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Caldeirão da Bolsa

Finanças & Fundos de Investimento

Espaço dedicado a todo o tipo de troca de impressões sobre os mercados financeiros e ao que possa condicionar o desempenho dos mesmos.

Re: Finanças & Fundos de Investimento (baixo risco)

por Outlier » 4/11/2013 19:30

Boas,

Relação entre a variabilidade dos retornos de fundos de investimento e o tipo de estratégia de alocação de ativos (asset-allocation)

Para tentar explicar a temática e controvérsia deste assunto, vou utilizar como referência da minha exposição o livro “Frontiers of Modern Asset Allocation” de Paul D. Kaplan.
De acordo com estudos realizados por Brinson e colegas, cerca de 90% da performance de uma carteira é explicada por uma politica de alocação de ativos ( asset-allocation policy) de longo prazo, ou seja, adotando-se uma estratégia passiva (longo prazo) na gestão de ativos, a mesma seria responsável por cerca de 90% da performance da carteira.
Todavia, os estudos de Brinson têm várias lacunas e não conseguem dar resposta a todas as 3 possiveis perguntas que os analistas podem colocar:
1. Quanta parte da variabilidade dos retornos ao longo do tempo é explicada pela politica de alocação de ativos? Ou seja, quantos altos e baixos de retornos de um fundo é que a politica dos benchmarks pode explicar?
2. Qual a parte da variação dos retornos entre fundos é explicada pelas diferenças das politicas de alocação de ativos? Ou seja, qual é a parte da diferença de performance entre dois fundos que é o resultado das diferenças das suas politicas de gestão de ativos?
3. Que parte do nível do retorno é explicado pelo tipo de politica de gestão de ativos? Ou seja, qual é a relação entre o retorno da politica do benchmark e o retorno real do fundo?
Para tentar dar resposta a estas 3 questões, e assim complementar o estudo de Brinson, Paul D. Kaplan elaborou um estudo no qual foram examinados 10 anos de retornos mensais de 94 fundos de investimento equilibrados (balanced mutual funds) e 5 anos de retornos trimestrais de 58 fundos de pensões dos EUA, tendo sido abordadas individualmente cada uma das 3 questões atrás referidas.
O objetivo era obter o retorno total para cada fundo e para cada período de tempo (um mês ou um trimestre). O 1º passo da análise foi decompor cada retorno total (TR) em 2 componentes: retorno da politica de referência (benchmark) e o retono ativo (gestão ativa), tal como é indicado na seguinte expressão:

TRi,t = (1 + PRi,t) (1 + ARi,t) – 1

Em que:
TRi,t - retorno total do fundo i no período t
PRi,t - politica do retorno do fundo i no período t
ARi,t - retorno ativo do fundo i no período t

A política do retorno é a parte do retorno total que vem da politica de alocação de ativos (asset- allocation policy) da gestão passiva dos ativos e o retorno ativo é a restante parte, correspondente à gestão ativa. O retorno ativo depende da capacidade do gestor do fundo em escolher o peso e os tipos das classes de ativos (ações, obrigações, títulos do tesouro, liquidez, etc), bem como o seu tempo de permanência em carteira.
A politica de alocação de ativos de cada fundo pode ser representada como um conjunto de pesos das classes de ativos que no total dá uma soma igual a 1. No estudo em apreço, os pesos das classes de ativos dos fundos de pensões foram previamente conhecidos, e para os fundos de investimento, os pesos dessa politica foram determinados através da análise de um modelo de retorno.
O retorno da politica de um fundo ao longo de um determinado período de tempo, pode ser calculado a partir dos pesos e retornos dos benchmarks das classes de ativos, de acordo com a seguinte expressão:

PRi,t = w1i R1t + w2i R2t + wki RKt – c

Em que:
W1i , w2i , wki - pesos da politica do fundo i
R1t , R2t , RKt - retornos das classes de ativos no período t
c - custo aproximado de replicar a combinação de politicas
indexadas aos fundos de investimento, como uma percentagem dos ativos.

