Dívida pública Portuguesa
Re: Dívida pública Portuguesa
Pá não sei o que fazer. Esta notícia do deutsch bank está-me a dar voltas a cabeça. É que já tenho mais de 50% do meu cashzito em dívida pública. Agora com estas notícias, este easy money a mais de 6% brutos ao ano parece-me demasiado fácil. Atualmente tenho 10% num fundo de liquidez, e tou a ver que pelo menos metade ha-de ir para as de 2023 ou 2024
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Re: Dívida pública Portuguesa
Até que enfim boas noticias.
Também houve um fundo americano que há cerca de 1-2 anos decidiu investir forte em dívida irlandesa e não se pode dizer que esteja a ser mau investimento.

Re: Dívida pública Portuguesa
Parece que os Lideres Europeus começam a fazer o trabalho de casa para resgatar Portugal de verdade:
Deutsche Bank recomenda comprar divida portuguesa
http://www.jornaldenegocios.pt/economia ... guesa.html
in Diário Económico
A capacidade de resposta do BCE está a dar confiança aos grandes investidores. BlackRock diz-se grande fã da dívida de Portugal.
A maior gestora de activos do mundo está a comprar dívida portuguesa. De acordo com a Bloomberg, a BlackRock já havia avançado na semana passada que estava a comprar dívida portuguesa, irlandesa e eslovena, e reiterou esta posição ontem, após a reunião do Banco Central Europeu (BCE). A casa de investimento está confiante de que o suporte do BCE levará a uma descida das ‘yields'.
"Somos grandes fãs das obrigações dos mercados periféricos", disse na semana passada o responsável pela área de ‘fixed income' da BlackRock, numa conferência de imprensa em Londres a 25 de Setembro, adiantando que: "O BCE vai manter uma política monetária expansionista".
A BlackRock, que gere um portfolio de activos de ‘renda fixa' que ascende a 1,2 biliões de dólares, está ‘overweight' para a dívida pública portuguesa, o que significa que o banco de investimento aumentou os activos detidos para valores superiores aos representados no ‘benchmark'. Mantém no entanto a posição neutral para a dívida espanhola e italiana.
A ‘yield' da dívida pública portuguesa a 10 anos corrige hoje 2,7 pontos base no mercado secundário, para cotar nos 6,749%. Isto depois de ter corrigido também no início da semana, na segunda e terça-feira, num total de mais de 36 pontos base, mostrando uma enorme resiliência à crise política em Itália e à paralisação nos EUA.
Ou seja, a promessa de Mario Draghi, feira há mais de um ano, de salvaguardar a recuperação da zona euro, está a provar ser um sinal mais poderoso para os investidores do que as crises políticas em Roma ou Washington. "Se isto tivesse acontecido há um ano, ou ano e meio, teria muito um impacto muito maior no mercado", comentava Elwin de Groot, economista senior do Rabobank, em declarações à Bloomberg. Adiantando que: "Isto é uma demonstração da confiança do mercado na capacidade de resposta do BCE".
Deutsche Bank recomenda comprar divida portuguesa
http://www.jornaldenegocios.pt/economia ... guesa.html
in Diário Económico
A capacidade de resposta do BCE está a dar confiança aos grandes investidores. BlackRock diz-se grande fã da dívida de Portugal.
A maior gestora de activos do mundo está a comprar dívida portuguesa. De acordo com a Bloomberg, a BlackRock já havia avançado na semana passada que estava a comprar dívida portuguesa, irlandesa e eslovena, e reiterou esta posição ontem, após a reunião do Banco Central Europeu (BCE). A casa de investimento está confiante de que o suporte do BCE levará a uma descida das ‘yields'.
"Somos grandes fãs das obrigações dos mercados periféricos", disse na semana passada o responsável pela área de ‘fixed income' da BlackRock, numa conferência de imprensa em Londres a 25 de Setembro, adiantando que: "O BCE vai manter uma política monetária expansionista".
A BlackRock, que gere um portfolio de activos de ‘renda fixa' que ascende a 1,2 biliões de dólares, está ‘overweight' para a dívida pública portuguesa, o que significa que o banco de investimento aumentou os activos detidos para valores superiores aos representados no ‘benchmark'. Mantém no entanto a posição neutral para a dívida espanhola e italiana.
