Insegurança ou sentimento de insegurança
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Existe um enorme viés nos números oficiais.
Nos últimos 3 anos deparei-me com duas situações que me fizeram recorrer à GNR.
Na 1ª tinham-me arrombado um barracão e levado parte do que lá tinha armazenado. Interpelei um cabo da GNR que se encontrava na região que me perguntou se eu esperava outra coisa tendo uma porta de madeira num local escuro.
Quando expressei que desejava apresentar queixa pois tinha ocorrido um furto (e que apesar de ser de madeira não era propriamente frágil e tinha fechadura que foi intencionalmente arrombada) a resposta do outro lado é que seria uma enorme perda de tempo e que me antecipava desde já que não ia ter qualquer resultado. Ainda assim dirigi-me ao posto com outro colega do cabo que teve um discurso semelhante.
Resultado, acabei por desistir e optar por ir embora antes que começasse a insultar o agente da autoridade.
Mais recentemente em 2012 tive uns tipos que entraram no meu quintal (coincidência ou não no dia em que um circo deixava a terra vizinha) e não conseguiram entrar dentro de casa mas fizeram estragos vários (maldade pura). Não foi caso isolado e fizeram isso a quase todos os meus vizinhos que estavam de dia a trabalhar.
Fui ao posto da GNR eram 23h30 para me ser comunicado que já tinham conhecimento, tinha acontecido em toda a região e que escusava de apresentar queixa. Acontece quase todos os anos quando o circo passa mas não têm provas pelo que estar a apresentar queixa era perda de tempo. Desta feita era um sargento que me indicou que se apresentasse queixa teria de estar em casa amanhã durante o dia para que eles quando tivessem oportunidade passassem por lá para tomar conta da ocorrência.
Com a maior das simpatias o sargento "confidenciou" que eu ia perder um dia de trabalho sem qualquer efeito... Mas que ia deslocar uma patrulha em jipe para a nossa região porque já tinham sido avisados que um dos carros tinha voltado para trás. Para estar descansado que com a patrulha por lá não se previam incidentes. Uma vez que os danos eram minor para não perder tempo e seguir a minha vida.
Mais uma vez, saio da esquadra sem apresentar queixa...
Acedi das duas vezes às insistências dos agentes dado a incapacidade de fazer prova do que me foi roubado na 1ª e de na segunda não existir grande valor pecuniário (candeiro partido e jardim vandalizado). Se comigo é assim que até tenho alguma capacidade de argumentação e conheço globalmente os meus direito, imagino com os mais idosos e mais vulneráveis.
Confesso que na segunda vez não estivesse eu tão cansado de realizar 2 turnos seguidos e ter de entrar às 6h do dia seguinte teria mesmo exigido fazer queixa, na altura o cansaço e noção de inutilidade prevaleceram.
Em defesa da GNR, nessa noite passaram pelo menos duas vezes na região (depois adormeci...).
Saliente que o ano passado existiram uma série de assaltos e as descrições dos meus vizinhos quando toca à GNR podem ser decalcadas destas. Ou de nem se dirigirem ao posto por sentirem que não tem qualquer utilidade.
Resumindo, os números oficiais estarem a baixar diz-me muito pouco.
Espero ter contribuído para a discussão. Acredito que as estatísticas oficiais não espelham a realidade mas a aguarela que se pretende vender.
Cumprimentos,
Nos últimos 3 anos deparei-me com duas situações que me fizeram recorrer à GNR.
Na 1ª tinham-me arrombado um barracão e levado parte do que lá tinha armazenado. Interpelei um cabo da GNR que se encontrava na região que me perguntou se eu esperava outra coisa tendo uma porta de madeira num local escuro.
Quando expressei que desejava apresentar queixa pois tinha ocorrido um furto (e que apesar de ser de madeira não era propriamente frágil e tinha fechadura que foi intencionalmente arrombada) a resposta do outro lado é que seria uma enorme perda de tempo e que me antecipava desde já que não ia ter qualquer resultado. Ainda assim dirigi-me ao posto com outro colega do cabo que teve um discurso semelhante.
Resultado, acabei por desistir e optar por ir embora antes que começasse a insultar o agente da autoridade.
Mais recentemente em 2012 tive uns tipos que entraram no meu quintal (coincidência ou não no dia em que um circo deixava a terra vizinha) e não conseguiram entrar dentro de casa mas fizeram estragos vários (maldade pura). Não foi caso isolado e fizeram isso a quase todos os meus vizinhos que estavam de dia a trabalhar.
Fui ao posto da GNR eram 23h30 para me ser comunicado que já tinham conhecimento, tinha acontecido em toda a região e que escusava de apresentar queixa. Acontece quase todos os anos quando o circo passa mas não têm provas pelo que estar a apresentar queixa era perda de tempo. Desta feita era um sargento que me indicou que se apresentasse queixa teria de estar em casa amanhã durante o dia para que eles quando tivessem oportunidade passassem por lá para tomar conta da ocorrência.
Com a maior das simpatias o sargento "confidenciou" que eu ia perder um dia de trabalho sem qualquer efeito... Mas que ia deslocar uma patrulha em jipe para a nossa região porque já tinham sido avisados que um dos carros tinha voltado para trás. Para estar descansado que com a patrulha por lá não se previam incidentes. Uma vez que os danos eram minor para não perder tempo e seguir a minha vida.
Mais uma vez, saio da esquadra sem apresentar queixa...
Acedi das duas vezes às insistências dos agentes dado a incapacidade de fazer prova do que me foi roubado na 1ª e de na segunda não existir grande valor pecuniário (candeiro partido e jardim vandalizado). Se comigo é assim que até tenho alguma capacidade de argumentação e conheço globalmente os meus direito, imagino com os mais idosos e mais vulneráveis.
Confesso que na segunda vez não estivesse eu tão cansado de realizar 2 turnos seguidos e ter de entrar às 6h do dia seguinte teria mesmo exigido fazer queixa, na altura o cansaço e noção de inutilidade prevaleceram.
Em defesa da GNR, nessa noite passaram pelo menos duas vezes na região (depois adormeci...).
Saliente que o ano passado existiram uma série de assaltos e as descrições dos meus vizinhos quando toca à GNR podem ser decalcadas destas. Ou de nem se dirigirem ao posto por sentirem que não tem qualquer utilidade.
Resumindo, os números oficiais estarem a baixar diz-me muito pouco.
Espero ter contribuído para a discussão. Acredito que as estatísticas oficiais não espelham a realidade mas a aguarela que se pretende vender.
Cumprimentos,
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- Registado: 11/10/2004 22:21
- Localização: Portugal
Julgo que trata-se de off topic.
Não é só a insegurança, é também um sentimento de impunidade em relação aos prevericadores.
E quando a miséria se torna maior que o suportável, e quem não ve outra alternativa, saltar para o lado de lá da linha da lei torna-se uma necessidade.
Não é só a insegurança, é também um sentimento de impunidade em relação aos prevericadores.
E quando a miséria se torna maior que o suportável, e quem não ve outra alternativa, saltar para o lado de lá da linha da lei torna-se uma necessidade.
_X_
John Maynard Keynes
The capitalist economy is not real, it is simply a delusion that keeps the masses enchained to their social bondage.
É sempre muito falível projetar cenários não acontecidos.
John Maynard Keynes
The capitalist economy is not real, it is simply a delusion that keeps the masses enchained to their social bondage.
É sempre muito falível projetar cenários não acontecidos.
latrinaxxl Escreveu:Faz 2 semanas, estava a caminhar por uma movimentada rua do local onde trabalho, às 12h15 (de dia), e passei distraidamente por uma ourivesaria que estava a ser assaltada e nem me apercebi, soube-o apenas de tarde.
Os assaltos em pleno dia e a qualquer tipo de estabelecimento têm sido norma e apenas publicado pelos jornais locais.
Pessoalmente, ando mais atento (fora quando ando distraído) mas preocupo-me mais com as pessoas mais indefesas da minha família
Pela amostra que tenho em carteira de clientes, os furtos a habitações, comércios, automóveis, empresas... tem vindo em crescimento acelerado, principalmente desde último trimestre de 2012. Agora nada escapa, tudo serve aos amigos do alheio.

