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Caldeirão da Bolsa

Warrants- Artigo interessante de João Dinis de Sousa de 2001

Espaço dedicado a todo o tipo de troca de impressões sobre os mercados financeiros e ao que possa condicionar o desempenho dos mesmos.

por Visitante » 8/1/2004 20:32

Olá Ming. Obrigado pela tua resposta. Quando eu disse que estava tudo errado o que dizias referia-me sobre a formula dos emitentes no negócio dos warrants. E estás mais uma vez errado quando dizes que eu não entendo nada sobre este assunto...muito errado. Se quiseres posso esclarecer tudo quanto for necessário, mas vejo que é dificil porque já tens as tuas ideias bem definidas.

A formula com que os emitentes calculam o preço dos warrants é publicada na CMVM. Trata-se de um cálculo diferencial Black & Scholes para os warrant tipo europeu ou binomial tree para warrants tipo americano. Mas estas fórmulas sómente calculam um preço teórico. O problema é sempre o mesmo: qual é a volatilidade implícita? Como a volatilidade é um valor futuro é sempre dificil antever o preço correcto de uma opção/warrant...por isso é importante comparar os preços dos warrants com o mercado de opções e decidir se as volatilidades estão no mesmo nível. Por exemplo ve-se o BCP a vender warrants sobre o DAX com um volatilidade de 50%, enquanto os maiores emitentes na Alemanha venderem warrants sobre o DAX com uma volatilidade de 23%. Isso sim, é um roubo! Mas só é roubado quem não sabe, porque há emitentes em Portugal a venderem o DAX a 23%.
Hoje o Nokia subiu 12.5%. Um warrant do Commerz abriu hoje a 0.12 e fechou a 0.33 (=+200% num dia!!). E neste caso o MM nunca deixou de cotar. Só numa altura de fast market abriu o spread para 2 centimos (durante 20 mins) e depois voltou a cotar com um spread de 1 céntimo! Simplesmente espectacular. Eu adoro os warrants, mas tb sei que há MM com mais qualidade que outros. É só ver quem lidera os maior mercado do mundo (Alemanha) e sobreviveu 10 anos a fazer MM!

Para terminar: eu penso que o mercado de warrants em Portugal tem melhorado muito. Os MM agora estao muito bem. O volume hoje foi superior a 12milhoes de Euros....um recorde.

Um abraço e felicidades nos negócios.[/list]
Visitante
 

por Ming » 8/1/2004 13:47

Bom, uma opinião tão superficial na sequência de uma discussão séria (e técnica) sobre o assunto tem de facto apenas o valor que parece ter...
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A minha opinião.. se alguem se interessar.

por Young&Stupid » 8/1/2004 13:42

Nunca fui muito a favor de radicalismos seja a defender as nossas opiniões, fé ou clube de futebol. Com as opiniões defendidas ao longo deste tópico as minhas aproximam-se mais das do JAS. Seja como qualquer outro instrumento da bolsa têm as suas regras defenidas e só entra quem quer. O que eu nunca acreditei, e por isso talvez me tenha e continuo a dar bem com warrants, é que exista algo que nos faça enriquecer de uma maneira fácil, sendo necessário muito trabalho de investigação e arriscar algum dinheiro antes de começar a ganhar e mais importante perceber todos os parametros que influenciam o negócio.

Como sou ainda muito novo nestas coisas não irei dar nem sermões nem teorias a ninguem, mas apenas alertar todos os que passam por aqui que Warrants nem são um instrumento do Diabo como quiseram passar aqui, que seria um mal nacional e tudo mais, mas que tambem não são um instrumento fácil para ficar milionário.

No meu caso e no 1º ano que negociei consegui um pouco mais de 40% de lucro o que para mim é optimo pois deu para passar umas belas férias. De referir que no mercado de acções o máximo que consegui foi 20% no longinquo ano de 2000. :)

Bons negócios para este ano de 2004.
Young&Stupid
 

por Ming » 8/1/2004 12:16

"reconhecer", não "recolhecer". :oops:

Parece-me que ando disléxico. :roll:

Administradores: Não querem considerar a inclusão no forum de um corrector ortográfico? :mrgreen:
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por Ming » 8/1/2004 12:12

Mas o MM divulga publicamente as formulas de formação dos preços de bid e ask a partir da cotação do subjacente?

Se isso é feito, e estou convencido que não, e que a formação dos preços é essencialmente descricionária (até porque já assistí a reduções súbitas do valor temporal, creio que no caso da SG) mas não tenho a certeza, passo a recolhecer que os warrants autónomos são mais transparentes do que eu julgava.
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warrants

por JAS » 8/1/2004 11:55

Ming Escreveu:JAS:
Tu é que sabes se queres continuar a discutir o assunto (para mim, esta tread estava fechada desde meados de Dezembro...), e acho chato que tenha sido reaberta como foi.

Nem percebi bem porque foram buscar o tópico lá tão atrás...
Mas tu tens demonstrado sempre, além de uma experiência de anos de bolsa, uma grande sensatez nas posições que assumes. Por isso é sempre agradavel discutir contigo e foi por isso que te respondi.

Ming Escreveu:No fundo não há volta a dar ao facto de que o emitente perde mesmo quando o adquirente ganha...

Tendo em conta a perda do valor temporal dos warrants, que acontece tanto nos Calls como nos Puts, eu diria que o Emitente ganha bastante nesta parte.
Por outro lado ele emite Calls e Puts. É certo que num mercado com rumo definido a proporção de vendas de uns ou de outros será nítidamente diferente. Por isso ele deve-se defender comprando os títulos ou assumindo posições curtas. Acho que até é obrigado a isso em determinadas proporções.
Com isto tudo o Emitente ganha no conjunto do jogo mas tens razão em que ele pode perder em algumas jogadas individuais.

Ming Escreveu:Pelo que o emitente (que é tambem MM)tende a exagerar o valor temporal, a exagerar o spread bid-ask, etc., para ir aí buscar a margem de lucro e os ganhos que asegurem lucro global em todos os cenários possíveis.

Aqui não tens tanta razão pois o spread máximo está tabelado e o valor temporal obedece a fórmulas a que ele não pode fugir.
Mesmo as "idas à casa de banho" nos momentos cruciais, que normalmente são notadas pelos investidores, obedecem a um conjunto de regras bem definidas.
É claro que há sempre umas "avarias do sistema" para justificar uma fuga a essas regras que a CMVM, quanto a mim, tem deixado passar sem sanções...

Ming Escreveu:Só tenho má opinião dos warrants porque são opções em que um dos lados (o vendedor das opções, sejam elas call ou put), é simultaneamente MM: ou seja é simultaneamente jogador e árbitro. E ainda por cima assume que está a jogar para lucrar com o jogo...

Não concordo muito que lhe chames "árbitro". Ele não pode "apitar" de qualquer maneira...
A cotação do warrant varia com o activo subjacente de acordo com fórmulas e ele não pode inventar cotações...

