Caldeirão da Bolsa

Dívida pública Portuguesa

Espaço dedicado a todo o tipo de troca de impressões sobre os mercados financeiros e ao que possa condicionar o desempenho dos mesmos.

por BearManBull » 5/5/2013 22:20

K. Escreveu:Caro lfhm,

a China não explica de facto tudo, mas uma grande parte. Vou aproveitar as tuas perguntas para elaborar algumas ideias, para ver se consigo formular uma opinião com coerência lógica.

Para além da balança comercial, a China desiquilibrou os recursos energéticos disponíveis. Enquanto que os EUA estão a sair deste problema com o gás Shall, que está a gerar um boom na indústria baixando os custos energéticos para 1/3, a Europa continua dependente do petróleo. Este vai ser um problema muito difícil de resolver, pois as reservas de Shall na Europa são pequenas e os Verdes têm imenso poder político.

O outro problema são os custos salariais, que são 30% mais altos na Europa comparados com os EUA. Este problema poderia ser resolvido com uma desvalorização do Euro, monetizando a dívida como estão a fazer todos os outros bancos centrais. Não iria haver diminuição do poder de compra, assim como não houve aumento do mesmo durante a subida do Euro contra o dollar, Yen e a libra.


Realmente é uma visão bastante diferente, mas será a mais correcta no longo prazo?

O que estás a sugerir é basicamente reduzir os custos de produção para convergir com a China e companhias Orientais. Mas será que é do nosso interesse competir em pé de igualdade com China?

O que propões é apenas uma das opções ao invés de reduzir a força da moeda pode-se sempre reduzir salários que é a estratégia de curto prazo de eleição dos Alemães.

Mas no fundo o objectivo final é aumentar a produtividade (que é na sua essência agregar o máximo valor possível com o menor custo possível a um produto/serviço).

Olhando para a definição de produtividade a redução de custo é apenas um dos componentes há outro elemento que se pode manipular mas que é bastante mais complicado especialmente no curto prazo.

Convergir com o modelo Oriental é estar a regredir. A solução para a Europa passa por reduzir salários no curto prazo e potenciar o aumento do valor acrescentado no longo prazo.

O processo de manufactura é normalmente responsável por apenas 20% do custo de produtos com tecnologias de ponta e é a etapa que menos valor acrescenta, industrializar a Europa no sentido da manufactura de bens só vai reduzir ainda mais os salários, portanto nada melhor que uma recessão para estimular o espírito empreendedor.

Se correr bem podemos chegar a 2020 a crescer a 5% ao ano (este valor vem das previsões quem em 2017 o crescimento estimado é de 3%) enquanto que USA nessa altura podem estar inundados em $$$, dívida e desemprego.
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por Ulrich » 3/5/2013 12:45

epinay Escreveu:Especulando um pouco, diria que hoje com a comunicação ao País às 20h por parte do 1º Ministro das medidas para a consolidação orçamental, num espaço muito curto de dias a Troika validará a 7ª Avaliação, por isso talvez haja uma emissão já na próxima semana, penso não ser necessário esperar pela reunião do Eurogrupo de 12 de Maio pela extensão dos prazos de reembolso, já que informalmente essa decisão já está aprovada :wink:

Ulisses Pereira Escreveu:Parece, cada vez mais, uma certeza que o regresso aos mercados (na dívida de 10 anos) deverá acontecer brevemente.

Um abraço,
Ulisses


Exacto, tanto que a meta que se falava eram os 5,5 %- 10 anos.
Para quem ouviu na quarta o programa do JGF, ficamos com uma ideia de que, pelo menos, uma coisa está a funcionar: a gestão do Tesouro.
Acredito que as medidas, duras para os Portugueses, mas bem recebidas pelos mercados, serão o mote para uma emissão a 10 anos.
Esta emissão será o catalisador para uma subida, ou indicação de subida , do Rating...e depois uma cadeia em dominó, como aquela que se verificou aquando dos sucessivos "downgrades" no início do descalabro para o País.
“A única diferença entre mim e um louco é que eu não sou louco.”
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por epinay » 3/5/2013 12:17

Especulando um pouco, diria que hoje com a comunicação ao País às 20h por parte do 1º Ministro das medidas para a consolidação orçamental, num espaço muito curto de dias a Troika validará a 7ª Avaliação, por isso talvez haja uma emissão já na próxima semana, penso não ser necessário esperar pela reunião do Eurogrupo de 12 de Maio pela extensão dos prazos de reembolso, já que informalmente essa decisão já está aprovada :wink:

Ulisses Pereira Escreveu:Parece, cada vez mais, uma certeza que o regresso aos mercados (na dívida de 10 anos) deverá acontecer brevemente.