A ‘yield' da dívida pública portuguesa a 10 anos corrige hoje 2,7 pontos base no mercado secundário, para cotar nos 6,749%. Isto depois de ter corrigido também no início da semana, na segunda e terça-feira, num total de mais de 36 pontos base, mostrando uma enorme resiliência à crise política em Itália e à paralisação nos EUA.
Ou seja, a promessa de Mario Draghi, feira há mais de um ano, de salvaguardar a recuperação da zona euro, está a provar ser um sinal mais poderoso para os investidores do que as crises políticas em Roma ou Washington. "Se isto tivesse acontecido há um ano, ou ano e meio, teria muito um impacto muito maior no mercado", comentava Elwin de Groot, economista senior do Rabobank, em declarações à Bloomberg. Adiantando que: "Isto é uma demonstração da confiança do mercado na capacidade de resposta do BCE".
MAV8
Carteira 69
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Re: Dívida pública Portuguesa
Porque não posso comprar divida pública Portuguesa no Mercado Primário?
http://www.youtube.com/watch?v=y86_r6vysnQ
http://www.youtube.com/watch?v=y86_r6vysnQ
MAV8
Carteira 69
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Re: Dívida pública Portuguesa
andre.p Escreveu:Eurouro Escreveu:Do BCE veio a directiva de que Portugal não pode dar-se ao luxo de abrandar o esforço orçamental nesta altura, sob a pena dos mercados reagirem com alguma violência!
Esta pode ser um momento raro em que vamos assistir as yields obrigacionistas a cair juntamente com o mercado de acções até ao ponto sustentavel para a divida e economia portuguesa.
Era bom yield a 10 anos vir abaixo de 5% mas isso implica ver o PSI20 a niveis do Verão2012.
Eurouro. Porque eque uma coisa implica a outra?
Nao foi o que se assistiu em 2012... Foi exactamente o oposto.
Yelds a cair acções a subir.
Cumps
Exactamente, até aqui foi o que se deu. Mas de momento estamos sob circunstâncias excepcionais. Só uma pouca minoria de traders conseguem ganhar dinheiro consistentemente no mercado a longo prazo, porque as regras vão mudando, mas as pessoas ficam "agarradas" à regra.
A regra agora é outra.
Estamos na recta final e a mais dura ante a saída da TROIKA do país.
O país estará de rastos economica e socialmente no momento da retirada da troika. Mas melhor preparado para o crescimento economico sustentavel a longo prazo.
Só com os juros de divida a 10 anos perto de 5% é que podemos ter alguma esperança para Portugal e é preciso que daí não aumente muito. O facto dos investidores abandonarem as obrigações, vai leva-los na proxima correcção ou no final da onda primária de descida, a entrar nas acções a preços de saldo.
Com esta crise, eu penso que também uma pequena parte dos caldeireiros vão sair mais entendidos de como os mercados funcionam e será uma lição a retirar para melhor sabermos investir e esperar pela altura certa.
Re: Dívida pública Portuguesa
Eurouro Escreveu:Do BCE veio a directiva de que Portugal não pode dar-se ao luxo de abrandar o esforço orçamental nesta altura, sob a pena dos mercados reagirem com alguma violência!
Esta pode ser um momento raro em que vamos assistir as yields obrigacionistas a cair juntamente com o mercado de acções até ao ponto sustentavel para a divida e economia portuguesa.
Era bom yield a 10 anos vir abaixo de 5% mas isso implica ver o PSI20 a niveis do Verão2012.
Eurouro. Porque eque uma coisa implica a outra?
Nao foi o que se assistiu em 2012... Foi exactamente o oposto.
Yelds a cair acções a subir.
Cumps
Re: Dívida pública Portuguesa
Do BCE veio a directiva de que Portugal não pode dar-se ao luxo de abrandar o esforço orçamental nesta altura, sob a pena dos mercados reagirem com alguma violência!
Esta pode ser um momento raro em que vamos assistir as yields obrigacionistas a cair juntamente com o mercado de acções até ao ponto sustentavel para a divida e economia portuguesa.
Era bom yield a 10 anos vir abaixo de 5% mas isso implica ver o PSI20 a niveis do Verão2012.
Esta pode ser um momento raro em que vamos assistir as yields obrigacionistas a cair juntamente com o mercado de acções até ao ponto sustentavel para a divida e economia portuguesa.
Era bom yield a 10 anos vir abaixo de 5% mas isso implica ver o PSI20 a niveis do Verão2012.
