Entre o Previsível e o Provável
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Esclarecendo
JN Escreveu:O JAS disse:
“Num daytrading a AF não tem qualquer importância…”
“Não devemos também cair no vício de utilizar a AT e apenas a AT para tudo e para todos os títulos. A sua validade é indiscutível para títulos de elevado volume onde a capacidade de intervenção de um qualquer investidor se dissolve no global da negociação.”
Amigo JAS, não concordo. Se a AT é uma boa ferramenta no longo, também o é de certo no curto.
Amigo JN,
Podia ter optado por te enviar uma MP mas optei por esta via pois achei que o esclarecimento tinha interesse geral.
Quando disse que "num daytrading a AF não tem qualquer importância", e disse ainda "Num investimento de curto prazo a sua influência também é mínima", eu nem sequer falei da AT.
Portanto, não podes discordar de coisas que eu não disse... Não me prionunciei se considerava que a AT era ou não uma boa ferramenta no curto prazo.
Mas voltemos ao assunto. Em termos de daytrading ou mesmo de curto prazo eu apenas pretendi transmitir a ideia que num trade, desse tipo, os fundamentais da empresa não interessam para nada. Pode ser um bom investimento entrar numa empresa à beira da falência...
E, em geral, a minha decisão de entrada é ditada pela AT com todas as ressalvas que fiz sobre a liquidez dos títulos.
Mas como tu bem dizes, no curto prazo a bolsa é, muitas vezes, um jogo. E eu acrescento que, nos títulos sem liquidez, é um jogo onde é permitido fazer bluff. Por isso entro muitas vezes nessas "sessão de poker" apenas por "feeling" ou baseado no aparecimento de rumores.
Mas num mercado a sério, com liquidez, não tenho qualquer dúvida em dizer que apenas utilizaria a AT no curto prazo.
Um abraço,
JAS
Não querendo menosprezar as ideias aqui expostas pelo Marco António, duma forma muito inteligente como vem sendo seu apanágio, quero no entanto dar uma achega. Penso que o JAS andou perto do que eu quero dizer mas há coisas com que eu não concordo.
Normalmente que o vulgar investidor inexperiente quer ver respondido são coisas como:
-Terei eu que aprender AT se quero ganhar dinheiro nos mercados?
-Terei eu que tirar um curso de economia para ter os conhecimentos de análise fundamental suficientes par ganhar na bolsa?
-Ou será que bons conhecimentos de AT com uma ajuda dos fundamentais de conhecimento comum, serão suficientes para passar a ser um trader ganhador?
O JAS disse:
“Num daytrading a AF não tem qualquer importância…”
“Não devemos também cair no vício de utilizar a AT e apenas a AT para tudo e para todos os títulos. A sua validade é indiscutível para títulos de elevado volume onde a capacidade de intervenção de um qualquer investidor se dissolve no global da negociação.”
Amigo JAS, não concordo. Se a AT é uma boa ferramenta no longo, também o é de certo no curto. Para mim o importante é compreender o seguinte:
Há vários tipos de intervenientes no mercado. E em determinados períodos há excesso de uns em detrimento de outros, sendo este um assunto longo, para aprofundar noutra altura.
Para mim Daytrading não é investimento mas sim divertimento, jogo e profissão. Há que ganhe e perca ao jogo e não há que ter preconceitos nem complexos em relação a isso.
Aos que se estão a contorcer digo-lhes que a maior parte dos daytraders no mercado são empregados e têm um salário. Os seus patrões não perdem mesmo que eles percam…
Quando um trabalho não nos corre bem o culpado mais comum é a ferramenta (AT).
No médio e no longo prazo o problema é outro. Muitas pessoas são capazes de colocar um tijolos em cima uns dos outros e fazer um pequeno muro, mas construir uma Muralha da China não é para todos.
