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Caldeirão da Bolsa

Offtopic: Referendo

Espaço dedicado a todo o tipo de troca de impressões sobre os mercados financeiros e ao que possa condicionar o desempenho dos mesmos.

...

por Bolsa72 » 13/1/2004 15:33

Eu tenho as minhas dúvidas! A partir de que altura é que existe "ser humano"? 10 semanas? 20? Desde a fertilização?
Para mim, este problema tem as mesmas questões da pena de morte! Quem pode ministrar a vida? Quem?
No entanto, não concordo que a sociedade abandone á sorte essas mulhers e homens (há mãe e pai). Por isso tem de haver protecção social adequada e se não há, o estado também tem de ser julgado, bem como "eu" e "tu" e "ele"! Todos somos culpados - todos temos de "pagar!
Nos casos de má formação, entendo que se pode aplicar excepções, porque viver não é respirar ou ter o coração a bater! Viver é ser feliz! Este princípio aplico também a eutenásia!
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E o Vaticano....

por Thomas Hobbes » 13/1/2004 15:09

Não vejo o Vaticano, um dos estados mais ricos do mundo contribuirem financeiramente e de forma eficaz, em programas de ajuda a mães solteiras....

No entantanto há sempre dinheiro para a cúria romana viver como nababos...
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por djovarius » 13/1/2004 14:47

:oops: :oops:

O visitante era eu...
Cuidado com o que desejas pois todo o Universo pode se conjugar para a sua realização.
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quantas vidas que nasceram....

por Scubawarrior » 13/1/2004 14:47

.....com pouca ou nehuma esperança e vieram a ser pessoas fantásticas e da maior importancia. Excepto em condições muito excepcionais, deve se defender o direito á vida. Mas essas devem ser consagradas. De outro modo não encontro justificaçãoes para uma generalização do aborto.




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por Visitante » 13/1/2004 14:45

A cultura do referendo é que está ainda por enraizar numa sociedade cuja experiência de democracia plena é ainda muito recente, apesar de uma História longa. Nunca se deveria ter feito uma experiência política/sociológica dessa natureza (referendo) para decidir sobre um assunto tão importante para a consciência individual e para o bem estar social.
Quando o direito positivo está atrasado em relação às leis sociológicas, a Sociedade sofre como um todo, como está à vista nesse caso e em muitos outros.
A classe política tinha legitimidade para decidir sem o recurso a referendo, sobretudo porque nunca referendou assuntos cuja decisão poderia caber aos cidadãos através das urnas, como a adesão ao Euro.

Por outro lado, ainda bem que este último tema não foi referendado. Arriscávamo-nos a ter ficado de fora da UEM, com custos pesadíssimos hoje, em cenário de recessão. Ou seja, nem sempre a escolha de um referendo pode ser a mais correcta devido à falta de meios e conhecimentos para uma boa decisão colectiva.
A mesma coisa aplica-se ao aborto, embora tenha sido difícil de perceber o que é que a população quer, pois nem 40% do eleitorado foi às urnas e dos que foram, a votação deu praticamente um empate. Se isto chega para decidir uma questão de saúde pública, vou ali e já volto...

Para os mais religiosos que pensam que o problema se resolve pela proibição pura e simples, convido desde já quem quiser vir aqui ver com os próprios olhos as consequências da gravidez indesejada e da falta de planeamento familiar, vísiveis nas imensas favelas dos suburbios da cidade onde moro.
Durante os únicos 4 anos em que a Prefeitura de SP manteve num dos Hospitais públicos, uma clínica para a IVG destinada a pessoas de baixa renda, miseráveis, adolescentes, etc... diminuiram e muito os problemas dessas mulheres.
Agora que isso acabou há muito, voltámos ao passado e confesso que às vezes não tenho estômago para sair à rua e ver mulheres de 25 anos com aspecto de 50 anos, arrastando 4 ou 5 filhos, todos rotos, incluindo a mãe, sendo que muitas vezes as crianças choram e quase rebentam de fome.
Os líderes religiosos apoiam este status quo, mas não contribuem para evitá-lo e ainda por cima é o Estado quem acaba por pagar a factura através de programas emergenciais (como o Fome Zero).

Enfim, fico por aqui, senão o meu teclado é que sofre...

dj
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por Pata-Hari » 13/1/2004 14:23

Exacto, pregador. Exactamente por gostar da minha mãe e da minha avó e de saber os dramas e os sustos das mulheres, é que eu tenho pena que isso não tenha sido uma escolha das mulheres. Aliás, a questão até se coloca de forma menos dramática para as mulheres da minha geração, porque os meios contraceptivos á nossa disposição são tão melhores que isso já são dramas muito mais raros e, graças á evolução de conhecimentos médicos, de menos amplor do que naquela época. Sim, eu teria desejado que não tivesse sido dramático para muitas mulheres no passado.
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Pregador...

por Thomas Hobbes » 13/1/2004 14:19

O teu Post mostra realmente como cristão que dizes que és o pretendes ser...

Aposto que defendes que nos tempos do Torquemada é que era bom...

