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Caldeirão da Bolsa

Políticas para Portugal

Espaço dedicado a todo o tipo de troca de impressões sobre os mercados financeiros e ao que possa condicionar o desempenho dos mesmos.

Re: Políticas para Portugal

por caldeirum » 6/9/2022 18:47

BearManBull Escreveu:
p3droPT Escreveu:E torna-se por isso mais correto o estado fazer controlo de preços?


Obviamente que nisso sou completamente contra.

p3droPT Escreveu:Se querem resolver o problema da habitação é simples.


Em Lisboa não tem resolução. Pelo menos com um mercado livre, se toda a gente quer viver em Lisboa obviamente que se vai alugar a preços cada vez mais caros, desde que haja alguém disposto a pagar.

A solução é não viver em Lisboa.



Talvez nesta questão tivesse de apelar ao meu lado esquerda. Eu diria que ninguém devia ter mais de dois imóbeis a seu nome. Socialmente e eticamente até mesmo o segundo imóvel já deixa muito a desejar, devia haver talvez um imposto progressivo para quem açambarcar imoveis para que deixa-se de ser apelativo e desta forma seriam libertados muitos imoveis no mercado reduzindo drasticamente

Toda a gente devia ter direito a uma casa e todos os custos em comprar e manter casa deviam ser completamente deduzidos em IRS.


E do ponto de vista de recursos como areia, cimento, energia, pedra, etc, faria todo o sentido dificultar que um individuo tenha mais do que 1 imóvel. Mas isto é conversa de comunistas, dirão alguns...
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Re: Políticas para Portugal

por BearManBull » 6/9/2022 18:38

p3droPT Escreveu:E torna-se por isso mais correto o estado fazer controlo de preços?


Obviamente que nisso sou completamente contra.

p3droPT Escreveu:Se querem resolver o problema da habitação é simples.


Em Lisboa não tem resolução. Pelo menos com um mercado livre, se toda a gente quer viver em Lisboa obviamente que se vai alugar a preços cada vez mais caros, desde que haja alguém disposto a pagar.

A solução é não viver em Lisboa.



Talvez nesta questão tivesse de apelar ao meu lado esquerda. Eu diria que ninguém devia ter mais de dois imóbeis a seu nome. Socialmente e eticamente até mesmo o segundo imóvel já deixa muito a desejar, devia haver talvez um imposto progressivo para quem açambarcar imoveis para que deixa-se de ser apelativo e desta forma seriam libertados muitos imoveis no mercado reduzindo drasticamente

Toda a gente devia ter direito a uma casa e todos os custos em comprar e manter casa deviam ser completamente deduzidos em IRS.
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Re: Políticas para Portugal

por BearManBull » 6/9/2022 18:11

Caramelo Escreveu:
BearManBull Escreveu:Neste contexto a única medida que se preza é a descida do IVA na eletricidade.
Como dizia o outro, já fizeste as contas :-k :mrgreen:

Em conferência de imprensa, o primeiro-ministro referiu que o Executivo socialista vai pedir à Assembleia da República para que a proposta para reduzir para 6% a taxa atual de 13% do IVA sobre a eletricidade – valor que incide sobre os primeiros 100 kWh de energia elétrica consumidos em cada mês, desde que a potência contratada não supere os 6,9 kVA – seja “agendada e discutida com caráter de urgência para entrar em vigor a partir de 1 de outubro” e até dezembro de 2023.


Pois claro banha de cobra. Estava a referir a medida no geral de baixar IVA na luz, nem me tinha apercebido da anedota de que a redução só se aplica no escalão mais baixo. :wall: O único que beneficia da burocracia é os governos autoritários como o de Portugal...
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Re: Políticas para Portugal

por Masterchief » 6/9/2022 15:46

p3droPT Escreveu:
Marco Martins Escreveu:Então não acreditam? :) Acreditou nisto uma maioria da população :)


Vamos fazer um exercicio... E com o PSD algo seria diferente?



Nunca vi um governo PSD MENTIR á descarada como o kosta faz.
Isto que o kosta faz é MENTIR, ENGANAR, LUDIBRIAR e ainda fazer de conta que está a dar algum coisa.

Engana as pessoas quando diz que baixa o IVA. Neste caso não mente mas engana. Diz 1/4 da verdade.
Engana os pensionistas quando diz que vai dar 50% de aumento da reforma já este ano. Também não mente mas engana porque vai dar os restantes 50% no próximo ano indexados á inflação prevista neste momento e, aumento esse que já seria dado de qualquer forma e talvez superior por força da lei da actualização das pensões em vigor.

