciosamente


O que encerra esta afirmação do RedNet:

- O pão e o papel higiénico são uma necessidade, logo não devem ser um negócio.
- Só se deve negociar "coisas" que não são necessárias à sociedade.

Cordialmente.


Migluso em vez de andar com conversa de xaxa e fizesse uma discussão onde me mostrasse o contrário do que escrevi nesse mesmo post, tanto eu como o forúm ficaríamos muito mais agradecidos.

Atenciosamente

PS: Conversa de Xaxa = Se você compara o pão com o papel higiénico, acho que estamos conversados.
 
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Re: A vergonha da Educação

por Storgoff » 12/11/2013 20:26

IzNouGuud,

Provavelmente deve ter tido alguns professores que não tinham o ensino superior .
Nas areas vocacionais como mecânica e electrotecnia de certeza que havia alguns ,isto para já não falar em educação física e penso que até em educação visual.

De qualquer forma do ponto de vista técnico e dada a exigência que normalmente as escolas comerciais ou liceus tinham ( excluindo a malta que por lá passou no PREC :lol: ) esses professores apesar de não terem curso superior, tinham bons conhecimentos das matérias que leccionavam.
Hoje tens montes de gente a sair das universidades que escrevem com erros ortográficos de bradar aos ceus e nem conseguem alinhavar meia duzia de ideias.
Portanto é difícil comparar a qualidade de realidades distintas.
Estamos a falar de períodos temporais distintos.

Basta dizer que não muitos anos antes o 7º ano de liceu era um grau académico já muitíssimo elevado.
A universidade estava apenas ao alcance de meia dúzia de eleitos.

Como a partir de meados da década de 80 o ensino secundário se começou a massificar, apesar da escolaridade obrigatória ser apenas o 6ºano, é natural que se sentisse essa ausência de pessoas licenciadas interessadas em dar aulas.
Alias já depois, nos anos 90, lembro de muita gente que facilmente arranjava trabalho como professor ,normalmente como último recursos para quando não se arranjava nada mais interessante.

Muitos não fazem é a mínima ideia do que era Portugal nos anos 70 e 80 e depois acham tudo isto muito bizarro.






IzNouGuud Escreveu:
Storgoff Escreveu:
IzNouGuud Escreveu:

Nunca aceitei pois sempre gostei de ser professor e porque contrabalançava com as ditas "regalias" no fim da correira (reconheço que também pelo tempo de férias).
Sem aquelas "regalias injustas" que os professores tinham nunca teria ficado no ensino. Eu e muita gente que conheço...



Esta parte aqui é um desabafo ou uma ironia fina?
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Re: A vergonha da Educação

por IzNouGuud » 12/11/2013 19:50

Storgoff Escreveu:
IzNouGuud Escreveu:
Só para esclarecer que se havia no sistema professores com o 12º inacabado, é porque não havia professores/licenciados/bachareis suficientes para as necessidades. Ainda me lembro de nem com o 12º se conseguir arranjar ninguém e nesse ano não haver algumas disciplinas.

Ou muito me engano ou, da maneira como a classe está a ser tratada, ainda voltaremos a esse tempo, ou então importamos professores...


De facto já tinha ouvido falar nisso
Só por curiosidade, essa situação de recrutar pessoas sem o 12º ano para dar aulas foi em que altura?


Nas escolas onde dei aulas (todas no Algarve) assisti a situações dessas até ao inicio dos anos 90.
Nessa altura, o grupo com excesso de professores era a História, as disciplinas mais problemáticas eram a Matemática (lembro-me de turmas que passaram um ano inteiro sem professor), Fisica e Quimica e as Disciplinas Técnicas (Mecânica, Electrotecnia e a Informática que estava a aparecer no ensino)

Eu fui/sou um dos professores que o Artista referiu. Sou engenheiro electrotécnico e até finais dos anos 90 recusei empregos onde ganhava o triplo do que ganhava como professor. Ainda me lembro de uma empresa onde tinha alunos a estagiar que, sem saber quanto ganhava, me oferecia o triplo. O de um responsável de uma grande empresa ir a minha casa oferecer trabalho.
Nunca aceitei pois sempre gostei de ser professor e porque contrabalançava com as ditas "regalias" no fim da correira (reconheço que também pelo tempo de férias).
Sem aquelas "regalias injustas" que os professores tinham nunca teria ficado no ensino. Eu e muita gente que conheço...
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Re: A vergonha da Educação

por migluso » 12/11/2013 19:02

RedNeT Escreveu:
Mas quando é que pensamos que a educação, não é um negócio mas uma necessidade para uma sociedade que se diz evoluída.