Sabes que é o Torquemada não sabes???
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um ponto de vista

por pregador » 13/1/2004 14:16

A todos que defendem o aborto generalizado(eu so o defendo em caso de má formação do feto e mesmo assim depende.... ou duma violação e mesmo ai depende...)
Mas para os defensores do aborto a legalização deste ja vem tarde....deveria ter sido legalizado quando estes estavam na barriga das vossas mães.
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Maçonaria Ou Opus Dei

por Thomas Hobbes » 13/1/2004 14:14

Pois é Mozhawk, Portugal ora é governado pela Opus Dei ou pela Maçonaria.

Quanto a nome, penso que todos nos lembramos de alguns.

Mas uma coisa é certa, tudo o que seja denominado como sociedade secreta não é bom...
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por MozHawk » 13/1/2004 14:05

Olá Ulisses,

Eu sou igualmente favorável à despenalização. Apenas não percebo é porque é que uma Assembleia da República que é tão iluminada em tantas matérias que mexem com a nossa vida, já o não seja nesta, apesar de tudo, tão delicada.

Haverá muitas explicações para que não houvesse uma grande afluência ao referendo. Talvez fosse um embaraço para o Governo de então fazer aprovar um diploma que previsse a despenalização da interrupção voluntária da gravidez.

Precisamente devido à recorrência com que ocorrem referendos noutras paragens (então sobre o Euro e a UE foi um espectáculo nalguns países), não me espantaria ver novamente um referendo sobre o assunto daqui a algum tempo. Mas com o actual governo de direita, não acredito!

É que nós temos um galo dos diabos: ora nos sai um governo de esquerda submisso à igreja ou um governo de direita tradicionalmente adverso destas tendências liberais.

Um abraço,

MozHawk
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Aborto... Não pretendo fazer juizo de valores

por Thomas Hobbes » 13/1/2004 14:04

Independentemente de crenças religiosas, o facto é de que se uma mulher decidir fazer um aborto, irá faze-lo.

Resta agora termos a coragem de legislarmos com coerência sobre a matéria.

Pior do que este acto em si, é o facto de haver uma economia subterrânia a viver da miséria e do desespero das mulheres. Isto tem que acabar de uma vez.

Fico também extremamente chocado com a hipocrisa que se vive em Portugal, em que as ditas tias pró-vida se manifestam abertamente contra o aborto, e depois vão os fazer a Espanha (situação semelhante se passa em relação a Irlanda R.U.)

Penso que esta hipocrisia religiosa baseada numa cultura de culpa, em que todos somos culpados até pelo acto de nascermos (somos originados pelo pecado original), nos impede de gozar a nossa liberdade com total responsabilidade.

Independentemente de sermos pessoalmente contra ou não ao aborto, já é tempo de termos uma legislação laica e responsável sobre esta matéria, e que se acabe de vez com a hipocrisia.
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Educação / Formação / Cultura

por Dark » 13/1/2004 14:03

Estamos num país que está agora a pagar o preço de uma atrofia cultural provocada por um regime autoritário durante 48 anos e por uma subsequente anarquia das instituições depois do 25 de Abril. (Não vou entrar em polémicas quanto à democratização da educação e da formação).
Refiro no entanto, com muita pena minha, que este problema não poderá ser resolvido antes de uma ou duas gerações e que os períodos de legislação de 4 anos não ajudam muito, só atrapalham !

A formação começa em casa e teremos que reconhecer que o nível médio de "educação" do português é baixo, imperando o oportunismo e o facilitismo, que muita vezes é observado pelhos filhos na actuação dos próprios pais.

Sem querer ser pessimista, vamos demorar dezenas de anos a alterar este estado de coisas. E sem pactos (não politiqueiros) de estado, com uma visão altruísta e não eleitoralista (ou deveria dizer TACHISTA !) isso não me parece possível.

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por Ulisses Pereira » 13/1/2004 13:57

Olá Moz!

Eu até sou favorável à despenalização do aborto. EU até acho - tal como tu - que não faz sentido proibir-se algo, quando ali a uns quilómetros ao lado se pode fazer de uma forma legal, descriminando claramente quem tem dinheiro e pode de quem não tem dinheiro para o ir fazer.

Apesar de tudo isso, não acho que se deva fazer um novo referendo. O último referendo foi há menos de 5 anos e vamos já fazer outro? Ou vamos fazer referendos de 3 em 3 anos até que o sim vença? ;)

Agora também te digo que me chocou ver que nem metade dos portugueses votaram...

Um abraço,
Ulisses
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Offtopic: Referendo

por MozHawk » 13/1/2004 13:47

Embora ache um grande piadão aos referendos os quais, mais do que auscultar a opinião da maioria, servem interesses próprios de quem os promove (independentemente de terem sido eleitos por nós maioria) - sendo mesmo recorrentes até que se atinjam os resultados desejados - no caso vertente do aborto, não poderia estar 100% de acordo.

Que a enfermeira seja julgada, acho muito bem: ganhou uma fortuna à conta das desgraçadas e outras, pondo em risco a sua saúde e, eventualmente, fuga aos impostos; agora que algumas das pessoas que fizeram o aborto, que correram o risco de o fazer em Portugal por não terem posses ou conhecimento de como fazê-lo legalmente em Espanha é que me deixa perplexo. Numa Europa sem fronteiras é no mínimo estúpido que a meia dúzia de km se possa fazer o que em Portugal não se faz ainda... Mas também, como já vivemos em hipocrisia há tanto tempo.

Um abraço,

MozHawk
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