Re: Dívida pública Portuguesa
Acompanho aqui http://www.investing.com/rates-bonds/po ... ment-bonds
Recuperar
Re: Dívida pública Portuguesa
Pode estar para breve, mas hoje a taxa a 10 anos está com um andamento bem porreiro.
Quebrou os 7%, e está nos 6,84%. (A não ser que seja erro da minha "fonte de dados"...)
Quebrou os 7%, e está nos 6,84%. (A não ser que seja erro da minha "fonte de dados"...)
Re: Dívida pública Portuguesa
Quando até Vitor Gaspar fala do perdão, deve estar para breve!
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Re: Dívida pública Portuguesa
Vítor Gaspar regressa e debate... reestruturações de dívida
O ex-ministro das Finanças Vítor Gaspar esteve ontem numa universidade em Lisboa para uma conferência sobre "Gestão de Dívida".
O ex-ministro das Finanças Vítor Gaspar esteve ontem numa universidade em Lisboa para uma conferência sobre "Gestão de Dívida". Além de Gaspar, agora no Banco de Portugal, esteve presente Robert Kahn, economista dos EUA que tem acompanhado de perto as contas na Argentina. A nota introdutória de Vítor Gaspar - a única parte reproduzível pelos media, segundo as regras do debate - alerta quer para a "divergência dramática" nas taxas de juro da dívida soberana na zona euro, quer para o elo destrutivo entre bancos e finanças públicas (a união bancária foi o tema em que Gaspar desde cedo fez apelos públicos na Europa). No debate houve quem dissesse que reestruturações não eram assim tão penalizadoras para um país nos mercados e quem invocasse o exemplo da Grécia para defender o oposto. Dadas as regras do debate, deixamos quem disse o quê para o leitor adivinhar.
http://economico.sapo.pt/noticias/vitor ... 78079.html
Re: Re:
fernmato Escreveu:...
No que toca à rendibilidade exigida, temos muito trabalho a fazer...
Abaixo dos 7%, estamos no bom caminho...
Linha de Tendência Análise da evolução dos principais indicadores macroeconómicos que afetam a economia portuguesa e europeia.
https://www.facebook.com/LinhaDeTendencia
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Re:
mais_um Escreveu:
...
O facto de estar em mãos nacionais faz com que não tenha que ser paga (os juros)?
Se a origem é deflação ou não é irrelevante para a nossa troca de argumentos, a questão é porque 120% do PIB é o limite e não 80% ou 180%?
Quando eu refiro que os 120% do PIB é um valor "administrativo", tem a ver com o facto que esse valor em alguns países significa o descalabro e noutros não, depende de país para país.
Na nossa situação actual 120% parece-me excessivo, penso que já não vamos conseguir controlar a divida. Os juros já representam uma parcela significativa da despesa, com a economia a cair e com os défices da dimensão que temos não há milagres.
Tão importante como o stock de dívida é a respetiva remuneração.
10Y JGB - 0,69% - http://www.bloomberg.com/markets/rates- ... nds/japan/
OT 10A - 7,15% - http://www.bloomberg.com/quote/GSPT10YR:IND
Stock dívida Yield 10A Juros em % PIB
Portugal 120% 7,15% 8,6%
Japão 180% 0,69% 1,2%
Noat: Stock de dívida = valores inventados.
Gerir a dívida, como disse o filósofo, significa conjugar os stock de dívida com a respetiva remuneração e mantê-lo em valores suportáveis para economia.
No que toca à rendibilidade exigida, temos muito trabalho a fazer...
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Tribunal de Contas detecta ilegalidades na Madeira no valor de 12.300 milhões
http://www.publico.pt/economia/noticia/ ... es-1597265
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As OT que se vencem em 2014, 2015 e 2016, que seriam em princípio as mais afectadas pelo haircut, cotam muito próximo do par. Não sei se é o haircut que o mercado espera.
Embora se comece a falar novamente num possível haircut, fico um pouco preocupado em ver que nem um hipotético haircut a 100% resolveria o problema das contas públicas (ficariamos à mesma com défice, ainda que perto dos 0%), em troco da perda de credibilidade, ruína/falência dos bancos nacionais, perda de poupanças e incremento dos custos de financiamento das restantes empresas nacionais, só para ilustrar de uma forma superficial alguns dos cenários.
Cumps.
Embora se comece a falar novamente num possível haircut, fico um pouco preocupado em ver que nem um hipotético haircut a 100% resolveria o problema das contas públicas (ficariamos à mesma com défice, ainda que perto dos 0%), em troco da perda de credibilidade, ruína/falência dos bancos nacionais, perda de poupanças e incremento dos custos de financiamento das restantes empresas nacionais, só para ilustrar de uma forma superficial alguns dos cenários.