Atenciosamente


O que encerra esta afirmação do RedNet:

- O pão e o papel higiénico são uma necessidade, logo não devem ser um negócio.
- Só se deve negociar "coisas" que não são necessárias à sociedade.

Cordialmente.
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Re: A vergonha da Educação

por goodmoney » 12/11/2013 18:46

hugosequeira Escreveu:
crybaby Escreveu: - As escolas privadas exercem aquilo a que Darwin chamou a selecção natural, enquanto que as públicas levam com o que há. Gostava de ter um estudo sobre quantos cegos, surdos ou mudos as privadas têm nas suas turmas, por exemplo.


Apesar de compreender que o sentido da frase não foi prejorativo para as escolas públicas...acho que podemos ver precisamente o contrário! Nas escolas publicas é que a "selecção natural" funciona verdadeiramente...

"Um estudo feito pela Universidade do Porto verificou que os alunos provenientes das escolas públicas revelam melhor desempenho durante o seu percurso académico. Assim, os autores do estudo chegaram à conclusão de que as escolas privadas conseguem preparar melhor os alunos para entrar na Universidade, mas, segundo o pró-reitor da Universidade do Porto “o que se verificou é que, passados três anos, estes alunos mostraram estar mais mal preparados para a universidade do que os que vieram da escola pública.”

Este estudo, baseado numa amostragem aparentemente significativa, é, em primeiro lugar, mais um elemento que deveria servir para chamar a atenção de todos aqueles que se limitam a uma análise simplista dos rankings: a qualidade de uma escola não se pode medir apenas com base nas notas dos exames. (...)"



Não foi nesse sentido que falei... A escola pública faz a selecção natural durante o processo, mas a verdadeira selecção "genética" faz-se logo à partida na maioria das privadas...

Mas deixa os colégios de freiras acostumados a ter as meninas de saia rodada e os meninos de pullover receberem 20 ou 30 "gunas" à conta do cheque ensino, que logo veremos os ditos rankings e estatísticas afins...
 
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Re: A vergonha da Educação

por MD United » 12/11/2013 18:40

crybaby Escreveu: - As escolas privadas exercem aquilo a que Darwin chamou a selecção natural, enquanto que as públicas levam com o que há. Gostava de ter um estudo sobre quantos cegos, surdos ou mudos as privadas têm nas suas turmas, por exemplo.


Apesar de compreender que o sentido da frase não foi prejorativo para as escolas públicas...acho que podemos ver precisamente o contrário! Nas escolas publicas é que a "selecção natural" funciona verdadeiramente...

"Um estudo feito pela Universidade do Porto verificou que os alunos provenientes das escolas públicas revelam melhor desempenho durante o seu percurso académico. Assim, os autores do estudo chegaram à conclusão de que as escolas privadas conseguem preparar melhor os alunos para entrar na Universidade, mas, segundo o pró-reitor da Universidade do Porto “o que se verificou é que, passados três anos, estes alunos mostraram estar mais mal preparados para a universidade do que os que vieram da escola pública.”

Este estudo, baseado numa amostragem aparentemente significativa, é, em primeiro lugar, mais um elemento que deveria servir para chamar a atenção de todos aqueles que se limitam a uma análise simplista dos rankings: a qualidade de uma escola não se pode medir apenas com base nas notas dos exames. (...)"
H.S.
 
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Re: A vergonha da Educação

por RedNeT » 12/11/2013 18:39

Vejam a Conclusão

O modelo

Em que países há escolas públicas geridas por privados?

Suécia, Holanda, Bélgica, França, Espanha, Estados Unidos, África do Sul, Perú e Chile são apenas alguns exemplos, mas os modelos variam muito.

Como funcionam essas escolas?

Têm total autonomia pedagógica, curricular e de gestão. Podem escolher os seus programas e cursos e contratar docentes livremente.

Portugal é conhecido pela Clientela Amiga. Será que vão escolher os melhores? ou vão escolher como sempre fizeram!

É possível as escolas seleccionarem os alunos?

Em alguns países, é possível seleccionar alunos. Noutros, são usados critérios como a morada e em muitos há sorteio para escolher os que entram.

Como já aqui no forúm foi referido, uns ficarão com o Bife os outros com o Osso.

Que vantagens tem este modelo?

