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Ucrânia vs Rússia - Escalada de tensão

Espaço dedicado a todo o tipo de troca de impressões sobre os mercados financeiros e ao que possa condicionar o desempenho dos mesmos.

Re: Ucrânia vs Rússia - Escalada de tensão

por MarcoAntonio » 23/9/2022 20:17

Estes desenvolvimentos ocorrem poucas semanas depois de um significativo retrocesso militar do lado russo. A minha sensação, talvez algo optimista, de quem gostaria de ver este conflito terminar, é que Putin esteja desesperadamente a tentar agarrar-se a algo que possa apresentar como vitória e que consiste em acrescentar ao que já tinha sob controlo efectivo mais algumas regiões a sul, isto é, a faixa de Mariupol a Kherson - e segurar isto antes que se perca também.

Se a memória não me falha, era o que já há bastantes meses eu considerava os mínimos. Pois menos é fazer uma guerra tremenda, matar milhares de russos, reforçar a NATO e união na UE e entre outros países europeus, levar com uma catrefada de sanções, perder negócios futuros na exportação da Energia para a Europa (e não só) e tudo, tudo isto... para ficar com aquilo que já controlava antes. Acho que nem ele conseguia pintar isto como uma vitória.



Este mapa, embora estático, julgo que serve para ilustrar esta dinâmica:

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As zonas sem setas era o que já estava tomado/controlado e não se vislumbrava, antes da invasão, que a Ucrânia tivesse alguma hipótese de as retomar. As setas a azul mostram território que os Ucranianos já recuperaram desde o auge da invasão. As setas a vermelho mostram o avanço (ie, o "extra") russo que Putin ainda segura. Esta região "extra" tem estado a diminuir. Se ele não estanca isto, ainda acaba com o que tinha no início. Algo que é incomportável para Putin.
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1. Mais vale perder um ganho que ganhar uma perda, a menos que se cumpra a Segunda Lei.
2. A expectativa de ganho deve superar a expectativa de perda, onde a expectativa mede a
__.amplitude média do ganho/perda contra a respectiva probabilidade.
3. A Primeira Lei não é mesmo necessária mas com Três Leis isto fica definitivamente mais giro.
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Re: Ucrânia vs Rússia - Escalada de tensão

por MarcoAntonio » 23/9/2022 19:55

NirSup Escreveu:Aquilo que escrevi há dias atrás. Cumpriu-se. Rigorosamente.


Hoje verbalizaram a tua interpretação de há dias.

Cumprir ainda não se cumpriu nada (os referendos ainda nem se finalizaram).

:wink:



Entretanto continua tudo muito nebuloso e está longe de ser claro o que é que os russos pretendem ou, pior ainda, o que é que vão fazer efectivamente. Dois aspectos em particular:

- há uma nuance entre duas das regiões e as restantes (que supostamente não entrarão na Rússia em iguais moldes e as que entram de forma mais efectiva eram as que já estavam em grande parte tomadas antes da invasão de 2022) e creio que Peskov não esclareceu em relação a isto;

- o segundo ponto e que já tinha referido explicitamente antes é que o território das regiões apontadas e que vão a referendo não está todo tomado (nem nunca esteve), portanto, qual é o critério, se é que há algum?



Em relação ao uso de armas nucleares, em particular, a minha posição mantém-se a mesma (utilização de armas estratégicas, probabilidade quase nula; utilização de armas tácticas, probabilidade baixa mas menos improvável). Não se percebe bem é porque é que parte da comunicação social ocidental continua a atribuir a Putin (e fora de aspas) algo que Putin não disse.
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Re: Ucrânia vs Rússia - Escalada de tensão

por Lusitanus » 23/9/2022 18:56

Ou seja, isto já é nosso e ninguém tira o que é nosso! :wall: :roll:

Lusitanus Escreveu:
Os referendos que a Rússia pretende realizar em territórios ucranianos ocupados, além de pretenderem legitimar a anexação e a integração desses territórios na Federação Russa, pretendem legitimar o emprego de armas nucleares táticas, caso esses territórios caíssem ou estivessem em risco de cair em mãos ucranianas. É disso que se trata!
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Re: Ucrânia vs Rússia - Escalada de tensão

por NirSup » 23/9/2022 18:48

Aquilo que escrevi há dias atrás. Cumpriu-se. Rigorosamente.

IMG_20220923_184606.jpg

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Re: Ucrânia vs Rússia - Escalada de tensão

por MarcoAntonio » 23/9/2022 17:36

Não faço ideia de onde consultei na vez anterior (pois faz algum tempo) mas aqui fica uma peça recente e que mostra como estes números podem ser ilusórios (especialmente quando pensamos em combatentes activos, que será o que é principalmente preciso repor em virtude das baixas e etc).

Independentemente da exactidão dos números (que não estou em condições de verificar):

(...)

While the official strength of the Russian Armed Forces is 1 million (1.013 million), the true number has been far lower for many years. In 2016, the figure was 770,000 service personnel in all branches, and at the beginning of 2022, it could be estimated as 740,000-780,000. Among these troops, there were 168 battalion tactical groups (BTGs), the combat capable forces of the ground forces, airborne troops, and marines designed for conventional warfare. Considering that each BTG typically consisted of 800-1,000 soldiers and officers, the country’s total combat capable force did not exceed 168,000. These units could also be supplemented by reserve personnel estimated at no more than 100,000.

(...)

https://cepa.org/russias-military-manpo ... ll-worsen/


Note-se que já para as forças iniciais da invasão, Putin estaria a utilizar um grande número de elementos temporários. Pessoal que foi chamado para cumprir serviço militar, supostamente para exercícios militares, mas que às páginas tantas estavam no meio de uma guerra.
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Re: Ucrânia vs Rússia - Escalada de tensão

por BearManBull » 23/9/2022 17:29

mais_um Escreveu:Eventualmente podem substituir as unidades restantes que estão espalhadas pelo pais por estes reservistas mas não sei se vão aumentar muito a sua capacidade real de combate, tenho sérias duvidas disso.



É outro ponto, mas não me parecia ter muito sentido assumir que estes reservistas vão directamente para a frente, que era o que o artigo defendia ou dava a entender.

