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Caldeirão da Bolsa

Conheça as propostas do FMI para cortar 4 mil milhões na des

Espaço dedicado a todo o tipo de troca de impressões sobre os mercados financeiros e ao que possa condicionar o desempenho dos mesmos.

por Opcard » 16/1/2013 10:10

.Uma semana após ter sido lançado abruptamente para a opinião pública, o relatório de um grupo técnico do FMI teve (pelo menos) um mérito: o de evidenciar que não há um único partido em Portugal genuinamente interessado em discutir o que lá vem escrito.

A começar nos partidos que supostamente apoiam o Governo, e a acabar na oposição. O trabalho dos técnicos do FMI, sendo um trabalho de boa qualidade, e que diagnostica com acerto várias manifestações do célebre Monstro, não passará na opinião pública - o que, atendendo à nossa situação de protectorado, não quer dizer que não passe na acção governativa, com este ou outro Governo.

Mas, então, pergunta-se: é aquele trabalho de natureza técnica ou de natureza política? Na minha opinião, trata-se de um documento técnico, pois toda a sua construção parte de uma lógica de "benchmarking", comparando as dimensões do Estado português com as dos seus congéneres europeus, e ajustando - como deve ser feito - essas comparações pelos respectivos níveis médios de riqueza em Portugal face aos do resto da Europa.

A análise é assim objectiva e quantificada, sendo que os alegados lapsos, nomeadamente a utilização de alguns dados referentes a 2009 e 2010 nos capítulos da educação e da saúde, se justificam precisamente pela necessidade de comparabilidade internacional. Ou seja, nada que não se possa corrigir rapidamente, reajustando o eventual impacto orçamental das propostas nas áreas onde efectivamente já se fez alguma coisa - o caso da saúde. Pelo contrário, o documento não me parece político, porque se o fosse não teria apresentado propostas de reforma manifestamente inconstitucionais, em relação às quais o FMI, depois do percalço do ano passado, passou a estar mais atento. Isto dito, é evidente que o conjunto global de soluções técnicas apresentadas pelo FMI reforça a opinião daqueles que julgam a actual Constituição como impeditiva da recuperação do País, e portanto merecedora de uma revisão constitucional.

O debate que se tem ouvido nos últimos dias é mais discussão e gritaria do que outra coisa qualquer. É um debate irracional, feito de adjectivação, que impossibilita a racionalidade e a neutralidade de espírito características de um verdadeiro debate. Entre tanto ruído, perdeu-se a objectividade. Por exemplo, é ou não verdade que o número de alunos por professor no ensino básico e secundário - um conceito que é diferente do de número de alunos por turma - é mais baixo em Portugal do que no resto da Europa? É ou não verdade que o consumo "per capita" de medicamentos ajustado pelo custo de vida em Portugal chega a ser superior ao consumo existente nos mais avançados países nórdicos?

É ou não verdade que a ADSE custa umas generosas centenas de milhões de euros por ano a todos os contribuintes nacionais quando apenas alguns desses contribuintes dela beneficiam? É ou não verdade que as contribuições e quotizações dos contribuintes activos da Caixa Geral de Aposentações representam uma percentagem muito inferior das prestações pagas aos seus pensionistas quando comparadas com o regime geral da Segurança Social? É ou não verdade? Sim, é tudo verdade, e boa parte disso está no relatório do FMI. São factos, e contra factos, costuma-se dizer, (em geral) não há argumentos. Restam os adjectivos.

Ricardo Arroja, Economista
 
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por MarcoAntonio » 16/1/2013 10:02

Pata-Hari Escreveu:Se o teu amigo não beneficiou, isso não quer dizer nada.


O facto é que existem tais situações aos milhares, personalizar é totalmente inútil nesta discussão.


Pata-Hari Escreveu:Haverá quem tenha beneficiado e é tudo o que eu preciso de saber para saber que tenho que corrigir. Se o estado o faz caso a caso ou genericamente, isso é mais uma vez um problema do estado , criado pelo estado.


A correcção diz respeito a todos e não tem de responder apenas ou especificamente às tuas necessidades pelo que o que tu queres saber a título individual não é particularmente importante, isto é, não é mais importanto do que o que querem saber outros.