Para a parte do estudo do fundo de investimento (mutual fund), foram usados 10 anos de retornos mensais para 94 fundos equilibrados (balanced) dos EUA. Estes 94 fundos representam todo o universo Morningstar que tinha pelo menos 10 anos de dados com datas finais de 31 de Março de 1998. A politica de pesos para cada um dos fundos foram estimados através do retorno baseado em análise de estilo ao longo de um período de 120 meses. A Tabela 21.1, a seguir indicada, mostra os valores dos benchmarks (índices de referência) das classes de ativos utilizados e a média da exposição do fundo a cada classe de ativos.
Imagem
Ao calcular os retornos das politicas para cada fundo, assumiu-se que o custo de replicar a combinação de politicas através de índices de fundos de investimento, seria de 2 pontos base por mês (cerca de 25 por ano).
Brinson e os colegas, nos seus estudos de 1986 e 1991, responderam à seguinte Pergunta 1 acima colocada: Quanta parte da variabilidade dos retornos de um fundo é explicada pela variabilidade de uma politica de retornos (policy return) do respetivo índice de referência ou benchmark do fundo? Eles calcularam o resultado pela regressão do total de retornos para cada fundo (TRi,t da 1ª equação acima indicada) contra os retornos dos respetivos benchmarks (policy return), que na referida 1ª equação corresponde a PRi,t , reportando, para cada fundo do estudo, o coeficiente de correlação R2 , bem como a média e a mediana da respetiva distribuição de resultados.
A Figura 21.1, a seguir indicada, mostra o significado do coeficiente de correlação R2 quando se utiliza um único fundo da amostra. Neste exemplo, foi feita uma regressão de 120 retornos mensais de um determinado fundo de investimento em relação ao mês correspondente dos retornos estimados do benchmark do fundo.
Imagem
Como se pode ver no gráfico, a maior parte dos pontos da distribuição situam-se em torno e junto da reta da regressão linear, correspondente à equação dos mínimos desvios quadrados em relação à média (variância-média), e desse modo o respetivo coeficiente de correlação é elevado, sendo igual a cerca de 0.90 (o máximo é 1.0 ou 100%). O que isto quer dizer é que cerca de 90% da variabilidade dos retornos mensais deste fundo pode ser explicado pela variabilidade da politica do índice de referência ou benchmark (policy benchmark) do respetivo fundo.
Os resultados do estudo de ambos os fundos de investimento e de pensões, juntamente com os dados dos estudos de Brinson, estão indicados na Tabela 21.2 seguinte:
Imagem
De certo modo, os resultados confirmam os estudos de Brinson em que cerca de 90% da variabilidade do retorno de um fundo ao longo do tempo é explicada pela variabilidade da politica de retornos. Os resultados das médias do estudo em apreço são um pouco inferiores às de Brinson, porque, segundo o autor, esses resultados foram um pouco enviesados devido à existência de alguns valores atípicos (outliers) dos fundos.
Estes resultados são consistentes com a noção de que fundos de pensões são geridos de forma menos ativa que os fundos de investimento equilibrados (balanced mutual funds).
Na Tabela 21.3 seguinte, são apresentados os resultados do estudo em apreço, os quais mostram que os fundos de investimento (mutual funds) eram mais ativos que os fundos de pensões, como era de esperar. O fundo de investimento, no percentil 5 (5% da quantidade total da amostra analisada), do coeficiente de correlação R2 , teve apenas 46.9% da variabilidade dos retornos explicada pela variabilidade da politica de retornos do respetivo benchmark do fundo, enquanto que para o percentil 95 (95% do total da amostra), o R2 foi de 94.1%. Para os fundos de pensões, os coeficientes de correlação dos percentis 5 e 95 foram de 66.2% e 97.2% respetivamente, situando-se assim numa faixa mais estreita relativamente aos valores obtidos no outro caso dos fundos de investimento, o que também seria de esperar visto que têm um tipo de gestão muito menos ativa e como tal a sua distribuição dos dados são mais juntinhos em torno da média, mesmo quando o tamanho da amostra em relação à sua totalidade tem pouca significância estatística como seja o percentil 5. Obter para um P5 um coeficiente de correlação de 66.2% é estatisticamente muito bom, na perspetiva do realce da passividade de um fundo.
Imagem
A seguir o autor considerou a hipótese de que o coeficiente de correlação R2 pode aumentar simplesmente porque os fundos participam em geral no mercado de capitais e não porque seguem uma politica especifica de alocação de ativos. Para tal, o autor explorou esta hipótese através da regressão dos retornos totais de cada fundo de investimento contra os retornos totais de um benchmark comum ou abrangente ao invés de cada fundo contra o seu especifico benchmark ou setorial. Para os benchmarks comuns foram usados o S&P 500 e a média de todos os valores da politica dos benchmarks mostrados na Tabela 21.1. Os resultados são apresentados na Tabela 21.4 seguinte:
Imagem
Com o S&P 500 como referência para todos os fundos, a média do coeficiente de correlação R2 era mais que 75% (75.2%) e a mediana era de 81.9%. Com os valores das médias da politica dos benchmarks contra os benchmark especifico do fundo, o valor médio do R2 foi de 78.8% e a mediana de 85.2%. Estes resultados são relativamente próximos dos obtidos quando foi usado para cada fundo o seu especifico benchmark, em que a média foi de 81.4% e a mediana de 87.6%. Assim, isto quer dizer que o R2 elevado na regressão foi devido ao resultado primário da participação dos fundos no mercado de capitais em geral, e não o resultado a partir da politica de alocação de ativos especifica para cada fundo.
Hensel, Esdras e llkiw nos seus estudos (1991) apontaram que Brinson utilizou a linha de base do portfolio como sendo 100% em cash (dinheiro/capital). Esta é que é a grande questão de referência do estudo de Brinson, e a sua ignorância é que deu azo às más interpretações a que os estudos de Brinson não podiam dar resposta.
Por outras palavras, os resultados de Brinson e colegas e os resultados do estudo em apreço já apresentados na Tabela 21.2, são um caso típico em que a subida da maré (mercado de capitais) faz subir todos os barcos (fundos). Quando usamos uma base mais realista tal como a média da politica do benchmark contra todos os fundos, verificamos que as politicas dos benchmarks específicos explicam muito menos do que a metade do tempo restante da série de variação dos retornos dos fundos.
Já arrumamos a Pergunta 1, agora vamos colocar a Pergunta 2 (ver o 3º parágrafo deste texto): Qual a parte da variação dos retornos entre fundos é explicada pelas diferenças das politicas de alocação de ativos? Devemos comparar fundos uns com os outros através de uma análise transversal. Muitas pessoas pensaram erradamente que os estudos de Brinson respondiam à Pergunta 2, quando de facto não tinham essa abrangência. Se todos os fundos investissem passivamente sob a mesma politica de alocação de ativos, então 100% da variabilidade dos retornos ao longo do tempo de cada fundo seria atribuível à politica de alocação de ativos. Se todos os fundos investissem passivamente, mas tendo uma gama larga de politicas de alocação de ativos, então a variação dos retornos seria atribuível à politica especifica utilizada.
Para responder à Pergunta 1, o autor comparou cada retorno de um fundo com o retorno de outro fundo. Realizou uma regressão tranversal composta pelos retornos totais anuais, TRi , para todo o período da politica de retornos totais anuais, PRi , para todo o período. O coeficiente de correlação R2 desta regressão para os fundos de investimento (mutual funds) estudados, mostrou que 40% da diferença do retorno foi explicada pela politica de alocação, e para a amostra dos fundos de pensões, o resultado foi de 35%. A Figura 21.2 seguinte, é obtida a partir dos dados de 10 anos de retornos totais anuais contra os 10 anos da politica de retornos anuais (policy return) da amostra dos fundos de investimento (mutual funds).
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O gráfico demonstra visualmente a relação entre a politica de alocação e o retorno total. O resultado do fundo mútuo mostra que, porque a politica explica apenas 40% da variação do retorno através de fundos, sendo que os restantes 60% são explicados por outros factores, tais como o tempo em que se faz a alocação de ativos, estilo dentro da classes de ativos, seleção do nível de segurança e as taxas (fees) dos fundos (gestão, subscrição, resgate, etc). Para os fundos de pensões, a variação dos retornos entre fundos que não foi explicada pela politica de alocação foi impotável aos mesmos factores e a seleção do gestor.
O coeficiente de correlação transversal R2 de quanto as politicas de alocação de ativos de fundos diferem uns dos outros e de quanto os fundos estão envolvidos na gestão ativa. Para se ver o quanto as diferenças das politicas de alocação diferem, foram examinadas as distribuições transversais dos pesos de estilo Morningstar (ações de large-caps, small-caps dos EUA, ações de fora dos EUA, obrigações dos EUA, cash).
A Tabela 21.5 seguinte, apresenta as médias transversais, desvios-padrão e os vários percentis dos pesos de estilo dos fundos mútuos.
Imagem
A última coluna da tabela apresenta as estatísticas para o total do estilo de alocação em equities (capitalizações). A grande diferença nos desvios-padrão e as margens das diferenças entre os percentis indicam que há grandes variações nas politicas de alocação de ativos entre os fundos. Dada a diversidade das politicas de alocação que existe entre estes fundos mútuos, o relativo baixo coeficiente de correlação R2 de 40% deve ser o resultado de um elevado grau de gestão ativa. Para se ver como o grau de gestão ativa pode afetar o R2 transversal, foi calculado o R2 transversal entre os retornos anuais de 10 anos da politica dos benchmarks e os 10 anos de retornos anuais de um conjunto de retornos de fundos modificados. Cada retorno de fundo modificado era uma média ponderada do retorno do fundo real com o retorno da politica do benchmark para que o grau de gestão ativa fosse ajustada à expressão seguinte:

TR*i,t = xTRi,t + (1 – x)PRit

Onde o valor de x significa o nível de gestão ativa. O valor de x igual a 1 corresponde à totalidade da amostra. O valor de x inferior a 1 reduz o nível de gestão ativa abaixo do que os fundos realmente fizeram. O valor de x maior que 1 encurta o benchmark e assume uma posição de alavancagem do fundo, aumentando assim o nível de gestão para além do que os fundos realmente fizeram. O retorno anual composto dos retornos dos fundos modificados, TR*, foi calculado da mesma forma que o composto dos retornos anuais de fundos de retorno real, isto é, como a média geométrica dos retornos anuais modificados.
A Figura 21.3 seguinte, mostra o coeficiente de correlação transversal R2 da regressão modificada composta pelos retornos anuais a partir dos compostos retornos anuais das politicas para os vários valores de x da gestão mais ou menos ativa. Para x igual a 1, o valor transversal do R2 corresponde ao resultado original de 40% já referido atrás. Se os fundos tiveram metade da atividade (x = 1), o R2 teria sido muito mais elevado: 81%. Por outro lado, se os fundos tivessem sido 1.5 vezes mais ativos (x = 1.5), o R2 teria sido apenas de 14%. Assim, esta abordagem mostra como o grau da gestão ativa afeta o coeficiente de correlação transversal R2.
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Agora chegámos finalmente à Pergunta 3: Que parte do nível do retorno é explicado pelo tipo de politica de gestão de ativos? O autor abordou esta questão usando os dados de Brinson e os novos dados do seu estudo sobre os fundos mútuos e os fundos de pensões. Foi calculado o percentual de retorno dos fundos explicado pela politica de retorno para cada fundo como o rácio do composto da politica dos retornos anuais, PRi , dividido pelo composto do retorno total anual, TRi . Este rácio do composto dos retornos é na realidade uma medida de performance dos fundos. Um fundo que permaneceu exatamente na mistura de politicas e investiu passivamente terá um rácio de 1.0 ou 100%, enquanto que umfundo que superou a sua politica (benchmark) terá um rácio inferior a 1.0.
A Tabela 21.6 seguinte, mostra o percentual do retorno do fundo que é explicado pela politica dos retornos dos estudos de Brinson e os dois conjuntos de dados usados no presente estudo.
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Em média, a politica foi responsável por um pouco mais do que a totalidade do retorno total. A única exceção é a amostra dos fundos de pensões do presente estudo, onde o resultado da média foi de 99%. Os dados dos fundos de pensões não têm quaisquer custos, a menos que sejam incluídos os custos das taxas de gestão, os custos do pessoal das pensões e outras despesas, sendo que o resultado ficaria provavelmente muito perto de 100%, o que significa que nenhum valor foi adicionado acima da politica dos benchmarks. Em média, os fundos de pensões e os fundos mútuos equilibrados/balanceados não estão a adicionar valor acima da sua politica de benchmarks por causa de uma combinação de factores: market timing, seleção de segurança, taxas de gestão e outras despesas. Além disso, os resultados de ambos os grupos podem até ser melhor que o esperado, porque o factor tempo pode incluir algum benefício de um não rebalanceamento dos fundos, deixando correr as ações, o que teria ajudado os retornos nos períodos da amostra relativos ao quase continuo bullmarket dos EUA.
A Tabela 21.7 seguinte, mostra a gama de percentagem dos retornos do fundo que é explicada pela politica de retorno.
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Os fundos mútuos têm uma gama maior porque eles estão mais propensos a fazer market timing e a selecionar apostas contra o benchmark.
Estes resultados estão em conformidade com a teoria de Sharpe, a qual assenta nas seguintes ideias-base: a agregação de todos os investidores (100% da amostra) corresponde ao mercado, a performance média bruta (antes dos custos) de todos os investidores deve igualar a performance do mercado. Assim, devido aos custos das taxas (gestão, taxa global de custos, etc) associadas aos fundos, o investidor médio deve ter uma performance ajustada aos custos inferior à do mercado. Isto implica que, em média, um valor de retorno de um fundo superior a 100% teria que ser o resultado da sua politica do retorno. É claro que este resultado não é assegurado, em média, por subamostras do mercado, como sejam os fundos mútuos ou os fundos de pensões. Eu sublinhei atrás a palavra média para chamar a atenção para o óbvio da matemática/estatística: um destes fundos de subamostra do mercado pode ter uma performance superior, igual ou inferior ao mercado, mas a performance média desses fundos é inferior à do mercado. Há gente que por vezes confunde média, que é relativo ao desempenho de um conjunto, com o desempenho individual. Uma escola pode ter em média os piores alunos, mas também pode ter o aluno ou alguns dos melhores alunos. Para mim, esta pequena confusão é que suscita grandes discussões acaloradas sobre o market timing.
Na análise do autor, a politica de retorno de um fundo mede a performance da classe de ativos em que o fundo investe. Portanto, segundo a teoria de Sharpe, seria de prever que, em média, um pouco mais de 100% do nível do retorno total de um fundo seria o resultado da politica de retorno desse fundo. Os resultados do estudo em apreço do autor confirmam isso mesmo. O valor de … pouco superior a 100%, não quer dizer que a gestão ativa é inútil, quanto muito podemos dizer que gestão ativa de fundos é, em média, pouco proveitosa. Um investidor que tenha a capacidade de selecionar os melhores fundos, os melhores gestores dos fundos e o melhor market timing (muito difícil otimizar as subidas e mitigar as descidas), consegue ter performances superiores ao mercado. Isto é que é o alfa do investidor ou do gestor e negar esta hipótese de outperformance é negar a inteligência individual em detrimento da inteligência média de um conjunto de investidores passivos (esta frase é minha).
Conclusão:O estudo do autor, mostra que a alocação de ativos (escolher os pesos percentuais adequados de ações, obrigações, monetário, etc) explica cerca de 90% da variabilidade dos retornos de um fundo ao longo do tempo, mas apenas cerca de 40% da variação dos retornos entre fundos. Além disso, em média nos fundos, a politica de alocação de ativos explica um pouco mais de 100% do nível dos retornos.
Esta conclusão quer dizer que é importantíssimo (90%) saber fazer uma adequada asset- alocation mas que a mesma não deve ser passiva mas sim ajustada/rebalanceada ao longo do tempo, pois esta gestão ativa da alocação de ativos pode representar entre 40% a 60% de acréscimo de melhoria na diferença dos retornos entre 2 fundos (passivo e ativo), para além de justificar uma performance de retornos de um fundo superior a 100%.
Considerações pessoais:Para mim o timing é uma espécie de tempo das 4 estações do ano. Os investidores passivos não aplicam o market timing e assim é como vestirem uma roupa que eles julgam que é em média adequada para as 4 estações, só que este tipo de investidores vão apanhar mais frio no inverno e mais calor no verão que os investidores ativos de outperformances, mas todos eles não estão a salvo de apanharem uns fortes choques térmicos que os possa engripar momentaneamente, apanhar uma forte pneumonia que em certos casos graves de falta de liquidez lhes pode ser fatal. Na “moda” do mercado, ninguém consegue prever com exatidão a “moda” ou a tendência do próximo verão ou inverno, ou seja, qualquer um de nós, num determinado momento, pode estar a usar uma roupa desadequada às condições climatéricas de então, só que há uns que podem ser mais competentes que outros, e assim acertar mais vezes, no que toca à previsão meteorológica da próxima estação, pois a meteorologia incorpora alguns factores repentinos não previsíveis de mudança de clima, mas também incorpora matérias de ciências exatas e previsíveis, especialmente quanto maior e mais variada é a informação disponível.
Para mim, a maior dificuldade não está tanto em saber entrar no mercado na altura certa mas sim em retirar-se ou diminuir a sua exposição ao mercado na altura certa. As descidas ocorrem com muito mais velocidade que as subidas, pois no mercado a força “g” da gravidade que vai acentuar a descida mais a pique dos mercados chama-se pânico e este por vezes é matematicamente irracional e, como tal, ninguém consegue prever ou controlar. Por norma, os grandes investidores institucionais entram mais cedo nas subidas que os do retalho como nós e saem mais cedo do que nós nas descidas. Porque é que isto acontece? A resposta passa por dizer que os institucionais sabem prever mais cedo do que nós o fenómeno de avalanche do mercado. Vamos então à explicação teórica geral:
Um dos principios básicos da termodinâmica é de que num processo de transformação de um sistema o mesmo tende para uma situação de equilíbrio em relação ao sistema fronteira em contacto com ele. Isto quer dizer que as coisas não sobem nem descem indefinidamente e que quanto mais elevada for uma subida mais acentuada será a sua descida, para se atingir o estado de equilíbrio do mercado, só que, ao contrário da termodinâmica, nós não sabemos qual o timing desse equilíbrio, mas há uma coisa que temos a certeza é que mais tarde ou mais cedo o mercado tende para o seu estado de equilíbrio, pois o dinheiro não é elástico ou infinito e, como tal, se vai mais para um lado irá com certeza menos para o outro lado. Não podemos ter na mesma altura e no mesmo local chuva no nabal e sol na eira. Não se pode ter o melhor de 2 mundos fronteira.
A avalanche forte de uma encosta de neve é parecida com um crash bolsista, a saber: à medida que a neve se acumula camada sobre camada, chega a uma dada altura em que o peso das camadas superiores causa uma pressão tal na camada inferior, em contacto com a rocha ou o solo, que vai provocar a sua liquidificação e, consequentemente, diminui drásticamente o atrito que mantinha em contacto as camadas de neve em relação à sua base de sustentação, e, desse modo, as camadas de neve deslizam pela encosta abaixo sobre essa camada liquida, tal como um patinador desliza numa pista de gelo. A superfície da lâmina, sob a bota do patinador, em contacto com o gelo sólido é tão diminuta que o peso do patinador é suficiente para provocar uma pressão tal sobre a camada superficial do gelo que vai provocar a sua liquidificação, e assim o patinador desliza sobre uma camada liquida de água, com muito menos atrito, e não sobre o gelo sólido. Se o patinador quiser travar de repente só lhe resta aumentar a superfície de contacto com o gelo para aumentar o atrito e para isso ele inclina as botas e o seu corpo e até se vê depois a levantar algum gelo. A conclusão da teoria é óbvia: quando o mercado está demasiado valorizado, devemos sair antes que se dê a referida avalanche ou rebente a designada bolha dos financeiros. As sucessivas camadas de neve correspondem aos sucessivos ganhos do mercado. Só que tecnicamente, independentemente da quantidade de neve que pode cair, podemos sempre evitar a ocorrência de uma grande avalanche de neve através da monitorização das camadas de neves e quando se justifica provocar pequenas explosões controladas na montanha de neve para provocar pequenos deslizamentos controlados de pequenas avalanches e assim evitar a grande avalanche ou o crash do mercado, que é coisa que os financeiros não conseguem controlar devido à componente irracional de pânico do mercado.
Um investidor passivo dirá que não se deve beber vinho porque, em média, o vinho faz mal ao fígado e à saúde em geral, ao passo que um investidor ativo mais bem informado dirá que beber 1-2 copos de vinho tinto por dia às refeições é até remédio, pois a uva tinta contém uma relativa grande quantidade de resveratrol que é uma poderosa substância química antioxidante capaz de: inibir a formação de radicais livres que contribuem para o nosso envelhecimento, evitar a acumulação nas artérias/veias da gordura ou mau colesterol e assim diminuir o risco de doenças cardiovasculares, assim como outros benefícios para a saúde que compensam as disfunções associadas ao álcool, só que também aqui, tal como nos mercados, é preciso saber usar a dose certa. Para além do resveratrol, o vinho tinto também tem mais taninos que o vinho branco, que é um composto químico também antioxidante, fundamental para dar longevidade ao vinho, sendo que também contribui para a desobstrução dos vasos sanguíneos.
Por vezes, devido à nossa limitação de raciocínio ou à falta de informação, tiramos conclusões relativas que não são verdades absolutas, tal como: Se uma balança X me diz que o objeto A tem uma massa de 5 gramas superior à massa do objeto B e uma outra balança Y calibrada confirma essa mesma diferença de massas entre os 2 objetos, isso não quer dizer que, estatisticamente, a balança X seja exata, pois ela é só precisa ao assegurar a reprodutividade das medições, isto é, mede as massas sempre da mesma forma pois chega ao mesmo resultado da diferença de massas da balança calibrada, mas os seus resultados individuais das massas podem não ser exatos, pois podem não corresponder aos valores reais das massas da balança calibrada. Assim, uma balança ou qualquer equipamento tem de ter ao mesmo tempo precisão e exatidão . Para se saber se este objeto tem mais ou menos massa que um outro, podemos fazer isso numa balança qualquer, desde que a mesma assegure a reprodutividade das medições (precisão), mas se ao mesmo tempo quisermos saber quais as massas exatas de cada um dos objetos, temos que efetuar a pesagem numa balança calibrada em que o zero da balança foi aferido, ou seja, é preciso verificar e calibrar a linha-base de referência que no caso da balança é o seu zero. No exemplo atrás, pela balança não calibrada podemos obter resultados de 25 e 20 gramas para os objetos A e B respetivamente, dando assim uma diferença de 5 gramas; enquanto a balança calibrada deu os resultados de 26 e 21 gramas para os objetos A e B respetivamente, dando também a mesma diferença de massas. Então a conclusão é a seguinte: a balança X (não calibrada) é precisa (relativo) mas não é exata (absoluto). Assim, temos de ser, ao mesmo tempo, precisos e exatos. Infelizmente, há gente que, apesar de ter tido estatística e probabilidade, por vezes, confunde os conceitos de precisão e exatidão.
No tiro ao alvo, um atirador preciso é aquele que acerta todos os tiros no mesmo ponto de qualquer parte do alvo e o atirador exato é aquele que acerta com os tiros sempre no ponto central do alvo, na pontuação máxima de 100%.