Um abraço,
Ulisses
 
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por Ulisses Pereira » 3/5/2013 12:02

Parece, cada vez mais, uma certeza que o regresso aos mercados (na dívida de 10 anos) deverá acontecer brevemente.

Um abraço,
Ulisses
"Acreditar é possuir antes de ter..."

Ulisses Pereira

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por epinay » 3/5/2013 11:15

Tem sido uma semana fantástica :)
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por JMHP » 3/5/2013 2:21

“Se nem Keynes desprezava a dívida, porque deveríamos nós fazê-lo?”

Kenneth Rogoff e Carmen Reinhart defendem que, nos países que tiverem essa opção, os esforços de estabilização ou de redução da dívida devem esperar pelo regresso do crescimento económico. Não é o caso dos países da periferia do euro, advertem.
Num artigo de opinião conjuntamente assinado no Financial Times, Kenneth Rogoff e Carmen Reinhart regressam ao tema do endividamento público e dos limites que este colocará à capacidade de crescimento sustentado dos países.

No texto, começam por criticar o debate “simplista” que se acentuou depois de um estudante de economia ter detectado um erro no famoso estudo destes dois economistas que concluía que níveis de dívida pública superiores a 90% do PIB estavam historicamente associados a períodos de queda do PIB (corrigido o euro, o resultado aponta para menores taxas de crescimento – não para uma retracção).

“Alguns argumentam agora que, só porque não se pode definitivamente dizer que uma dívida muito elevada é nociva para o crescimento (embora o peso dos resultados ainda aponte para que o seja), então um endividamento elevado não é um problema. É preciso restabelecer o debate com os factos”.

E um dos factos, apontam, é que o endividamento está hoje em “níveis historicamente elevados em muitos países, muitos acima dos picos atingidos em períodos de guerra”, num contexto em que persistem preocupações sobre passivos contingentes nos balanços do sector privado (famílias, empresas e bancos) e em que os sistemas pensionistas estão subfinanciados, o que significa a necessidade de mais dívida para cumprir compromissos assumidos que não estão reflectidos nas contas.

“No caso da Alemanha, há ainda a provável necessidade de [mais dívida] para amortecer ainda mais os fardos de dívida de parceiros da Zona do euro”, sublinham os dois economistas que têm defendido a necessidade de processos de restruturação no seio da união monetária, considerando que a subsistência do euro “vai exigir grandes transferências da Alemanha para a periferia” e que quanto mais cedo essa "transferência implícita se tornar explícita, mais cedo a Europa será capaz de encontrar um caminho de crescimento estável”.

Não obstante, os dois economistas convergem que não é agora que se deve enfrentar o problema do endividamento excessivo. “Sejamos claros: ninguém deveria argumentar a favor da estabilização da dívida, e menos ainda a favor da sua redução, até que o crescimento esteja mais solidamente ancorado – isto, se ainda houver escolha”. Não é, consideram, o caso dos países da periferia da Europa, onde se encaixa Portugal, para os quais as “alternativas são mais limitadas”, devido aos “altos custos” cobrados pelos investidores.

Contudo, em face dos níveis actuais de dívida, os Governos têm de ser muito “selectivos e cautelosos” em decisões de estímulo da procura, até porque os juros estão actualmente historicamente baixos, mas essa circunstância pode ser rapidamente invertida.

“Empréstimos para financiar infra-estruturas produtivas aumentam o potencial de crescimento de longo prazo e, em última análise, reduzem os rácios da dívida. Argumentamos isso de forma consistente desde o início da crise”, mas os Governos não devem pisar "onde nenhum homem jamais esteve". A “dívida é uma variável lenta que não pode - e em geral não deve - ser reduzida muito rapidamente. Mas as taxas de juros podem mudar rapidamente”, alertam.

“Devemos lembrar que a escolha não é simplesmente entre austeridade tacanha e gastos em roda livre”, porque " não podemos cair na armadilha de concluir que as elevadas dívidas de hoje são um não-problema". "Keynes não desprezava a dívida. Porque deveríamos nós fazê-lo?”, concluem os professores da Universidade de Harvard.

http://www.jornaldenegocios.pt/economia ... ze_lo.html
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por K. » 1/5/2013 23:53

Caro lfhm,

a China não explica de facto tudo, mas uma grande parte. Vou aproveitar as tuas perguntas para elaborar algumas ideias, para ver se consigo formular uma opinião com coerência lógica.