Como alguém já falou as edições das TVs e dos jornais têm que construir títulos curtos e resumidos, as chamadas "parangonhas", porque é assim que são apresentadas as noticias. E a maioria das pessoas só lê os títulos das noticias, não vão ler a noticia completa. Por preguiça ou seja lá o que for, esta é a verdade. Então lá vêm as noticias, "Governo reduz IVA da electricidade", "Governo dá aumento de 50% aos pensionistas", etc. Isto é marketing enganador. Mas funciona!

Este kosta é um vendedor de "banha da cobra" do pior calibre! Mas sempre foi desde o inicio.

A questão, para mim, não está em dar ou não dar, haver dinheiro ou não haver. (provavelmente não há) Para mim o principal problema é a MENTIRA! Eu não suporto mentiras. Mas infelizmente o povo gosta de ser enganado. E assim já perdemos 6 anos e vamos perder mais 4 anos, sem qualquer tipo de reforma ou medida que promova o crescimento económico.

Portugal está a caminhar para uma falência total em todos os aspectos. Vão destruir o tecido empresarial todo.
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Re: Políticas para Portugal

por Caramelo » 6/9/2022 13:26

Marco Martins Escreveu:Então não acreditam? :) Acreditou nisto uma maioria da população :)
Então e os pensionistas, uiiii... aumento este ano de meia-reforma é melhor que nada :mrgreen:
Caso existissem eleições amanhã, após este "pacote", a "maioria" do kosta seria muito maior \:D/

No final de junho deste ano, numa edição especial do programa “O Princípio da Incerteza”, na CNN Portugal, António Costa prenunciou um “aumento histórico” das pensões em 2023 e foi taxativo: “Não há a mínima dúvida de que iremos cumprir a fórmula (das pensões) que existe desde a reforma de 2007. As leis existem para serem cumpridas”.

Modelo do governo para os pensionistas é neutro para 2023 mas poupa nas pensões a partir de 2024. Numa reforma atual de €750 euros, um pensionista perderá quase 400 euros ao longo de 2024 face à fórmula da lei. Veja como - ou o “aqui há gato” explicado.

https://tvi.iol.pt/noticias/pensoes/ref ... i0CcvLk1J0
Anexos
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Re: Políticas para Portugal

por Hramos3 » 6/9/2022 13:25

És pensionista e tens uma pensão de 5000€? Toma lá 2500€ extra, e actualizaremos a pensão não tarda.

És trabalhador e ganhas até 2699€ (brutos?) ? Toma lá 125€, e não podemos aumentar salários porque espiral inflacionária.



Depois queixem-se...
Editado pela última vez por Hramos3 em 6/9/2022 13:27, num total de 2 vezes.
 
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Re: Políticas para Portugal

por MVP » 6/9/2022 13:00

BearManBull Escreveu:
Os senhorios donos da faca, do queijo têm de ser protegidos...

Neste país vai tudo sempre no sentido de proteger poderes instalados.

Ainda gostava que me explica-se como impedir uma subida absurda dos preços já abusivos praticados na exploração de inquilinos , poderia afetar o mercado.

MM nenhum proprietário vai deixar de alugar uma propriedade se tiver possibilidade disso, senão vai perder dinheiro. Esse argumento é uma batata socialista.



E torna-se por isso mais correto o estado fazer controlo de preços?

Se querem resolver o problema da habitação é simples. Corte-se, nem que seja temporariamente as taxas e taxinhas e tempos de aprovação municipais de projetos residenciais, reduza-se o IVA da construção que asfixia o sector (tenho 2 projetos em standby por falta de rendibilidade aos custos vs proveitos atuais) e observe-se a oferta aumentar brutalmente em 2 a 3 anos. Agora países geridos por advogados com todo o respeito só dá para burocracia em cima de burocracia, é o mindset deles que não conseguem mudar em vez de estar virado para a resolução de problemas.

Marco Martins Escreveu:Então não acreditam? :) Acreditou nisto uma maioria da população :)


Vamos fazer um exercicio... E com o PSD algo seria diferente?