Cumps.
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Acham que é um aviso do FMI para eventual perdão de dívida?
Acham que é um aviso do FMI para eventual perdão de dívida?
FMI diz que há pouca margem para voltar a rever metas do défice (In Jornal de Negócios)
12 Junho 2013, 20:50 por Nuno Aguiar | naguiar@negocios.pt
Passos Coelho e Paulo Portas já disseram que as metas de défice para 2014 serão difíceis de cumprir, mas a negociação não será fácil. Na avaliação do sétimo exame regular do programa português, o FMI avisa que a margem é muito limitada para uma nova flexibilização.
"As metas orçamentais foram recalibradas para preservar o equilíbrio acertado entre a consolidação e o apoio ao crescimento económico e ao emprego", afirmou Nemat Shafik,vice-director do FMI, no final da reunião desta tarde em Washington, que serviu para o Fundo avaliar a sétima avaliação do programa de ajustamento português. "No entanto, a margem para futuros desvios deste caminho já revisto do défice é limitada, devido às elevadas necessidades de financiamento e rácio de dívida pública."
Recorde-se que, durante a sétima avaliação, a troika aceitou flexibilizar as metas de défice para 2013 e 2014, passando-as de 4,5% para 5,5% e 2,5% para 4%, respectivamente. Em Maio, tanto Passos Coelho como Paulo Portas admitiram que cumprir o objectivo de 2014 seria "muito difícil".
"Uma implementação rápida das medidas identificadas na análise à despesa pública e uma contínua implementação forte da agenda de reformas estruturais continua a ser imperativa para colocar as finanças públicas de novo num caminho sustentável", sublinhou Nemat Shafik, acrescentando que a reforma do IRC "pode ajudar a dinamizar o investimento e a competitividade, ao mesmo tempo que reequilibra o mix do ajustamento".
O FMI considera que, apesar das dificuldades, já foram feitos progressos "consideráveis" na frente orçamental e externa, assim como nas reformas estruturais. "As condições de mercado melhoraram significativamente e Portugal foi capaz de regressar aos mercados de capital nas maturidades mais longas". "Ainda assim, dado que existam ainda riscos significativos nas perspectivas, as autoridades precisam de manter os esforços de reforma para melhorar a competitividade, estimular o crescimento de longo prazo e avançar com a consolidação orçamental".
Shafik considera ainda que Portugal tem tido bons resultados na estabilização do sistema financeiro, mas que "canalizar o crédito para empresas viáveis para apoiar o emprego e facilitar a recuperação económica continua a ser um objectivo importante".
Enquanto em avaliações anteriores, a flexibilização do mercado laboral era citada como uma prioridade para dinamizar o crescimento económico, desta vez o FMI optou por destacar as rendas das "indústrias de rede" e outros custos de produção.
Por último, Shafik nota que o sucesso do programa português continua a depender de uma gestão eficiente da crise a nível europeu e que o prolongamento dos empréstimos comunitários a Portugal "foi um desenvolvimento bem-vindo".
Fundo liberta tranche de 658 milhões de euros
O Conselho de Administração do Fundo Monetário Internacional (FMI) concluiu esta quarta-feira a sétima avaliação do programa de ajustamento português, permitindo o pagamento de uma nova tranche de 658 milhões de euros.
Este é um dos pontos finais no mais difícil exame regular que Portugal já teve de enfrentar e que se arrasta há mais de três meses. O outro será colocado apenas pelo Eurogrupo e pelo ECOFIN a 20 e 21 de Junho.
"O Conselho de Administração do Fundo Monetário Internacional (FMI) concluiu hoje a sétima avaliação do desempenho de Portugal no contexto do programa económico apoiado por um acordo trienal ao abrigo do Programa de Financiamento Ampliado", pode ler-se no comunicado enviado há minutos pelo FMI, no seguimento da reunião desta tarde em Washington.
Esta aprovação permite o pagamento de uma tranche no valor de 658 milhões de euros, elevando para 22,6 mil milhões os desembolsos já realizados pelo Fundo a Portugal.
O Conselho de Administração refere também ter aprovado um pedido do Governo para flexibilizar o critério de avaliação previsto para Junho de 2013.