Para além da balança comercial, a China desiquilibrou os recursos energéticos disponíveis. Enquanto que os EUA estão a sair deste problema com o gás Shall, que está a gerar um boom na indústria baixando os custos energéticos para 1/3, a Europa continua dependente do petróleo. Este vai ser um problema muito difícil de resolver, pois as reservas de Shall na Europa são pequenas e os Verdes têm imenso poder político.

O outro problema são os custos salariais, que são 30% mais altos na Europa comparados com os EUA. Este problema poderia ser resolvido com uma desvalorização do Euro, monetizando a dívida como estão a fazer todos os outros bancos centrais. Não iria haver diminuição do poder de compra, assim como não houve aumento do mesmo durante a subida do Euro contra o dollar, Yen e a libra.



Mas a linha monetarista Alemã, bem como muita gente nos meios mais conservadores dos restantes países, entende que a via mais correcta é diminuir regalias sociais e baixar salários. O pretexto de diminuir a dívida é perfeito para tal, mas pessoalmente preferia uma Europa mais social, é impressionante a quantidade de pessoas que comem do lixo em cidades como Munique ou Viena, isto para não falar na miséria que há em Portugal, Espanha e França.

Se o pacto de estabilidade tivesse sido cumprido à risca penso que não estaríamos na situação actual, mas sim muito pior. Teria acontecido a toda a Europa o mesmo que aconteceu na Suíça, onde a moeda subiu de tal maneira que inviabilizou a produção local e obrigou o Banco Central a controlar a moeda artificialmente.

Os défices foram feitos para estimular o consumo e resgatar bancos depois de uma crise relacionada com liquidez. Nos EUA foi a própria FED que, após eliminar o moral hazzard com a falência do Lehman, injectou o capital nos bancos, tendo para além disso iniciado um programa de compra de obrigações próprias que eliminou a necessidade de políticas de austeridade à la Troika.

Há uma questão importante, que é os países terem a consciência de que não podem sair dos problemas puxando para o seu lado. Neste contexto, Portugal está totalmente dependente do exterior, pelo que só faz sentido actuar políticamente a nível europeu. As finanças locais limitam-se a cumprir ordens.

Houve uma bolha no imobiliário, mas foi localizada, afectou acima de tudo a Espanha e a Irlanda. Na Alemanha e na Austria só há dois anos os preços começaram a subir. Em Portugal o mercado arrefeceu há mais de 10 anos. Os restantes problemas que referes não estão relacionados com recursos ou produção, mas sim com os meios financeiros para os distribuir, ou seja com dinheiro. E dinheiro faz-se nos bancos centrais. De graça!
 
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por BearManBull » 1/5/2013 20:09

Isso é assumir que a crise actual é fruto das exportações chinesas o que não é de todo verdade. A crise Europeia é uma crise de dívida, de bolha imobiliária, de desconfiança inter-bancária, de falta de capital para financiar empresas, de infra-estruturas inúteis que consomem recursos, de pessoal mal formado e de despesismo e regalias sociais que não encaixam com o contexto actual.

Estar a aumentar dívida não resolvia nenhum desses problemas e quando muito o euro inflacionava e perdia-se poder de compra que acaba por ser o mesmo remédio que a "austeridade" sem resolver os problemas estruturais.

Colocando a questão de outra perspectiva se o pacto de estabelidade tivesse sido cumprido á risca acreditas que a Europa estava na mesma situação actual?
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por K. » 1/5/2013 16:38

Ok, eu explico porque é necessária dívida.


Vamos viajar até à Guerra do Ópio que acabou com a dinastia Ming na China, uma metáfora bem actual para o que se está a passar. Hei de desenvolver o tema um pouco mais em breve.

O mundo vive uma situação semelhante à vivida no final do século 19, quando a China inundou o mundo com exportações, nomeadamente com chá para Inglaterra que levou a um brutal défice da balança comercial.

A Inglaterra resolveu o problema traficando ópio da Índia para a China, o que acabou numa guerra ganha pela Inglaterra.


A tese de fundo que tenho seguido para ler a evolução dos mercados nos últimos anos baseia-se numa analogia com a situação do século 19.

