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Caldeirão da Bolsa

off-topic: aumento de ordenado de 125% é pouco? muito?

Espaço dedicado a todo o tipo de troca de impressões sobre os mercados financeiros e ao que possa condicionar o desempenho dos mesmos.

por Ming » 19/1/2004 12:25

Voltando ao assunto inicial da tread:

08:27 Jan 19 2004

Executivos portugueses com aumentos de 4,7%

Os salários-base dos executivos portugueses – dirigentes de topo e directivos de 1ª e 2ª linhas – deverão aumentar, em média, 4,7% em 2004, noticia o Jornal de Negócios.
Para o mercado geral, as estimativas apontam para aumentos salariais entre os 3 e os 3,9%. No caso das contratações colectivas, os salários deverão subir entre os 2% e os 3%.


Falta apenas acrescentar:
Funcionários publicos: 0.0% :(
Politicos: XXX% :lol:
Earthlings? Bah!
 
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por JCS » 19/1/2004 11:08

JA Escreveu:Caro JCS...

Felicito-o por ser um caso raro (se não unico) no pagamento de impostos na actividade que diz exercer!

Trata-se mesmo de promoção? ou de mediação?

Será que paga mesmo todos os impostos devidos? ou apenas uma pequena parte?





Agradeço a felicitação. Trata-se de promoção. Pago o minimo que legalmente posso (quase sempre para lá dos 6 digitos por ano).

Cumprimentos

JCS
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por MozHawk » 19/1/2004 8:14

O que é grave e profundamente desagradável é termos todos nós a sensação de que este tipo de coisas são apenas a ponta do véu da devassa que ocorrerá um pouco por toda a parte.

Poderia falar de uma empresa estatal por onde passei há uns anos atrás em que as administrações eram nomeadas pelo partido no poder. E tanto à esquerda como à direita era um escândalo! As mordomias eram simplesmente inacreditáveis.

Ainda no outro dia estava a recuperar de uma tremenda gripe quando me aparece na SIC Notícias fulano tal. O que me deixou perplexo foi ter entrevistado esse fulano para um trabalho de marketing político em 1993. Figura de 2º plano de um partido então em franca expansão. Volvidos estes anos todos eis que aparece como responsável de uma determinada instituição (pública) que, por acaso, está na dependência do partido "X". Epa, até pode ser extremamente competente, não digo o contrário, mas lá que é estranho é...

No outro dia, estava em amena cavaqueira com um quadro superior angolano sobre algumas questões da sociedade angolana e ele dizia-me que tinha ficado perplexo quando entrevistaram para a televisão miúdos numa escola sobre o que é que sonhavam ser quando fossem crescidos. E as respostas foram normais até determinado ponto: médico, professor, etc. Até que houve um puto que respondeu: Chefe!

Qualquer dia, também nós, ambicionaremos ser qualquer coisa que nos dê as grandes benesses sem que para isso tenhamos que ser bons ou muito bons. Bastará termos as ligações "certas".

Muito haveria a falar sobre os "males" de Portugal. Onde ainda pairam muitos tipos com uns part-times porreiros à conta do erário público. É só seguir-lhes as pisadas... LOL

Há coisas que nos levam a olhar para o "cantinho à beira mar plantado" com alguma (muita?) desilusão. Não me esqueço, por exemplo, de no último ano do curso ter "aterrado", não se sabe muito bem de onde, o filho de um ilustre membro do PSD o qual acabou a licenciatura e poucos meses depois era citado o seu nome num artigo no Diário de Notícias sobre os filhos de ilustres que estavam a concorrer para o Corpo Diplomático português... Ora perante estas situações o que é que se faz? Vou imolar-me em frente ao Ministério dos Negócios Estrangeiros??? Só porque, pasme-se, os dados estão viciados à partida? Ilustres de um lado e povo do outro?

Quando há assistentes de universidades estatais que são escolhidos porque desenvolveram uma técnica especial com a língua que lhes permite lamber botas de uma forma ímpar? Que dão Economia Monetária e Financeira Internacional e pensam que o Banco Central alemão é o Deutsche Bank em vez do Bundesbank? E que em cada 5 palavras 4 estão com erros de ortografia???