Isto é absolutamente essencial, fundamentalmente justo e devido: o Estado diz respeito a todos e os interesses dos cidadãos que são prejudicados (seja qual for a forma como são prejudicados, seja porque são penalizados nos impostos que têm de pagar ou sejam penalizados com uma remuneração injusta face ao contributo que dão, isto é, face ao que produzem e trabalham para os outros) são tão legítimos quanto os dos cidadãos que são beneficiados.

Quando há filhos e enteados para o Estado isso é um problema. Sempre. Não é só um problema quando o "enteado" somos nós próprios!



Bom, o meu contributo para a discussão está dado...
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1. Mais vale perder um ganho que ganhar uma perda, a menos que se cumpra a Segunda Lei.
2. A expectativa de ganho deve superar a expectativa de perda, onde a expectativa mede a
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3. A Primeira Lei não é mesmo necessária mas com Três Leis isto fica definitivamente mais giro.
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por Automech » 16/1/2013 9:14

Pata-Hari Escreveu:Olha, é uma pena que os mais velhos então não ensinem mais e tanto quanto os mais novos. Tanto conhecimento desperdiçado, não achas? Se alguma vez tivessem olhado para outros sistemas, se calhar esses tão experientes professores seriam responsaveis pelo acompanhamento dos alunos que mostrassem dificuldades e os resultados do nosso ensino seriam melhores e portanto menos disputados.

(eu não concordo que os mais velhos sejam melhores que os mais novos. Não é a minha experiência. Em todos os domínios, vejo gente nova bem mais educada e competente que os mais velhos. Isso vai mudando aos poucos, mas é uma regra geral)


O meu post era totalmente irónico para ilustrar que o sistema não presta pelas razões que já antes apontaste ou seja, parece que em Portugal a antiguidade é um posto e se eu tenho 10 anos de serviço na função sou automaticamente melhor do que o outro que tem apenas 5.

É um sistema que, além de não conseguir expurgar os maus (sim, há pessoas que não dão para professores !), ainda vai mais longe ao dizer tacitamente que um efectivo de 10 anos é melhor do que um professor com 1 ou 2 anos.

E, como se isto não fosse suficientemente mau, ainda permite que muitas vezes os professores antigos 'chutem' as piores turmas para os professores mais novos, quando devia ser o contrário, como bem dizes.

É este o sistema que tantos apregoam como muito bom e que tem os resultados que conhecemos.
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por Pata-Hari » 16/1/2013 8:34

AutoMech Escreveu:
Pata-Hari Escreveu:é-se bom e sénior por antiguidade?

Ainda há dias ouvi uma professora (50 anos) a dizer que ela em principio não terá problemas, mas que lá na escola os mais novos estão aflitos com o que possa vir a acontecer.

Toda a gente sabe que um professor com 25 anos de serviço é sempre melhor do que um com 10 e o de 10 é sempre melhor do que o de 5 e o de 5 é sempre melhor do que o maçarico recém licenciado.


Olha, é uma pena que os mais velhos então não ensinem mais e tanto quanto os mais novos. Tanto conhecimento desperdiçado, não achas? Se alguma vez tivessem olhado para outros sistemas, se calhar esses tão experientes professores seriam responsaveis pelo acompanhamento dos alunos que mostrassem dificuldades e os resultados do nosso ensino seriam melhores e portanto menos disputados.

(eu não concordo que os mais velhos sejam melhores que os mais novos. Não é a minha experiência. Em todos os domínios, vejo gente nova bem mais educada e competente que os mais velhos. Isso vai mudando aos poucos, mas é uma regra geral)
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por Pata-Hari » 16/1/2013 8:31

MarcoAntonio Escreveu:
Pata-Hari Escreveu:Mas o congelamento desde 2005 apenas repõe justiça aos que entraram desde então e que presumo que nem sejam muitos. Todos os outros terão beneficiado disso.


Do ponto de vista factual, existem funcionários públicos com mais de 15 anos de funções que progrediram uma vez em toda a carreira.

