Fitch eleva rating soberano de Portugal para A

[MarcoAntonio]

Não estou a perceber, mas quem é que disse que o poder de compra aumentava?

O lapso foi meu, li mal o teu post.



Agora relendo novamente (e correctamente) discordo que seja do interesse do Governo. A diminuição do poder de compra viria colocar mais problemas no consumo interno (mais quebra de receita fiscal; implicando assim mais austeridade) e duvido que os efeitos positivos nas exportações (que se limitam neste caso a fora da zona euro e em concorrência com o resto do mercado da zona euro que sentiria a mesma coisa e receberia o mesmo efeito) fosse suficiente para o balanço ser positivo.

Note-se que a desvalorização do euro e a desvalorização do escudo (se tivessemos moeda própria) não é a mesma coisa: com a desvalorização do escudo teriamos todas as exportações impulsionadas; com a desvalorização do euro, o efeito era nulo na parcela mais importante das exportações (a zona euro!) e era apenas parcial (pois as exportações dos outros países da zona euro recebiam o mesmo impulso, em concorrência connosco) nas exportações para fora da zona euro.

Globalmente, seria mais uma machada na taxa de desemprego e na nossa capacidade de fazer a economia crescer de novo.

[Texano Bill]

Não estou a perceber, mas quem é que disse que o poder de compra aumentava?

[MarcoAntonio]

Uma forte desvalorização do Euro era precisamente o que dava jeito ao governo para diminuir o valor real da dívida e o poder de compra do zé.

Como é que uma forte desvalorização da moeda que o zé tem na mão e a moeda em que o Zé recebe os seus vencimentos aumenta o seu poder de compra?

Isso não está bem. Uma forte desvalorização do euro melhoraria provavelmente a nossa performance nas exportações para fora da Zona Euro. Não aumentava o poder de compra do Zé - cujo património e cujos rendimentos da sua actividade passam a valer menos - antes melhorava era a sua capacidade de por lá fora produtos a preços mais competitivos.

O seu poder de compra porém baixava devido ao aumento do custo de produtos importados (em particular os importados de fora da zona euro mas também, devido a efeitos indirectos, os da zona euro) com destaque especial para o petróleo, que tendería a encarecer em euros num cenário desses. Bem como os produtos provenientes da China ou dos mercados sul americanos, para citar alguns exemplos.

[Texano Bill]

Uma forte desvalorização do Euro era precisamente o que dava jeito ao governo para diminuir o valor real da dívida e o poder de compra do zé.

Bem as podiam vender todas para abater à dívida enquanto o ouro está alto. Desde que se aboliu o sistema de Breton-Woods a moeda deixou de estar indexada pelo ouro, que não está lá a fazer nada.

A venda de ouro por parte dos Bancos centrais depende de pactos internacionais concertados. Além do mais a quantidade de ouro disponível é diminuta uma vez que a maior parte está penhorada.

Correcto, uma eventual operação deve ser feita tendo em conta as limitações.

[Muhammad3010]

Eu, pelo contrário, considero que todo o ouro deve ser mantido, nem deve ser usado como colateral. Esses devem ser os fundos de "last resource" e são os fundos que nos podem valer no caso de uma forte desvalorização do Euro.

Nunca sabemos o dia de amanhã.

[Beruno]

acho que deviam vender o ouro todo, mas não deviam de abater o total já no vencimento das próximas obrigações. deviam de ir amortizando ao longo do tempo, tipo a 5 ou a 8 anos, emitindo menos bilhetes do tesouro

[LTCM]

Bem as podiam vender todas para abater à dívida enquanto o ouro está alto. Desde que se aboliu o sistema de Breton-Woods a moeda deixou de estar indexada pelo ouro, que não está lá a fazer nada.

A venda de ouro por parte dos Bancos centrais depende de pactos internacionais concertados. Além do mais a quantidade de ouro disponível é diminuta uma vez que a maior parte está penhorada.

[Texano Bill]

Bem as podiam vender todas para abater à dívida enquanto o ouro está alto. Desde que se aboliu o sistema de Breton-Woods a moeda deixou de estar indexada pelo ouro, que não está lá a fazer nada.

[Gncl_C]

Isso pode ser verdade, mas também não é menos verdade que podem ser usadas como garantia para futuros empréstimos como alguns economistas já sugeriram.

[Bullion2011]

O Banco de Portugal tinha em 31DEZ2012, um stock de ouro de 382,5 Toneladas.
Partindo da premissa que não comprou nem vendeu mais ouro desde então, essas reservas estão avaliadas a preços de hoje em 12 mil milhões de €.
Representam cerca de 7,5% do nosso PIB,mas não dariam sequer para pagar o reembolso das duas OT's que se vencem em 2014...