P.S. Alguém sabe se é possivel com as ferramentas deste programa do Caldeirão pôr o coeficiente de correlação "R ao quadrado", com o 2 superior ao R como se faz no word, em vez de aparecer aqui como "R2" ?

Abr,

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Re: Finanças & Fundos de Investimento (baixo risco)

por Tavares » 4/11/2013 14:01

Bom dia,
Acompanho regularmente este topico há um par de meses, tendo-me decidido criar esta carteira por alturas de maio...numa prespetiva de medio/longo prazo.
Pretendo agora aumentar em 20% e é aí que solicito as vossas opiniões, onde reforçar , ou mesmo realocar as %.

Fundo Rentabilidade %
F&C Portfolios Fund - F&C Emerging Markets Bond -6.83% 4.78%
Pimco Funds Global Investors - Global Real Return Fund -6.57% 4.80%
Fidelity Funds - Global Consumer Industries Fund -1.64% 5.05%
NORDEA 1 SICAV - Global Stable Equity Fund +2.98% 5.29%
PIMCO Global Investors Series plc - Emerging Markets Bond Fund-6.10% 7.23%
Eurizon EasyFund - Equity Consumer Staples LTE -4.98% 7.32%
PIMCO Funds Global Investors Series PLC - Global Investment Grade Credit Fund-3.48% 7.43%
JPMorgan Investment Funds - Global Income Fund -2.24% 7.53%
Invesco Funds SICAV - Balanced Risk Allocation Fund -0.48% 7.67%
Nordea 1 SICAV - European Cross Credit Fund +1.30% 7.80%
PIMCO Global Bond Fund -2.80% 9.98%
Pimco Global High Yield Bond Fund +0.35% 10.31%
PIMCO Funds Global Investors Series PLC - Diversified Income Fund -3.91% 14.80%

Cumprimentos e grato pela partilha de conhecimentos
 
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Re: Finanças & Fundos de Investimento (baixo risco)

por FDPC » 4/11/2013 2:37

Fixe, era disso que eu preciso, agora realizo a carteira e vamos aos ETFs.
Eu, eu vou sem obrigações e só quero produzir.
Já está ai a filosofia da carteira, de baixo risco em FI até plena laboração em ETFs.
Trazer o shut-down, é o mesmo que dizer "curto prazo", mas diga lá é ou não verdade que queremos é produzir?
O Reset, Restart e o format.com , mesmissímo estupendo.
Força USA façam o default.
Por uma Politica Solidária a Migração, abaixo os muros da intolerância
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Re: Finanças & Fundos de Investimento (baixo risco)

por Midas » 4/11/2013 2:18

KathFish Escreveu:Boa noite, precisava de um pouco de ajuda neste momento tenho a seguinte posição:

    Nome Fundo / Peso / Rentabilidade
    PIMCO Global Investors Series plc Global Bond E Acc EUR (Hdg) | 15% | -1,15%
    PIMCO Diversified Income E EUR Hedged Acc | 15% | -0,20%
    PIMCO Global Investors Series plc Global High Yield Bond E Acc EUR (Hdg) | 10% | 3,00%
    PIMCO GIS Gl Inv Grd Crdt E EUR Hg Acc | 7% | -1,16%
    F&C Emerging Markets Bond C Euro Hedged | 12% | -6,54%
    Templeton Glbl Total Return N Acc € | 10% | -0,58%
    Templeton Glbl Total Return N Acc € Hdg | 10% | -1,62%
    Invesco Balanced-Risk Allocation Fund E | 10% | 1,77%
    Fidelity Funds - Global Consumer Industries Fund A-EUR | 11% | 13,88%
Estava a pensar aumentar o valor da carteira em 10% que posso dividir entre 2 a 4 fundos. Acham que devo reforçar estes ou abrir novos e aumentar a exposição a fundos de acções?
Que sugerem?
Obrigado e Cumprimentos!



Na minha opinião, não punha mais fundos exclusivamente de obrigações na carteira, estás com muita exposição e correlação aos EUA; EM; High Yield e ás mesmas gestoras, PIMCO = 47% e Franklin Templeton = 20%. Procura diversificar inclusivamente por gestoras. Posso sugerir-te este fundo misto defensivo da M&G, tem em carteira neste momento cerca de 86% de obrigações e cerca de 11,5% em acções, a política de investimento, obriga a investir no mínimo, 50% da carteira em obrigações, tem uma boa equipa de gestão e teve desempenhos passados excelentes.

Rick Lusitano Escreveu:Fundos de Investimento (FI) - EUR

(...)

MISTOS
(...)

Mistos Defensivos - EUR Hedged
Imagem GBP - M&G Optimal Income Euro A-H Gross Shares Acc (Hdg) Morningstar

(...)




Nota: As bandeiras simbolizam o país, aonde estão domiciliados, os fundos de investimento, estão estes, sujeitos ás condições legais existentes nesse país. A seguir ás bandeiras, coloquei a moeda do fundo original.

Legenda:
Imagem Irlanda
Imagem Luxemburgo
Imagem Portugal
Imagem Reino Unido

EUR - Euro
GBP - British Pound (Sterling)
USD - US Dollar


Fonte: Fundos de Investimento (FI) - EUR (2013-10-14)


Se queres saber mais pormenores sobre a subscrição deste fundo, deixo-te o link:
http://caldeiraodebolsa.jornaldenegocios.pt/viewtopic.php?f=3&t=82630&start=25#p1066838


Se quiseres mais ideias de fundos de investimento, podes ver uma extensa colecção de fundos de várias classes de activos, em várias moedas, etc, no seguinte tópico, que é donde tirei estas informações:
Projecto X - Fundos à la carte - Tópico de partilha das minhas ideias e informação de investimentos, fundos de investimento e ETFs.
Fundos à la carte:

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Re: Finanças & Fundos de Investimento (baixo risco)

por Dvkk » 4/11/2013 1:40

Boa noite, precisava de um pouco de ajuda neste momento tenho a seguinte posição:

    Nome Fundo / Peso / Rentabilidade
    PIMCO Global Investors Series plc Global Bond E Acc EUR (Hdg) | 15% | -1,15%
    PIMCO Diversified Income E EUR Hedged Acc | 15% | -0,20%
    PIMCO Global Investors Series plc Global High Yield Bond E Acc EUR (Hdg) | 10% | 3,00%
    PIMCO GIS Gl Inv Grd Crdt E EUR Hg Acc | 7% | -1,16%
    F&C Emerging Markets Bond C Euro Hedged | 12% | -6,54%
    Templeton Glbl Total Return N Acc € | 10% | -0,58%
    Templeton Glbl Total Return N Acc € Hdg | 10% | -1,62%
    Invesco Balanced-Risk Allocation Fund E | 10% | 1,77%
    Fidelity Funds - Global Consumer Industries Fund A-EUR | 11% | 13,88%
Estava a pensar aumentar o valor da carteira em 10% que posso dividir entre 2 a 4 fundos. Acham que devo reforçar estes ou abrir novos e aumentar a exposição a fundos de acções?
Que sugerem?
Obrigado e Cumprimentos!
 