Para terminar devo dizer-te que durante alguns anos não me interessei pelos warrants e que também comungava dessa ideia de perigo/aldrabice.
Só recentemente me convenci de que são instrumentos muitos úteis para situações de grande volatilidade e que, nesses casos, podem gerar lucros muito ampliados relativamente aos títulos propriamente ditos.

Um abraço,
JAS
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por Ming » 8/1/2004 10:34

JAS:

Tu é que sabes se queres continuar a discutir o assunto (para mim, esta tread estava fechada desde meados de Dezembro...), e acho chato que tenha sido reaberta como foi.

Mas há uma coisa que, pelo teu novo post, dá a impressão que não estás a perceber bem, pelo que gostaria de esclarecer melhor:
Os warrants são opções (simplificadas), não futuros.
(Por exemplo, os CFD, ou os vários tipos de trackers, comportam-se como futuros.)

Entre estes instrumentos há diferenças fundamentais:
As opções compradas (caso dos warrants, na perspectiva dos clientes) dão um direito mas não uma obrigação, e portanto a cobertura de risco do emitente não pode ser feita simplesmente adquirindo à vista (ou em futuros, etc.) posições inversas...

No fundo não há volta a dar ao facto de que o emitente perde mesmo quando o adquirente ganha...

Pelo que o emitente (que é tambem MM)tende a exagerar o valor temporal, a exagerar o spread bid-ask, etc., para ir aí buscar a margem de lucro e os ganhos que asegurem lucro global em todos os cenários possíveis.

Nota que eu não tenho absolutamente nada contra as opções (a não ser que são um produto muito mais complexo do que os futuros, etc., e portanto mais difícil de usar bem).

Só tenho má opinião dos warrants porque são opções em que um dos lados (o vendedor das opções, sejam elas call ou put), é simultaneamente MM: ou seja é simultaneamente jogador e árbitro. E ainda por cima assume que está a jogar para lucrar com o jogo...

Quanto a isto, são factos, e não há opiniões que os alterem, por mais volta que se dê à forma de apresentar essas opiniões...
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warrants

por JAS » 8/1/2004 1:29

Ming Escreveu:Tenho que concordar com as posições (aliás muito bem defendidas) do profitaker.

Ao Profitaker já respondi pelo que não insisto nessa parte...

Ming Escreveu:Os warrants autonomos são simplesmente opções em que a contraparte não é gerada pelo mercado mas por um market maker que também é o emissor e é quem ganha quando os investidores em warrants perdem e quem perde quando os investidores ganham.
Acho que basta perceber isto para se ser contra este tipo de warrants....

É verdade que nos warrants jogamos contra o emitente e que o que nós podemos ganhar é ele que perde.
Mas isso não significa que os warrants sejam uma aldrabice...
Quando uma empresa faz uma OPV na bolsa a aldrabice pode ser maior. Quando o Estado fez a da EDP a 4,30 (ou coisa parecida...) isso não tornou as acções uma aldrabice.

Mas voltemos aos warrants.
Os lucros do emitente residem fundamentalmente no diferencial entre o bid e o ask (este também existe e é muito maior no forex...). Por outro lado ele emite Puts e Calls e, conforme a saída que tenham, equilibra o barco com posições longas ou curtas. Digamos que o Emitente se defende e não ganha nem perde com as variações do activo subjacente.
E ganha, e bem, na perda da componente temporal dos warrants. Aqui os compradores perdem ao manterem essas posições por muito tempo em casos de lateralização.

Analisemos agora o lado do investidor.
O primeiro ponto em que este tem que acertar é na direcção do movimento escolhendo Calls ou Puts (identico aos futuros).
O segundo ponto que tem que ter em conta é que os warrants só são úteis em determinados casos e que fundamentalmente são os movimentos rápidos da cotação. Rápidos em termos de horas ou de dias, não em termos de segundos ou minutos. Nesses casos os lucros são amplamente ampliados.
O terceiro ponto a ter em conta é que nos warrants não há transacções nas aberturas e nos fechos. Digamos que o mercado só funciona depois das cotações estarem definidas. As regras estão definidas, os períodos de folga do MM também, as amplitudes entre os bid e o ask nesses períodos são maiores e também estão sujeitas a normas. O problema é que os investidores não as lêem...

Mas acho que já chega.
Para mim os warrants são uma forma muito eficaz de alavancar desde que usados numa altura correcta.

Mas não vale a pena discutir muito quando vocês os acham uma aldrabice...

JAS
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por Ming » 7/1/2004 23:10

Lamento, mas o que eu escreví está correcto, pelo que os teus comentários é que estão errados.
(O paleio genérico que escreveste, a tentar defender o "bom nome" dos emissores não desmente minimamente os factos simples e reais que eu descreví.)

A ideia não é muito simples de perceber para quem sabe menos destas coisas (não sabes o que são opções, pois não?), mas vou apresentar uma versão simplificada do que se passa:

Numa opção há dois lados:
- Um lado que ganha dinheiro a assumir (vender) uma obrigação, e depois arrisca-se a perder se essa obrigação for exercida.
- Outro lado compra a opção pelo que gasta dinheiro para adquirir um direito, e depois poderá ganhar se chegar a exercer esse direito.

No caso dos warrants autónomos, o lado que assume a obrigação é sempre o emissor.
- O comprador (chama-lhe cliente, se quiseres) está sempre a comprar um direito ao emissor. Dessa forma, entra com algum dinheiro ao comprar o direito, e é isso que irá constituir o lucro do emissor. O problema para o emissor, é que o subjacente pode evoluir contra ele, e o cliente pode acabar por ganhar. E o que o cliente ganhar é sempre à custa do emissor, que é sempre a contraparte.

É claro que o emissor pode usar instrumentos de hedging para não assumir directamente a totalidade das perdas e ganhos do conjunto total das posições abertas pelos clientes, ou que os próprios clientes podem abrir posições em sentidos opostos, que em certa medida reduzem os riscos do emissor.
Alem disso, muitas posições podem ser encerradas antes do prazo final de exercício.
Mas isso são detalhes que em nada modificam a ideia base, que expliquei acima.