Confesso que realmente pensava que os 1M eram relativos a homens com armas, soldados de combate, sem contar logística, patentes e afins.
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Re: Ucrânia vs Rússia - Escalada de tensão

por mais_um » 23/9/2022 16:58

BearManBull Escreveu:
A Russia supostamente tem ou tinha 1M de soldados a tempo inteiro. Seria mais logico substituir essas forças pelos reservistas e enviar esse pessoal profissional para combater. Pelo menos teria lógica que uma boa parte siga este protocolo.


As forças armas até podem ter 1M de soldados mas é de todos os ramos, um cozinheiro ou um escriturário são soldados, um mecânico de aviões também é um soldado, por isso desse 1M de soldados tens que subtrair os soldados dos outros ramos das forças armadas.

Antes da "operação especial", o exercito russo teria cerca de 2/3 das forças de combate operacionais totais na fronteira com a Ucrânia, cerca de 150 mil homens (soldados, logística, etc...).

Eventualmente podem substituir as unidades restantes que estão espalhadas pelo pais por estes reservistas mas não sei se vão aumentar muito a sua capacidade real de combate, tenho sérias duvidas disso.
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Re: Ucrânia vs Rússia - Escalada de tensão

por Carrancho_ » 23/9/2022 16:11

Para o inverno é bem capaz de ser só Kherson, os russos vão ter muitas dificuldades para abastecer as suas forças e poderá ser a altura ideal para a Ucrânia recuperar Kherson.
Um abraço,

Carrancho
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Re: Ucrânia vs Rússia - Escalada de tensão

por MarcoAntonio » 23/9/2022 16:08

BearManBull Escreveu:A Russia supostamente tem ou tinha 1M de soldados a tempo inteiro.


Bear, olha que não é bem assim. Não tenho números presentes e teria de consultar mas tenho quase a certeza absoluta (e julgo que já vi algures um breakdown desses números) mas os tais 1 milhão não são bem "soldados a tempo inteiro". Incluirá muitas funções não combatentes (para logística, pessoal médico e para-médico, administrativo, etc, etc). E claro, não podem estar todos na Ucrânia, são necessários em diversas funções (combatentes e não combatentes) noutros pontos do país.
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Re: Ucrânia vs Rússia - Escalada de tensão

por BearManBull » 23/9/2022 16:03

pepe7 Escreveu:
Putin pode chamar os soldados que quiser, mas a Rússia não consegue treiná-los nem apoiá-los (análise)

Vladimir Putin pode chamar os soldados todos que quiser, mas a Rússia não tem como dar a essas tropas, a curto prazo, o treino e as armas de que precisam para lutar na Ucrânia.


Porque mandariam os reservistas para a frente?

A Russia supostamente tem ou tinha 1M de soldados a tempo inteiro. Seria mais logico substituir essas forças pelos reservistas e enviar esse pessoal profissional para combater. Pelo menos teria lógica que uma boa parte siga este protocolo.

Por outro lado o peso dos combates agora vai estar mais no lado da Ucrânia (atacar é mais complicado e normalmente resulta em mais baixas), duvido muito que a Russia arrisque posições ofensivas significativas nos próximos tempos (meses/anos), quando muito no Donbas. O que eu espero é com a chegada do inverno a Russia vai consolidar o território invadido e deve-se ficar por aí.
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Re: Ucrânia vs Rússia - Escalada de tensão

por pepe7 » 23/9/2022 15:32

Em linha com o que aqui já foi dito :
Putin pode chamar os soldados que quiser, mas a Rússia não consegue treiná-los nem apoiá-los (análise)

Vladimir Putin pode chamar os soldados todos que quiser, mas a Rússia não tem como dar a essas tropas, a curto prazo, o treino e as armas de que precisam para lutar na Ucrânia.

Com a invasão da Ucrânia a fraquejar bastante, o presidente russo anunciou nesta quarta-feira a imediata “mobilização parcial” de cidadãos russos. O Ministro da Defesa, Sergei Shoigu, disse na televisão russa que o país irá convocar 300.000 reservistas.

Se o seu destino for enfrentar as armas ucranianas nas linhas de frente, o mais certo é que se venham a tornar as mais recentes baixas na invasão que Putin iniciou há mais de sete meses e que viu os militares russos falharem em quase todos os aspetos da guerra moderna.

“As forças armadas russas não estão atualmente equipadas para destacar de forma rápida e eficaz 300.000 reservistas”, disse Alex Lord, especialista na Europa e Eurásia da empresa londrina de análise estratégica Sibylline.


“A Rússia já se debate para equipar eficazmente os soldados profissionais que tem na Ucrânia, após perdas significativas de equipamento durante a guerra”, disse Lord.

A recente ofensiva ucraniana, na qual Kiev recapturou milhares de metros quadrados de território, teve um preço significativo.

No início da semana, o Instituto para o Estudo da Guerra afirmou que a análise de especialistas ocidentais e dos serviços de informação ucranianos revelou que a Rússia tinha perdido entre 50% a 90% da sua força em algumas unidades devido a essa ofensiva, além de grandes quantidades de blindagem. A isso soma-se a perda impressionante de equipamento ao longo da guerra.

O site de informações de código aberto Oryx, recorrendo apenas às perdas confirmadas por provas fotográficas ou de vídeo, descobriu que as forças russas perderam mais de 6300 veículos, incluindo 1168 carros de combate, desde o início do conflito.

“Na prática, não têm equipamentos modernos suficientes… para tantos soldados novos”, disse Jakub Janovsky, analista militar que contribui para o blogue da Oryx.


JT Crump, CEO da Sibylline e veterano de 20 anos nas forças armadas britânicas, disse que a Rússia começa a sentir os problemas da escassez de munições de alguns calibres e procura fornecedores de alguns componentes-chave para que possa reparar ou construir substitutos para o armamento perdido no campo de batalha.

Não perderam apenas carros de combate e veículos blindados de transporte de pessoal. Em muitos casos, as tropas russas não tiveram o mais básico na Ucrânia, incluindo uma definição clara do motivo pelo qual arriscam as suas vidas.

Apesar da ordem de mobilização desta quarta-feira, Putin ainda fala em “operação militar especial” na Ucrânia, e não em guerra.

Os soldados ucranianos sabem que estão a lutar pela sua pátria. Muitos soldados russos não sabem por que razão estão na Ucrânia.