O que quero dizer é que a ferramenta (a AT) pode ser a mesma. A predisposição, o auto controle, a disciplina, a presistencia, etc. têm de ser outras. Um trabalho de fundo não é um êxito apenas porque temos a ferramenta base (a AT) bem oleada. Se o trabalhador não for experiente, metódico e organizado, se não estudar a melhor forma o melhor timing para o executar…
Todos os activos desde que o seu preço mexa podem dar mais-valias. Só para não ir mais longe, eu digo que na maior parte das acções que compõem o PSI20 é muito difícil conseguir ganhos mesmo que se utilize a melhor forma.
Bem, para concluir;
1º O que temos para investir?
2º Como vamos gerir este negócio?
3º Não esqueçamos as contas às despesas, elas são inúmeras. Em alguns casos só as taxas e comissões são de veras limitadoras.
3º Vamos aprender a escolher quais e quantos produtos vamos negociar.
4º Cada um tem a sua personalidade, logo vamos estuda-los primeiro.
5º Agora podemos escolher e estudar a ferramenta mais apropriada.
6º Vamos treinar antes de entrar a sério. Vamos treinar a nossa mente!!!
Penso ter dado uma ideia de que neste negócio para além da AT e AF há muitos outros factores de maior importância que geralmente não são tidos na devida conta.
Um abraço aos intervenientes.
Normalmente que o vulgar investidor inexperiente quer ver respondido são coisas como:
-Terei eu que aprender AT se quero ganhar dinheiro nos mercados?
-Terei eu que tirar um curso de economia para ter os conhecimentos de análise fundamental suficientes par ganhar na bolsa?
-Ou será que bons conhecimentos de AT com uma ajuda dos fundamentais de conhecimento comum, serão suficientes para passar a ser um trader ganhador?
O JAS disse:
“Num daytrading a AF não tem qualquer importância…”
“Não devemos também cair no vício de utilizar a AT e apenas a AT para tudo e para todos os títulos. A sua validade é indiscutível para títulos de elevado volume onde a capacidade de intervenção de um qualquer investidor se dissolve no global da negociação.”
Amigo JAS, não concordo. Se a AT é uma boa ferramenta no longo, também o é de certo no curto. Para mim o importante é compreender o seguinte:
Há vários tipos de intervenientes no mercado. E em determinados períodos há excesso de uns em detrimento de outros, sendo este um assunto longo, para aprofundar noutra altura.
Para mim Daytrading não é investimento mas sim divertimento, jogo e profissão. Há que ganhe e perca ao jogo e não há que ter preconceitos nem complexos em relação a isso.
Aos que se estão a contorcer digo-lhes que a maior parte dos daytraders no mercado são empregados e têm um salário. Os seus patrões não perdem mesmo que eles percam…
Quando um trabalho não nos corre bem o culpado mais comum é a ferramenta (AT).
No médio e no longo prazo o problema é outro. Muitas pessoas são capazes de colocar um tijolos em cima uns dos outros e fazer um pequeno muro, mas construir uma Muralha da China não é para todos.
O que quero dizer é que a ferramenta (a AT) pode ser a mesma. A predisposição, o auto controle, a disciplina, a presistencia, etc. têm de ser outras. Um trabalho de fundo não é um êxito apenas porque temos a ferramenta base (a AT) bem oleada. Se o trabalhador não for experiente, metódico e organizado, se não estudar a melhor forma o melhor timing para o executar…
Todos os activos desde que o seu preço mexa podem dar mais-valias. Só para não ir mais longe, eu digo que na maior parte das acções que compõem o PSI20 é muito difícil conseguir ganhos mesmo que se utilize a melhor forma.
Bem, para concluir;
1º O que temos para investir?
2º Como vamos gerir este negócio?
3º Não esqueçamos as contas às despesas, elas são inúmeras. Em alguns casos só as taxas e comissões são de veras limitadoras.
3º Vamos aprender a escolher quais e quantos produtos vamos negociar.
4º Cada um tem a sua personalidade, logo vamos estuda-los primeiro.
5º Agora podemos escolher e estudar a ferramenta mais apropriada.
6º Vamos treinar antes de entrar a sério. Vamos treinar a nossa mente!!!
Penso ter dado uma ideia de que neste negócio para além da AT e AF há muitos outros factores de maior importância que geralmente não são tidos na devida conta.
Um abraço aos intervenientes.