É ainda assim uma amostra muito reduzida, não sei como será o total geral mas penso que não será muito diferente.
Colisões com fuga ou intervenientes sem seguro é outra... nunca assisti a nada assim!

Abraço,
Carrancho
Carrancho
Faz 2 semanas, estava a caminhar por uma movimentada rua do local onde trabalho, às 12h15 (de dia), e passei distraidamente por uma ourivesaria que estava a ser assaltada e nem me apercebi, soube-o apenas de tarde.
Os assaltos em pleno dia e a qualquer tipo de estabelecimento têm sido norma e apenas publicado pelos jornais locais.
Pessoalmente, ando mais atento (fora quando ando distraído
) mas preocupo-me mais com as pessoas mais indefesas da minha família 
Os assaltos em pleno dia e a qualquer tipo de estabelecimento têm sido norma e apenas publicado pelos jornais locais.
Pessoalmente, ando mais atento (fora quando ando distraído


Insegurança ou sentimento de insegurança
Boa tarde a todos,
Basta uma pessoa ligar as notícias e ler jornais, principalmente os sensacionalistas para instintivamente dizer que a criminalidade em Portugal tem vindo a aumentar e que até já está em níveis preocupantes.
Por outro lado, vamos aos relatórios anuais da polícia e temos o crime estabilizado ou a descer...
Estamos a tornar-nos um país inseguro, com tudo o que isso acarreta, inclusivamente em termos de turismo e investimentos, ou é só "publicidade"?
Basta uma pessoa ligar as notícias e ler jornais, principalmente os sensacionalistas para instintivamente dizer que a criminalidade em Portugal tem vindo a aumentar e que até já está em níveis preocupantes.
Por outro lado, vamos aos relatórios anuais da polícia e temos o crime estabilizado ou a descer...
Estamos a tornar-nos um país inseguro, com tudo o que isso acarreta, inclusivamente em termos de turismo e investimentos, ou é só "publicidade"?
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