Enfim, lol...

Um abraço,

MozHawk
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por tiopatinhas » 18/1/2004 23:54

Convido todos os Portugueses a colocarem escrito no boletim de voto para as Europeias o seguinte:
Por favor, não nos roubem mais!!!
É que até poderia ser aprovado mas com o voto contra dos representantes portugueses. Aí, pronto. Agora desta forma escandalosa!!!
Para umas coisas somos Europeus (é o caso destas subidas de 125%)e, para as outras somos pobres, com dificuldades e por isso temos de apertar o cinto.Quem tem ordenados superiores a 200 contos vai no 2º ano de congelamentos. Será que 200 contos é muito???
O povo diz e com razão:
Casa onde não há pão, todos ralham e nimguém tem razão!!
Cito Eduardo Lourenço:
"Portugal ainda espera muito que as soluções caiam do céu".
A nossa classe politica envergonha-nos, é triste!






O nosso país está assim.
tiopatinhas
 

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por ze povo » 18/1/2004 23:27

Recordam-se da noticia do Correio da Manhã de 2004-01-15
http://www.correiomanha.pt/noticia.asp? ... idCanal=11
“ Governo decidiu alargar as benesses concedidas aos novos responsáveis pelos Hospitais SA, aumentando para mais do dobro o valor-limite para compra de viaturas, que passou de 20 mil (quatro mil contos) para 45 mil euros (nove mil contos). “
Isto é um insulto á grande maioria dos Portugueses.
Quando andamos todos a apertar o cinto, a sofrer congelamento de ordenados, estes senhores precisam de se deslocar em carros no valor de 45 mil euros PORQUE ?
Os cidadãos deste país não são todos iguais?
Porque é que estes senhores tem de possuir carros do estado? Será que não se podem deslocar, de transportes públicos, ou na sua viatura particular, como qualquer cidadão?
Porque é que temos de ser todos nós a pagar esses luxos. Isto é Roubar.
E não fica por aqui: estes senhores, podem exercer o direito de compra dos respectivos automóveis, três anos após a sua aquisição, pagando 20 por cento do seu valor.
É uma vergonha o país que temos.
Se fizermos uma visita ás enfermarias dos Hosp. AS, verificamos que a maioria não tem condições físicas para ser Hospital ( buracos no chão, sistemas de aquecimento que não funcionam, cobertores que não há, aparelhos avariados ), e em relação aos recursos humanos este são insuficientes para o número de doentes existentes.
Assim é fácil gerir hospitais: aumenta-se o número de doentes, reduz-se o seu tempo de internamento ( se sentir mal volta a ser internado, e assim já não dá prejuízo ), reduz-se os funcionários, corta-se no material e reduz-se os ordenados.
Os doentes deixam de ser pessoas, e passam a ser números ( passam a ser carne para encher enchidos ).
Com o mal de muitos, enriquecem outros.
ze povo
 

por JA » 18/1/2004 14:08

Caro JCS...

Felicito-o por ser um caso raro (se não unico) no pagamento de impostos na actividade que diz exercer!

Trata-se mesmo de promoção? ou de mediação?

Será que paga mesmo todos os impostos devidos? ou apenas uma pequena parte?



JCS disse:

"Caro Abraracourcix, sou promotor imobiliário e posso dizer que não nasci rico (longe disso). Muito trabalho para conseguir estar onde estou. Com os ordenados que pago dou de comer a algumas familias e seus descendentes, faço descontos para a Segurança Social para ajudar a pôr "comida" na mesa de muitos desempregados deste país e pago muitos dos impostos que alimentam esta inoperância (do qual provalvelmente o sr. fará parte visto a "carapuça" lhe ter servido perfeitamente)."
JA
 

por Incognitus » 18/1/2004 13:10

Para acrescentar mais escandaleiras do mesmo género:

http://foruns.terravista.pt/jsp/JVforum ... P=2$G=1213

Eu tb concordo que o António José Seguro é uma prova de que o sistema chegou ao ponto da "palhaçada".