Um abraço
JN
JN
Re: Entre o Previsível e o Provável
JAS Escreveu:A Análise Tecnica, em si e em teoria, é objectiva. A interpretação dos gráficos é que será subjectiva e, como tal, pode conduzir a visões nitidamente diferentes.
Era precisamente essa a ideia que eu pretendia transmitir no meu texto, JAS. Embora a análise técnica, em teoria, seja e se queira objectiva, tal objectivo é difícil de conseguir, em grande parte porque o Analista está sujeito à influência de factores externos ao gráfico.
Eu abordei apenas esse factor de subjectividade porque o tema do artigo era a validade da AT enquanto ferramenta isolada e o interesse ou não de conjugar a AT com outras ferramentas. No entanto existe outro factor de subjectividade mais difícil de avaliar: tem a ver com as definições da AT e com a própria forma de interpretar o gráfico, dado que a AT se devide em muitas subdisciplinas e mesmo dentro de cada uma delas as definições deixam espaço de manobra para diversas interpretações. Esta falta de linearidade e por vezes alguma falta de tangibilidade acaba por transformar uma disciplina que se pretende objectiva em algo iminentemente subjectivo. Ou seja, quer-se objectiva mas acaba sempre subjectiva.

Isto parece um pouco absurdo, dito assim, mas repara: a objectividade é um conceito subjectivo!... Imagina um árbitro de futebol que toma uma decisão «polémica». Mesmo que a decisão tenha sido objectiva (do ponto de vista dele), tal é impossível de determinar para «olhos externos». Só podemos determinar (e algumas vezes com grande dificuldade) se a decisão foi correcta ou não. No entanto, não sabemos a razão pela qual ele tomou a decisão. Pode ter tomado a decisão correcta pelas razões erradas!... E até pode ter tomado a decisão errada pelas razões correctas!...
Em resumo, apesar de existirem regras relativamente claras, as decisões do árbitro querem-se objectivas mas acabam sempre sendo subjectivas (e sujeitas à avaliação de cada um de nós). Mais uma vez, a aptidão, capacidade e sensibilidade do árbitro entra em jogo (nem todos terão as mesmas aptidões para serem árbitros).
Mas creio que a tua frase resume bem a ideia que pretendia transmitir: a Análise Tecnica, em si e em teoria, é objectiva. A interpretação dos gráficos é que será subjectiva e, como tal, pode conduzir a visões nitidamente diferentes.
Em alternativa, podemos distinguir a Análise Técnica enquanto disciplina e a análise técnica enquanto exercício:


Agradeço entretanto as palavras amáveis que vão colocando, mas confesso que o maior conforto que obtenho com estes posts é saber que aparece sempre alguém (ou melhor, vários alguéns) que contribui(em) com ideias e opiniões interessantes. Tento trazer a discussão aspectos importantes do trading e do investimento e só com a contribuição dos restantes participantes do fórum estes artigos podem realmente ter utilidade. Caso contrário, estaria a falar para os peixinhos...

FLOP - Fundamental Laws Of Profit
1. Mais vale perder um ganho que ganhar uma perda, a menos que se cumpra a Segunda Lei.
2. A expectativa de ganho deve superar a expectativa de perda, onde a expectativa mede a
__.amplitude média do ganho/perda contra a respectiva probabilidade.
3. A Primeira Lei não é mesmo necessária mas com Três Leis isto fica definitivamente mais giro.
Re: Entre o Previsível e o Provável
MarcoAntonio Escreveu:Se a Análise Técnica é iminentemente subjectiva, já que nem todos avaliam o mesmo gráfico da mesma forma, tal deve-se à forma mais ou menos objectiva como cada um avalia o gráfico. Este é o grande problema que torna difícil avaliar da validade e eficácia da Análise Técnica em geral - raramente dois analistas defendem o mesmo perante o mesmo gráficoA diferente leitura deriva da forma mais ou menos objectiva com que a mesma foi realizada.
Julgo que te enganaste ao escrever e que há por aqui uma troca do "subjectivo" com "objectivo".