O Ministro dos Negócios Estrangeiros da Lituânia, Gabrielius Landsbergis, referiu isso mesmo na quarta-feira, apelidando o anúncio da mobilização parcial de Putin de “um sinal de desespero”.

"Acho que não há dúvida de que as pessoas não querem ir para uma guerra que não entendem. As pessoas podiam ser presas se chamassem “guerra” à guerra da Rússia na Ucrânia, mas agora, de repente, têm de participar e lutar, sem estarem preparadas, sem terem armas, sem terem proteções corporais nem capacetes”, disse ele.

Mas mesmo que tivessem todo o equipamento, as armas e a motivação de que precisam, seria impossível treinar rapidamente 300.000 soldados para a batalha, disseram os especialistas.

“Nem sequer existem atualmente na Rússia os oficiais extra ou as instalações necessárias para uma mobilização em massa”, disse Trent Telenko, antigo auditor de controlo de qualidade da Agência de Gestão de Contratos da Defesa dos EUA, que estudou a logística russa.


As reformas em 2008, destinadas a modernizar e a profissionalizar as forças armadas russas, fizeram desaparecer muitas das estruturas logísticas, de comando e controlo que antes permitiam às forças da antiga União Soviética treinar e equipar rapidamente um grande número de recrutas mobilizados.


Alex Lord, da Sibylline, disse que seriam necessários pelo menos três meses para reunir, treinar e destacar os reservistas russos.
“E, por essa altura, estaremos a meio do inverno ucraniano”, disse Lord. “Como tal, é improvável que a chegada dos reservistas tenha um impacto sério no campo de batalha, pelo menos até à primavera de 2023 - e, mesmo assim, o mais certo é estarem mal treinados e mal equipados.”

Mark Hertling, antigo general do Exército dos EUA e analista da CNN, disse ter visto em primeira mão, durante as suas visitas à Rússia, quão mau consegue ser o treino russo.

“Era horrível... Os primeiros socorros eram rudimentares, eram feitas pouquíssimas simulações pois tinham de poupar os recursos e... o mais importante... a liderança era horrível”, escreveu Hertling no Twitter.


“Colocar 'novatos' numa linha de frente maltratada, com baixo moral e que não quer estar (ali) é um presságio de mais um desastre (russo).” “Inacreditável”, publicou Hertling no Twitter.

Telenko disse que as tropas recém-mobilizadas provavelmente tornar-se-iam apenas as mais recentes baixas na guerra de Putin.

“A Rússia consegue arranjar pessoas. Mas não as consegue treinar, equipar e, mais importante, liderá-las com rapidez.”

“Vagas de 20 a 50 homens sem treino, com metralhadoras AK e nenhum rádio para comunicarem, vão cair no primeiro ataque de artilharia ou blindados dos ucranianos”, disse ele.
https://cnnportugal.iol.pt/guerra/ucrania/putin-pode-chamar-os-soldados-que-quiser-mas-a-russia-nao-consegue-treina-los-nem-apoia-los-analise/20220923/632c45e70cf2f9a86eb6f046
Abraço,
Pepe

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Re: Ucrânia vs Rússia - Escalada de tensão

por macau5m » 23/9/2022 13:05

Marco Martins Escreveu:
Não leves a mal a minha pergunta, pois não é de meu interesse estar a provocar-te, mas sim tentar mostrar um pouco o impacto daquilo que defendemos num cenário de guerra.

Estarias disposto a alistar-te, ou permitir que os seus filhos e familiares se alistassem, e quem sabe ver parte da família a ir com uma mão atrás e outra à frente para um país desconhecido e ter de voltar a construir tudo de novo (e em muitos casos sem sucesso)?
Durante a segunda guerra e durante vários anos, Portugal esteve em várias guerras no ultramar, onde pessoas foram levadas para defender algo que era português mas que a muitos nada dizia, mas no entanto era território português!!!

E se perguntares a todas essas pessoas o que ganharam, o que te responderão? Nada!!!
E o que ganharam todos aqueles viviam no ultramar e que estes foram defender? Nada!! Acabaram por ter de sair desses países, mas pelo menos muitos voltaram para onde já em tempos os familiares tinham algumas raízes.

Entendo perfeitamente esta revolta de todos para com o Putin (também a tenho) e a necessidade de lhe fazer frente.... mas no meio de qualquer guerra quem se lixa sempre é o povo... os desgraçados que vão lutar pela liberdade, muitos lá ficam e muitos ficam com problemas para toda a vida!!!
Uma guerra não é bem aquilo que nós vemos nos filmes... onde a seguir ao fim, nos levantamos e vamos comer algo!!!
Uma guerra é sempre perda, perda, perda... seja para quem for, e a meu ver deverá tentar ser evitada a todo o custo.

Numa guerra pode existir quem fique a ganhar, mas normalmente não é o mexilhão (estou a simplificar, pois é claro que isto depende de muitas coisas e a liberdade é uma delas)...


Resposta á primeira pergunta. Se tivesse 23 anos e solteiro possivelmente já estaria enterrado numa qualquer vala em território Ucraniano.
Um aparte, em 1980 tinha decidido com uma amigo, quando acabasse a tropa ir para a Legião Estrangeira (França), acontece que ele saiu 6 meses antes e assim caiu por terra essa ideia.

Sim veria com bons olhos os meus familiares defenderem a soberania Europeia, seja na Ucrânia ou noutro qualquer país.

E sim uma guerra não é um filme, e essas perdas de que falas podiam ser reduzidas se no inicio, e já não falo antes de começar, porque as sanções á Rússia deviam ser fortes desde 2014, mas assim que ele invadiu a Ucrânia já estar tudo preparado para ajudar na proteção da Ucrânia. No entanto os “cobardolas” estavam dispostos a ver cair a Ucrânia na primeira semana de guerra.

Quando o Putin falou em armas nucleares ficaram todos borrados e agora estão a dar trunfos ao Putin para poder argumentar, após os referendos, que estão a atacar território Russo, o que nunca sucederia se tivessem impedido que ele tomasse mais que meia dúzias de aldeias junto da fronteira.
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Re: Ucrânia vs Rússia - Escalada de tensão

por mais_um » 23/9/2022 12:07

BearManBull Escreveu:O que é certo é que não se lidou e extrapolou devidamente o risco (por negligencia ou interesses), quando existam indícios fortes que era algo que podia ocorrer (a Russia invadir/anexar mais regiões da Ucrânia).