Sempre me pareceu que só havia uma forma de enfrentar a China: através da criação de grandes dívidas nas economias desenvolvidas, seguidas de absorção pelos estados e posterior monetização que leve à desvalorização simultânea do dollar, Yene, libra e Euro, levando os produtos Chineses a perder cometitividade, o que vai obrigar à transição do padrão económico baseado na industria para um baseado no consumo e serviços (como já está a acontecer).

Até agora o plano foi seguido por todos os governos e bancos centrais, menos pela Europa, onde o bloqueio feito pela Alemanha impede uma solução fácil do problema, obrigando a população a perder qualidade de vida face aos EUA, Japão e Inglaterra. Baste ler o artigo acima para ver o que isto significa. O argumento moral é utilizado por empresários para limitar a distribuição de riqueza, mantendo uma mão de obra barata e disponível.

As forças em conflito político são claras: aumentar a despesa ajuda os serviços mas prejudica a indústria.


De resto, não me parece apropriado comparar as finanças pessoais com as contas públicas, mesmo assim penso que é muito difícil enriquecer sem gerir uma dívida considerável, especialmente na primeira metade da vida.

E quanto ao ministro das finanças, acho que está mais bem preparado que o habitual para o cargo (o que não quer dizer que esteja de facto bem preparado), mas estas declarações sobre os 60% revelam alguns traços de fundamentalismo monetarista.
Editado pela última vez por K. em 1/5/2013 23:10, num total de 1 vez.
 
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por Opcard » 1/5/2013 15:54

Despesa publica quando se tem o maior o melhor e o mais generoso o mais universal para tudo e todos Sistema nacional de saúde , o meu desejo é que possa continuar.

Vários países disto ricos ,há muito que tomaram medidas que levam em conta a idade, há idade limite para certos actos médicos .

Não interessa a origem , basta ter dinheiro para o bilhete para ca chegar e ir para um nosso hospital nos pagamos .

Mais do Canada aos USA até países europeus portugueses que sofram acidentes graves e fiquem sem condições para recuperar são empurrados para Portugal , até equipamento caros em alguns casos eles recuperam .

Os meus votos é que o país continuo suficiente rico para que nada mude.
 
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por BearManBull » 1/5/2013 15:27

K. Escreveu:Os teóricos continuam com este número dos 60% que é completamente absurdo para a Europa. O resto do mundo desenvolvido (EUA e Japão) já correu com esta gente. Vejam o que está a contecer na Holanda, um país que estava com a mais baixa dívida da Europa, com a Economia em excelente forma, estes tarados já lá conseguiram fazer uma recessão, a troco de nada.

A própria Alemanha já está a entrar em recessão à conta desta estupidez. Um país riquíssimo, mantém os próprios cidadãos em austeridade permanente para garantir o poder do estado e das empresas. O país enriquece sim, mas vejam lá bem para onde o dinheiro vai:

http://www.social-europe.eu/2013/04/are ... nd-greeks/


Suponho que faças a tua gestão pessoal com recurso a empréstimos bancários?

Porque é que achas que para um país ter crescimento necessita de aumentar dívida?

Os nórdicos não têm dívidas por aí além e têm uma economia forte e um nível de vida excelente.

Há milhares de empresas bem sucedidas sem dívidas ou com dívidas fácilmente controláveis.

A Alemanha está como está porque controla a dívida e a inflação senão também lhe tinha pesado a crise como a nós. A Holanda poderá estar em recessão pela crise europeia e não pelas políticas de ajuste orçamental vulgo "austeridade".


Grande parte da dívida do Japão e States é interna, se o estado quiser é só aumentar impostos para encher os cofres (julgo ser isto que mantém os juros baixos e a confiança dos investidores), tirar de um lado para meter noutro. Além disso têm moeda própria e são os principais centros de desenvolvimento tecnológico a nível mundial não estando dependentes de importações excepto a nível energético.

Para mim não faz absolutamente nenhum sentido contrair empréstimos, excepto em situações de investimentos de muito baixo risco, com potencial sustentabilidade.
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por K. » 1/5/2013 13:27

Os teóricos continuam com este número dos 60% que é completamente absurdo para a Europa. O resto do mundo desenvolvido (EUA e Japão) já correu com esta gente. Vejam o que está a contecer na Holanda, um país que estava com a mais baixa dívida da Europa, com a Economia em excelente forma, estes tarados já lá conseguiram fazer uma recessão, a troco de nada.