Quanto a reduzir o número de deputados. Bem, eu aumentava-o de 230 para 4-5 milhões, mas não remunerados. Votava Portugal inteiro em todas as matérias (democracia directa), as novas tecnologias podem tornar isso possível e de resto quem não quisesse votar poderia atribuír o seu poder a outrém que julgasse mais capaz, em cada matéria.

Era simples.

O poder local precisa de uma revolução também. Há demasiadas freguesias, demasiados vereadores, demasiadas licenças que são a génese de demasiados custos e currupção (além de perda de tempo).
 
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por zé povinho » 17/1/2004 21:32

meu caro MozHawk

não quero parecer catratofista, mas estou de facto preocupado com o que podem ser as consequências destes comportamentos da classe política em geral, com a sua falta de sensibilidade para comparem a sua situação de previlégio perante o cada vez mais "apertar do cinto" da maioria das classes trabalhadoras.

como se consegue convencer milhões de empregados que há crise quando os políticos se aumentam desta forma?

o comum do cidadão ine vitavelmente, ri-se de descrédito

estes fenómenos levam à criação duma mentalidade "desconfiada" e a que se considere que os políticos "vivem num mundo à parte" da realidade.

não acredito que seja possível o aparecimento dum novo Hitler, mas sim em novas formas do mesmo: gente mais nova, mais "moderna", uma nova forma de discurso, algumas teorias de modernidade em segurança, e essencialmente devolver credibilidade à vida pública.

as reacções em França ao perigo Le Pen, e o Canard, não têem comparação com o que pode acontecer por cá e noutros países europeus, com bem menores hábitos e tradições democráticas.

eu preferia, de longe, não correr esse risco, mas os novos políticos, que sairam da escola directamente para a política, não pensam sequer nisto, nem têem tempo para repensar a sua actuação, tão convencidos que estão que o "espelho" lhes devolve a imagem certa.

quase metade da minha vida foi vivida em plena época de estado fascista, e posso dizer-te que a confiança no Estado e nos políticos me parece estar quase ao mesmo nível, que estava no final desse regime.

e isso é o que me preocupa.

um abraço
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por Ming » 17/1/2004 20:09

Caro MozHawk:

Infelizmente é dificil ver de forma positiva a evolução a que vamos assistindo.

Nota:
Eu estou longe de ser pessimista por natureza e em termos pessoais nem me posso queixar: Vivo bem, ganho o suficiente para ter o que preciso, não tenho dívidas significativas (aliás tenho recursos acumulados que invisto e tento aumentar :roll: ), faço férias no estrangeiro duas vezes por ano, etc..
E não espero passar por grandes dificuldades no futuro.

O problema é quando olho de forma objectiva para as realidades do país...
E para a forma como essas realidades evoluem...
E quando tento estimar o futuro a 5, 10 ou 15 anos...
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por » 17/1/2004 18:24

Caro Jojo,

talvez seja um incentivo para os políticos espanhóis começarem a pensar no parlamento português como alternativa natural ao seu "mercado" :wink: .


Um abraço,
 

por MozHawk » 17/1/2004 17:44

Caro Ze e Ming,

Não comungo da V/visão catastrofista. Penso que o caminho não será por aí. Ah sim, poderão dizer que o mesmo se dizia na época (da República) de Weimar e depois foi o que se viu.

O problema não reside na Europa mas sim em Portugal onde a convergência real em termos salariais acontece no caso dos eurodeputados para escândalo dos que ainda têm que viver em Portugal e trabalhar por conta de outrem. Aí sim temos disparidades "delicadas".

Quanto aos demagogos, populistas e salazarista, vamos com calma. Nunca mais me esqueço, em 1992, dos editoriais de Ignatio Ramonet ou mesmo do Canard contra os grandes perigos da FN e de JM Le Pen. Estava na altura pelo Erasmus em França e cheguei a participar numa reunião anti FN e JM Le Pen na faculdade que foi interrompida perto do seu início já que o reitor era da FN...

Estamos em 2004 e a ameaça fascista está longe de se materializar. Aqui e acolá vamos tendo uns resquícios de alguns saudosistas de triste figura. Ainda apareciam na TV umas reportagens de altas figuras das SS belgas a viver em Espanha, saudosistas de Francos e até nós recentemente com um partido político esquisito que apareceu. Onde é que estão?