Concordo, o dinheiro falou mais alto (energia barata, empregos, população feliz...etc) que os valores, enfim, é que acontece quando se cede perante ditadores, pensei que tinham apreendido com o Hitler. Mas tendo em conta o apoio que está a ser dado à Ucrânia acredito que ainda vamos a tempo de evitar o pior.
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Re: Ucrânia vs Rússia - Escalada de tensão

por Marco Martins » 23/9/2022 12:06

macau5m Escreveu:Há que o parar com todas as forças e meios disponíveis. Por mim já estavam as forças da NATO na defesa da soberania Europeia, e não era agora, era logo no dia 25 de Fevereiro, mas andam todos borrados com medo do Putin e a dar-lhe argumentos para um dia usar armas nucleares e dizer que estão a atacar o território Russo do Donbass. Nunca lhe deviam ter permitido sequer que ele pensasse em referendos, e isso nunca sucederia se á minima tentativa de invasão fossem metidos no seu devido lugar.


Não leves a mal a minha pergunta, pois não é de meu interesse estar a provocar-te, mas sim tentar mostrar um pouco o impacto daquilo que defendemos num cenário de guerra.

Estarias disposto a alistar-te, ou permitir que os seus filhos e familiares se alistassem, e quem sabe ver parte da família a ir com uma mão atrás e outra à frente para um país desconhecido e ter de voltar a construir tudo de novo (e em muitos casos sem sucesso)?
Durante a segunda guerra e durante vários anos, Portugal esteve em várias guerras no ultramar, onde pessoas foram levadas para defender algo que era português mas que a muitos nada dizia, mas no entanto era território português!!!

E se perguntares a todas essas pessoas o que ganharam, o que te responderão? Nada!!!
E o que ganharam todos aqueles viviam no ultramar e que estes foram defender? Nada!! Acabaram por ter de sair desses países, mas pelo menos muitos voltaram para onde já em tempos os familiares tinham algumas raízes.

Entendo perfeitamente esta revolta de todos para com o Putin (também a tenho) e a necessidade de lhe fazer frente.... mas no meio de qualquer guerra quem se lixa sempre é o povo... os desgraçados que vão lutar pela liberdade, muitos lá ficam e muitos ficam com problemas para toda a vida!!!
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Re: Ucrânia vs Rússia - Escalada de tensão

por mais_um » 23/9/2022 12:01

BearManBull Escreveu:
Quando muito podes assumir que muitas instituições ocidentais estavam corrompidas...


Corrompidas não digo mas influenciadas seguramente:

No Brexit, na eleição do Trump, etc...

https://www.publico.pt/2014/11/26/mundo ... so-1677538


A Rússia enviou mais de 300 milhões euros para candidatos e partidos políticos de cerca de 20 países desde 2014, para tentar exercer a sua influência, segundo uma estimativa dos serviços secretos dos Estados Unidos hoje divulgada.
https://www.noticiasaominuto.com/mundo/ ... s-de-euros
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Re: Ucrânia vs Rússia - Escalada de tensão

por mais_um » 23/9/2022 11:53

PMP69 Escreveu:
A mobilização, pelo menos nos próximos 2/3 meses, em nada vai mudar a situação no terreno, pois é necessário mobilizar, criar novos batalhões, prepará-los para o que vão enfrentar e deslocá-los para o teatro de operações. Acrescentando, que não me parece que algum desde homens sinta vontade de lutar naquela guerra, pois se o tivesse, já se tinha alistado.

Esta mobilização pode ter o efeito contrário, pois vai despejar na Ucrânia homens desmotivados e sem qualquer vontade de combater e provavelmente mal equipados. Para não falar no que pode internamente provocar.


Só para não pensares que discordo sempre de ti, partilho da mesma opinião. :mrgreen:
Continuo a pensar que independentemente das armas, apoios, etc.. diria que a maior parte dos ucranianos estão dispostos a lutar pelo seu pais, foi isso que os salvou no primeiro mês da guerra. E isso faz toda a diferença em relação aos militares russos.
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Re: Ucrânia vs Rússia - Escalada de tensão

por Goya777 » 23/9/2022 11:48

Marco Martins Escreveu:
Carrancho_ Escreveu:Quem demarca esses limites e decide onde e em que condições se podem fazer referendos independentistas, por exemplo, no suposto bairro Lisboeta com uma comunidade imigrante se a maioria já for de segunda ou terceira geração, nascidos e criados naquelas terras, será que podem um dia pedir um referendo?
Nós nem sequer sabemos ou alguma vez vamos saber se realmente havia nos territórios ocupados uma vontade de independência ou anexação à Rússia. Mas sabemos que o que se passa lá já se passou em outros locais, como na Geórgia, o provocador dessas instabilidades foi sempre externo e o mesmo. Talvez eu andasse distraído, mas antes de surgirem essas instabilidades nunca tive conhecimento que os russos, pró russos, russófonos... fossem perseguidos ou discriminados.

Para mim é claro que o problema se resume a vontade de expansão/domínio/império russo de Putin e não lhe podemos ceder 1 mm ou a dor moderada de hoje torna-se insuportável no futuro (próximo).


São situações diferentes... a região da Ucrânia e da Rússia já tiveram durante muito tempo as fronteiras alteradas e muitas vezes uma história comum.
Mas as fronteiras por si só não definem um país e muitas vezes vemos países que nunca têm paz, exactamente porque se tenta obrigar a que uma parte do povo seja parte de algo com o qual não se identifica. E isto faz parte de toda a história do Homem desde sempre... foi assim que Portugal se formou como hoje o conhecemos, mas isso não quer dizer que sejamos assim para sempre.

O que está em causa neste momento, nesta nossa geração, é a definição do nosso modo de vida e da vida como a conhecemos nos próximos 20 anos pelo menos!!!
O recurso a armamento, é feito com uma previsão de décadas e não apenas de 1 ou 2 anos....
Tudo se vai alterar desde a alimentação, ao ambiente, aos recursos, às guerras ao emprego e à nossa capacidade para recuperar o clima!!!
Será que queremos por tudo isso em dúvida, por causa de uns kms (com isto não quero dizer dar aos russos, mas sim criar uma zona tampão e independente com acompanhamento universal)...