Do ponto de vista lógico, não entendo bem a tua conclusão sequer (parece-me tratar-se de um silogismo que sofre de sobre-simplificação: alguém que tenha apanhado um período de progressões automáticas não está necessariamente automaticamente globalmente beneficiado).


Pata-Hari Escreveu: Porque que o estado pagou demais ( comparativamene ao resto do mercado) até 2005 e agora o problema está a ser dividido por todos e nao por aqueles que beneficiaram.


Esta é uma conclusão arbitrária: é impossível definir um ano (2005 ou outro) e com base apenas num único critério (o congelamento das carreiras) quando o Estado não paga o mesmo a todos (uns são do quadro, outros não; uns numa carreira profissional seguem uma tabela, outros outra; etc) e quando existem outros factores a considerar fora o congelamento das carreiras (como por exemplo congelamentos de vencimento ou aumentos abaixo da inflação).

Indiferentemente do ano ou do quem, em relação à segunda parte do parágrafo, sim, basicamente é isso.

E cheira-me que o relatório do FMI vai servir para continuar a aplicar o mesmo tipo de "solução correctiva" apesar do relatório aflorar pelo menos alguns dos pontos que eu refiro ali atrás. Cheira-me que essa é a parte que vai ser ignorada. A parte que provavelmente não vai ser ignorada por outro lado é a sugestão de que os cortes devem aplicar-se mesmo aos vencimentos mais baixos.

Mas enfim, isto são desconfianços meus, não liguem, certamente tou totalmente errado e não vai acontecer nada disto...

:lol:


Marco, claro que é uma sobre-simflificação, nenhuma análise contempla no seu relatório o descritivo exaustivo de todos so casos existentes ou possíveis. O que sabes é que até 2005 o regime existiu e que o tempo que se passou desde aí não é gigante na carreira contributiva da maior parte dos funcionários públicos (sim, porque uns têm os seus anos de trabalho contados a dobrar - até nisso são melhores do que os donos do dinheiro que os paga - até calha bem, o teu amigo é mais que compensado pela presidente da câmara de Palmela, se quiseres olhar caso a caso).

Por definição de progressão automática, e se existiu (não vais negar isso, pois não?), por definição significa que alguém beneficiou dele. Se o teu amigo não beneficiou, isso não quer dizer nada. Haverá quem tenha beneficiado e é tudo o que eu preciso de saber para saber que tenho que corrigir. Se o estado o faz caso a caso ou genericamente, isso é mais uma vez um problema do estado , criado pelo estado.
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por atomez » 16/1/2013 4:37

Pata-Hari Escreveu:Estamos num momento histórico em que temos/ podemos/ devemos regenerar os erros passados. É agora o momento de repor contadores a zero e acertar agulhas para chegarmos a algo melhor. Só por isso é que acho que se deve insistir nestas questões.

Pois sim. Só que os interesses instalados são fortíssimos e estão bem entricheirados.

Vai uma aposta como o Tribunal Constitucional vai chumbar os cortes nas pensões de reforma?

É que isso afeta-os diretamente...
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por MarcoAntonio » 16/1/2013 1:43

Pata-Hari Escreveu:Mas o congelamento desde 2005 apenas repõe justiça aos que entraram desde então e que presumo que nem sejam muitos. Todos os outros terão beneficiado disso.


Do ponto de vista factual, existem funcionários públicos com mais de 15 anos de funções que progrediram uma vez em toda a carreira.

Do ponto de vista lógico, não entendo bem a tua conclusão sequer (parece-me tratar-se de um silogismo que sofre de sobre-simplificação: alguém que tenha apanhado um período de progressões automáticas não está necessariamente automaticamente globalmente beneficiado).


Pata-Hari Escreveu: Porque que o estado pagou demais ( comparativamene ao resto do mercado) até 2005 e agora o problema está a ser dividido por todos e nao por aqueles que beneficiaram.


Esta é uma conclusão arbitrária: é impossível definir um ano (2005 ou outro) e com base apenas num único critério (o congelamento das carreiras) quando o Estado não paga o mesmo a todos (uns são do quadro, outros não; uns numa carreira profissional seguem uma tabela, outros outra; etc) e quando existem outros factores a considerar fora o congelamento das carreiras (como por exemplo congelamentos de vencimento ou aumentos abaixo da inflação).