Assim, sugiro que antes de dizeres que alguem está errado, passes a pensar duas vezes. (Em especial quando falas de coisas que não conheces.)
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Market Makers, warrants etc.....

por DerivativesMan » 7/1/2004 20:50

Ming, desculpa, mas está tudo mal o que dizes. Se os Market Makers perdessem quando o investidor ganha e vice verse, porque é que o MM se daria ao trabalho de emitir warrants e despender milhoes de euros em marketing, informatica, advogados, CMVM, intermediarios financeiros e a Euronext se pudesse obter o mesmo resultado investindo directamente em futuros ou opcoes? Por que é que a Merrill Lynch saiu do mercado se este produto é tao bom para roubar aos pobres investidores? A ML já saiu de Portugal porque perdeu muito dinheiro....e nao foi porque os seus clientes ganharam mas porque a ML nao tinha um conectividade suficientemente boa para negociar warrants em portugal. O mesmo acontece com os outros MM. Os problemas técnicos que eles enfrentam sao reais e nada tem a ver com peaks. Os problemas que existem devem-se a GL. A GL é a rede que liga os Market Makers aos intermediarios financeiros e a bolsa em Lisboa. Quando este rede falha, os precos dos warrants nao alteram e os MM tem que sair do mercado senao fariam negocios a precos completamente falsos. E os problemas com a GL nao é uma coisa rara....acontece diariamente!! Dizem que os MM sao saiem nos peaks mas isso nao é verdade...é ai que os investidores notam porque querem vender. O primeiro objectivo do MM é ver os investidores a ganharem dinheiro, porque ai eles voltam a investir em warrants. os MM ganham dinheiro gerindo posicoes, quanto maior a posicao mais risco eles tem a gerir, e quanto mais risco houver mais probabilidades de ganhar (ou perder) dinheiro. E uma formula facil de entender.
Se o mercado de warrants fosse um assunto podre e de máfias, entao como é que se explica que o mercado de warrants alemao já existe a doze anos e tem sempre vindo a crescer? Eu já investi em Warrants quando tinha 15 anos...era normal na alemanha. Mas claro, investia 200EUR com um stop loss. Quando perdia saia logo da posicao...quando acertava no timing deixava andar e depois vendia.
A unica coisa que os MM nao gostam é quando alguém os tenta enganar a eles ou manipular o mercado para depois tirar proveito dos warrants (acontece muito em warrants sobre accoes portuguesas). Nao se esquecam que existem muitos profissionais a entrarem neste mercado. Bem, desculpem o meu portugues um pouco arranhado mas se puder ajudar em mais algumas questoes é só avisar :wink:

Um abraço,

DerivativesMan
DerivativesMan
 

por Ming » 14/12/2003 15:53

Tenho que concordar com as posições (aliás muito bem defendidas) do profitaker.

Os warrants autonomos são simplesmente opções em que a contraparte não é gerada pelo mercado mas por um market maker que também é o emissor e é quem ganha quando os investidores em warrants perdem e quem perde quando os investidores ganham.
Acho que basta perceber isto para se ser contra este tipo de warrants...

Se se quer investir em opções sobre índices, sugiro as opções verdadeiras, por exemplo as negociadas na CBOE.
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Re: Warrants

por Profitaker » 14/12/2003 4:27

Olá JAS,

Metes a colherada em todo o lado onde eu escrevo... Andas a perseguir-me? :wink: :lol: Tou a brincar. :lol:
Sé bem-vindo à discussão. Fico contente por teres aparecido nesta discussão. E devo dizer que gostei do teu dedicado e detalhado contributo.

Tu sabes que eu estou sempre disponível para uma troca de palavras ctg, desde que seja produtiva e em tom amigável.

E agora vou tecer alguns comentários e responder às tuas perguntas...


JAS Escreveu:Quando vamos ao casino sabemos que existe uma maior probabilidade de perder do que de ganhar.
Se não sabemos devíamos saber...


Alguns preferem esquecer isso. Arruinam-se tanto nos casinos que até os porteiros dos mesmos têm ordens para não os deixar entrar, novamente, para sua própria protecção. As pessoas comportam-se de modo igual na bolsa, só que nos Warrants as probablidades de perder são ainda maiores do que noutros produtos alavancados, 1º porque como o Marco diz, as pessoas não sabem utilizar os Warrants e 2º porque é um mercado com Market-Makers traiçoeiros e que impossibilitam estratégias de curto-prazo nesses activos.


JAS Escreveu:É evidente que o Warrant, como qualquer outro produto alavancado, tem muito maior risco do que uma aplicação directa no activo subjacente.
Isso deriva da alavancagem e não do facto de se chamar Warrant.
Mas daí até se dizer que é um produto a evitar vai uma grande distância...


É de evitar sim, pelo menos para o investidor comum, para essa grande maioria de leigos que mete dinheiro na bolsa de forma desajeitada e ignorante.

O que se passa é que este produto ao contrário das acções, não serve para investir para o longo-prazo (porque perde valor com o passar do tempo), nem serve para investir no curto-prazo por causa dos boicotes e batotas dos Market-Makers.

Este produto só tem utilidade num qualquer médio-prazo algo indefinido, ou para estratégias de Hedging e cobertura de risco como alertou o Marco. Coisa que os pequenos investidores dispensam e não dominam.

Estes querem ganhos de longo-prazo com fundos de investimento ou acções, ou ganhos especulativos de curto-prazo, estilo casino. E isso não é fácil com a intervenção venenosa dos Market-makers. Por isso, e é para essa maioria que me dirijo: É claramente melhor para estes, procurarem outros activos alavancados para dar azo às suas tendências jogadoras, com um mínimo de hipóteses de ganhar.

Com isto não estou a dizer que TU ou o Marco não podem ganhar com os Warrants, tu és um investidor mais sofisticado e conhecedor da "coisa" do que a maioria dos ingénuos que tentam jogar nessa "coisa".


JAS Escreveu:Na minha opinião o que temos que saber são as regras do jogo.
E, nessas regras, devemos prever que:
- o Market Maker irá "à casa de banho" exactamente nos momentos que mais lhe convenham e que coincidem, em geral, com os momentos de maior oscilação da cotação e, nomeadamente, nos fechos. Daqui resulta que normalmente não se consegue negociar em picos ou fundos de pouca duração temporal.


Concordo com todas as tuas regras... e se todos os investidores as conhecessem verdadeiramente, isso chegaria para este mercado morrer ou perder a maioria dos seus participantes.



JAS Escreveu:Também podemos pensar nos Warrants como uma maneira de "ganhar o mesmo investindo muito menos capital".


Consegues o mesmo em Opções, Futuros e FOREX, sem a chatice de haver market-makers a jogar contra ti.

De resto, não disseste nada que me convença a investir nessa "coisa". Nem por sonhos. Nada disso se compara aos Futuros ou FOREX ;)



JAS Escreveu:Para contribuir para a tua coerência devo dizer, que depois de ler esta tua frase, devo evidenciar o seguinte:


Tu andas obcecado em tentar "apanhar-me" num qualquer "deslize" de coerência, não andas? Confessa lá. :wink:



JAS Escreveu:- És assim tão importante para achares que o teu interesse individual se pode sobrepor ao interesse nacional? O conselho deve ser só para ou outros pois tu dizes que não negoceias no nosso mercado.


Não percebi essa. Acho que qualquer pessoa percebe que, quando falo no "interesse individual" não falo em mim, porque há muito que já não invisto em Warrants nacionais... Falo na actual "atitude jogadora" dos pequenos investidores que ainda optam por colocar o seu dinheiro neste instrumento, quando ele seria muito mais bem empregue (do ponto de vista do intresse nacional) no aumento de liquidez do mercado de acções à vista ou derivados. E não para o perderem para esses bancos estrangeiros. O artigo que originou este tópico é bem explícito sobre este processo destrutivo dos investidores nacionais e perverso da parte dos estrangeiros que aqui operam nesse instrumento. Subscrevo tudo o que lá está. É favor ir lá reler...