Daí a necessidade de reformas profundas do sistema político. Não tanto pela ameaça de ditadura mas sim pelo knock-out pela exaustão dos eleitores que poderá ter duas consequências: apatia generalizada ou estalada generalizada. Enquanto as pessoas tiverem dinheiro para pagar as contas, afinal é para isso que se vive actualmente, está tudo bem e não interessa muito quem está no poder mas quando faltar a bufumba provocada por uma crise a sério, não sei não...

Um abraço,

MozHawk
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por Ming » 17/1/2004 12:47

Infelizmente, sou obrigado a concordar com a visão pessimista do zé povinho... :(
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por zé povinho » 17/1/2004 11:40

a democracia europeia, incluindo tudo o que se relaciona coma CEE, está a tornar os nossos países "racistas"

estão a criar duas classes: os politícos e os outros.

para os politicos (e gestores públicos)es apetece: grandes aumentos de vencimento; cartões de crédito; viaturas de luxo, é só dizerem o que querem e logo todos se juntam de acordo.

e são estes que querem depois convencer o resto do povo que estamos em crise, que há que haver contenção nos aumentos de salários e suportar mais um,ou vários,aumentos de impostos.

claro que perdem toda a credibilidade e estão a abrir portas por onde os "populistas" e "demagogos" podem entrar e ir minando a nossa "democracia"

e um dia serão recebidos de b raços abertos por grande parte desse povo, e teremos novos salazares e outros iguais.

é isso mesmo a democracia com este género de actuação, está a cavar a cova onde será enterrada.
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Re: Caro MozHawk...

por MozHawk » 17/1/2004 11:01

Thomas Hobbes Escreveu:Agora não advogo nenhuma revolução, nem grito pregões do PREC tipo "as P... ao poder que os filhos já lá estão"

Bem, a última parte era dispensável. As revoluções não são apenas violentas, de esquerda ou de direita, mas estão subjacentes a mudanças de fundo e que é o que nós precisamos porque o que temos não serve. Seguindo o exemplo americano, o poder em Portugal consistes nalguns baralhos de cartas em que se baralha, dá-se e hop! aí estão eles outra vez: na AR, no Estado, etc, etc, etc...
Thomas Hobbes Escreveu:Advogo sim uma maior participação dos portugueses na vida política e nos assuntos que dizem respeito a todos nós, e não um encolher de ombros e dizer "a política é para os políticos".

Pois. Mas sem a mudança do sistema não sei como é que vai ser possível..
Thomas Hobbes Escreveu:Mas infelizmente a natureza humana já é o que se sabe, quanto mais investida de poder institucional. Será que os Portugueses não conseguem mentalizar-se de que são capazes de construir uma sociedade justa e solidária :?:

Não! E cada vez menos, na minha opinião. Isso era quando éramos "pobres".

Uma última ideia. Infelizmente, Portugal vive ainda refém do 25 de Abril. De quem o fez e, sobretudo agora, da geração de 60 que eram na altura teenagers ou jovens adultos. Uma verdadeira catástrofe. Catástrofe essa que corre o risco de se perpetuar pelo contágio de muita gente jovem que, sem alternativas, "tem" que respirar muito do que vem desses tempos. Da esquerda à direita.

O que acaba por ser dramático é termos que apanhar com eles ainda durante muitos e bons anos. O sistema está fechado. Quando é que abrirá? Quando a taxa de abstenção chegar aos 90%?