Indiferentemente do ano ou do quem, em relação à segunda parte do parágrafo, sim, basicamente é isso.

E cheira-me que o relatório do FMI vai servir para continuar a aplicar o mesmo tipo de "solução correctiva" apesar do relatório aflorar pelo menos alguns dos pontos que eu refiro ali atrás. Cheira-me que essa é a parte que vai ser ignorada. A parte que provavelmente não vai ser ignorada por outro lado é a sugestão de que os cortes devem aplicar-se mesmo aos vencimentos mais baixos.

Mas enfim, isto são desconfianços meus, não liguem, certamente tou totalmente errado e não vai acontecer nada disto...

:lol:
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por Automech » 16/1/2013 1:36

Pata-Hari Escreveu:é-se bom e sénior por antiguidade?

Ainda há dias ouvi uma professora (50 anos) a dizer que ela em principio não terá problemas, mas que lá na escola os mais novos estão aflitos com o que possa vir a acontecer.

Toda a gente sabe que um professor com 25 anos de serviço é sempre melhor do que um com 10 e o de 10 é sempre melhor do que o de 5 e o de 5 é sempre melhor do que o maçarico recém licenciado.
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por Pata-Hari » 16/1/2013 1:26

Estamos num momento histórico em que temos/ podemos/ devemos regenerar os erros passados. É agora o momento de repor contadores a zero e acertar agulhas para chegarmos a algo melhor. Só por isso é que acho que se deve insistir nestas questões.
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por Pata-Hari » 16/1/2013 1:24

Mas o congelamento desde 2005 apenas repõe justiça aos que entraram desde então e que presumo que nem sejam muitos. Todos os outros terão beneficiado disso. Como é que repões a igualdade e a justiça? Quando se reformarem todos? Porque que o estado pagou demais ( comparativamene ao resto do mercado) até 2005 e agora o problema está a ser dividido por todos e nao por aqueles que beneficiaram.
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por mais_um » 16/1/2013 1:19

ppbogos Escreveu:
mais_um Escreveu:
MarcoAntonio Escreveu:
Epá, eu não quero estar a meter-me muito nesta discussão mas francamente só por desconhecimento ou similar se escreve isto pois há mais de 10 anos que o que há aproxima-se de uma estagnação automática, não de uma progressão automática.


Se não me falha a memoria, a progressão na carreira está congelada para quase toda a FP desde 2006 inclusive.

E os aumentos da FP estão congelados desde 2003 inclusive até hoje, com excepção de 2009.


Tá tudo congelado.... Eu diria que mais meia duzia de anos a este ritmo...tá tudo morto...


A memoria falhou! (deve ser da idade...) :lol:
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por richardj » 16/1/2013 1:19

parece-me que existe um problema geracional. Porque uns viveram numa época com determinadas condições. Agora a nova geração chegou e não tem as mesmas condições que a geração anterior. Mais, a nova geração é que o grosso dos empregados, enquanto que a antiga geração está hoje praticamente toda reformada. Ao mesmo tempo, todo o sistema social está a falir, apesar da geração actual ser a mais contributiva para o estado social. Donde sai a vontade de fazer a antiga geração pagar, por a pagar aqueles que em tempos tiveram mais do que deveria, na perspectiva actual. Esta geração está mais desesperada, tem mais desemprego, um futuro mais incerto no pais, uma reforma para a qual vai descontar mais do que a geração anterior para receber menos.

existe o tremendo sentido de injustiça geracional
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por MarcoAntonio » 16/1/2013 1:14

mais_um Escreveu:
Se não me falha a memoria, a progressão na carreira está congelada para quase toda a FP desde 2006 inclusive.



As progressões estão congeladas desde meados de 2005.

Estamos em 2013...

Além disso, as regras de progressão já foram alteradas faz tempo e entre congelamentos sucessivos de vencimentos, alteração de regras (incluindo a limitação da percentagem de funcionários que pode progredir) mais congelamentos de carreira, ainda que hajam excepções, grande parte dos funcionários públicos não faz bem ideia do que é isso de progredir automaticamente de que tanto falam por aí.
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por bogos » 16/1/2013 1:11

mais_um Escreveu:
MarcoAntonio Escreveu:
Epá, eu não quero estar a meter-me muito nesta discussão mas francamente só por desconhecimento ou similar se escreve isto pois há mais de 10 anos que o que há aproxima-se de uma estagnação automática, não de uma progressão automática.