As escolas passam a poder diferenciar-se e competem entre si para serem as melhores. Os custos podem baixar.

Que riscos comporta?

É necessário grande controlo do Estado para assegurar uma boa gestão financeira e bons resultados académicos.

Se o estado for tão eficiente a gerir como nestes últimos 30 anos não vejo qual será o problema, o buraco só será um bocadinho maior.

Qual é a grande diferença entre estas escolas e os contratos de associação?

Pouca. Até agora, o Estado só assinava contratos de associação com colégios privados nas zonas onde não havia cobertura da rede pública. A lei mudou e isso – que na realidade já não acontecia – deixou de ser critério. Além disso, o novo Estatuto do Ensino Particular e Cooperativo deixa cair o «paralelismo pedagógico”, fazendo com que todos os colégios possam definir livremente o seu projecto educativo.

Senão há grande diferença entre estes modelos e aos que assistimos na reportagem da TVI, então não percebo qual é o problema.

Mas quando é que pensamos que a educação, não é um negócio mas uma necessidade para uma sociedade que se diz evoluída.

Atenciosamente
 
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Re: A vergonha da Educação

por goodmoney » 12/11/2013 18:25

RedNeT Escreveu:Aqui fica mais um retrato da educação na Suécia, e um dos modelos que o governo português poderá seguir!
http://sol.sapo.pt/inicio/Sociedade/Int ... t_id=91253

E se pensar que Portugal é um dos países mais corruptos da União Europeia, não preciso dizer o que me vai na alma.

Atenciosamente



De resto, é normal nos Estados Unidos – onde o modelo difere bastante de estado para estado – as escolas irem fechando por falta de procura, abrindo-se novas mais atractivas.

Estou a ver a luta titânica de escolas a abrir e a fechar que vai haver em Moimenta da Beira ou Carrazeda de Ansiães... Esta malta não tem mesmo noção de escala...
 
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Re: A vergonha da Educação

por RedNeT » 12/11/2013 17:55

Aqui fica mais um retrato da educação na Suécia, e um dos modelos que o governo português poderá seguir!
http://sol.sapo.pt/inicio/Sociedade/Int ... t_id=91253

E se pensar que Portugal é um dos países mais corruptos da União Europeia, não preciso dizer o que me vai na alma.

Atenciosamente
 
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Re: A vergonha da Educação

por migluso » 12/11/2013 16:34

artista Escreveu:
mais_um Escreveu:Eu não discordo de ti que o sistema tem espaço para melhorar (e muito!), discordo de ti é na forma de conseguir essa melhoria com a nossa realidade (cidadania e social).


Exatamente, para além de discordar estou longe de conseguir ter tantas certezas sobre este assunto, aliás, acho que é impossível ter este tipo de certezas que o migluso tem... é mais ou menos o mesmo que termos certezas sobre a evolução dos mercados financeiros!


mais_um,
Temes a mudança porque duvidas da qualidade de cidadania dos portugueses que venha a emanar naturalmente e directamente da sociedade civil e das instituições por ela criadas (incluindo escolas), sem te aperceberes que a nossa realidade actual (cidadania e social) é o resultado de um século de forte estatização e sobretudo de desresponsabilização do cidadão. E que defendes tu? Que assim se mantenha, pois não estamos preparados para a mudança?!? Estamos aqui com um problema circular.

artista,
certeza de quê? Da bondade da diversidade? Da riqueza da diferença?
Mas é que seja no que for, meu caro. Não é preciso ser cientista. Basta observar o mundo que nos rodeia. Desde a mais nobre das artes ao mais básico produto de consumo.
Então, por que razão a diversidade associada a projectos educativos há-de ser algo de negativo? Não dá para entender, desculpa.

Nota: a lógica da tua comparação com a certeza sobre a evolução dos mercados financeiros ultrapassa a minha limitada capacidade de entendimento.
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Re: A vergonha da Educação

por artista_ » 12/11/2013 16:05

Em relaçaão a muito do que escrevi estava apenas a dar a minha opinião embora estivesse a responder-te a ti. Obviamente sobre muitos assuntos não conheço a tua opinião.

elreidom Escreveu:Quanto ao meu "exagero" não vejo onde está. Eu não disse que a maior parte dos professores tem formação de má qualidade. Não sei se é a maior parte, não sei quantos são. Mas sei que o problema existe em algumas áreas e não se pode tolerar que isso aconteça.