Um abraço,

MozHawk
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Re: Para JCS e para Ulisses

por jojo » 17/1/2004 10:44

Zé Escreveu:Caro JCS,
a produtividade no sector privado deixa realmente muito a desejar.
Já tive experiências que não lembram ao diabo: estou a lembrar-me de exemplos flagarantes em seguradoras e bancos privados onde os funcionários sabem menos que os próprios clientes. Onde a incompetência reina. Onde o vestir da camisola (que a maioria ostenta com tanto orgulho) passa por lavagens ao cérebro (expressamente aceites e exibidas) onde aprendem a dizer a complexa frase "nós somos os melhores", sempre que os argumentos se esgotam. Sabe qual é a técnica que eu uso para essa gente? Vou a quatro ou cinco balcões diferentes até encontrar um funcionário competente sobre determinada matéria. Quando o encontro assento na minha agenda e esqueço os restantes 80% de incompetentes. No entanto ninguém me paga o tempo que perco com estes supostos funcionários privados de elevado gabarito!! Quando estou bem disposto e tenho tempo (este segundo é raro), ofereço-lhes ums acção de formação de borla.
A privatização de certos serviços públicos, ou da sua gestão, tem também deixado muito a desejar. Veja-se, por exemplo, o caso dos hospitais empresa e do caos em que a sua "gestão privada" os tem deixado. Em que casos os serviços aos utentes melhoraram? Nenhum. Em que casos pioraram? Em todos. Quando entrevistados, os tais gestores privados afirmam que se tratam de situações perfeitamente naturais e compreensíveis. Os tais gestores que sempre criticaram a gestão pública que, anteriormente, produzia melhores níveis de serviço do que eles produzem agora!! E as poupanças que daí decorreram para o estado, para nós? Nenhumas, muito pelo contrário. Isto é um atêntico gozo.

Caro Ulisses,
as palavras do Marco têm toda a razão de ser.
Ou poderá explicar porque é que os deputados obtêm uma reforma vitalícia ao fim de oito anos de AR enquanto a generalidade dos trabalhadores necessita de trinta e seis?
Ou poderá explicar porque é que os deputados podem acumular a dita reforma com uma vida activa enquanto trabalhador, mesmo que seja funcionário público(independentemente dessa reforma ser conseguida aos trinta ou aos quarenta anos)?
Ou poderá explicar que tem o parlamento e o governo nacional de tão especial que justifique ganhos salariais médios superiores aos seus homólogos espanhois, quando se conhecem as difrenças colossais existentes entre o os salários médio e mínimo do país vizinho face aos portugueses?

Um abraço,



OS MEUS PARABÉNS ZÉ.!!!!
Concordo e subscrevo na integra o seu comentário,
acrescentando apenas que enquanto os nossos só têm de gerir 10 milhões de habitantes, os deputados Espanhois têm que gerir 40 milhões e 7 autonomias, salvo erro, e um certo número de problemas.
e NÃO TÊM QUALQUER BENEFICIO NA IDADE DE REFORMA POR SEREM DEPUTADOS, COMO É O CASO PORTUGUÊS.

É pena que estas situações não se possam Referendar.
jojo
 

Caro MozHawk...

por Thomas Hobbes » 16/1/2004 19:14

Também sou da opinião de que Portugal desenvolveu uma classe política baseada na herediteriedade (pais sucedem aos filhos, etc...) e que cada vez é mais dificil ao comum dos cidadãos participar na vida política.

Quanto aos aumentos dos deputados Europeus 125% de uma só vez é exagerado e duvido que Portugal poupe alguma coisa.

Agora não advogo nenhuma revolução, nem grito pregões do PREC tipo "as P... ao poder que os filhos já lá estão"

advogo sim uma maior participação dos portugueses na vida política e nos assuntos que dizem respeito a todos nós, e não um encolher de ombros e dizer "a política é para os políticos".

Mas infelizmente a natureza humana já é o que se sabe, quanto mais investida de poder institucional.
Será que os Portugueses não conseguem mentalizar-se de que são capazes de construir uma sociedade justa e solidária :?:

E que em vez de nos queixarmos que pagamos muitos impostos e que estes são mal aplicados, e que isto é razão suficiente para a evasão fiscal. Não deveriamos exigir que eles fossem utilizados de forma eficiênte com o intuito de ajudar quem precisa e de gerar mais riqueza para o pais :?:
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por Cochim » 16/1/2004 19:08