JAS Escreveu:- Os futuros são emitidos por quem? Não serão pelas mesmas entidades que também emitem Warrants ou outras coisas parecidas? Não vejo em que é que os futuros podem aumentar a liquidez dos títulos nacionais dado que o volume não tem qualquer significado.


Esse erro de raciocínio é claramente por falta de conhecimento. Os futuros são úteis para o mercado à vista. Tu sabes para que foram criados os futuros? Para cobretura de risco, para Hedging. Um institucional (ou particular) que tem ao seu dispor, o instrumento de futuros para proteger os seus investimentos em acções, estará mais à vontade para investir nesse mercado de acções. Um mercado de derivados, de futuros, faz falta para aumentar a credibilidade do mercado à vista e a sua atractividade. Indirectamente, os futuros fazem atrair, mais dinheiro para as acções nacionais. Ora, quanto mais liquidez institucional e particular, tiver o instrumento dos futuros, mais facilidade um investidor sentirá quando quiser proteger-se contra as variações adversas do mercado à vista e isso fará aumentar ainda mais a credibilidade e atractividade desse mesmo mercado à vista.



JAS Escreveu:- Os Warrants são só emitidos por entidades estrangeiras? Não conheces os do BCP?


Não, não conhecia. Já não invisto em Warrants há muito... São mesmo DO BCP ou apenas vendidos ATRAVÉS do BCP? E representam o quê? 10% do total dos Warrants em circulação, ou nem tanto? Certamente que a maioria da "burla" (sim, é isso que eu chamo aos "warrants", são uma "burla" do ponto de vista da maioria que já perdeu dinheiro neles), está a ser feita por estrangeiros contra o capital nacional.


JAS Escreveu:- E agora um ponto interessante... Para contribuirmos para o bem estar das nossas empresas cotadas advogas que só podemos comprar acções ou futuros. Como é que vamos fazer no "teu Bear Market"? Acções não podemos comprar pois perdemos dinheiro. Futuros, além de não terem expressão no nosso mercado, terão que ser posições curtas...Mas isso não será dizer antecipadamente que não acreditamos nelas e que só as compramos quando estiverem bem lá em baixo a preços de falência tecnica?


Claro que sim, porque não? Um bom trader sabe esperar FORA do mercado, com o dinheiro a render juros até chegar uma boa e clara oportunidade de investimento. Seja em futuros ou acções.
Nunca se deve comprar um título com tendência descendente. Eu espero sempre por confirmação do final dessa descida. A função de um bearmarket é precisamente essa: a de corrigir preços excessivos e tornar as compras novamente atractivas.




JAS Escreveu:- Para finalizar devo dizer que mesmo que "os pequenos investidores investíssem nas acções nacionais, ou futuros, e desta forma, involuntáriamente, proporcionássem também mais alguma liquidez" isso não aumentava o dinheiro investido na bolsa. Quando um compra há outro que vende, não é? Se eles desinvestissem acontecia o mesmo à liquidez...


Xiii, isso foi desconhecimento "bárbaro" da tua parte... Então e qual é a função das IPO's? E das OPV's? E das privatizações? E dos aumentos de capital? E do mercado obrigacionista empresarial e dos titulos do tesouro?... São tudo maneiras de as empresas (a verdadeira economia nacional), irem buscar dinheiro aos investidores para financiar as suas operações e projectos de expansão. É essa uma das funções basilares dos mercados de capitais. Não sabias? :P

A bolsa não serve só para os investidores jogarem às apostas uns com os outros, como é assim que a maioria dos leigos olha para a bolsa e tu também distraidamente, estás agora a fazer: como se ela fosse apenas um grande casino dos super-ricos. A bolsa, o mercado de capitais, é um importante fonte de alimentação e dinamização das economias capitalistas. E se os investidores desviam os seus recursos para os inúteis e parasitas Warrants, quem está a perder é toda a economia nacional, é todo o interesse nacional. Façam o favor de transferir o mercado de Warrants para o Casino Estoril. É lá que ele pertence, ou nem isso.

Tenho dito.



PS: JAS, faz um favor a ti mesmo e desiste de me tentares apanhar em deslizes de incoerência. :wink: Tenho bases muito sólidas sobre o mundo da bolsa baseadas em muitos anos de experiência prática, e por isso temo que nunca me vais conseguir "apanhar" como sinto que pretendes... Mas se fores digno, gentil e humilde, como são a maioria das pessoas deste fórum, continuarei disponível para te ensinar as coisas que eu sei. 8-)


Bons investimentos.
Um abraço.
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Warrants

por JAS » 14/12/2003 0:53

Quando vamos ao casino sabemos que existe uma maior probabilidade de perder do que de ganhar.
Se não sabemos devíamos saber...

Quando entramos na bolsa também devemos saber que o jogo não é totalmente equitativo. Pagamos para entrar e pagamos para sair.
É preciso estar consciente disso.

Os Warrants negoceiam-se na bolsa e, como tal, neles também pagamos para entrar e para sair. Só que, em geral, pagamos mais do que nas acções por a diferença entre o bid/ask ser normalmente maior.
Digo que é normalmente maior mas se formos buscar os exemplos de uma PAD ou de uma SON, em que muita gente anda, o diferencial em % é muito maior do que na maior parte dos Warrants.

É evidente que o Warrant, como qualquer outro produto alavancado, tem muito maior risco do que uma aplicação directa no activo subjacente.
Isso deriva da alavancagem e não do facto de se chamar Warrant.
Mas daí até se dizer que é um produto a evitar vai uma grande distância...

Na minha opinião o que temos que saber são as regras do jogo.
E, nessas regras, devemos prever que:
- o Market Maker irá "à casa de banho" exactamente nos momentos que mais lhe convenham e que coincidem, em geral, com os momentos de maior oscilação da cotação e, nomeadamente, nos fechos. Daqui resulta que normalmente não se consegue negociar em picos ou fundos de pouca duração temporal.
- o nosso adversário directo é o Market Maker pois apenas ele nos garante a compra e a venda. Encontrar outros investidores no caminho é uma coisa que raramente acontece.
- entre a compra e a venda perdemos 2 cêntimos.
- o valor do Warrant decresce com o tempo baseado em que a probabilidade de se verificar ou não o strike na data de maturidade vai perdendo incerteza.
- usar warrants com strikes inverosímeis é quase de certeza suicídio. (Por exemplo usar um Warrant Call com PSI a 10.000 pontos ou um Warrant Put com o PSI a 2.000 daqui a 3 meses...)

Com isto tudo devemos concluir que não devemos negociar em Warrants?
Acho que não. Mas depende das circunstâncias...