A idéia que me fica do que escreveste é que a parte dos professores que tem pouca qualidade é grande.

elreidom Escreveu:Lá estás tu com as minudências. Há muitas formas de se fazer avaliações orais para contornar esses problemas. Acho que não preciso de te ensinar porque és um professor com muita experiência. Desde que se saiba em concreto quais os objectivos concretos dessa avaliação, facilmente se estabelece uma prova que permita avaliá-los.


O problema é que a avaliação é algo de muito complexo. Aliás há muitas e diversas teorias apeans sobre avaliação. Há quem defenda até que os alunos não deverão ser avaliados por testes mas sim por outros elementos de avaliação, como trabalhos práticos e/ou portefólios.

Posso-te dizer que é impossível ser-se completamente justo na avaliação, podemos ser bastante coerentes mas totalemente justos é impossível.

Mas isto nem interessa muito, porque isto todos sabem, mas também se sabe que a avaliação é importante e deve existir, deve ser melhorada de forma a contribuir para a valorização de todos, mas o problema é que:

elreidom Escreveu:Já agora: qualquer entrevista de emprego põe em causa anos de formação. Se tivesses uma empresa contratavas empregados seleccionando-os apenas pela nota do curso?


Estás a confundir tudo, aquilo não é uma prova para um emprego. É uma prova para saber se podes concorrer a um emprego, sabendo de ante-mão que não há emprego para ti... e tens de pagar 20 euros.

Quando vais a uma entrevista para um emprego para jornalistas (por exemplo) se não passares na entrevista ficas sem poder exercer? E pedem-te 20 euros para fazeres a entrevista?! O que é que farias se soubesses que há apenas 10 lugares e que concorrem a esse emprego mais de 10 mil, sendo que cerca de mil são, à partida, mais qualificados do que tu?

E eu pergunto-te? O Crato não sabe que uma grande parte dos professores não vai fazer a prova? Ele não sabe que essa grande parte vai sair das listas?


Confundir esta prova com uma entrevista para um emprego parece-me completamente descabido!
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Re: A vergonha da Educação

por goodmoney » 12/11/2013 15:55

mrod0, para que conste sou da área do CDS, pelo que o teu raciocínio leva um sério revés...

O ser de direita não implica que tudo seja alvo de privatizações e o único critério na vida seja o dinheiro.

Há áreas na nossa vida que devem permanecer públicas, porque a sua função é dotar as populações e não ganhar dinheiro.

Se a médio prazo as escolas passarem a privadas, os hospitais na mesma, o que impede que em vez da GNR e PSP o serviço seja feito pelos Securitas, ou que as Forças Armadas sejam concessionadas a mercenários do Sahara... Desde que seja barato, siga...


Mas isto não há nada melhor que a experiência... Privatizem a saúde, mas toda, não é receber as operações que dão lucro e as que dão prejuízo ou complicações enviar para o público. Privatizem a educação, mas com o tal cheque, em que o filho do kosovar possa andar de uniforme ao lado do queque de Cascais... Em pouco tempo o privado cansa-se...

Bom bom é como está agora, receber o bife e deixar o osso...
 
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Re: A vergonha da Educação

por artista_ » 12/11/2013 15:48

mais_um Escreveu:
migluso Escreveu:
artista Escreveu:Mas talvez não perceba onde estás a querer chegar... só pode!


Provavelmente não ouviste a entrevista, que por acaso é sobre o tema educação.
O que o mestre Agostinho da Silva defende é incompatível com o que temos hoje no que respeita ao sistema educativo, grosso modo, o planeamento central e a escola como "máquina" de construir robots humanos, em que a criatividade e a independência do professor e do aluno está vedada pelo sistema. Vomita-se matéria e desincentiva-se o espírito crítico e a curiosidade pelo saber que interessa ao aluno e só a ele.

Parece-me que o mestre seria mais apologista deste género de educação (que pelos vistos não é reconhecido pelo ministério):
http://pt.wikipedia.org/wiki/Escola_da_Ponte

Desconfio também que Agostinho da Silva abominaria os exames nacionais, quanto mais os rankings.
Não é isso que está em causa, mas sim o próprio sistema cujas directrizes emanam do comité central que é o ministério da educação.


Eu não discordo de ti que o sistema tem espaço para melhorar (e muito!), discordo de ti é na forma de conseguir essa melhoria com a nossa realidade (cidadania e social).