A Análise Tecnica, em si e em teoria, é objectiva. A interpretação dos gráficos é que será subjectiva e, como tal, pode conduzir a visões nitidamente diferentes.
MarcoAntonio Escreveu:Em tom de resumo, depende da auto-avaliação do investidor e da avaliação dos dados e ferramentas de que dispõe, a conclusão se deverá recorrer em exclusivo à Análise Técnica ou se deverá conjugar a Análise Técnica com outras ferramentas de que dispõe ou ainda se deve pura e simplesmente ignorar a Análise Técnica.
Julgo que aqui o investidor deve começar por definir o seu timing de investimento.
Num daytrading a AF não tem qualquer importância. Num investimento de curto prazo a sua influência também é mínima. Mas num investimento de médio/longo prazo julgo que deve atender à AF por uma razão muito simples. Seja qual for a cotação a que esteja um título, e se essa empresa estiver em falência tecnica, a sua cotação tenderá para zero por muitos saltos que dê pelo caminho. E em sentido contrário tenderá a mover-se uma empresa com bons lucros.
Com isto não estou a dizer que não se deva usar a AT para investimentos de longo prazo. Pelo contrário, a partir do momento em que se resolve investir, baseados na AF, em determinado título deverá escolher-se o momento oportuno para o fazer. E para isso utilizamos, muito naturalmente, a AT.
Não devemos também cair no vício de utilizar a AT e apenas a AT para tudo e para todos os títulos. A sua validade é indiscutível para títulos de elevado volume onde a capacidade de intervenção de um qualquer investidor se dissolve no global da negociação.
A aplicação da AT para justificar a entrada em Small Caps, e em muitos dos títulos do nosso PSI, é um erro bastante comum. Porque nestes títulos não é preciso ser nenhum tubarão para conseguir "modificar ou fabricar" o gráfico, qualquer carapau o consegue... Mas também não advogo que não se olhe para a AT quando, por qualquer outra razão, resolvemos entrar num destes títulos. Sem dúvida que a AT nos pode dar indicações porque podemos ter a certeza que haverá muitos olhos a olharem para ela "cegamente" e podemos aproveitar esse facto...
Para terminar devo dizer que considero esta série de artigos do Marco António muito interessantes. E muito oportunos também pois obrigam-me sempre a reflectir nas minhas próprias regras de trading...
Um abraço,
JAS
MarcoAntonio
Excelentes as tuas reflexões!
É para mim evidente que a AT não "comanda o mercado" - se o fizesse o mercado seria totalmente determinístico e como tal tenderia a deixar de existir - todos acabariam por se posicionar do mesmo lado...
Mas, resultando a AT da análise do comportamento das multidões (as multidões de investidores que não constituem o big money, claro), natural será que consiga estimar, com razoável grau de probabilidade (que não certeza, claro) os movimentos que determinado título poderá vir a ter face à aproximação, ou à passagem, de certas singularidades. Porquê? Porque há uma multidão de investidores atenta a pontos referenciais (já aqui falaste, e muito bem, da necessidade que as pessoas sentem de ter referências a que se possam "agarrar") e que, quando os mesmos são tocados ou passados, tendem "sistematicamente" a proceder de determinada maneira.
Não é por acaso que facilmente observamos uma concentração de ordens, de compra ou de venda, nos valores mais "redondos" (desde logo os múltiplos de 5 cêntimos). São valores que muitos investidores consideram como referenciais apropriados para comprar ou vender. "Se chegar a ... vendo", se baixar até ... compro"...
Apenas quis deixar este comentário para tentar fazer a diferença entre a capacidade a AT para comandar o mercado e a sua capacidade para ser um "proxy" apropriado para, na maior parte das vezes, interpretar o mercado e apontar o sentido que o mesmo tomará com maior probabilidade.
Um abraço
FT
Excelentes as tuas reflexões!

É para mim evidente que a AT não "comanda o mercado" - se o fizesse o mercado seria totalmente determinístico e como tal tenderia a deixar de existir - todos acabariam por se posicionar do mesmo lado...