A própria Alemanha já está a entrar em recessão à conta desta estupidez. Um país riquíssimo, mantém os próprios cidadãos em austeridade permanente para garantir o poder do estado e das empresas. O país enriquece sim, mas vejam lá bem para onde o dinheiro vai:

http://www.social-europe.eu/2013/04/are ... nd-greeks/
 
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por artista_ » 30/4/2013 22:43

mais_um Escreveu:Isto no Excel é muito bonito, mas alguém acredita que é possivel?...:roll: :roll:


Possível é, espectável é que nem nos melhores sonhos... só nos do Gaspar! :roll:
Sugestões de trading, análises técnicas, estratégias e ideias http://sobe-e-desce.blogspot.com/
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por mais_um » 30/4/2013 22:19

Isto no Excel é muito bonito, mas alguém acredita que é possivel?...:roll: :roll:

Portugal demorará 25 anos a ter dívida abaixo de 60% do PIB
30 Abril 2013, 21:15 por Nuno Aguiar | naguiar@negocios.pt

25 anos e, no mínimo, seis governos. É o tempo que Portugal demorará até conseguir reduzir o seu rácio de dívida pública para um nível inferior a 60% do PIB.

Segundo o Documento de Estratégia Orçamental (DEO), entregue hoje na Assembleia da República, Portugal terá uma dívida pública dentro dos limites dos Tratado de Maastricht apenas em 2037, ou seja, dentro de 25 anos.


"Assumindo, para o horizonte a partir de 2017, as hipóteses de um excedente primário de 3,5% do PIB, um crescimento nominal do PIB em torno de 3,5% e uma taxa de juro nominal de 4,3%, a dívida pública em percentagem do PIB manterá a trajetória descendente que se espera iniciar a partir de 2015, atingindo os 60% do PIB em 2037", pode ler-se no DEO.



Sendo estas as premissas a partir das quais são elaboradas as previsões, é fácil perceber quão sensíveis elas são a qualquer desvio nessas mesmas premissas. Por exemplo, basta o crescimento médio do PIB ser 0,75 pontos percentuais mais baixo que o cenário base para, em 2037, a dívida pública estar perto dos 80% do PIB.
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por epinay » 23/4/2013 19:19

Bonito de se ver!
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Juros...

por mpfreitas » 23/4/2013 11:31

As “yields” das obrigações portuguesas continuam a cair e a renovar mínimos de 2010, no prazo a cinco anos. Juros de Itália estão em mínimos históricos no prazo de dois anos e transaccionam abaixo dos 4% pela primeira vez desde Novembro de 2010.


As taxas de juro implícitas nas obrigações portuguesas têm vindo a cair e a aliviar dos ganhos acumulados com o aumento de tensão em torno da crise em Chipre. Os juros a 10 anos voltaram a negociar abaixo dos 6% e a taxa a cinco anos já transacciona no valor mais baixo desde Novembro de 2010.



A “yield” das obrigações a dois anos está a recuar 0,1 pontos base para 2,897%, a taxa a cinco anos cede 6,8 pontos para 4,554% e a 10 anos a queda é de 7,3 pontos para 5,807%.

Fonte : Jornal Negocios
 
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por latrinaxxl » 18/4/2013 18:11

Ulisses Pereira Escreveu:oscar, vê aqui: http://www.investing.com/rates-bonds/po ... ment-bonds

Um abraço,
Ulisses

A Grécia tem uns valores astronómicos :shock:
E nós, apesar de nada comparáveis aos nossos parceiros Helénicos, somos os piores :(
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por Ulisses Pereira » 18/4/2013 17:56

oscar, vê aqui: http://www.investing.com/rates-bonds/po ... ment-bonds

Um abraço,
Ulisses
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juros da dívida

por oscar c. » 18/4/2013 17:48

O site da bloomberg está a a actualizar as yields portuguesas ao longo dia? Parece-me q não...
Há outro site com a mesma informação?
«Ninguém sabe o suficiente para ser intolerante»

Karl Popper
 
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por mais_um » 18/4/2013 17:29

Dívida pública supera os 126% do PIB em Fevereiro

A dívida total das administrações públicas era de 208.857 milhões de euros no final de Fevereiro, o que representa uma subida de menos de 400 milhões de euros num mês.


A dívida das administrações públicas ascendeu aos 209 mil milhões de euros em Fevereiro deste ano, segundo dados hoje divulgados pelo Banco de Portugal, o equivalente a 126,3% do Produto Interno Bruto (PIB).