Carissimos
esta conversa de deputados, até me dá nauseas, estes senhores, pertencem á classe politica, que se encontra num escalão de 0 a 5, em 0,5 só porque são seres vivos, pois eles aprovam as suas regras e leis, e não querendo entrar em muitos pormenores diria assim que têm um salário 10xsal.minimo, após 2 mandantos(8 anos) tem reforma garantia + regalias sociais,........á pouco tempo falava-se de um subsidio de transporte, passa social em cash, pasme-se a ousadia.
Quando se vê a assembleia com uma ocupação 20/30%, excepto nas votações, está repleta, diria será descontado o dia em falta!? não, estam em comissões, visitas de trabalho.
Falta a este povo e principalmente aos politicos, trabalharem por OBJECTIVOS, SEM ORDENADO FIXO, ou seja por comissão, prémios de produtividade....
aí acredito que tudo isto mudava, para melhor, assim, resta-nos ir ouvindo aqui, acolá, que andam a gastar mal o nosso dinheiro dos impostos.
Sou uma pessoa optimista, mas o pior está á porta....

Eu continuo na minha luta, em Julho de 2004, faço 27 anos de caixa de previdência, impostos em dia, não utilizo o regime de saude da previdência, a familia tem seguro de saúde e mais, durante 10 anos trabalhei, 10/14 horas(excepto domingo) e nos primeiros 3 anos não tive nem folga nem férias, fui imigrante no meu próprio País, por isso, tenho orgulho naquilo que é meu, construido a pulso por uma corda sem nós.
A minha formação foi feita na universidade da Vida.

Haja saúde, bfs

até xá
cochim
 
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por MozHawk » 16/1/2004 18:57

Obviamente que é escandaloso. Em tudo. É mesmo obsceno. Por tudo.

Quanto à classe política, a mesma está podre. E não é com aumentos salariais colossais que se vai melhorá-la. É uma falácia completa advogar que os políticos terão medo de perder o lugar porque os salários atrairão outro tipo de pessoal mais qualificado. Tretas.

O sistema político-partidário que (ainda) vigora no nosso regime democrático está completamente caduco. Toda a "gente" sabe como é que funcionam as "Jotas". Para quem não souber, é só perguntar ao António José Seguro que representa para mim o início da mãe de todas as desgraças da classe política mais nova. Alguns destes jovens nem sabem falar português (e são da nossa geração Ulisses ou quase...) pá!

Portanto o sistema está completamente viciado à partida. Logo, não adianta aumentar substancialmente os salários porque a máxima "melhores condições poderão atrair melhores candidatos" não funciona no actual estado das coisas. Em nenhum Partido. Tudo o que for dito em contrário é como atirar poeira para os olhos "da malta"!

Advogo sim, Revolução já e vamos para lá nós! LOL

Um abraço,

MozHawk
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por » 16/1/2004 18:42

Eu era o visitante anterior.

Um abraço
 

por Visitante » 16/1/2004 18:40

Pikas,
parabéns por tudo quanto conseguiu e votos de continuação de sucesso.

Quanto à minha posição, acho que já fui claro mas vou tentar ser um pouco mais claro ainda:

É muito fácil culpar os trabalhadores quando algo vai mal numa empresa. A culpa é dos incompetentes dos trabalhadores.

É muito fácil culpar os trabalhadores quando algo vai mal na administração pública. A culpa é dos incompetentes dos trabalhadores.

Esta é também a sua posição, tanto quanto decorre dos seus posts anteriores:

Se estes serviços não prestam em grande parte é porque os funcionários são imcompetentes.


Caro Pikas... mais palavras para quê?

Quando algo não corre bem na minha empresa, na empresa que eu administro, não começo a chamar incompetentes aos meus trabalhadores. É que se chegasse à conclusão de que eles eram incompetentes, isso significaria que eu era incompetente.

É muito difícil perceber isto?

Felizmente não conheço trabalhadores mais competentes do que os meus :mrgreen: .

Um abraço,
Visitante
 

por PIKAS » 16/1/2004 18:22

Zé:

Penso que não estamos a falar do mesmo, ou será que estamos?

Eu trabalho ( não é emprego... ) há quase 25 anos numa empresa privada, líder do sector, onde desempenho funções de responsabilidade, embora tenha começado bem por baixo.