Se não me falha a memoria, a progressão na carreira está congelada para quase toda a FP desde 2006 inclusive.

E os aumentos da FP estão congelados desde 2003 inclusive até hoje, com excepção de 2009.


Tá tudo congelado.... Eu diria que mais meia duzia de anos a este ritmo...tá tudo morto...
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por Pata-Hari » 16/1/2013 1:03

Marco, porquê que deverão existir progressões automáticas? é-se bom e sénior por antiguidade? temos todos que nos reformar no topo de carreira e com ordenado máximo?
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por mais_um » 16/1/2013 1:03

MarcoAntonio Escreveu:
Epá, eu não quero estar a meter-me muito nesta discussão mas francamente só por desconhecimento ou similar se escreve isto pois há mais de 10 anos que o que há aproxima-se de uma estagnação automática, não de uma progressão automática.


Se não me falha a memoria, a progressão na carreira está congelada para quase toda a FP desde 2006 inclusive.

E os aumentos da FP estão congelados desde 2003 inclusive até hoje, com excepção de 2009.
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por MarcoAntonio » 16/1/2013 0:58

Pata-Hari Escreveu:Estranho o FMI ter chegado a essa conclusão tão disparatada e desactualizada, não, Marco?


Marta, eu conheço (de facto) funcionários públicos com mais de 15 anos de carreira que estão um escalão acima do mínimo. Isto é factual, o que o FMI concluiu lá da distância das suas secretárias num estudo encomendado e com evidentes motivações políticas, eu francamente não sei bem.

E confesso que só li as conclusões do estudo por alto e do que vi, encontrei coisas ajustadas/pertinentes e outras desajustadas (o que já comentei algures, creio que neste mesmo tópico).

Pata-Hari Escreveu:ou isso, ou a estagnação automática ainda não chegou para corrigir as distorções.


Quando uma das conclusões do relatório diz respeito precisamente a assimetrias dentro do funcionalismo público, está bom de ver que as estagnações automáticas são tudo menos a forma adequada de resolver o problema.
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por bogos » 16/1/2013 0:55

Pata-Hari Escreveu:Estranho o FMI ter chegado a essa conclusão tão disparatada e desactualizada, não, Marco? ou isso, ou a estagnação automática ainda não chegou para corrigir as distorções.


Sinto que há grande dificuldade nas pessoas em vestir a camisa do vizinho. É sempre mais fácil atirar uma pedrita ao telhado do vizinho.

Deixe-mos os professores e passemos (sei lá) aos enfermeiros...

Teste:

Carreirada do "40º escalão" passa para o privado a ganhar metade, e a malta do privado a recibo verde passa para o 40º escalão.

Não dói. Vão ver que não dói nada.

Isso é que era bom....queremos chegar aos "41º escalão" e mesmo que esteja congelado. Há que xiar....

A malta do recibo é resistente, e pode bem pagar os impostos do Gaspar...

Chama-se a isto desonestidade intelectual, vestir a pele do outro.

Cumprimentos
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por Pata-Hari » 16/1/2013 0:48

Estranho o FMI ter chegado a essa conclusão tão disparatada e desactualizada, não, Marco? ou isso, ou a estagnação automática ainda não chegou para corrigir as distorções.

(aliás, a história da progressão automática é uma ideia que nem tem razão para alguma vez ter existido. Logo, enquanto houver alguém que tenha beneficiado disso, terás ainda distorção).
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por MarcoAntonio » 16/1/2013 0:44

ppbogos Escreveu:
Manushe Escreveu:
Pata-Hari Escreveu: as progressões automáticas função de antiguidade e não de performance, garantiram que todos chegaram ao topo de carreira como se todos se tratassem de estrelas de futebol, remunerados como tal.
No caso dos professores, chegam ao fim da carreira praticamente sem sequer ter que leccionar.