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Re: Finanças & Fundos de Investimento (baixo risco)

por DocMr » 2/11/2013 18:35

Rick Lusitano Escreveu:Se percebi correctamente, pretendes fundo(s) para diluir o fundo da M&G na tua carteira defensiva. E os fundos "Merc. Monetário EUR" e "Obrigações Ultra Curto Prazo EUR", estarão postos de parte, como por exemplo, o ES Liquidez e ES Rendimento. Logo deduzo que pretendes fundos com retornos anualizados superiores aos cerca de 2,xx%-3,xx% líquidos/brutos destes fundos/categorias. As categorias que te sobram são: obrigações com prazos superiores de maturidade, acções, mistos.


Sem tirar nem pôr.. Exactamente isto

Rick Lusitano Escreveu:O Invesco é fundo especial, é óptimo para diversificação, devido a sua carteira (exposição a acções, obrigações e matérias-primas) e políticas de investimento. E devido a isto, é descorrelacionado com a maior parte dos outros fundos. Só por isso, é que o meu fundo misto Nº 1.

Eu prefiro fazer eu a minha diversificação da minha carteira, não sou grande fã de fundos mistos, mas como o fundo da Invesco é um fundo único, com estas caracteristicas especificas, abri uma excepção.

O fundo da M&G, por ter uma performance passada excelente, boa equipa de gestão e com um mínimo em carteira de 50% em obrigações, abri a outra excepção.

O fundo da Nordea tem tido um bom desempenho, desde 2009, mas caiu mais de 10% em 2008. Eu prefiro o fundo da M&G.

O ES Plano Prudente teve o 2011, negativo, -0.49%. Foi o único fundo misto dos 4 que mencionastes que perdeu nesse ano.


Vou então, em princípio, optar pelo Nordea ou pelo Invesco, dado que o ES Rendimento Plus não poderá ser pelo montante mínimo inicial.
O Invesco só está menos receptivo pela alavancagem que faz, correndo se calhar um risco que não pretendia para esta carteira. Mas ainda vamos ponderar..

Obrigado pela ajuda :wink:
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Re: Finanças & Fundos de Investimento (baixo risco)

por Midas » 2/11/2013 18:22

DocMr Escreveu:Boa tarde "malucos" dos fundos! Sigo com muita atenção este Post desde há cerca de 9 meses, tendo na altura iniciado as minhas leituras nesta área. Devo dizer que aqui se aprende muito e desde já agradeço a todos os intervenientes.

Já constituí a minha carteira em Julho, adequada ao meu perfil de risco, com o Longo prazo como meta de investimento (+3,39% :) )

O que me traz aqui são umas poucas dúvidas quanto à carteira que entretanto criei como espécie de PPR para o meu pai, que tinha alguma liquidez por aplicar disponível.

No "PPR" optámos por dividir em dois tipos de carteira: 50% em investimento directo em FI de Obrigações e Acções (65% /35%) e 50% noutra carteira mais estável, denominada Defensiva.

É nesta carteira denominada Defensiva que estou com algumas dúvidas: tínhamos dividido entre ES Liquidez e ES Rendimento que, entretanto, devido à nova legislação, diminuíram a sua rentabilidade passando a ser menos atractivos.

Vai daí que decidi re-alocar o montante em 2 ou 3 novos FI: 50% M&G Optimal Income Fund Euro Class A-H Gross Shares Acc (Hedged) e 50% por definir (para não ser em apenas em 1 FI, diluír o risco)

Alguma dica para conjugar aqui com o M&G Optimal Income? A preferência do meu Pai, para o tipo de carteira mais defensiva vai para o:
- Nordea-1 Stable Return E EUR (calminho e certinho, 5a - 6,83%)

- Outras opções em mente: Invesco Balanced-Risk Alloc E ou ES Plano Prudente

Grato pela ajuda :wink:


Se percebi correctamente, pretendes fundo(s) para diluir o fundo da M&G na tua carteira defensiva. E os fundos "Merc. Monetário EUR" e "Obrigações Ultra Curto Prazo EUR", estarão postos de parte, como por exemplo, o ES Liquidez e ES Rendimento. Logo deduzo que pretendes fundos com retornos anualizados superiores aos cerca de 2,xx%-3,xx% líquidos/brutos destes fundos/categorias. As categorias que te sobram são: obrigações com prazos superiores de maturidade, acções, mistos.

Como uma alternativa com maior retorno e mais risco, ao ES Liquidez e ES Rendimento, tens o "irmão mais forte" deles, o ES Rendimento Plus. Ele tem subscrição inicial mínima de 2.500 EUR e tem comissão de resgate, se resgatado antes de 1 ano (esta questão de comissão de resgate antes de 1 ano, não se coloca, visto que pretendes investir para o longo prazo, ou seja, mais de 1 ano de duração).

Ordenado pelas minhas preferências de "Merc. Monetário EUR" e "Obrigações Ultra Curto Prazo EUR", de forma decrescente (apenas os 3 primeiros são do meu agrado):
ES Rendimento Plus FEIA
ES Monetário Euro FIA
ES Liquidez FEIA
ES Rendimento FEIA



Se preferes os fundos mistos, os meus preferidos são estes três:
Rendibilidade Tot. %
2008
- - Invesco Balanced-Risk Alloc E
-5,82 - M&G Optimal Income Fund Euro Class A-H Gross Shares Acc (Hedged)
-10.42 - Nordea-1 Stable Return E EUR



O Invesco é fundo especial, é óptimo para diversificação, devido a sua carteira (exposição a acções, obrigações e matérias-primas) e políticas de investimento. E devido a isto, é descorrelacionado com a maior parte dos outros fundos. Só por isso, é que o meu fundo misto Nº 1.

Eu prefiro fazer eu a minha diversificação da minha carteira, não sou grande fã de fundos mistos, mas como o fundo da Invesco é um fundo único, com estas caracteristicas especificas, abri uma excepção.

O fundo da M&G, por ter uma performance passada excelente, boa equipa de gestão e com um mínimo em carteira de 50% em obrigações, abri a outra excepção.

O fundo da Nordea tem tido um bom desempenho, desde 2009, mas caiu mais de 10% em 2008. Eu prefiro o fundo da M&G.

O ES Plano Prudente teve o 2011, negativo, -0.49%. Foi o único fundo misto dos 4 que mencionastes que perdeu nesse ano.
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Re: Finanças & Fundos de Investimento (baixo risco)

por DocMr » 2/11/2013 15:40

Boa tarde "malucos" dos fundos! Sigo com muita atenção este Post desde há cerca de 9 meses, tendo na altura iniciado as minhas leituras nesta área. Devo dizer que aqui se aprende muito e desde já agradeço a todos os intervenientes.

Já constituí a minha carteira em Julho, adequada ao meu perfil de risco, com o Longo prazo como meta de investimento (+3,39% :) )

O que me traz aqui são umas poucas dúvidas quanto à carteira que entretanto criei como espécie de PPR para o meu pai, que tinha alguma liquidez por aplicar disponível.

No "PPR" optámos por dividir em dois tipos de carteira: 50% em investimento directo em FI de Obrigações e Acções (65% /35%) e 50% noutra carteira mais estável, denominada Defensiva.

É nesta carteira denominada Defensiva que estou com algumas dúvidas: tínhamos dividido entre ES Liquidez e ES Rendimento que, entretanto, devido à nova legislação, diminuíram a sua rentabilidade passando a ser menos atractivos.