Acho piada como achamos ter o direito a defender o nosso modo de vida, entregando terra de outros a um agressor. Claro, como a parte negativa do trade-off nao me impacta, é obviamente uma grande soluçao para mim.

Achamos ter o direito a exigir ao agredido a desistir de se defender, baixar as calças, porque eu já me chateia gastar tanto dinheiro em combustível e que o oleo de fritar esteja caro :wall: :wall:
 
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Re: Ucrânia vs Rússia - Escalada de tensão

por macau5m » 23/9/2022 10:56

Carrancho_ Escreveu:
Quem demarca esses limites e decide onde e em que condições se podem fazer referendos independentistas, por exemplo, no suposto bairro Lisboeta com uma comunidade imigrante se a maioria já for de segunda ou terceira geração, nascidos e criados naquelas terras, será que podem um dia pedir um referendo?
Nós nem sequer sabemos ou alguma vez vamos saber se realmente havia nos territórios ocupados uma vontade de independência ou anexação à Rússia. Mas sabemos que o que se passa lá já se passou em outros locais, como na Geórgia, o provocador dessas instabilidades foi sempre externo e o mesmo. Talvez eu andasse distraído, mas antes de surgirem essas instabilidades nunca tive conhecimento que os russos, pró russos, russófonos... fossem perseguidos ou discriminados.

Para mim é claro que o problema se resume a vontade de expansão/domínio/império russo de Putin e não lhe podemos ceder 1 mm ou a dor moderada de hoje torna-se insuportável no futuro (próximo).


Porque não fazer a demarcação com as já existentes, certamente o Donbas têm as suas próprias fronteiras como os nossos distritos, todos sabem onde começam e acabam. Mas poderiam ser ajustadas consoante a manifestação de algumas localidades fronteiriças da linha de delimitação, mostrassem vontade de participar no referendo, seria sempre casos a ponderar.

Claro que um referendo não pode ser organizado em cima do joelho e há sempre situações a ponderar e certamente algumas delas com dificil acordo entre as partes, mas faz parte da Democracia, tomar decisões politicas.

A Ucrânia nada tem a ver com Lisboa ou outra parte qualquer do território Nacional, na Ucrania todos os dias morrem pessoas inocentes e há uma catástrofe humanitária.

Concordo que antes de 2014, não havia discriminação ou perseguição aos Russófonos, nem destes em relação aos Ucranianos, mas em 2014 tudo se alterou e a partir daí há uma guerra pela disputa desse território, se a solução por mim inventada fosse motivo para acabar com a guerra, porque não a tentar, e isto não era dar território á Russia mas sim escutar o povo e decidir de acordo com a sua vontade, não era ceder a Putin mas sim á população Ucraniana.

A retirada de todas as tropas Russas e a deposição das armas por parte dos independentistas, por si só constituía uma derrota para o Putin.

E sim concordo plenamente que esta guerra apenas têm o objectivo da expansão do império Russo e a ambição de Putin ficar para a história como aquele que refundou o império.

Logo no inicio, quando ainda o bloco de esquerda estava alinhado com o Putin, dizendo que a culpa era da Nato que queria invadir a Russia eu escrevi (não neste espaço) que se não travassem o Putin ele tomava os estados Bálticos, a Moldávia onde já tem o terreno preparado e depois a Geórgia onde também tem o terreno já armadilhado. Começou pela Croácia porque pensava que fosse alvo fácil e aquele que melhor e mais fácil lhe daria rendimento para depois poder avançar com a sua ambição expansionista.

Há que o parar com todas as forças e meios disponíveis. Por mim já estavam as forças da NATO na defesa da soberania Europeia, e não era agora, era logo no dia 25 de Fevereiro, mas andam todos borrados com medo do Putin e a dar-lhe argumentos para um dia usar armas nucleares e dizer que estão a atacar o território Russo do Donbass. Nunca lhe deviam ter permitido sequer que ele pensasse em referendos, e isso nunca sucederia se á minima tentativa de invasão fossem metidos no seu devido lugar.
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Re: Ucrânia vs Rússia - Escalada de tensão

por Carrancho_ » 23/9/2022 9:38

Marco, todos são diferentes situações. Noutros pontos do globo há situações mesmo muito complicadas (na maioria criadas pelos europeus), antigas e de difícil resolução, ódios de gerações.

Aqui o caso é que não havia caso nenhum, ele foi criado por um ditador megalómano a quem não podemos permitir os devaneios.
Um abraço,

Carrancho
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Re: Ucrânia vs Rússia - Escalada de tensão

por Marco Martins » 23/9/2022 9:29

Carrancho_ Escreveu:Quem demarca esses limites e decide onde e em que condições se podem fazer referendos independentistas, por exemplo, no suposto bairro Lisboeta com uma comunidade imigrante se a maioria já for de segunda ou terceira geração, nascidos e criados naquelas terras, será que podem um dia pedir um referendo?
Nós nem sequer sabemos ou alguma vez vamos saber se realmente havia nos territórios ocupados uma vontade de independência ou anexação à Rússia. Mas sabemos que o que se passa lá já se passou em outros locais, como na Geórgia, o provocador dessas instabilidades foi sempre externo e o mesmo. Talvez eu andasse distraído, mas antes de surgirem essas instabilidades nunca tive conhecimento que os russos, pró russos, russófonos... fossem perseguidos ou discriminados.

Para mim é claro que o problema se resume a vontade de expansão/domínio/império russo de Putin e não lhe podemos ceder 1 mm ou a dor moderada de hoje torna-se insuportável no futuro (próximo).


São situações diferentes... a região da Ucrânia e da Rússia já tiveram durante muito tempo as fronteiras alteradas e muitas vezes uma história comum.
Mas as fronteiras por si só não definem um país e muitas vezes vemos países que nunca têm paz, exactamente porque se tenta obrigar a que uma parte do povo seja parte de algo com o qual não se identifica. E isto faz parte de toda a história do Homem desde sempre... foi assim que Portugal se formou como hoje o conhecemos, mas isso não quer dizer que sejamos assim para sempre.