[
Marco Martins Escreveu:Não querendo ser mau, mas se a Rússia quiser encostar a UE à parede, o que irá fazer?
Se provocarem a instabilidade no médio oriente e outros países produtores de petróleo... com os preços tão altos para o gás, e com o petróleo a subir aos 200€ teremos um problema enorme e sem qualquer outra possibilidade, teremos de negociar com a Rússia (por muito que isso nos possa custar)...


Não vai fazer nada e a UE vai ter de ceder até porque o Kremlin sabe bem com o tipo de gente que lida em Bruxelas. É o Charles Michel e a Von der Leyen que vão bater o pé ao Putin e ao Shoigu e o Lavrov? :lol: Quem apoia esta loucura de braço de ferro não pode estar bem. Percebo o racional de luta contra o tipo de regime X mas a realidade é que estamos na mó de baixo.
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Re: Políticas para Portugal

por Marco Martins » 6/9/2022 12:12

Não querendo ser mau, mas se a Rússia quiser encostar a UE à parede, o que irá fazer?
Se provocarem a instabilidade no médio oriente e outros países produtores de petróleo... com os preços tão altos para o gás, e com o petróleo a subir aos 200€ teremos um problema enorme e sem qualquer outra possibilidade, teremos de negociar com a Rússia (por muito que isso nos possa custar)...
 
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Re: Políticas para Portugal

por caldeirum » 6/9/2022 12:00

Celsius-reloaded Escreveu:
Caramelo Escreveu:
BearManBull Escreveu:Neste contexto a única medida que se preza é a descida do IVA na eletricidade.
Como dizia o outro, já fizeste as contas :-k :mrgreen:

Em conferência de imprensa, o primeiro-ministro referiu que o Executivo socialista vai pedir à Assembleia da República para que a proposta para reduzir para 6% a taxa atual de 13% do IVA sobre a eletricidade – valor que incide sobre os primeiros 100 kWh de energia elétrica consumidos em cada mês, desde que a potência contratada não supere os 6,9 kVA – seja “agendada e discutida com caráter de urgência para entrar em vigor a partir de 1 de outubro” e até dezembro de 2023.

https://eco.sapo.pt/2022/09/05/iva-da-e ... a-de-fora/


€1.

Isto contado ng acreditaria.


100kw x 0,20€ = 20€
se iva 13% = 2.6€
se iva 6% =1.2€
poupança = 1,4€ mês upa upa

Acima de 100kw a taxa está nos 23%. Olha que essa não tocam. Acho que a maioria das casas superam os 100kw por mês.
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Re: Políticas para Portugal

por Marco Martins » 6/9/2022 11:30

Celsius-reloaded Escreveu:€1.

Isto contado ng acreditaria.


Então não acreditam? :) Acreditou nisto uma maioria da população :)
 
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Re: Políticas para Portugal

por Celsius-reloaded » 6/9/2022 11:08

Caramelo Escreveu:
BearManBull Escreveu:Neste contexto a única medida que se preza é a descida do IVA na eletricidade.
Como dizia o outro, já fizeste as contas :-k :mrgreen:

Em conferência de imprensa, o primeiro-ministro referiu que o Executivo socialista vai pedir à Assembleia da República para que a proposta para reduzir para 6% a taxa atual de 13% do IVA sobre a eletricidade – valor que incide sobre os primeiros 100 kWh de energia elétrica consumidos em cada mês, desde que a potência contratada não supere os 6,9 kVA – seja “agendada e discutida com caráter de urgência para entrar em vigor a partir de 1 de outubro” e até dezembro de 2023.

https://eco.sapo.pt/2022/09/05/iva-da-e ... a-de-fora/


€1.

Isto contado ng acreditaria.
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Re: Políticas para Portugal

por Caramelo » 6/9/2022 10:10

BearManBull Escreveu:Neste contexto a única medida que se preza é a descida do IVA na eletricidade.
Como dizia o outro, já fizeste as contas :-k :mrgreen:

Em conferência de imprensa, o primeiro-ministro referiu que o Executivo socialista vai pedir à Assembleia da República para que a proposta para reduzir para 6% a taxa atual de 13% do IVA sobre a eletricidade – valor que incide sobre os primeiros 100 kWh de energia elétrica consumidos em cada mês, desde que a potência contratada não supere os 6,9 kVA – seja “agendada e discutida com caráter de urgência para entrar em vigor a partir de 1 de outubro” e até dezembro de 2023.

https://eco.sapo.pt/2022/09/05/iva-da-e ... a-de-fora/
 
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Re: Políticas para Portugal

por BearManBull » 6/9/2022 9:41

Marco Martins Escreveu:As medidas têm por finalidade ser apenas um analgésico onde todos os problemas de fundo continuam existentes e sem combate? Se sim, estaremos no caminho certo...