Vejamos um exemplo.
Para evitar polémicas consideremos um activo X que está à cotação de 10,00 (compra 9,99 e venda 10,00) e um correspondente Warrant. Vamos fabricar um com as seguintes características:
Strike 9,50 euros
Maturidade 19 Mar 04
Paridade 1
Preço teórico: 1,0655 (Compra 1,05 e Venda 1,07)

Dois investidores que estejam convencidos que esse título vai subir, por qualquer razão, resolvem investir aproximadamente 10000 euros. O investidor A compra acções e o investidor B compra warrants.
(comissões de bolsa = 0,25%)
Acções: compra 1000 x 10,00 x 1,0025 = 10.025,00 €
Warrants: compra 9.345 x 1,07 x 1,0025 = 10.024,15€

Ao fim de 10 dias a cotação desse activo subiu para 10,30.
O investidor A está muito satisfeito com o ganho dos 3% e vende.
Venda 1000 x 10,30 x 0,9975 = 10.274,25
Lucro líquido = 249,25 (+2,49% e não 3%)

O investidor B estará ainda muito mais satisfeito porque estará a ganhar muito mais...
O valor teórico do Warrant será de 1,3011 ao qual devem corresponder as cotações 1,29/1,31.
Venda 9.345 x 1,29 x 0,9975 = 12.024,91
Lucro líquido = 2.000,76 (+19,959% >> 2,49%)

Portanto dizer que não devemos negociar Warrants porque a diferença entre a compra e a venda é uma "roubalheira" é um perfeito disparate. A maior valorização dos warrants anula isso facilmente.

O importante mesmo é acertar na tendência do título.
Se os investidores estiverem enganados, e a cotação tiver descido, o investidor B também perderá muito mais.

Também podemos pensar nos Warrants como uma maneira de "ganhar o mesmo investindo muito menos capital".
Voltemos ao exemplo anterior. O investidor B poderia comprar uma quantidade menor de Warrants para obter um lucro similar ao do investidor A:
compra 1200 x 1,07 x 1,0025 = 1.287,21 €
venda 1200 x 1,29 x 0,9975 = 1.544,13 €
Lucro líquido = 256,92 (+19,959% >> 2,49%)
Neste caso o investidor B com cerca de 13% do capital despendido pelo investidor A obtém a mesma quantidade de euros de lucro.

Para terminar esta discussão sobre os Warrants, e já que andamos numa troca de posts sobre coerência, não resisto a comentar uma frase do Profitaker.

Profitaker Escreveu:E muito apropriadamente, do ponto de vista do interesse nacional -que no fundo, deve sempre ultrapassar os meros interesses individuais-, era preferível que os pequenos investidores investíssem nas acções nacionais, ou futuros, e desta forma, involuntáriamente, proporcionássem também mais alguma liquidez, para que o nosso mercado de capitais funcionásse melhor do ponto de vista da facilidade para as empresas nacionais que recorrem à bolsa para se financiarem, como no fundo, aconteceu durante décadas, antes de terem inventado este perverso "casino" dentro da bolsa que são os Warrants, e que desde há 4 anos desvia e destrói esse dinheiro da sua aplicação mais útil para o nosso país, e em vez disso, ter como destino, o país de origem dessas entidades estrangeiras emitentes de Warrants como p.ex., o Citibank, a Merril Lynch e o Societé Générale
.
Para contribuir para a tua coerência devo dizer, que depois de ler esta tua frase, devo evidenciar o seguinte:
- És assim tão importante para achares que o teu interesse individual se pode sobrepor ao interesse nacional? O conselho deve ser só para ou outros pois tu dizes que não negoceias no nosso mercado.
- Os futuros são emitidos por quem? Não serão pelas mesmas entidades que também emitem Warrants ou outras coisas parecidas? Não vejo em que é que os futuros podem aumentar a liquidez dos títulos nacionais dado que o volume não tem qualquer significado.
- Os Warrants são só emitidos por entidades estrangeiras? Não conheces os do BCP?
- E agora um ponto interessante... Para contribuirmos para o bem estar das nossas empresas cotadas advogas que só podemos comprar acções ou futuros. Como é que vamos fazer no "teu Bear Market"? Acções não podemos comprar pois perdemos dinheiro. Futuros, além de não terem expressão no nosso mercado, terão que ser posições curtas...Mas isso não será dizer antecipadamente que não acreditamos nelas e que só as compramos quando estiverem bem lá em baixo a preços de falência tecnica?
- Para finalizar devo dizer que mesmo que "os pequenos investidores investíssem nas acções nacionais, ou futuros, e desta forma, involuntáriamente, proporcionássem também mais alguma liquidez" isso não aumentava o dinheiro investido na bolsa. Quando um compra há outro que vende, não é? Se eles desinvestissem acontecia o mesmo à liquidez...

JAS
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FAZ FALTA INFORMAR

por Profitaker » 13/12/2003 20:16

Pois........

Perder dinheiro é a consequência inevitável de todas as odisseias humanas em que está envolvida a tomada de decisões sobre a influência constante de estímulos emocionais.

Saber "passar" por cima da armadilha das influências emocionais e manter a visão lúcida das coisas é o segredo do sucesso na bolsa, como bem sabes. Daí que uso sempre a tal assinatura nos meus posts que podem ler abaixo. :)

E também reconheço que os warrants não servem para daytrading e talvez sirvam para swing e position trading, desde que tenhamos a sorte de os Market-Makers não nos pregarem alguma surpresa, no momento em que queremos fechar as posições.

Até aqui nada de novo para ambos.

A questão que eu quero salientar é que este produto financeiro não é leal. Ou pelo menos, não é tão leal como os outros que conhecemos. A existência de Market-Makers desleais torna este jogo comparável a um jogo em que o àrbitro é corrupto ou parcial contra nós, nos momentos mais lucrativos do jogo.

Sabes... (e aqui eu aproximo-me da tua posição), eu até tolerava a existência desta realidade, se se mudásse o nome destes produtos de "Warrants" para "Impróprio-Para-Daytrading-Ou-Curto-Prazo". Pode parecer tolo, mas era a única forma de ser um bocadinho mais leal, de fazer verdadeira informação, e causar menos danos para os indivíduos, como acontece actualmente. Pois o que temos, são indivíduos geralmente pouco informados sobre a realidade do uso prático e correcto deste produto, e devia ser obrigatório eles saberem primeiro do que se trata antes de se meterem neles com estratégias impróprias e ruinosas, como certamente aconteceu com muitos incautos.

Venha de lá esse artigo, Marco! Faz falta esclarecer as pessoas para o autêntico "foul's gold" perigoso, que são os Warrants no curto-prazo, já que nesse time-frame são explorados e manipulados pelos próprios àrbitros do jogo.


Bons negócios.
Um abraço.
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Excelente..

por Visitante » 13/12/2003 20:07

...mas continuo a não entender o afastamento temporário do MM, inicialmente julguei que era para ajustar volatilidades, agora acho que é algo mais, se calhar teria de entender onde está o verdadeiro negócio do emitente, que não é ao que julgo unicamente speeds.