Mas, resultando a AT da análise do comportamento das multidões (as multidões de investidores que não constituem o big money, claro), natural será que consiga estimar, com razoável grau de probabilidade (que não certeza, claro) os movimentos que determinado título poderá vir a ter face à aproximação, ou à passagem, de certas singularidades. Porquê? Porque há uma multidão de investidores atenta a pontos referenciais (já aqui falaste, e muito bem, da necessidade que as pessoas sentem de ter referências a que se possam "agarrar") e que, quando os mesmos são tocados ou passados, tendem "sistematicamente" a proceder de determinada maneira.
Não é por acaso que facilmente observamos uma concentração de ordens, de compra ou de venda, nos valores mais "redondos" (desde logo os múltiplos de 5 cêntimos). São valores que muitos investidores consideram como referenciais apropriados para comprar ou vender. "Se chegar a ... vendo", se baixar até ... compro"...
Apenas quis deixar este comentário para tentar fazer a diferença entre a capacidade a AT para comandar o mercado e a sua capacidade para ser um "proxy" apropriado para, na maior parte das vezes, interpretar o mercado e apontar o sentido que o mesmo tomará com maior probabilidade.
Um abraço
FT
"Existo, logo penso" - António Damásio, "O Erro de Descartes"
Entre o Previsível e o Provável
Entre o Previsível e o Provável
Quis com o meu último artigo defender que o mercado segue um rumo aleatório ou que a Análise Técnica tem pouca validade ou margem de manobra?
Nem pouco mais ou menos!... Sería no mínimo estranho para um investidor que recorre quase em exclusivo à Análise Técnica para realizar os seus investimentos, como é o meu caso. Pretendi antes balizar a minha opinião entre duas posições extremadas que vão da defesa da pouca ou nenhuma validade da AT à crença absoluta na mesma como se esta regisse o mercado no seu todo, atribuindo-lhe uma capacidade predictiva aparentemente indiscutível.
Não entendo a análise técnica como um mecanismo de previsão. É certo que é assim que esta é normalmente entendida e classificada. No entanto, creio que o futuro de um título ou do mercado em geral não depende da A.T. mas de factores externos e de acontecimentos imprevisíveis (fundamentais, macro-economia, situação política, expectativas e sentimento do mercado... e até, notícias e rumores). São estes os factores que na minha opinião movem os títulos e o mercado em geral. Mas a questão coloca-se na nossa capacidade para avaliar esses factores, os quais interagem entre eles aumentando a complexidade da análise, e portanto de utilizarmos o nosso conhecimento sobre eles no trading.
A minha perspectiva é a de que a AT permite considerar cenários prováveis e perante esses cenários podermos preparar/planear o trading (em exclusivo) ou juntamente com outras ferramentas, melhora-lo em termos de <i>timing</i>.
Mesmo que acreditemos no Random Walk e na Teoria do Mercado Eficiente e que consideremos a validade dos Fundamentais para a avaliação do real valor dos activos ou para a determinação do que está sobre ou subavaliado, um facto é evidente: os activos mantêm-se por significativos períodos de tempo afastados dessas referências.
A AT funciona assim como um <i>shortcut</i> poupando elaborados trabalhos que não estão sequer ao alcance de todos os investidores, ou porque não têm conhecimentos em economico-financeiros suficientes para avaliar os fundamentais, ou porque não têm acesso a informação «de qualidade» e em tempo útil, ou ainda porque não estão na génese dos rumores mas antes são os seus alvos predilectos.
Ou seja, à falta de ferramentas que lidem com as <b>causas</b> poderemos recorrer à AT avaliando as <b>consequências</b> visíveis nos gráficos:
As realidades económicas e políticas, o sentimento do mercado em geral e a actuação dos diversos intervenientes do mercado reflecte-se obrigatoriamente nas cotações e nos volumes. Afirmar que a Análise Técnica não tem qualquer validade é o mesmo que afirmar que os gráficos da cotação e do volume não contêm qualquer informação útil, o que é no mínimo absurdo.