Exatamente, para além de discordar estou longe de conseguir ter tantas certezas sobre este assunto, aliás, acho que é impossível ter este tipo de certezas que o migluso tem... é mais ou menos o mesmo que termos certezas sobre a evolução dos mercados financeiros!
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Re: A vergonha da Educação

por artista_ » 12/11/2013 15:41

migluso Escreveu:
artista Escreveu:Mas talvez não perceba onde estás a querer chegar... só pode!


Provavelmente não ouviste a entrevista, que por acaso é sobre o tema educação.
O que o mestre Agostinho da Silva defende é incompatível com o que temos hoje no que respeita ao sistema educativo, grosso modo, o planeamento central e a escola como "máquina" de construir robots humanos, em que a criatividade e a independência do professor e do aluno está vedada pelo sistema. Vomita-se matéria e desincentiva-se o espírito crítico e a curiosidade pelo saber que interessa ao aluno e só a ele.

Parece-me que o mestre seria mais apologista deste género de educação (que pelos vistos não é reconhecido pelo ministério):
http://pt.wikipedia.org/wiki/Escola_da_Ponte

Desconfio também que Agostinho da Silva abominaria os exames nacionais, quanto mais os rankings.
Não é isso que está em causa, mas sim o próprio sistema cujas directrizes emanam do comité central que é o ministério da educação.


Claro que vi o video... mas continuo sem perceber o que é que o video tem a ver com o texto?! Parece-me que tu é que não leste o texto! :roll: :roll:

Eu também desconfio que o mestre abominaria essas coisas todas! Mas também desconfio que uma sociedade à sua imagem seria uma espécie de anarquia ingovernável e sem recursos... o que não invalida obviamente a excelência do seu pensamento!
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Re: A vergonha da Educação

por mrod0 » 12/11/2013 15:16

É isso camarada!

E já agora toca a colectivizar os meios de produção, nacionalizar as lojas de electrodomésticos, as centrais de produção de cimento, as eléctricas...porque se eles gastam o que é necessário, então é igual a ser da administração pública! Viva o Socialismo/Comunismo!

Foi um passarinho com sotaque venezuelano que me veio dizer isto tudo. :lol:
 
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Re: A vergonha da Educação

por goodmoney » 12/11/2013 14:03

Não vale a pena, infelizmente há malta que leva a bolsa como um ideal de vida, e se pudermos privatizar a praia da rocha ou a serra da estrela, que seja...

- As escolas privadas exercem aquilo a que Darwin chamou a selecção natural, enquanto que as públicas levam com o que há. Gostava de ter um estudo sobre quantos cegos, surdos ou mudos as privadas têm nas suas turmas, por exemplo.

- As escolas privadas por sistema são mais amigas... a minha irmã teve um ano na escola pública com média 14 e nos outros dois anos no colégio ainda conseguiu subir para 16. Uma prima nem passar de ano ia e quase que ainda dava para doutora...

- As escolas privadas só são mais baratas se recorrerem a expedientes menos sérios, como colocar professores a lavar escadas, ou fazer contratos no limite da lei, entre outros. Se cumprirem os mesmos pressupostos do Estado, gastam igual.

- Portanto, onde não há oferta pública, sim senhor, onde exista, é um desperdício. Isto para o País claro, para quem possa vir a comprar umas acções é bom.
 
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Re: A vergonha da Educação

por mais_um » 12/11/2013 14:01

migluso Escreveu:
artista Escreveu:Mas talvez não perceba onde estás a querer chegar... só pode!


Provavelmente não ouviste a entrevista, que por acaso é sobre o tema educação.
O que o mestre Agostinho da Silva defende é incompatível com o que temos hoje no que respeita ao sistema educativo, grosso modo, o planeamento central e a escola como "máquina" de construir robots humanos, em que a criatividade e a independência do professor e do aluno está vedada pelo sistema. Vomita-se matéria e desincentiva-se o espírito crítico e a curiosidade pelo saber que interessa ao aluno e só a ele.

Parece-me que o mestre seria mais apologista deste género de educação (que pelos vistos não é reconhecido pelo ministério):
http://pt.wikipedia.org/wiki/Escola_da_Ponte

Desconfio também que Agostinho da Silva abominaria os exames nacionais, quanto mais os rankings.
Não é isso que está em causa, mas sim o próprio sistema cujas directrizes emanam do comité central que é o ministério da educação.


Eu não discordo de ti que o sistema tem espaço para melhorar (e muito!), discordo de ti é na forma de conseguir essa melhoria com a nossa realidade (cidadania e social).
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