Parabéns pela discussão deste tema...
VS
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por bertoluci » 13/12/2003 19:56

Sou completamente contra ao investimento em warrants... as possibilidades de acertar na tendência é de 1 para 3 devido ao valor temporal, o risco é muito superior ao investir em acções.
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Parabéns Profi taker pelo artigo de hoje

por Rei da sardinha » 13/12/2003 19:45

A minha posição em relação aos warrentes é precisamente a que acaste de enunciar.Excelente artigo e critica a condizer.
Rei da sardinha
 

por MarcoAntonio » 13/12/2003 19:31

Em relação a essa questão (e o mesmo se aplica às actualizações da volatilidade implícita), para quem não está no daytrading em warrants, não é relevante os minutos que o MM não está presente. Para quem está no daytrading, é óbvio que passa a ser relevante. No entanto, como já disse neste espaço, os warrants são actualmente um produto pouco interessante para daytrading (pelos spreads e custos associados em geral e, também, pelas questões apontadas relativas ao Market Maker).

No entanto, para quem investir no espaço de vários dias, semanas ou meses, esses aspectos perdem a relevância (num trade que dura 3 semanas não é relevante que o MM saia durante um spike... obviamente o spike não era o objectivo de um trade de um plano temporal tão alargado, antes pelo contrário... a ausência do MM ajuda o investidor a filtrar um movimento que muito provavelmente nada tem a ver com o plano temporal do investimento que está a fazer).

É claro que a generalidade dos investidores perdem em Warrants. Mas tb a generalidade perde no Forex e nos Futuros. Nos warrants perdem por uns motivos, nos Futuros e CFD's perdem por outros...
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FLOP - Fundamental Laws Of Profit

1. Mais vale perder um ganho que ganhar uma perda, a menos que se cumpra a Segunda Lei.
2. A expectativa de ganho deve superar a expectativa de perda, onde a expectativa mede a
__.amplitude média do ganho/perda contra a respectiva probabilidade.
3. A Primeira Lei não é mesmo necessária mas com Três Leis isto fica definitivamente mais giro.
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HÁ UM MERCADO PARA CADA UM..mas o interesse nacional está 1º

por Profitaker » 13/12/2003 19:13

Caro Marco,

Obrigado pela tua sempre refrescante dose de lucidez e rigor, que só serve para enriquecer esta conversa. :)

É claro que cada produto financeiro é diferente dos outros. Cada um tem as suas características, cada um é mais apropriado do que o outro tendo em conta quais são os objectivos do investidor. Nem todos os investidores têm o mesmo objectivo. Ou melhor dito, o objectivo de todos é o mesmo: ganhar dinheiro. Mas a forma como estão dispostos a consegui-lo é diversa, de acordo com a personalidade de cada um, as capacidades, conhecimentos e disponibilidade de cada um desses investidores.

Quando eu defendi o uso de FOREX em detrimento dos Warrants, não queria fazer essa afirmação de um modo absoluto, não queria aplicar irredutivelmente essa afirmação a todos os casos, a todos os investidores. Se calhar, os Warrants até têm uma boa aplicação no Hedging como tu referiste, coisa que nos Futuros ou no FOREX por exemplo, talvez não seja tão fácil, o que apesar disso, não lhes tira o mérito de serem de muito maior qualidade a muitos outros níveis, do que o "inquinado" mercado de Warrants.

Quando eu defendi a troca de Warrants pelo mercado Forex, estava a pensar no caso mais comum: naqueles pequenos investidores disponíveis para arriscar capital de alto-risco, aqueles que querem ganhos muito rápidos, mas com grande risco, os amantes da adrenalina proporcionada pelos "jogos", por assim dizer. Sabes muito bem que eles existem também no mercado de Warrants. E o que eu digo, é que esses estão mais bem servidos no mercado Forex, dadas as deficiências e perversões do mercado de Warrants e das práticas obscuras dos seus market-makers, que impossibilitam técnicas eficazes de day-trading, que no fundo, pareceu-me que tu também reconheces existir.

No saldo geral, os Warrants têm algo de premeditadamente podre na intenção da sua criação, tal como já foi exposto nos posts anteriores. E apesar de não excluir que possam ter utilidade para um ou outro investidor sofisticado, interessado em Hedging (úteis até ao momento da liquidação da posição, em que temos de confiar na esperança que o market-maker não tenha decidido fazer uma folga nesse momento). E por isso, pela armadilha que eles constituem para a larga maioria dos desinformados e, diga-se também, gananciosos investidores particulares, era preferível esse sub-mercado deixar de existir no espaço respeitável secular que sempre foi a Bolsa, ou em alternativa à sua extinção, abrirem então uma "salinha" dentro do Casino Estoril para mover para lá a negociação desse produto.

Mas eu já sei o que vais dizer... cada um deve ser responsável por aquilo que faz, cada um deve informar-se e saber o chão que pisa antes de investir (ou direi, arriscar) o seu dinheiro. Também nos casinos, sabemos que a "casa" tem sempre uma expectativa ganhadora no longo-prazo. Também sabemos que a probablidade de ganhar no totoloto é baixíssima. Mas não é por isso que não deixam de existir diáriamente, milhares de JOGADORES para esses produtos!

Mas pelo menos na roleta, quando ganhas, o croupier não te impede de recolheres as tuas fichas ganhadoras da mesa. Em contraposição, e comparativamente, em situação semelhante, o mercado de Warrants encerra PREMEDITADAMENTE a sua actividade para assassinar a possibilidade de um daytrading bem sucedido, e por isso, é claramente desleal em relação aos outros produtos financeiros que sempre existiram históricamente, nas bolsas.

E muito apropriadamente, do ponto de vista do interesse nacional -que no fundo, deve sempre ultrapassar os meros interesses individuais-, era preferível que os pequenos investidores investíssem nas acções nacionais, ou futuros, e desta forma, involuntáriamente, proporcionássem também mais alguma liquidez, para que o nosso mercado de capitais funcionásse melhor do ponto de vista da facilidade para as empresas nacionais que recorrem à bolsa para se financiarem, como no fundo, aconteceu durante décadas, antes de terem inventado este perverso "casino" dentro da bolsa que são os Warrants, e que desde há 4 anos desvia e destrói esse dinheiro da sua aplicação mais útil para o nosso país, e em vez disso, ter como destino, o país de origem dessas entidades estrangeiras emitentes de Warrants como p.ex., o Citibank, a Merril Lynch e o Societé Générale.

E independentemente de existir um nicho estratégico onde os Warrants podem ser benéficos para alguns, no caso geral, e em termos práticos, como muito bem sabes, os Warrants prejudicam tudo e todos, com excepção desses bancos estrangeiros que os vendem cá no nosso país. E fazem-no como desde a sua criação, com requintes de premeditação, nas barbas das nossas lerdas, incompetentes (e impotentes?) autoridades.