Isto está de tal forma imbuído de um tão profundo preconceito, desonestidade intelectual e falta de respeito pela dignidade de quem, diariamente, tão arduamente trabalha e tão mas tão fora do contacto com o real, que se auto-reduz ao que é: completamente risível de tão ridículo.


Lá está.....de xiar em xiar, lá chegamos ao fim. Algum dia tinha que acontecer.

O ESTADO NÃO CONSEGUE ALIMENTAR TANTA REGALIA.
O meu patrão de automático só deve ter a caixa de mudanças do automóvel.

O vosso patrão em 37 anos de Estado Social sempre garantiu isso e até o carreirismo.
Numa empresa é um entrar e sair de pessoal todos os meses....

Mudem, não custa nada.....Mas a desonestidade intelectual só afecta uns....

Mudem....



Epá, eu não quero estar a meter-me muito nesta discussão mas francamente só por desconhecimento ou similar se escreve isto pois há mais de 10 anos que o que há aproxima-se de uma estagnação automática, não de uma progressão automática.

É incrível como os anos passam e as pessoas escrevem, enfim, a mesma coisa que escreviam/diziam há uns 12 anos atrás...

Não quero ofender ninguém e muito menos acender os animos, só mesmo deixar os meus 2 centimos e como digo, vou tentar manter-me de fora da discussão (particularmente se o tema for professores)!
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por bogos » 15/1/2013 23:57

Manushe Escreveu:
Pata-Hari Escreveu: as progressões automáticas função de antiguidade e não de performance, garantiram que todos chegaram ao topo de carreira como se todos se tratassem de estrelas de futebol, remunerados como tal.
No caso dos professores, chegam ao fim da carreira praticamente sem sequer ter que leccionar.


Isto está de tal forma imbuído de um tão profundo preconceito, desonestidade intelectual e falta de respeito pela dignidade de quem, diariamente, tão arduamente trabalha e tão mas tão fora do contacto com o real, que se auto-reduz ao que é: completamente risível de tão ridículo.


Lá está.....de xiar em xiar, lá chegamos ao fim. Algum dia tinha que acontecer.

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O vosso patrão em 37 anos de Estado Social sempre garantiu isso e até o carreirismo.
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por Manushe » 15/1/2013 23:51

Pata-Hari Escreveu: as progressões automáticas função de antiguidade e não de performance, garantiram que todos chegaram ao topo de carreira como se todos se tratassem de estrelas de futebol, remunerados como tal.
No caso dos professores, chegam ao fim da carreira praticamente sem sequer ter que leccionar.


Isto está de tal forma imbuído de um tão profundo preconceito, desonestidade intelectual e falta de respeito pela dignidade de quem, diariamente, tão arduamente trabalha e tão mas tão fora do contacto com o real, que se auto-reduz ao que é: completamente risível de tão ridículo.
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por bogos » 15/1/2013 23:51

Pata-Hari Escreveu:ppbogos, o problema dos professores das escolas públicas é que não entenderam que os direitos adquiridos e desproporcionados face a tudo e todos os vão fazer desaparecer do mapa. Em crise, não há espaço para desigualdades atrozes com fracos resultados. Aliás, o problema é comum a todo o sector público e naõ se fica, de todo, nos professores.

Repetindo as conclusões dos FMI, as progressões automáticas função de antiguidade e não de performance, garantiram que todos chegaram ao topo de carreira como se todos se tratassem de estrelas de futebol, remunerados como tal. No caso dos professores, chegam ao fim da carreira praticamente sem sequer ter que leccionar.

E como somos míopes, em vez de olhar para o lado e acusar a própria classe profissional de pôr em causa todo o sector, acusamos o mundo de ser injusto e os contribuintes de serem uns maus por não aceitarem entregar tudo o que ganham ao estado e acusamos o FMI de ser mau por não nos dar dinheiro a fundo perdido.

Se os professores se tivessem organizado entre si e corrigido as desigualdades de resultados e de produtividade, o contraste face ao privado seria certamente menor e não teríamos a triste sugestão por parte do FMI de privatizar a educação como único modo de diminuir os excessos (abusos) das escolas públicas. Ainda vão a tempo, mas vontade, não vejo nenhuma. Pelo contrário. Só vejo reivindicações e nenhuma proposta de melhoria ou de alteração do que existe.