Vai daí que decidi re-alocar o montante em 2 ou 3 novos FI: 50% M&G Optimal Income Fund Euro Class A-H Gross Shares Acc (Hedged) e 50% por definir (para não ser em apenas em 1 FI, diluír o risco)

Alguma dica para conjugar aqui com o M&G Optimal Income? A preferência do meu Pai, para o tipo de carteira mais defensiva vai para o:
- Nordea-1 Stable Return E EUR (calminho e certinho, 5a - 6,83%)

- Outras opções em mente: Invesco Balanced-Risk Alloc E ou ES Plano Prudente

Grato pela ajuda :wink:
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Re: Finanças & Fundos de Investimento (baixo risco)

por Muhammad3010 » 1/11/2013 13:46

Olá,

Desenvolvi uma Ferramenta que permite comparar os depósitos a prazo de todos os bancos portugueses e rankea-los de acordo com as taxas de juro oferecidas. Permite uma excelente análise gráfica a nível temporal das taxas médias oferecidas nos depósitos.

Clicando no nome do depósito tem informação sobre os a evolução das taxas nos depósitos a prazo que é algo que não existe em nenhuma outra ferramenta.

Espero que vos seja útil!

>>Comparador de Depósitos a Prazo
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Re: Finanças & Fundos de Investimento (baixo risco)

por VirtuaGod » 1/11/2013 1:41

Artigos e estudos: Página repositório dos meus estudos e análises que vou fazendo. Regularmente actualizada. É costume pelo menos mais um estudo por semana. Inclui a análise e acompanhamento das carteiras 4 e 8Fundos.
Portfolio Analyser: Ferramenta para backtests de Fundos e ETFs Europeus

"We don’t need a crystal ball to be successful investors. However, investing as if you have one is almost guaranteed to lead to sub-par results." The Irrelevant Investor
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Re: Finanças & Fundos de Investimento (baixo risco)

por VirtuaGod » 1/11/2013 1:15

Eu prefiro a data de 1976 pode ser?? :mrgreen: :mrgreen: :mrgreen: :mrgreen:

"At the time, the proverbial riposte to the observation that most funds underperformed the S&P 500 was "of course, you can't invest in an index." John Bogle tried to create a way in which an individual investor could effectively invest in an index. Index funds had already existed for a few years, but were only available to institutions such as pension funds. Having founded Vanguard as a broker-sold mutual fund company, he quickly turned the company into a no-load fund firm (meaning that the buyer pays no sales commission — called a "load" — when buying or selling fund shares) and in 1976 introduced his first index fund. This first index fund for individual investors, called the Vanguard 500 (which invested in the 500 companies that made up the S&P 500), has since out-performed many[which?] other competing large mutual funds.[5] Over $100 billion is invested in this mutual fund, and Vanguard has since created other index funds that focus on stocks in particular industries, countries, or companies of varying size (such as "small-cap" or "mid-cap" indexes)."
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Re: Finanças & Fundos de Investimento (baixo risco)

por mrod0 » 31/10/2013 23:46

Ah ok já percebi. És como o pessoal do Banif... ou estão com a manada, ou não fazem parte deste fórum/tópico. E devem sair e não falar mais.
:lol:

Defendo a gestão passiva, para evitar que a maioria pague substancialmente mais por piores resultados, perdendo o dinheiro das suas poupanças/trabalho.
Custa-me ver pessoas a serem enganadas.

Mas por mim podes continuar a bater com a cabeça na parede. :wall:
 
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Re: Finanças & Fundos de Investimento (baixo risco)

por Midas » 31/10/2013 23:40

mrod0 Escreveu:Fico feliz então por saber que me dás razão em tudo e a única coisa que te lembraste foi de discutir quando é que começaram a ser comercializados os ETF. Há quem diga que começou nos US em 1993, com o SPY da SPDR. Há quem diga que no Canadá já havia algo parecido desde 1989. Enfim pormenores.

Quando falo em 40 anos, falo obviamente numa mudança de paradigma no investimento colectivo que começou com a Vanguard nos US a 1 de Maio de 1975. E que há quem defenda que esteve na base do que viria a ser a concepção da mentalidade de investir em fundos que não são geridos activamente e limitam-se a seguir indíces.
https://investor.vanguard.com/about/who-we-are

Mas por mim podes ficar com a "bicicleta" de 1993.




Eu não sou defensor incondicional de ETFs ou fundos de investimento, sejam eles de gestão activa ou passiva, pois todos eles, tem vantagens e desvantagens e podem ser usados de forma complementar numa carteira. Nem pretendo ser o detentor de toda a verdade e que os outros investidores são uns ignorantes por não terem ainda encontrado a salvação nos ETFs de gestão passiva. É para admirar como que a indústria de fundos de gestão activa, ainda existe, com todas as vantagens dos ETFs de gestão passiva. Aliás nem sei, porque os investidores compram acções, obrigações e outros activos, deviam todos comprar ETFs de gestão passiva. Well. :-k Se achas que os ETFs são a melhor forma de investimento, poderás estar no fórum errado, pois, o tema é quase discutido de forma inexistente, de tão popular que é. Não vou entrar mais, em discussões por causa de ETFs vs. fundos de investimento.
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Re: Finanças & Fundos de Investimento (baixo risco)

por mrod0 » 31/10/2013 23:20

Fico feliz então por saber que me dás razão em tudo e a única coisa que te lembraste foi de discutir quando é que começaram a ser comercializados os ETF. Há quem diga que começou nos US em 1993, com o SPY da SPDR. Há quem diga que no Canadá já havia algo parecido desde 1989. Enfim pormenores.

Quando falo em 40 anos, falo obviamente numa mudança de paradigma no investimento colectivo que começou com a Vanguard nos US a 1 de Maio de 1975. E que há quem defenda que esteve na base do que viria a ser a concepção da mentalidade de investir em fundos que não são geridos activamente e limitam-se a seguir indices: Gestão Passiva.
https://investor.vanguard.com/about/who-we-are

Outros defendem que começou ainda mais cedo,
As mentioned, the idea of index investing didn't just come about in the last 20 years. In response to academic research suggesting the advantages of passive investing, Wells Fargo and American National Bank both launched index mutual funds in 1973 for institutional customers. Mutual fund legend John Bogle would follow a couple of years later, launching the first public index mutual fund on Dec. 31, 1975. Called the First Index Investment Trust, this fund tracked the S&P 500 and started with just $11 million in assets. Referred to derisively by some as "Bogle's folly," the AUM of this fund crossed $100 billion in 1999.

http://www.investopedia.com/articles/ex ... -funds.asp

Mas por mim podes ficar com a "bicicleta" de 1993.

http://www.morningstar.com/cover/videoc ... ?id=615424
 
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Re: Finanças & Fundos de Investimento (baixo risco)

por Midas » 31/10/2013 22:54

mrod0 Escreveu:
Rick Lusitano Escreveu:Mas o Buffett, também faz market timing, quando ele investe em acções de empresas que estão em baixo de forma. Ainda recentemente, ele foi ás compras em Espanha. Porque não compra quando, as empresas estão em melhor forma?
Aliás, uma citação dele, algo do género, comprar quando os outros estão com medo e vender quando os outros estão gananciosos (“Be Fearful When Others Are Greedy and Greedy When Others Are Fearful”), é market timing.


:lol: Então existe alguma coisa para ti que não seja market timing?
Ele não faz market timing, ele calcula o valor de uma empresa e espera que a cotação esteja abaixo do que ele julga que é esse valor. Quando isso acontece compra. Já faz isto há décadas e de forma brilhante. Ou seja ele não liga ao valor que o mercado atribui à empresa, mas sim ao valor que ele calcula que ela tenha... e compra ou vende em conformidade.

Rick Lusitano Escreveu:O Buffett é um dos meus investidores preferidos, mas também comete erros. Não se pode dizer que os "index funds" são sempre os melhores. Há bons fundos de gestão activa ("mutual funds" e ETFs) e há bons fundos de gestão passiva ("index mutual funds" e "index ETFs").

Exemplos de fundos de investimento de gestão activa que batem os seus respectivos índices e mesmo tendo os custos associados á gestão activa do fundo:


Portanto dás 2 exemplos de fundos de gestão activa que batem o indíce, logo os fundos de gestão activa e os ETF são equiparáveis? :lol:
Os ETF batem os fundos de gestão activa na sua esmagadora maioria. E quanto mais alargas o período em análise, mais o seu domínio é esmagador.

99% dos investidores estaria melhor em ETF uma vida toda. Isto já está mais que provada nos últimos 40 anos nos US.
Pelos vistos ainda falta o resto do mundo acordar...

http://us.spindices.com/resource-center ... hip/spiva/

É impressionante como preferem acreditar que descobriram a minúscula minoria de fundos de gestão activa que bate os indíces, a simplesmente irem para um barato e superior ETF.