Bons investimentos.
Um abraço.
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por MarcoAntonio » 13/12/2003 18:14

Saliento mais uma vez que os warrants são, nalgumas situações, mais seguros e mais adequados, especialmente para determinadas estratégias ou abordagens.

A maior parte dos problemas que os investidores registam nos warrants derivam da sua má aplicação. Tentam fazer com eles aquilo que não dá (ou é extremamente difícil de fazer).

Só os warrants (e opções) permitem estratégias como o stradle e, ainda, os warrants (e opções) são mais adequados para cobertura de risco cambial (ou hedging) do que o Forex.

Como investimento autonomo (isolado) são de facto actualmente muito pouco atractivos perante a acessibilidade crescente a outros produtos como os CFD's, Forex e Futuros. Ainda assim, estes apresentam algumas desvantagens no sua mecânica de alavancagem (é mais difícil recuperar das perdas na mecânica baseada numa conta margem do que na mecanica de alavancagem dos warrants, além de outros pequenos pormenores como o efeito perverso dos Margin Calls qnd se recorre às alavancagens limite permitidas pelas corretoras, a linearidade das perdas versus a não linearidade nos warrants (cujas perdas se vão atenuando de forma algo semelhante ao que se passa com as acções).

Existe a ideia (errada) de que os Warrants são um jogo perdido à partida e quem se safa em warrants faría então bem melhor em Futuros ou CFD's. Não é verdade, o investimento em Futuros e CFD's está bem armadilhado com obstáculos que nalguns casos nem encontram paralelo nos warrants e nas opções e, no longo prazo, mais de 90% dos investidores em Futuros acaba por ir à falência (o Global Trader foi uma boa amostra do que pode acontecer em apenas algumas semanas, e nalguns casos, em apenas alguns dias ou horas!). É claro que os warrants têm tb as suas (sobejamente conhecidas) desvantagens...

Algumas dessas questões já foram abordadas no meu artigo sobre produtos alavancados mas ainda vou regressar ao tema com uma segunda parte que virá complementar o que já publiquei.
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AUTORIDADES INCAPAZES DE DEFENDER O INTERESSE NACIONAL

por Profitaker » 13/12/2003 18:02

Visitante,

A resposta à tua questão é: Porque nesses instantes, o mercado prepara-se geralmente para fazer um movimento rápido no sentido da rotura desses níveis, num chamado "spike". Movimento esse que poderia ser aproveitado pelos daytraders para lucrar com relativa facilidade e segurança numa posição de muito curta duração, dada a alavancagem dos warrants.

Mas como nesta altura já sabemos, o objectivo dos emitentes e Market-Makers de warrants não é o de dar dinheiro a ganhar aos investidores particulares. Muito pelo contrário. Por isso surgem sempre uns "problemas técnicos" inventados e alegados nessas ocasiões, para impedir os daytraders de vencerem neste jogo viciado e envenenado. E de acordo como este mercado funciona, os daytraders ainda seriam os únicos que ainda teriam uma chance de o vencer.

Os warrants não têm ponta por onde se lhe pegue do ponto de vista de utilidade para o investidor particular. É um mercado inútil e pior que isso, a roçar um esquema estrangeiro vigarista para lesar o interesse nacional... mas com uma fachada legal, e infelizmente, com a cobertura de bancos nacionais, que lhes dão aparência de credibilidade, que no fundo eles não têm.

Alertem todos os que conhecerem para se afastarem deste mercado. É a única forma de combater esta vigarice, já que as nossas autoridades oficiais são demasiado cobardes ou ignorantes (para não dizer se calhar, cumplices) para o fazerem! Ficava sinceramente feliz por ver os Warrants desaparecerem de vez da nossa bolsa, para o bem nacional.

É pena não haver quem de direito, que tenha conhecimento, competência e principalmente coragem de pôr cobro a esta vergonha da nossa bolsa.

Isto é a prova que as máfias existem mesmo e têm poder aos mais altos níveis. Mas quem perde no final das contas, é o país, a favor desses "terroristas financeiros" estrangeiros.

Tenho dito.


Abraços.
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Também subscrevo...

por Visitante » 13/12/2003 17:38

...no entanto gostaria que me explicassem porque é que o Market Maker sai de negociação quase sempre em situações criticas de mercado, como testes a resistências ou suportes.
Porquê?

Cumprimentos a todos
VS
Visitante
 

É TUDO VERDADE

por Profitaker » 13/12/2003 17:16

Subscrevo e sublinho tudo o que foi dito acima e reitero o que sempre disse sobre os warrants nacionais:

1º Não se envolvam com os warrants, por mais sedutora que possa parecer a promessa de lucros fáceis. Este é um negócio muito difícil de ganhar consistentemente, porque o "àrbitro" joga contra nós.

2º Alertem todos os que vocês conhecerem para se afastarem dos warrants. Mas se mesmo assim, eles se sentirem seduzidos pela adrenalina deste "jogo", desta possibilidade de obter ganhos de 50% ou 100% em poucos dias, também têm a hipótese do mercado FOREX, que permite alavancagens muito boas e comparativamente aos Warrants, é um mercado muito mais transparente e seguro.

Bons investimentos, e... cautela...
Um abraço.
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por Visitante » 13/12/2003 1:51

Um artigo com 2 anos e ainda muito actual.

Ainda hoje o Market Maker do Citibank, nos warrants do Dax, desapareceu misteriosamente do mercado perto das 16.00...e daí nunca mais apareceu; feita a queixa do costume lá veio a justificação do costume: problemas técnicos do Citibank.
Curiosidades:
:arrow: porque razão o Market Maker desaparece em alturas criticas e chave das negociações?
:arrow: porque razão a CMVM não actua perante meros indicios de fraude e manipulação de mercado dadas as constantes situações que se vão sucedendo?

Esta situação e o texto acima mencionado merecem sem duvida uma reflexão :roll: :roll:
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Warrants- Artigo interessante de João Dinis de Sousa de 2001