Sou da opinião ainda que a eficácia da Análise Técnica depende muito da capacidade e sensibilidade do Analista. Em parte é uma arte, sim. Da mesma forma que nem todos têm a mesma aptidão para os mesmos desempenhos, nem todos terão a mesma aptidão para detectar suportes, resistências, linhas de tendência, as próprias tendências, o comportamento do volume, padrões e respectivas validades, etc. Obviamente, não é nada que não se melhore com estudo e treino, pelo que não estou a defender que a Análise Técnica seja só para alguns. Mas que alguns a compreendam melhor ou a consigam utilizar com melhores resultados, parece-me natural e coerente com a generalidade das actividades humanas.
Se a Análise Técnica é iminentemente subjectiva, já que nem todos avaliam o mesmo gráfico da mesma forma, tal deve-se à forma mais ou menos objectiva como cada um avalia o gráfico. Este é o grande problema que torna difícil avaliar da validade e eficácia da Análise Técnica em geral - raramente dois analistas defendem o mesmo perante o mesmo gráfico:
A diferente leitura deriva da forma mais ou menos objectiva com que a mesma foi realizada. Se um analista parte para a análise do gráfico com ideias pré-concebidas com base em factores externos ao gráfico (fundamentais, macro-economia, sentimento do mercado, notícias ou rumores), quanto menos objectiva for a análise, mais <i>biased</i> serão as conclusões da análise. De certo forma considero que a Análise Técnica perfeita é a análise que resulta de uma objectivade absoluta (análise com base única e exclusivamente nos preços e volumes) sem qualquer influência externa de qualquer ordem. Digo de certa forma porque coloco reservas quanto à maior ou menor eficácia dessa mesma análise técnica, porque em última instância a análise técnica não prevê o futuro. A maior ou menor eficácia de uma análise «menos objectiva» deverá depender naturalmente da maior ou menor qualidade da informação que influência a análise.
Por outro lado, a AT tem-se vindo a expandir abrangendo por exemplo a análise do sentimento do mercado, perdendo parte dessa pureza e inocência na análise exclusiva das cotações e preços. Tal deve-se a uma evolução natural dado que um dos grandes fundamentos da Análise Técnica é a defesa da repetição de padrões gráficos que reflectem padrões comportamentais. Os padrões comportamentais têm raízes na psicologia e em particular no caso do mercado na psicologia do investidor. Não sendo o aspecto central de hoje, refiro-me apenas para a naturalidade da evolução da Análise Técnica no sentido de abranger a análise de sentimento do mercado de onde nasceram diversos indicadores.
Em tom de resumo, depende da auto-avaliação do investidor e da avaliação dos dados e ferramentas de que dispõe, a conclusão se deverá recorrer em exclusivo à Análise Técnica ou se deverá conjugar a Análise Técnica com outras ferramentas de que dispõe ou ainda se deve pura e simplesmente ignorar a Análise Técnica.
Naturalmente, os resultados passados e a consistência do trading terão uma palavra a dizer quanto à via a seguir.
Eu já escolhi a minha... E você?
Quis com o meu último artigo defender que o mercado segue um rumo aleatório ou que a Análise Técnica tem pouca validade ou margem de manobra?
Nem pouco mais ou menos!... Sería no mínimo estranho para um investidor que recorre quase em exclusivo à Análise Técnica para realizar os seus investimentos, como é o meu caso. Pretendi antes balizar a minha opinião entre duas posições extremadas que vão da defesa da pouca ou nenhuma validade da AT à crença absoluta na mesma como se esta regisse o mercado no seu todo, atribuindo-lhe uma capacidade predictiva aparentemente indiscutível.
Não entendo a análise técnica como um mecanismo de previsão. É certo que é assim que esta é normalmente entendida e classificada. No entanto, creio que o futuro de um título ou do mercado em geral não depende da A.T. mas de factores externos e de acontecimentos imprevisíveis (fundamentais, macro-economia, situação política, expectativas e sentimento do mercado... e até, notícias e rumores). São estes os factores que na minha opinião movem os títulos e o mercado em geral. Mas a questão coloca-se na nossa capacidade para avaliar esses factores, os quais interagem entre eles aumentando a complexidade da análise, e portanto de utilizarmos o nosso conhecimento sobre eles no trading.