O que está em causa neste momento, nesta nossa geração, é a definição do nosso modo de vida e da vida como a conhecemos nos próximos 20 anos pelo menos!!!
O recurso a armamento, é feito com uma previsão de décadas e não apenas de 1 ou 2 anos....
Tudo se vai alterar desde a alimentação, ao ambiente, aos recursos, às guerras ao emprego e à nossa capacidade para recuperar o clima!!!
Será que queremos por tudo isso em dúvida, por causa de uns kms (com isto não quero dizer dar aos russos, mas sim criar uma zona tampão e independente com acompanhamento universal)...
 
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Re: Ucrânia vs Rússia - Escalada de tensão

por Carrancho_ » 23/9/2022 9:27

Não temos de derrotar a Rússia, temos de derrotar Putin, algo que renovei a crença de que é possível depois dos recentes acontecimentos. A derrota no terreno criou divisões e a "entrada agora da guerra nos lares dos russos" está a criar descontentamento. É isso que tem de continuar a acontecer, devagar mas sempre. Bom não é, mas é o que tem de ser.
Um abraço,

Carrancho
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Re: Ucrânia vs Rússia - Escalada de tensão

por Carrancho_ » 23/9/2022 8:57

macau5m Escreveu:
Carrancho_ Escreveu:
Então e esse referendo devia incluir toda a população da Ucrânia toda ou só a desses territórios? Se for só dos territórios é para a população que lá existia antes de 2014 ou a de agora? Se colocam um micro na frente de um habitante de agora numa região ocupada pela Rússia, onde mataram e perseguem os pro ucrânia, ainda que metam o micro na frente de um destes últimos que ainda por lá resista, achas que vai dizer que é pela Ucrânia?
Se isto for assim será que no verão os Ingleses podem pedir um referendo no Algarve, um bairro de Lisboa onde prevaleça uma comunidade imigrante pode fazer dele um principado? Ainda nos arriscamos a irem dois espanhóis acampar para as desertas e anexarem aquilo às Canárias :wink:
Se há russos na Ucrânia que querem viver na Rússia, eles que vão que o que não falta lá é espaço.

Já viste de onde foram e são muitos dos Lideres separatistas? Nascidos e criados na maior cidade do Donbass e da Crimeia... Moscovo. Não existe mais a possibilidade de lá fazer um referendo justo.


Concordo em parte contigo, quando perguntas se o referendo é de todo o país ou só na região, acho que o destino de uma parte do país deve ser decidido por todo o país, (por exemplo a Catalunha) a ser referendado deve ser toda a Espanha a decidir, mas a Ucrânia a situação é um pouco mais complexa e diferente, porque vem da independência de um país e pode haver regiões como o Donbas em que uma grande percentagem da população se sente parte integrante do antigo país ou até uma região autónoma ou independente dos dois países, não se revêm nem num nem noutro.
Que seja alcançada e consolidada a paz e para evitar instabilidade na região que se faça referendo não a curto ou médio prazo, mas mais a longo prazo, sei lá talvez 5 anos. Nunca negociado através de premissa da guerra mas sim da paz.
Os Russos saem a Ucrania toma plenos poderes sobre a região e desenvolve processo com vista ao referendo, assim que as partes acharem estarem reunidas as condições.

Quanto ás entrevistas de Ucranianos a dizer que são pelos Russos, vejo isso de televisões ocidentais e livres, não me parece que houvesse militares a vigiar as entrevistas, até porque normalmente são feitas em regiões controladas pela Ucrânia que é onde estão as televisões Ocidentais por exemplo CNN.

Totalmente fora de contexto partes do território Nacional onde possam viver certas minorias em maioria, Essas minorias escolheram livremente um país para viver, onde não há guerra ou disputa territorial. Não se aplica.

E sim se a Ucrânia vencesse o referendo, os que se sentem Russos que fossem para a Russia, eu deixava-os ir com a condição de nunca mais pisarem solo Ucraniano.

Aliás o Putin antes de iniciar a guerra e se queria proteger esses cidadãos do genocídio, podia tê-los levado para a Russia, evitava tantas mortes e tanta destruição e claramente que tinha poupado muitos milhões, ainda que desse uma casa e uma quinta a todos os que quisessem ir.


Quem demarca esses limites e decide onde e em que condições se podem fazer referendos independentistas, por exemplo, no suposto bairro Lisboeta com uma comunidade imigrante se a maioria já for de segunda ou terceira geração, nascidos e criados naquelas terras, será que podem um dia pedir um referendo?
Nós nem sequer sabemos ou alguma vez vamos saber se realmente havia nos territórios ocupados uma vontade de independência ou anexação à Rússia. Mas sabemos que o que se passa lá já se passou em outros locais, como na Geórgia, o provocador dessas instabilidades foi sempre externo e o mesmo. Talvez eu andasse distraído, mas antes de surgirem essas instabilidades nunca tive conhecimento que os russos, pró russos, russófonos... fossem perseguidos ou discriminados.

Para mim é claro que o problema se resume a vontade de expansão/domínio/império russo de Putin e não lhe podemos ceder 1 mm ou a dor moderada de hoje torna-se insuportável no futuro (próximo).
Um abraço,

Carrancho
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Re: Ucrânia vs Rússia - Escalada de tensão

por pepe7 » 23/9/2022 1:37

“Mobilização parcial é uma das razões de estar aqui”. Fuga em massa gera o caos no trânsito na fronteira entre a Rússia e a Geórgia

Continua o êxodo de russos para escapar à mobilização militar parcial. O porta-voz do Kremlin já veio desmentir as notícias da fuga em massa, diz que não passa de desinformação.
https://cnnportugal.iol.pt/videos/mobilizacao-parcial-e-uma-das-razoes-de-estar-aqui-fuga-em-massa-gera-o-caos-no-transito-na-fronteira-entre-a-russia-e-a-georgia/632cb0440cf2ea367d4f7fa0


Mais de 1380 pessoas detidas em protestos na Rússia contra a mobilização parcial
Além da convocação de protestos, a Rússia tem também assistido a um acentuado êxodo de cidadãos desde que Putin ordenou que o exército invadisse a Ucrânia.
https://www.tsf.pt/mundo/mais-de-1380-pessoas-detidas-em-protestos-na-russia-contra-a-mobilizacao-parcial-15186787.html


Fazem muito bem, atribuir vistos humanitários aos russos que não querem nada com esta guerra injusta e infundada...
Rússia diz que 10 mil voluntários já pediram para ir para a guerra mas há filas nas fronteiras para sair do país

A Finlândia já admite encerrar fronteiras aos russos e a Comissão Europeia garante que vai ser discutida a atribuição de vistos aos homens que fogem da mobilização parcial decretada por Putin para reforçar as tropas de Moscovo em solo ucraniano
Houve dez mil voluntários que não quiseram esperar e apresentaram-se para se juntarem à campanha da Rússia em território ucraniano. A notícia foi divulgada esta quinta-feira pela agência Reuters, que citava fonte do Estado-Maior General da Rússia: em apenas 24 horas, milhares de homens pediram para ir para a guerra, respondendo patrioticamente após o anúncio de Vladimir Putin, que decidiu uma mobilização parcial para reforçar as fileiras russas na Ucrânia.