Recorde-se que, ao contrário da Comissão Europeia, que deu o aval político à sétima avaliação ainda antes de ela estar concluída formalmente, Washington tinha mantido o silêncio sobre a mesma.
Desde 25 de Fevereiro, dia em que os técnicos da troika chegaram a Lisboa, muito mudou no plano interno e externo. Dentro de portas, a coligação está hoje numa situação mais frágil, Portugal tem mais tempo para cumprir as metas do défice, o Tribunal Constitucional voltou a chumbar artigos do Orçamento do Estado, Portugal regressou aos mercados e o Governo apresentou um novo orçamento.
FMI diz que há pouca margem para voltar a rever metas do défice (In Jornal de Negócios)
12 Junho 2013, 20:50 por Nuno Aguiar | naguiar@negocios.pt
Passos Coelho e Paulo Portas já disseram que as metas de défice para 2014 serão difíceis de cumprir, mas a negociação não será fácil. Na avaliação do sétimo exame regular do programa português, o FMI avisa que a margem é muito limitada para uma nova flexibilização.
"As metas orçamentais foram recalibradas para preservar o equilíbrio acertado entre a consolidação e o apoio ao crescimento económico e ao emprego", afirmou Nemat Shafik,vice-director do FMI, no final da reunião desta tarde em Washington, que serviu para o Fundo avaliar a sétima avaliação do programa de ajustamento português. "No entanto, a margem para futuros desvios deste caminho já revisto do défice é limitada, devido às elevadas necessidades de financiamento e rácio de dívida pública."
Recorde-se que, durante a sétima avaliação, a troika aceitou flexibilizar as metas de défice para 2013 e 2014, passando-as de 4,5% para 5,5% e 2,5% para 4%, respectivamente. Em Maio, tanto Passos Coelho como Paulo Portas admitiram que cumprir o objectivo de 2014 seria "muito difícil".
"Uma implementação rápida das medidas identificadas na análise à despesa pública e uma contínua implementação forte da agenda de reformas estruturais continua a ser imperativa para colocar as finanças públicas de novo num caminho sustentável", sublinhou Nemat Shafik, acrescentando que a reforma do IRC "pode ajudar a dinamizar o investimento e a competitividade, ao mesmo tempo que reequilibra o mix do ajustamento".
O FMI considera que, apesar das dificuldades, já foram feitos progressos "consideráveis" na frente orçamental e externa, assim como nas reformas estruturais. "As condições de mercado melhoraram significativamente e Portugal foi capaz de regressar aos mercados de capital nas maturidades mais longas". "Ainda assim, dado que existam ainda riscos significativos nas perspectivas, as autoridades precisam de manter os esforços de reforma para melhorar a competitividade, estimular o crescimento de longo prazo e avançar com a consolidação orçamental".
Shafik considera ainda que Portugal tem tido bons resultados na estabilização do sistema financeiro, mas que "canalizar o crédito para empresas viáveis para apoiar o emprego e facilitar a recuperação económica continua a ser um objectivo importante".
Enquanto em avaliações anteriores, a flexibilização do mercado laboral era citada como uma prioridade para dinamizar o crescimento económico, desta vez o FMI optou por destacar as rendas das "indústrias de rede" e outros custos de produção.
Por último, Shafik nota que o sucesso do programa português continua a depender de uma gestão eficiente da crise a nível europeu e que o prolongamento dos empréstimos comunitários a Portugal "foi um desenvolvimento bem-vindo".
Fundo liberta tranche de 658 milhões de euros
O Conselho de Administração do Fundo Monetário Internacional (FMI) concluiu esta quarta-feira a sétima avaliação do programa de ajustamento português, permitindo o pagamento de uma nova tranche de 658 milhões de euros.
Este é um dos pontos finais no mais difícil exame regular que Portugal já teve de enfrentar e que se arrasta há mais de três meses. O outro será colocado apenas pelo Eurogrupo e pelo ECOFIN a 20 e 21 de Junho.
"O Conselho de Administração do Fundo Monetário Internacional (FMI) concluiu hoje a sétima avaliação do desempenho de Portugal no contexto do programa económico apoiado por um acordo trienal ao abrigo do Programa de Financiamento Ampliado", pode ler-se no comunicado enviado há minutos pelo FMI, no seguimento da reunião desta tarde em Washington.
Esta aprovação permite o pagamento de uma tranche no valor de 658 milhões de euros, elevando para 22,6 mil milhões os desembolsos já realizados pelo Fundo a Portugal.