por zenden » 13/12/2003 0:12

O crash das TMT no ano passado foi um acontecimento de grande importância, não apenas para a Bolsa, mas para todo o tecido social do país. A verdade é que está meio mundo arruinado – é o termo – e parece que poucos analistas reparam nisso. Nas salas de investidores, muitos dos frequentadores desapareceram de lá por terem perdido a maior parte (e mesmo, em certos casos, a totalidade) do capital. Os que não puderam cobrir as perdas em futuros com novos depósitos viram as contas canceladas e, por vezes, ainda ficaram a dever à corretora. Restam as narrativas sádicas e de mau gosto dos sobreviventes. Um amigo sediado no Algarve conta-me que uma das principais fortunas locais se evaporou, obrigando a família a regressar à actividade industrial, entretanto abandonada para investir na Bolsa. João Rocha, um empresário de referência, contou que ele e sua família perderam milhões de contos na PTM. As instituições de research que prometeram ganhos até ao céu estão hoje descredibilizadas. A amplitude do fenómeno social não tem precedentes, nem em 1987. No crash de 1987, a descida percentual do índice principal do mercado foi maior mas, no presente crash, a maioria investiu nas TMTs, que caíram muito mais que o índice, além de os montantes envolvidos serem hoje muito maiores (há mais capital cotado na Bolsa, mais pessoas detentoras de acções, mais volume negociado). Em 2000, tal como em 1987, ocorreu uma brutal transferência de riqueza de muitas mãos para umas poucas. Quem foram os ganhadores, que absorveram o dinheiro da maioria? Não foram investidores particulares pois, os poucos que foram bem sucedidos o ano passado não ganharam por aí além. Não, a maior parte das perdas da maioria foram parar ao bolso de institucionais, que captam as tendências de fundo com antecedência e sondam o mercado em tempo real. É isso que aparece descrito nos relatórios dos grandes bancos como "ganhos de trading": com muita atenção, usando o "olhómetro" para observar o comportamento dos pequenos investidores, conseguiram comprar baixo e vender alto muito mais vezes do que estes últimos.

Um autêntico massacre, foi o que se passou com os warrants autónomos admitidos na nossa Bolsa em Novembro. Os que captaram mais atenções foram warrants sobre o índice Nasdaq, nomeadamente uma emissão cujo preço de exercício é de 4200, com prazo até Setembro de 2001. Em Novembro o Nasdaq agonizava, mas muita gente pensava que podia recuperar e chegar acima dos 4200 até Setembro de 2001 (só assim o detentor de warrants poderá ganhar, caso isso não aconteça o warrant vale zero nessa data) e desataram a comprar. Um dia, esperava-se que Alan Greenspan descesse as taxas de juro nessa tarde, alguém me disse que tinha comprado um milhão de warrants a 30 cêntimos de euro. Dizia ele que tinha a certeza de ganhar, por todas as razões (o Nasdaq tinha que recuperar, as taxas iam descer, etc). Nessa tarde, Greenspan não desceu as taxas, os warrants caíram logo 30% no dia a seguir. A 23 cêntimos, muita gente os achou baratos e comprou mais. Transaccionavam-se, nessa altura, muitas dezenas de milhões por dia. Nas corretoras, só se ouvia falar destes warrants, parecia que as acções já não interessavam. Caiu para 20. Depois para 18. Os que já estavam "entalados" cometeramram então o erro terrível de comprar muitos mais warrants para baixar o preço médio de aquisição. Uma táctica duvidosa, mesmo com acções, mas completamente suicida com os warrants que, findo o prazo de exercício, perdem todo o valor se o activo subjacente não chegar ao preço de exercício. Os volumes continuavam em dezenas de milhões por dia, o índice Nasdaq continuava a descer, o prazo a aproximar-se... e os warrants a descer vertiginosamente. Foram para 14, depois para 10, aí muita gente comprou mais ainda para baixar preço médio, depois foram para 5 depois para 3 e agora estão em 1 cêntimo (desceriam ainda mais se a Bolsa permitisse cotações abaixo disso). Foi assim que muita gente perdeu a quase totalidade do capital investido.

Desconfiei desta situação desde o início, pois as instituições emitentes dos warrants (Citibank e Societé Générale) são estrangeiras, logo não têm praticamente nada a perder em termos de imagem junto do público português, e o negócio da emissão e market-making dos warrants é muito lucrativo para eles. Devem ter lido num manual qualquer sobre mercados emergentes como a coisa se faz: aproveitar um período turbulento após um crash de um índice importante para vender a ideia da recuperação desse índice a 50 cêntimos... De preferência num mercado onde não têm negócio de banca comercial nem de corretagem para não perderem com a degradação da imagem. Eles ganham sempre, e de várias maneiras. Como o activo subjacente, muito provavelmente, não chegará ao preço de exercício, o warrant valerá zero no fim, logo ganham o preço de venda inicial do warrant, que não restituem. Com compras e vendas selectivas de warrants no mercado português, e com a monitorização do mercado minuto a minuto, eles conseguem aproveitar os excessos de optimismo (vendendo mais warrants quando a cotação sobe acima de um valor teórico, calculado a partir da cotação do momento do activo subjacente e da volatilidade, através de uma fórmula de cálculo que vem da teoria das opções) e de pessimismo (recomprando os warrants quando estes descem abaixo desse valor teórico). Aproveitam também o spread (diferença entre ofertas de compra e de venda na Bolsa) para optimizarem ainda mais as suas transacções. No fim, drenam dezenas de milhões de contos de poupanças dos pequenos investidores para si. Mesmo a hipótese remota de o activo subjacente vir a subir acima do valor de exercício (a única coisa que poderá fazer ganhar os detentores de warrants) pode ser coberta convenientemente com tomadas de posição selectivas no mercado de futuros do Nasdaq. Este é um negócio complexo, matemático, metodicamente planeado e executado. Envolve não apenas as fórmulas de avaliação das opções mas também software próprio, operadores em tempo real, market-making e arbitragem entre dois mercados. Um marketing agressivo publicita as virtudes dos warrants para o público. Cursos de formação são dados aos pequenos investidores, e muitos avisos lhes são feitos àcerca dos riscos do negócio o que ajuda a legitimar todo o sistema. Claro que os emitentes sabem como fazer com que a ganância dos investidores supere o seu medo. Há uma engenharia emocional envolvida, a par da engenharia fiinanceira e da engenharia informática. Compreensivelmente, há muitos portugueses escaldados com este terramoto e com má impressão do Citibank e da Societé Générale... É fácil ver por que os bancos nacionais não se envolveram: não valia a pena gastar milhões em sucessivas campanhas publicitárias só para promover a imagem, para depois a estoirarem para ganhar de volta esses milhões.

Os bancos e corretores portugueses também ganharam alguma coisa com o volume de corretagem gerado por este negócio, mas sofreram uma perda muito grave: os clientes que se foram e não voltam, mais a desconfiança dos que ficaram. A destruição das poupanças de dezenas de milhares de particulares foi uma transferência de riqueza para o estrangeiro, descredibilizou a Bolsa, fez os corretores perderem clientes e até pôs em risco empregos na área financeira, uma vez que as salas de investidores estão mais vazias. Mas há mais. As empresas portuguesas terão dificuldade em emitir acções para o mercado devido ao descrédito instalado, o que prejudica os seus planos de expansão. Um crescente número de particulares está a deslocar as suas poupanças para o estrangeiro, o que não pode ser bom para o país. E muitas empresas de informação económica (por exemplo, empresas que exploram websites sobre a Bolsa) sofreram uma redução dramática do número de clientes, o que causou a erosão das receitas de publicidade. Os lucros de umas poucas grandes instituições sairam caros a Portugal.
O verdadeiro caracter de um Homem vê-se pelo modo como trata alguém que não lhe vai dar absolutamente nada!
 
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