Moscovo parecia tentar passar, assim, a ideia de que a mobilização ordenada por Putin não fora recebida com contestação, ainda que a versão de ativistas e outros grupos independentes de monitorização não seja a mesma. Também nas últimas 24 horas, centenas de carros fizeram filas para sair da Rússia, numa aparente tentativa de fuga à ida forçada para a guerra. O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, já veio negar qualquer êxodo.

Segundo o OVD-Info, que monitoriza as forças policiais russas, pelo menos 1.310 pessoas foram detidas em toda a Rússia por se manifestarem contra o recrutamento para as forças armadas e muitos receberam mesmo, ainda sob detenção, a convocatória para se alistarem.

"Foi recebida informação de 15 esquadras de polícia que os homens detidos receberam uma convocatória para o registo militar e gabinete de recrutamento", divulou o OVD-Info em comunicado. O porta-voz do Kremlin não desmentiu estas convocatórias, dizendo apenas que "não é ilegal".

A estação de televisão russa independente Dozhd deu ainda conta da mobilização de jornalistas: Artem Kriger, repórter do site de informação SOTA, também foi convocado a alistar-se depois de ter sido detido enquanto fazia a cobertura dos protestos anti-mobilização.

A decisão de Putin - que, segundo o ministro da Defesa russo, quer recrutar cerca de 300 mil homens para reforçar fileiras na Ucrânia - terá levado à fuga de milhares de russos, que procuram sair do país apesar de terem as escolhas limitadas: desde a semana passada, a Estónia, Letónia e Lituânia decidiram fechar fronteiras à maioria dos cidadãos russos com vistos de turismo, em resposta à agressão de Putin a Kiev.

Voos esgotados e fronteiras fechadas

Segundo o The Guardian, os voos diretos de Moscovo para Istambul, na Turquia, Yerevan, na Arménia, Tashkent (Uzbequistão) e Baku, no Azerbaijão - todos países que permitem a entrada de russos sem necessidade de visto - esgotaram até à próxima semana. E várias testemunhas garantiram a jornalistas da imprensa internacional que as fronteiras entre a Rússia e a Mongólia e Geórgia estavam a registar um trânsito excecional. O mesmo foi amplamente documentado na Finlândia, com a primeira-ministra Sanna Marin a admitir, em conferência de imprensa, que o governo está mesmo a equacionar fechar as entradas aos vizinhos russos, com quem partilham a mais longa fronteira da União Europeia, com cerca de 1.300 quilómetros.

"A vontade do governo é muito clara, acreditamos que o turismo russo [para a Finlândia] tem de ser travado, bem como o trânsito através da Finlândia", disse Sanna Marin. "Julgo que a situação precisa de ser reavaliada depois das notícias de ontem", admitiu a governante, referindo-se à mobilização de Putin.

Segundo a guarda fronteiriça finlandesa, chegaram à Finlândia vindas da Rússia 4.824 pessoas na quarta-feira, mais 1.691 do que no mesmo dia da semana passada.

A porta-voz da Comissão Europeia para a administração interna já revelou que os estados-membros irão debater a possibilidade de atribuir vistos humanitários aos russos que fujam da mobilização. Os estados do Báltico, que limitaram a entrada de cidadãos russos, admitiram que não estão preparados para, automaticamente, oferecer asilo a quem foge da guerra.

A ministra do Interior alemã, Nancy Faeser, disse numa entrevista ao Frankfurter Allgemeine Zeitung, citada pelo Guardian, que Berlim poderá acolher os desertores da mobilização parcial decidida por Putin.

"Desertores tratados com repressão grave podem, como regra, obter proteção internacional na Alemanha", disse Faeser. "Qualquer um que corajosamente se oponha ao regime de Putin e, em consequência, caia em grande perigo, pode pedir asilo com base em perseguição política", explicou a ministra.

Além da Alemanha, também a Chéquia se pronunciou sobre o acolhimento aos desertores, mas em sentido contrário: à AFP, Jan Lipavský, ministro dos Negócios Estrangeiros, disse que os que fogem da guerra de Putin não cumprem os critérios para receber vistos humanitários.

"Compreendo que os russos fogem das decisões cada vez mais desesperadas tomadas por Putin. Mas aqueles que fogem do próprio país porque não querem assumir um dever imposto pelo próprio estado não cumprem os critérios para receberem vistos humanitários", rematou Lipavský.w
https://cnnportugal.iol.pt/guerra/ucrania/russia-diz-que-10-mil-voluntarios-ja-pediram-para-ir-para-a-guerra-mas-ha-filas-nas-fronteiras-para-sair-do-pais/20220922/632c94bf0cf26256cd36fcb0
Abraço,
Pepe

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Re: Ucrânia vs Rússia - Escalada de tensão

por Marco Martins » 23/9/2022 0:38

macau5m Escreveu:
Carrancho_ Escreveu:
Então e esse referendo devia incluir toda a população da Ucrânia toda ou só a desses territórios? Se for só dos territórios é para a população que lá existia antes de 2014 ou a de agora? Se colocam um micro na frente de um habitante de agora numa região ocupada pela Rússia, onde mataram e perseguem os pro ucrânia, ainda que metam o micro na frente de um destes últimos que ainda por lá resista, achas que vai dizer que é pela Ucrânia?
Se isto for assim será que no verão os Ingleses podem pedir um referendo no Algarve, um bairro de Lisboa onde prevaleça uma comunidade imigrante pode fazer dele um principado? Ainda nos arriscamos a irem dois espanhóis acampar para as desertas e anexarem aquilo às Canárias :wink:
Se há russos na Ucrânia que querem viver na Rússia, eles que vão que o que não falta lá é espaço.