O Conselho de Administração refere também ter aprovado um pedido do Governo para flexibilizar o critério de avaliação previsto para Junho de 2013.
Recorde-se que, ao contrário da Comissão Europeia, que deu o aval político à sétima avaliação ainda antes de ela estar concluída formalmente, Washington tinha mantido o silêncio sobre a mesma.
Desde 25 de Fevereiro, dia em que os técnicos da troika chegaram a Lisboa, muito mudou no plano interno e externo. Dentro de portas, a coligação está hoje numa situação mais frágil, Portugal tem mais tempo para cumprir as metas do défice, o Tribunal Constitucional voltou a chumbar artigos do Orçamento do Estado, Portugal regressou aos mercados e o Governo apresentou um novo orçamento.
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Portugal emite dívida a 10 anos esta semana
Estado já mandatou bancos para a operação que deverá acontecer entre amanhã e quarta-feira. O objetivo é colocar entre 2000 e 2500 milhões de euros, dependendo das condições de mercado.
Ler mais: http://expresso.sapo.pt/portugal-emite- ... z2SXJ6GAMt
Estado já mandatou bancos para a operação que deverá acontecer entre amanhã e quarta-feira. O objetivo é colocar entre 2000 e 2500 milhões de euros, dependendo das condições de mercado.
Ler mais: http://expresso.sapo.pt/portugal-emite- ... z2SXJ6GAMt
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É verdade que a indústria de baixa intensidade tecnológica cria menos valor, mas por outro lado cria mais emprego.
Como o desemprego é o grande problema da Europa, aumentos de produtividade talvez não sejam o caminho mais eficaz.
Os Estados Unidos estão a conseguir competir com a China, mas têm custos de trabalho e de energia mais baixos. Seria preciso uma descoberta científica revolucionária (das que só se fazem nos EUA) para baixar os custos energéticos na Europa. Resta portanto baixar os custos no longo prazo.
No curto prazo, o problema parece-me ser de liquidez e não de produção, e tem origem na Alemanha.
Na Alemanha há imensa produtividade com salários baixos, o que limita a distribuição de liquidez pelo resto da Europa por duas formas:
1) As famílias alemãs têm pouco dinheiro para consumir produtos vindos do sul.
2) O número reduzido de pessoas que tem dinheiro não o quer distribuir pela Europa sob a forma de inflação ou mesmo de partilha de responsabilidades de crédito. Como é gente com muito dinheiro mesmo, tem poder suficiente para influenciar opinião publica e políticos convencendo-os que as ajudas lhes vão sair dos bolsos das famílias que já vivem com pouco. O que, como sabemos, não é verdade.
Mas o sistema está à beira da ruptura em Espanha e em Itália, devido às falências das PMEs, o que vai obrigar o BCE a fazer coisas que há pouco tempo seriam impensáveis. Uma monetização dissimulada dos créditos tóxicos, ou um apoio directo directo aos bancos para o empréstimo às PMEs não está fora de hipótese.
Como o desemprego é o grande problema da Europa, aumentos de produtividade talvez não sejam o caminho mais eficaz.
Os Estados Unidos estão a conseguir competir com a China, mas têm custos de trabalho e de energia mais baixos. Seria preciso uma descoberta científica revolucionária (das que só se fazem nos EUA) para baixar os custos energéticos na Europa. Resta portanto baixar os custos no longo prazo.
No curto prazo, o problema parece-me ser de liquidez e não de produção, e tem origem na Alemanha.
Na Alemanha há imensa produtividade com salários baixos, o que limita a distribuição de liquidez pelo resto da Europa por duas formas:
1) As famílias alemãs têm pouco dinheiro para consumir produtos vindos do sul.
2) O número reduzido de pessoas que tem dinheiro não o quer distribuir pela Europa sob a forma de inflação ou mesmo de partilha de responsabilidades de crédito. Como é gente com muito dinheiro mesmo, tem poder suficiente para influenciar opinião publica e políticos convencendo-os que as ajudas lhes vão sair dos bolsos das famílias que já vivem com pouco. O que, como sabemos, não é verdade.
Mas o sistema está à beira da ruptura em Espanha e em Itália, devido às falências das PMEs, o que vai obrigar o BCE a fazer coisas que há pouco tempo seriam impensáveis. Uma monetização dissimulada dos créditos tóxicos, ou um apoio directo directo aos bancos para o empréstimo às PMEs não está fora de hipótese.
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