De acordo com o Boletim Estatístico do Banco de Portugal, a dívida total das administrações públicas era de 208.857 milhões de euros no final de Fevereiro, um valor que, em Janeiro, era de 208.464 milhões, na óptica de Maastricht que é utilizada pela 'troika' (Fundo Monetário Internacional, Comissão Europeia e Banco Central Europeu) e pela União Europeia.



O Banco de Portugal só calcula o rácio da dívida em percentagem do PIB no final de cada trimestre, pelo que, para estimar este valor, a Lusa considerou como valor de referência o PIB nominal no fim de 2012, referido na primeira notificação do Procedimento dos Défices Excessivos, divulgado pelo Instituto Nacional de Estatística a 28 de Março.



A trajectória da dívida pública continua a subir, uma vez que, em Setembro de 2012, a dívida pública era de 120,2% do PIB, e no final de Dezembro do ano passado correspondia a 123,6% do produto, segundo dados do BdP.

http://www.jornaldenegocios.pt/economia ... reiro.html

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Noticia...

por FxTrader » 15/4/2013 23:20

O banco britânico diz que o mercado “exagerou” na reacção às decisões do Tribunal Constitucional e recomenda aos clientes que ignorem o “ruído” e comprem títulos de dívida de Portugal a 10 anos.

“O ruído em torno do Tribunal Constitucional cria uma oportunidade de compra”, acredita o Royal Bank of Scotland, em nota de investimento distribuída pelos clientes na última sexta-feira. O banco mostra-se confiante de que “medidas de substituição serão aprovadas, desbloqueando a extensão das maturidades da dívida [aos fundos europeus] e tornando provável que se siga uma emissão a 10 anos”.

Os juros da dívida pública de Portugal subiram nos dois primeiros dias da semana passada, depois de conhecido o chumbo do Tribunal Constitucional a quatro medidas do Orçamento do Estado para 2013, mas a pressão tem vindo a aliviar nas últimas sessões, com os investidores a relativizarem o impacto orçamental e político da decisão.

“Não temos uma ideia clara de quando as medidas de substituição podem ser acordadas mas será uma questão de semanas, não meses”, atira o banco.

“Para já, a transacção recomendável é a compra de títulos a 10 anos [cuja taxa está hoje a cair seis pontos base para 6,248%], já que o mercado exagerou na reacção ao tribunal”.

Na nota de análise, o banco britânico acrescenta também que está “menos descontraído” em relação ao futuro, esperando que aumentem de tom as discussões sobre um segundo resgate. O RBS acredita que é “pouco provável” que, em caso de necessidade, esse segundo resgate tome a forma de um pacote total, mas sim de uma linha cautelar. Um cenário, de resto, não excluído pelo ministro das Finanças, Vítor Gaspar, em entrevista escrita ao Negócios.

Fonte: http://www.jornaldenegocios.pt/economia ... _anos.html
 
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por Mcmad » 15/4/2013 17:13

Krupper Escreveu:
Mcmad Escreveu:Mas existe um patamar a partir do qual ela se torna insustentável. Essa patamar são os 120% do PIB


Porquê 120% e não 110%? Ou 100%, ou 130%?


Na zona Euro, é considerado complicado de gerir acima dos 110% e insustentável acima dos 120%

Foi o que foi estudado na Grécia e querem patamares abaixo desses valores
Confira as minhas opiniões

http://markoeconomico.blogspot.com/
 
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por PC05 » 15/4/2013 15:29

Yields Portugal:
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por Krupper » 15/4/2013 14:56

Manu Escreveu:Ainda que seja discutivel quais os valores da dívida aceitáveis, sou da opinião que deveria existir um limite inscrito na constituição.
Já relativamente ao défice, não concordo com a limitação do mesmo. Que apenas estaria limitado, indirectamente, por via do limite da dívida.

Porque isto de um governo poder endividar todo um país, tem as consequências visiveis.


Então mas o limite da dívida está directamente relacionado com os défices. Não percebo porque dizes que há uma relação indirecta e defendes a existência de um limite para a dívida mas não para o défice.
 
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por Krupper » 15/4/2013 14:55

Mcmad Escreveu:Mas existe um patamar a partir do qual ela se torna insustentável. Essa patamar são os 120% do PIB


Porquê 120% e não 110%? Ou 100%, ou 130%?
 
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