Já viste de onde foram e são muitos dos Lideres separatistas? Nascidos e criados na maior cidade do Donbass e da Crimeia... Moscovo. Não existe mais a possibilidade de lá fazer um referendo justo.


Concordo em parte contigo, quando perguntas se o referendo é de todo o país ou só na região, acho que o destino de uma parte do país deve ser decidido por todo o país, (por exemplo a Catalunha) a ser referendado deve ser toda a Espanha a decidir, mas a Ucrânia a situação é um pouco mais complexa e diferente, porque vem da independência de um país e pode haver regiões como o Donbas em que uma grande percentagem da população se sente parte integrante do antigo país ou até uma região autónoma ou independente dos dois países, não se revêm nem num nem noutro.
Que seja alcançada e consolidada a paz e para evitar instabilidade na região que se faça referendo não a curto ou médio prazo, mas mais a longo prazo, sei lá talvez 5 anos. Nunca negociado através de premissa da guerra mas sim da paz.
Os Russos saem a Ucrania toma plenos poderes sobre a região e desenvolve processo com vista ao referendo, assim que as partes acharem estarem reunidas as condições.

Quanto ás entrevistas de Ucranianos a dizer que são pelos Russos, vejo isso de televisões ocidentais e livres, não me parece que houvesse militares a vigiar as entrevistas, até porque normalmente são feitas em regiões controladas pela Ucrânia que é onde estão as televisões Ocidentais por exemplo CNN.

Totalmente fora de contexto partes do território Nacional onde possam viver certas minorias em maioria, Essas minorias escolheram livremente um país para viver, onde não há guerra ou disputa territorial. Não se aplica.

E sim se a Ucrânia vencesse o referendo, os que se sentem Russos que fossem para a Russia, eu deixava-os ir com a condição de nunca mais pisarem solo Ucraniano.

Aliás o Putin antes de iniciar a guerra e se queria proteger esses cidadãos do genocídio, podia tê-los levado para a Russia, evitava tantas mortes e tanta destruição e claramente que tinha poupado muitos milhões, ainda que desse uma casa e uma quinta a todos os que quisessem ir.



Como vêm pelas vossas opiniões, a solução não é fácil nem as negociações ou mesmo referendos serão fáceis.
Mas não seria muito melhor investir nisso em vez de insistirem numa guerra e milhões de mortos?

Considerando o cenário da Ucrânia recuperar todo o seu território, não acredito que terá paz internamente! Primeiro porque existe uma grande parte da população que é de origem russa e pro russa e continuarão a querer a independência.
Segundo, porque viverão com medo que a Rússia possa atacar novamente e como tal continuarão a investir em armamento.

Considerando o cenário da Rússia ganhar os territórios que quer, também não acredito que a Ucrânia tenha paz pois continuará a tentar recuperar os territorios perdidos e porque ela e toda a Europa viverão com medo que os russos avancem mais.

A criação de uma zona independente com supervisão da China, Turquia, Brasil, ONU e mais um ou dois países, seria benéfico para todos.
 
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Re: Ucrânia vs Rússia - Escalada de tensão

por macau5m » 22/9/2022 23:55

Carrancho_ Escreveu:
Então e esse referendo devia incluir toda a população da Ucrânia toda ou só a desses territórios? Se for só dos territórios é para a população que lá existia antes de 2014 ou a de agora? Se colocam um micro na frente de um habitante de agora numa região ocupada pela Rússia, onde mataram e perseguem os pro ucrânia, ainda que metam o micro na frente de um destes últimos que ainda por lá resista, achas que vai dizer que é pela Ucrânia?
Se isto for assim será que no verão os Ingleses podem pedir um referendo no Algarve, um bairro de Lisboa onde prevaleça uma comunidade imigrante pode fazer dele um principado? Ainda nos arriscamos a irem dois espanhóis acampar para as desertas e anexarem aquilo às Canárias :wink:
Se há russos na Ucrânia que querem viver na Rússia, eles que vão que o que não falta lá é espaço.

Já viste de onde foram e são muitos dos Lideres separatistas? Nascidos e criados na maior cidade do Donbass e da Crimeia... Moscovo. Não existe mais a possibilidade de lá fazer um referendo justo.


Concordo em parte contigo, quando perguntas se o referendo é de todo o país ou só na região, acho que o destino de uma parte do país deve ser decidido por todo o país, (por exemplo a Catalunha) a ser referendado deve ser toda a Espanha a decidir, mas a Ucrânia a situação é um pouco mais complexa e diferente, porque vem da independência de um país e pode haver regiões como o Donbas em que uma grande percentagem da população se sente parte integrante do antigo país ou até uma região autónoma ou independente dos dois países, não se revêm nem num nem noutro.
Que seja alcançada e consolidada a paz e para evitar instabilidade na região que se faça referendo não a curto ou médio prazo, mas mais a longo prazo, sei lá talvez 5 anos. Nunca negociado através de premissa da guerra mas sim da paz.
Os Russos saem a Ucrania toma plenos poderes sobre a região e desenvolve processo com vista ao referendo, assim que as partes acharem estarem reunidas as condições.

Quanto ás entrevistas de Ucranianos a dizer que são pelos Russos, vejo isso de televisões ocidentais e livres, não me parece que houvesse militares a vigiar as entrevistas, até porque normalmente são feitas em regiões controladas pela Ucrânia que é onde estão as televisões Ocidentais por exemplo CNN.

Totalmente fora de contexto partes do território Nacional onde possam viver certas minorias em maioria, Essas minorias escolheram livremente um país para viver, onde não há guerra ou disputa territorial. Não se aplica.

E sim se a Ucrânia vencesse o referendo, os que se sentem Russos que fossem para a Russia, eu deixava-os ir com a condição de nunca mais pisarem solo Ucraniano.

Aliás o Putin antes de iniciar a guerra e se queria proteger esses cidadãos do genocídio, podia tê-los levado para a Russia, evitava tantas mortes e tanta destruição e claramente que tinha poupado muitos milhões, ainda que desse uma casa e uma quinta a todos os que quisessem ir.
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