A minha perspectiva é a de que a AT permite considerar cenários prováveis e perante esses cenários podermos preparar/planear o trading (em exclusivo) ou juntamente com outras ferramentas, melhora-lo em termos de <i>timing</i>.
Mesmo que acreditemos no Random Walk e na Teoria do Mercado Eficiente e que consideremos a validade dos Fundamentais para a avaliação do real valor dos activos ou para a determinação do que está sobre ou subavaliado, um facto é evidente: os activos mantêm-se por significativos períodos de tempo afastados dessas referências.
A AT funciona assim como um <i>shortcut</i> poupando elaborados trabalhos que não estão sequer ao alcance de todos os investidores, ou porque não têm conhecimentos em economico-financeiros suficientes para avaliar os fundamentais, ou porque não têm acesso a informação «de qualidade» e em tempo útil, ou ainda porque não estão na génese dos rumores mas antes são os seus alvos predilectos.
Ou seja, à falta de ferramentas que lidem com as <b>causas</b> poderemos recorrer à AT avaliando as <b>consequências</b> visíveis nos gráficos:
As realidades económicas e políticas, o sentimento do mercado em geral e a actuação dos diversos intervenientes do mercado reflecte-se obrigatoriamente nas cotações e nos volumes. Afirmar que a Análise Técnica não tem qualquer validade é o mesmo que afirmar que os gráficos da cotação e do volume não contêm qualquer informação útil, o que é no mínimo absurdo.
Sou da opinião ainda que a eficácia da Análise Técnica depende muito da capacidade e sensibilidade do Analista. Em parte é uma arte, sim. Da mesma forma que nem todos têm a mesma aptidão para os mesmos desempenhos, nem todos terão a mesma aptidão para detectar suportes, resistências, linhas de tendência, as próprias tendências, o comportamento do volume, padrões e respectivas validades, etc. Obviamente, não é nada que não se melhore com estudo e treino, pelo que não estou a defender que a Análise Técnica seja só para alguns. Mas que alguns a compreendam melhor ou a consigam utilizar com melhores resultados, parece-me natural e coerente com a generalidade das actividades humanas.
Se a Análise Técnica é iminentemente subjectiva, já que nem todos avaliam o mesmo gráfico da mesma forma, tal deve-se à forma mais ou menos objectiva como cada um avalia o gráfico. Este é o grande problema que torna difícil avaliar da validade e eficácia da Análise Técnica em geral - raramente dois analistas defendem o mesmo perante o mesmo gráfico:

Por outro lado, a AT tem-se vindo a expandir abrangendo por exemplo a análise do sentimento do mercado, perdendo parte dessa pureza e inocência na análise exclusiva das cotações e preços. Tal deve-se a uma evolução natural dado que um dos grandes fundamentos da Análise Técnica é a defesa da repetição de padrões gráficos que reflectem padrões comportamentais. Os padrões comportamentais têm raízes na psicologia e em particular no caso do mercado na psicologia do investidor. Não sendo o aspecto central de hoje, refiro-me apenas para a naturalidade da evolução da Análise Técnica no sentido de abranger a análise de sentimento do mercado de onde nasceram diversos indicadores.
Em tom de resumo, depende da auto-avaliação do investidor e da avaliação dos dados e ferramentas de que dispõe, a conclusão se deverá recorrer em exclusivo à Análise Técnica ou se deverá conjugar a Análise Técnica com outras ferramentas de que dispõe ou ainda se deve pura e simplesmente ignorar a Análise Técnica.
Naturalmente, os resultados passados e a consistência do trading terão uma palavra a dizer quanto à via a seguir.
Eu já escolhi a minha... E você?
FLOP - Fundamental Laws Of Profit
1. Mais vale perder um ganho que ganhar uma perda, a menos que se cumpra a Segunda Lei.
2. A expectativa de ganho deve superar a expectativa de perda, onde a expectativa mede a
__.amplitude média do ganho/perda contra a respectiva probabilidade.
3. A Primeira Lei não é mesmo necessária mas com Três Leis isto fica definitivamente mais giro.
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