Orgulho-me de na maior parte dos dias, eu e os meus colaboradores mais directos e que são extremamente competentes e também bem pagos trabalharmos 10 ou 12 horas. Trabalhamos, cumprimos muito bem o que nos pedem, produzimos, ajudamos a empresa a crescer cada vez mais, a continuar forte e saudável e geradora de mais emprego ( admitimos em 2003 63 novos funcionários e que não são pagos ao salário minimo ).
Essa de não haver vida para além do trabalho não percebo. Temos fins-de-semanas que aproveito muito bem e não me sinto minimamente um zombie.

O que é facto é que nos contactos que temos com a emperrada máquina estatal encontrar-mos na maior parte das vezes funcionários ausentes, interesseiros, mal-educados, improdutivos e por aí além. São poucas as excepções. Então se formos a cargos políticos nem vale a pena falar.

E é para isto que eu desconto mensalmente, directamente, da minha folha de ordenado 1.500€. Em Dezembro deixei para esta incompetência cerca de 800 contos em descontos directos. E o que beneficío? Nada.

Onde está a saúde, a educação, a segurança, a justiça, as vias de comunicação que o estado que eu pago me deve dar? Se estes serviços não prestam em grande parte é porque os funcionários são imcompetentes.
PIKAS
 

Politicos Ganham pouco Bahhhhh!!!!

por Thomas Hobbes » 16/1/2004 17:26

Já conhecia o texto do Sr. Ulisses, no entanto, ele esqueceu-se de mencionar que os políticos usam o seu cargo como trampolim para irem trabalhar para empresas privadas ou estatais.

Ai é que recebem "The real money", por isso é que assistimos tantas vezes a politicos que vão para o sector privado e não vice-versa.

É claro que muitos deste políticos não têm conhecimentos técnicos suficientes para participarem uma boa administração das empresas para onde vão. Mas têm conhecimentos políticos ao nivel do aparelho de estado e ao nível dos partidos o que dá muito jeito para resolver "certos" assuntos.

Uma coisa é certa, não devemos ter nenhuma pena dos salários que eles auferem, já que alguns são ofensivos para quem recebe pouco (salário mínimo).

Quanto aos nossos deputados europeus, são uma treta, já que é facil coleccionar milhas de passageiro frequente e mandar bitaites sobre quanto é bom o projecto da União Europeia para Portugal. Qualquer um de nós caldeironautas fazia bem o papel de deputado do Parlamento Europeu.
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por JCS » 16/1/2004 17:10

Caro Ulisses. Defendo exactamente a ideia que expôs no seu texto.


Em relação ao Zé também concordo com ele quando diz que "a produtividade no sector privado também deixa muito a desejar". Mas neste ponto estou como o eng. Belmiro de Azevedo quando foi à primeira edição do "´Prós & Contras" em que referiu:

"- Os incompetentes serão derrotados pelo mercado..."


Concordo com ele e no que diz respeito aos privados incompetentes poderá demorar mais ou demorar menos, mas o mercado acabará por os derrotar. E esses sempre podem ser despedidos para que encontrem algo mais apropriado aos seus niveis de habilitação... Os incompetentes públicos protestam do seu pedestal de "trabalho vitalicio"...A diferença é essa...


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Para Ulisses

por » 16/1/2004 17:04

Caro Ulisses,
Os seus argumentos são por demais conhecidos e, ao contrário do que afirma, politicamente correctos. Pasme-se, tão politicamente correctos que não existe deputado que não os utilize. Da esquerda à direita, da primeira à última fila.

Pense nisto.
um abraço,
 

Para o Pikas

por » 16/1/2004 16:57

Caro Pikas,

Quanto a si, talvez devesse repensar a sua posição na empresa onde trabalha.

Eu sou empresário. Eu tenho trabalhadores a meu cargo. Eu motivo-os. Eu não quero trabalhadores a fazerem 10h por dia, especialmente se não forem capazes de exigir contrapartidas adequadas. Eu quero trabalhadores que tenham vida para além do trabalho. Eu não quero robôts, nem zombies.

A minha empresa tem quinze anos ... sem zombies.

Um abraço,
 

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