Mas tu vês isso não é só nos professores. É nos médicos, juízes, militares, policias, é tudo a xiar.

E a senhora que se levanta às 5h30 para apanhar o comboio às 6h00 entrar na fábrica de sardinhas as 6h30, fazer 10 horas dias e o patrão lhe pagar ao dia 10 de cada mês? Essa não tem o direito de xiar.

O unico erro desta mulher é ter-se sindicalizado, pagar uma quota de 1% do seu parco ordenado de 600,00 €, para alimentar essa corja que nunca fez nada na vida senão dizer....Injustiça....Injustiça.

E temos ainda um politico descarado a dizer que os FP's votam no PS, não os podemos aleijar.....

OS ULTIMOS 37 ANOS FORAM GOVERNADOS POR QUEM?
MALDITO ESTADO SOCIAL.....

No dia em que cada cidadão deixar de olhar para o seu umbigo de direitos e regalias, de direitos adquiridos o Estado funcionará.
Neste pacote incluo os politicos, os piores de todo esta mama social, onde comeram meia-duzia, beneficiaram outra meia e onde o mexilhão é que tem que pagar o pato.

Cumprimentos
Editado pela última vez por Visitante em 15/1/2013 23:52, num total de 1 vez.
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elementos a mais, o calor da discussao e outras coisas.

por bboniek33 » 15/1/2013 23:46

Eu (humildemente) julgo que o calor da discussao vos tolda a melhor Lucidez.

De facto teremos que ser contra tudo o que "estaa a mais", restando, e nao ee pouco, saber como avaliar os justos termos de avaliac,ao. Mas passemos aa frente.

Ele ha professores a mais, trolhas a mais, bancaarios a mais, prostitutas a mais, contrastadores oficiais da INCM a mais e, imagino, desempregados a mais.

E digo isto para quee ??? (perguntam vocees).

Pois a razao ee fazer-vos saber que 1 ee pouco, 2 ee bom 3 ee demais. Quer dizer, cada coisa deve ter o seu peso exacto. Sabemos ! (ele estaa no meio de noos).

Professores a mais ee o catano. Eles saiem caro ao eraario e as famiilias jaa estao empobrecidas e embrutecidas. Depois ha a histooria do Lobo e do Cordeiro: "nao foste tu... foi o teu Pai", nao sei se estao a ver. Eu nao. Apenas divaguei.

(a propoosito - adoro divagar)

Por uultimo (tenho que ir ver paaginas de adultos) quero deixar-vos uma palavra de apoio, uma mensagem de encorajamento: Forc,a ! Acreditem ! A Fee ee que nos salva.

Que deus vos acompanhe nestes tempos difiiceis para todos.
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por Pata-Hari » 15/1/2013 23:41

artista Escreveu:
Pata-Hari Escreveu:
vgasmo Escreveu:Acho que já disse isto aqui no caldeirão.. mas vai outra vez.

Alguém se deu ao trabalho de fazer as contas a:
Gastos em Pensões em % das despesass do Estado
Número de funcionários públicos per capita
Gastos em funcionários públicos em % do PIB
Gastos em educação per capita

Na verdade, uma análise simples diz-vos que em todos estes indicadores estamos abaixo da média Europeia...



Estás enganado. As percentagem face ao PIB per capita dos gastos em educação e pensões são superiores. Já discutimos isso em detalhe com as estatistica "na mão"...


Já que é a minha última mensagem durante muito tempo... mais_um, a única coisa que contestei foi a afirmação de que gastamos mais que os outros! Concordo que tudo tem de ser bem analisado, mas também me parece que dificilmente investimentos muito menores (que é que temos neste momento e teremos ainda mais nos próximos anos) possam ter grandes ambições, pelo menos devemos ter consciência disso... digo eu!

Bons negócios para todos! :wink:



Ah é essa frase que gerou a discussão que temos há pelo menos 4 anos e que te faz afirmar que tenho uma loucura persecutória com os professores das escolas públicas? ok, já podias ter dito que eu já teria corrigido essa frase.
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