Curioso, eu que pensava que os ETFs teriam cerca de 20 anos de existência. :-k

U.S. Securities and Exchange Commission Escreveu:ETFs have been available in the US since 1993 and in Europe since 1999. ETFs traditionally have been index funds, but in 2008 the U.S. Securities and Exchange Commission began to authorize the creation of actively managed ETFs.
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Re: Finanças & Fundos de Investimento (baixo risco)

por mrod0 » 31/10/2013 22:21

Rick Lusitano Escreveu:Mas o Buffett, também faz market timing, quando ele investe em acções de empresas que estão em baixo de forma. Ainda recentemente, ele foi ás compras em Espanha. Porque não compra quando, as empresas estão em melhor forma?
Aliás, uma citação dele, algo do género, comprar quando os outros estão com medo e vender quando os outros estão gananciosos (“Be Fearful When Others Are Greedy and Greedy When Others Are Fearful”), é market timing.


:lol: Então existe alguma coisa para ti que não seja market timing?
Ele não faz market timing, ele calcula o valor de uma empresa e espera que a cotação esteja abaixo do que ele julga que é esse valor. Quando isso acontece compra. Já faz isto há décadas e de forma brilhante. Ou seja ele não liga ao valor que o mercado atribui à empresa, mas sim ao valor que ele calcula que ela tenha... e compra ou vende em conformidade.

Rick Lusitano Escreveu:O Buffett é um dos meus investidores preferidos, mas também comete erros. Não se pode dizer que os "index funds" são sempre os melhores. Há bons fundos de gestão activa ("mutual funds" e ETFs) e há bons fundos de gestão passiva ("index mutual funds" e "index ETFs").

Exemplos de fundos de investimento de gestão activa que batem os seus respectivos índices e mesmo tendo os custos associados á gestão activa do fundo:


Portanto dás 2 exemplos de fundos de gestão activa que batem o indíce, logo os fundos de gestão activa e os ETF são equiparáveis? :lol:
Os ETF batem os fundos de gestão activa na sua esmagadora maioria. E quanto mais alargas o período em análise, mais o seu domínio é esmagador.

99% dos investidores estaria melhor em ETF uma vida toda. Isto já está mais que provada nos últimos 40 anos nos US.
Pelos vistos ainda falta o resto do mundo acordar...

http://us.spindices.com/resource-center ... hip/spiva/

É impressionante como preferem acreditar que descobriram a minúscula minoria de fundos de gestão activa que bate os indíces, a simplesmente irem para um barato e superior ETF.
 
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Re: Finanças & Fundos de Investimento (baixo risco)

por Varendia » 31/10/2013 21:38

Rick Lusitano Escreveu:
Uma das questões, de abrir conta fora de Portugal, realmente prendia-se com fiscalidade, teria que provavelmente, declarar ao Fisco Português. Os fundos de investimento adquiridos através de um intermediário financeiro estrangeiro, é que não tenho a certeza. E se algum desses fundos de investimento pagasse algum dividendo ou se resgatasse algum, se teria que declarar ao Fisco Português. O ideal seria provavelmente abrir num intermediário financeiro no Luxemburgo, para aproveitar a baixa tributação Luxemburguesa, mesmo que depois pagasse impostos em Portugal. :twisted:

Se quiseres podes partilhar a tua lista de fundos e estratégias no tópico "Projecto X - Fundos à la carte", é um tópico abragente, o risco é importante, mas também o retorno e as estratégias. Seria óptimo, para trocar ideias de investimento e estratégias. :-k


As mais valias, se ja estiverem na Europa (tirando as contas de Isle of Man, gibraltar, etc.) ja nao terias de pagar mais imposto (pelo menos foi a informacao que recebi tanto da De Vere como dos bancos em Portugal e do HSBC aqui). Pagarias sempre as taxas do local onde esta a tua conta quando fazes a mais valia.

Ja comecei a seguir o Projecto X .. ando sem tempo e daqui a mais uns dias / semana comeco a descarregar opinioes e listas.
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Re: Finanças & Fundos de Investimento (baixo risco)

por Varendia » 31/10/2013 21:29

Amiais Escreveu:
Varendia Escreveu:
Rick Lusitano Escreveu:Posso dizer que foi mais dificil abrir contas nao residente em Portugal do que estes servicos, embora nao seja residente fiscal ha mais de 3 anos.

Quais as vantagens em teres conta como não-residente? Não pagas o imposto sobre rendimentos em PT mas pagas tens de pagar no teu pais de residência não?
O que precisaste para te certificar como não-residente junto do(s) banco(s)?


Isto e completamente off topic mas siga. o VG que me perdoe.

Sim, a vantagem directa e que nao pago IRS sobre mais valias em PT (excepto activos domiciliados em PT onde pagas sempre). Pagas mais valias de acordo com as regras de onde resides (por acaso se viveres na UE e tiveres os investimentos em PT nem sei se sera assim, vivendo fora da UE e assim). Em relacao aos paises, um dia, Portugal vai comecar a taxar quem vive fora com acordos de nao dupla tributacao como faz com a europa. Sera outro passo infeliz porque nessa altura as pessoas vao deixar de enviar o $$ para Portugal pois sera melhor poupar em locais onde as taxas serao mais baixas.

Nos bancos o processo e complicado e nao faz sentido que o seja, Portugal devia querer facilitar o regresso de receita como poupanca para capitalizar os bancos. Embora os requisitos do BdP sejam um so, cada banco interpreta da sua forma, pois cabe ao banco garantir que cumpriu com aos requisitos.

Ha bancos de retalho que mal sabem o que isso e transformar contas normais em nao residente e um filme. Depois de tres tentativas desisti e ei de la voltar durante o ano que vem, ou retiro de la os investimentos que ainda tenho.
Outros bancos mais virados para investimento e clientes internacionais estao mais habituados (mesmo assim nao e pacifico).

Documentos necessarios:
Prova de registo nas financas como nao residente (para isso, hoje em dia e necessario apresentar nas financas a copia do contrato de trabalho no estrangeiro com mais de seis meses e o registo / autorizacao de residencia no pais onde se esta, claro que so fora da europa)
No banco voltam a pedir a prova de autorizacao de residencia e o registo nas financas do pais onde se esta
Depois os documentos de identificacao normais e as folhas normais de assinatura e de abertura de conta, mais umas por ser uma conta nao residente.

Hoje em dia tambem ja e possivel abrir directamente a conta principal em moeda estrangeira em vez de ter a principal eu Euros e depois abrir outras.

Outro tema e que numa conta nao residente, todos os titulares tem de o ser e estarem no mesmo pais.

Acho que foi tudo.
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Re: Finanças & Fundos de Investimento (baixo risco)

por Midas » 31/10/2013 20:00

O Buffett é um dos meus investidores preferidos, mas também comete erros. Não se pode dizer que os "index funds" são sempre os melhores. Há bons fundos de gestão activa ("mutual funds" e ETFs) e há bons fundos de gestão passiva ("index mutual funds" e "index ETFs").

Exemplos de fundos de investimento de gestão activa que batem os seus respectivos índices e mesmo tendo os custos associados á gestão activa do fundo:

OBRIGAÇÕES

FI Gestão Activa vs. Indice - PIMCO TR.gif
Fonte: Morningstar/Banco Best
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ACÇÕES

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Re: Finanças & Fundos de Investimento (baixo risco)

por Midas » 31/10/2013 19:20

Mas o Buffett, também faz market timing, quando ele investe em acções de empresas que estão em baixo de forma. Ainda recentemente, ele foi ás compras em Espanha. Porque não compra quando, as empresas estão em melhor forma?
Aliás, uma citação dele, algo do género, comprar quando os outros estão com medo e vender quando os outros estão gananciosos (“Be Fearful When Others Are Greedy and Greedy When Others Are Fearful”), é market timing.

The Wall Street Journal Escreveu:European Business News
Bill Gates Buys Stake in Spanish Construction Company FCC
More Foreign Investors Are Making Deals in Spain

By David Román and Christopher Bjork
Updated Oct. 22, 2013 1:20 p.m. ET

MADRID—Microsoft Corp. Chairman Bill Gates paid €108.5 million ($148.4 million) for a nearly 6% stake in Spanish construction company Fomento de Construcciones & Contratas SA, FCC.MC +8.30% the company said, in the latest of several deals showing that long-depressed Spain is back on the global investment map.

(...)

Mr. Gates is following in the footsteps of tycoons including Warren Buffett and Carlos Slim, who have recently picked up Spanish assets on the cheap, betting that Spain is turning a corner after a grinding six-year downturn. His investment, while modest in monetary terms, demonstrates a symbolically significant increase in the "trust and credibility" in Spain among foreign investors, Industry Minister José Manuel Soria said Tuesday.

(...)

Mr. Gates's Spanish foray comes on the back of deals conducted late last year with local lender CaixaBank SA CABK.MC -0.81% by companies controlled by fellow billionaires Messrs. Buffett and Slim. Mr. Buffett's Berkshire Hathaway Inc. BRKB +0.51% paid the lender €600 million for the future cash flow from a portfolio of life-insurance policies, while Mr. Slim's Inmuebles Carso SA INCARSO.MX +0.41% de CV paid €428.2 million in a sale-and-leaseback deal for 439 branches in Spain.

There have been plenty of other Spanish deals involving less high-profile investors. According to estimates by Arcano, a Spanish investment firm, cash-strapped Spanish companies have secured €5.6 billion worth of nonbank financing in capital markets this year, after markets all but closed to them in 2012. Meanwhile, global investors have paid over €1.1 billion in a series of property deals since June.


Fonte:
The Wall Street Journal - Bill Gates Buys Stake in Spanish Construction Company FCC (Oct. 22, 2013 1:20 p.m. ET)
http://online.wsj.com/news/articles/SB10001424052702304402104579150982303078414
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Re: Finanças & Fundos de Investimento (baixo risco)

por mrod0 » 31/10/2013 18:37

Brunomanco Escreveu:Eu nao gosto de ouvir o Buffet porque ele nao tem nada a haver com quem investe em açoes.


:lol: :lol:

Por acaso discordo. Aliás neste mundo duvido que tenha existido alguém tão bom a investir em acções como ele.
E por acaso a táctica dele até é simples... Comprar coisas que conhece e que sabe que muito provavelmente daqui a 5/10 anos ainda vão existir - ele até costuma dar o exemplo da coca-cola, ou da barra de chocolate snickers. Comprar barato (ou seja quando a acção desceu e bem..). Quando as acções estiverem a subir, acumular dinheiro até às proximas descidas.

Acho que todos nós temos muito a aprender com ele sobre acções.

Neste momento por exemplo, está na fase de acumulação...breve estará a comprar!

http://www.bloomberg.com/news/2013-10-3 ... -fuel.html
Having additional cash allows him to make big investments when others are fearful.

Buffett’s 2008 deals with companies including Mars, Dow Chemical Co., Goldman Sachs Group Inc. and General Electric Co. allowed him to put large amounts of money to work, earn high interest rates and, in some cases, get warrants to buy equity.
 
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Re: Finanças & Fundos de Investimento (baixo risco)

por Beruno » 31/10/2013 18:28

Eu nao gosto de ouvir o Buffet porque ele nao tem nada a haver com quem investe em açoes. Ele é um empresario que compra participaçoes em empresas. Está-se nas tintas (mais ou menos, porque os bons negocios sao de aproveitar) se a cotaçao sobe ou desce. Está mais interessado na viabilidade da empresa em crescer, no cash flow, nos lucros. Nós apenas compramos uns papelitos e esperamos que aumentem de valor.

eu tenho um "caso de amor de longa data" com a Portucel. mas nao sou empresario, nem o investimento de longo prazo me traz as mesmas vantagens do que se fizesse parte do capital desta empresa "a serio"
 
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Re: Finanças & Fundos de Investimento (baixo risco)

por clinger » 31/10/2013 18:16

USA TODAY asked Buffett to put on his personal finance hat and to tick off the three biggest mistakes amateur investors make. Here's Buffett's "Top 3 Mistakes to Avoid":

1. Trying to time the market. "People that think they can predict the short-term movement of the stock market — or listen to other people who talk about (timing the market) — they are making a big mistake," says Buffett.

2. Trying to mimic high-frequency traders. Buying stock in a good business and hanging on for the long term, he says, is a better strategy than flipping stocks like a short-order cook flips pancakes.

"If they are trading actively, they are making a big mistake," Buffett says.

3. Paying too much in fees and expenses. There's no reason to pay an expensive management fee to invest in a mutual fund when super-low-cost index funds that mimic large indexes like the Standard & Poor's 500-stock index are available, he says.

"If they are incurring large expenses in connection with their investing," says Buffett, "they are making a big mistake."

"Doing reasonably well investing in stocks," Buffett says, "is very, very easy."

Here's how he says investors should play the investing game:

"Buy an index fund, preferably over time, so you end up owing good businesses at a reasonable average price," says Buffett. "And that is all you have to do."

That's it? It's that simple? Buffett says yes.

"You don't need to look at the prices of the stocks you own from week-to-week, or month-to-month, or even year-to-year," says Buffett. "If you own a cross-section of American businesses, and you don't get excited (and buy) just at the very top, and if you buy in over time, you are going to do well."

http://www.usatoday.com/story/money/per ... e/3188499/
 
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Re: Finanças & Fundos de Investimento (baixo risco)

por RAndrade_74 » 31/10/2013 12:28

VirtuaGod Escreveu:
Rafaellos Escreveu:
Recomendo uma olhadela ao Benchmark moderado - CB Benchmark (Moderado) - pois parece-me que está dentro dos teus objectivos. Atenção é uma carteira básica moderada que não tem mistos nem grande optimização de fundos/pesos, para além de uma limitação minha apenas ao uso de 5 fundos para simplificação. Nesta altura (e devido à falta de rebalanceamento do Unience) a carteira está disposta por: Portfolio Carteira - mas o ideal seria sempre rebalancear 20% em todos os fundos! Neste momento está com 6% a 12 meses, nada mau tendo em consideração a queda de Maio/Junho!


Muito obrigado. Ainda não tive tempo de dar uma vista de olhos nos links mas ainda hoje lá passo. Não conhecia o site (Unience).
 
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Re: Finanças & Fundos de Investimento (baixo risco)

por Midas » 31/10/2013 0:30

Varendia Escreveu:
Rick Lusitano Escreveu:
Como fizestes o processo de subscrição na corretora inglesa? Online ou residias na Inglaterra? Que condições tens nessa corretora?

A abertura de conta num intermediário financeiro fora de Portugal, já me passou várias vezes pela cabeça, nomeadamente em Espanha, para ter acesso a activos que em Portugal, não se tem.

Se me recordo bem, tú tens uma colecção de fundos, eu temo que tenha menos, no final das minhas compras (ainda estou nas compras dos fundos, ainda não completei a minha colecção), 40-45 EUR, 10 USD. :oops:

Seria interessante, se partilhasses a tua lista.


Sim, tenho muitos activos diferentes mas serao mais 12 meses de transformacao, de qualquer forma a minha lista sai muito do objectivo deste topico, no seu global esta muito longe de ser um portfolio de baixo risco. Procuro uma valorizacao minima de 7% liquido para 15/20 anos. Isso infelizmente nao e so com fundos como os que aparecem neste topico.
Em relacao a "corretora" inglesa, tenho contas em dois servicos nao portugueses:

De Vere (servico muito bom e com muitos produtos e alguns bem divertidos, allocable notes e outros, mas com comissoes de aquisicao malucas, depois de uns altos e baixos a conta esta a zero ha algum tempo)
Friends Provident

Abri com documentos via correio e um agente na regiao onde vivo, demorou algum tempo. No caso da Friends Provident tem uma seleccao "curta" mas algumas coisas boas que nao encontrava em Portugal, alem de um produto que tinha vantagens interessantes para o meu portfolio.

Acho que para quem vive em Portugal pode nao ser muito pratico, e convem ver se havera alguma taxa na saida de capitais, dependendo de para onde vai o $$. Sendo nao residente fiscal em Portugal nao me incomoda. Posso dizer que foi mais dificil abrir contas nao residente em Portugal do que estes servicos, embora nao seja residente fiscal ha mais de 3 anos.


Uma das questões, de abrir conta fora de Portugal, realmente prendia-se com fiscalidade, teria que provavelmente, declarar ao Fisco Português. Os fundos de investimento adquiridos através de um intermediário financeiro estrangeiro, é que não tenho a certeza. E se algum desses fundos de investimento pagasse algum dividendo ou se resgatasse algum, se teria que declarar ao Fisco Português. O ideal seria provavelmente abrir num intermediário financeiro no Luxemburgo, para aproveitar a baixa tributação Luxemburguesa, mesmo que depois pagasse impostos em Portugal. :twisted:

Se quiseres podes partilhar a tua lista de fundos e estratégias no tópico "Projecto X - Fundos à la carte", é um tópico abragente, o risco é importante, mas também o retorno e as estratégias. Seria óptimo, para trocar ideias de investimento e estratégias. :-k
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