Neste momento temos um problema enorme de falta oferta. Os governos deviam fazer exatamente o oposto, reduzir apoios sociais e reduzir impostos ás industrias. Neste contexto a única medida que se preza é a descida do IVA na eletricidade.
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Re: Políticas para Portugal

por Marco Martins » 6/9/2022 9:14

https://www.jornaldenegocios.pt/economia/financas-publicas/detalhe/costa-explica-que-nao-anunciou-antes-medidas-porque-so-agora-e-possivel-avaliar-impactos

Acho interessante anunciarem medidas, apenas porque no resto da europa as começaram a anunciar.... e mesmo assim, ainda vão anunciar mais medidas ao longo da semana!!!

Podem até ser boas medidas... mas parece-me tudo um pouco em cima do joelho, apenas porque os outros o fizeram!!!

As medidas têm por finalidade ser apenas um analgésico onde todos os problemas de fundo continuam existentes e sem combate? Se sim, estaremos no caminho certo...

Certamente os mais desfavorecidos precisam de uma protecção maior... mas não pode ser com medidas avulso onde não se sabe como continuarão a ser suportadas!!!
 
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Re: Políticas para Portugal

por BearManBull » 6/9/2022 0:00

Marco Martins Escreveu:Por exemplo, a minha tia (já tem 93 anos) tem duas casas alugadas (com rendas baixas vitalicias por cerca de 80€ e 40€ mensais).
Numa das casas tem de fazer um reboco que lhe custará 2000€ !!! Como é que com estas rendas, ela consegue fazer uma manutenção do que quer que seja!!!
Com as rendas, nunca vai recuperar o valor da obra e para vender a casa não lhe dão quase nada devido à renda vitalícia!


Nem 8 nem 80. Esses contractos obviamente que são inviáveis.
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Re: Políticas para Portugal

por Marco Martins » 5/9/2022 18:22

BearManBull Escreveu:
Nesse caso, acho que o Governo tem de fazer obrigatoriamente outra coisa: compensar os senhorios, seja por via fiscal, seja por outra via. Doutra forma, pode travar o mercado de arrendamento, fazendo que surjam menos casas para arrendar. Tem de haver equilíbrio: defender os inquilinos sem penalizar os senhorios.


Os senhorios donos da faca, do queijo têm de ser protegidos...

Neste país vai tudo sempre no sentido de proteger poderes instalados.

Ainda gostava que me explica-se como impedir uma subida absurda dos preços já abusivos praticados na exploração de inquilinos , poderia afetar o mercado.

MM nenhum proprietário vai deixar de alugar uma propriedade se tiver possibilidade disso, senão vai perder dinheiro. Esse argumento é uma batata socialista.

Os alugueres deviam estar impedidos de seguir a inflação. Não tem coerência nenhuma, porque a inflação pode ser de 10% e os inquilinos podem não terem aumentado os rendimentos...


Mas os senhorios também são afectados pela inflacção!
Por exemplo, a minha tia (já tem 93 anos) tem duas casas alugadas (com rendas baixas vitalicias por cerca de 80€ e 40€ mensais).
Numa das casas tem de fazer um reboco que lhe custará 2000€ !!! Como é que com estas rendas, ela consegue fazer uma manutenção do que quer que seja!!!
Com as rendas, nunca vai recuperar o valor da obra e para vender a casa não lhe dão quase nada devido à renda vitalícia!

Discordo com o aumento abusivo das rendas, onde por vezes se vê alugueres de pocilgas como se fossem hoteis de 5 estrelas, contudo existem situações que também só penalizam os senhorios.
 
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Re: Políticas para Portugal

por BearManBull » 5/9/2022 17:30

Nesse caso, acho que o Governo tem de fazer obrigatoriamente outra coisa: compensar os senhorios, seja por via fiscal, seja por outra via. Doutra forma, pode travar o mercado de arrendamento, fazendo que surjam menos casas para arrendar. Tem de haver equilíbrio: defender os inquilinos sem penalizar os senhorios.


Os senhorios donos da faca, do queijo têm de ser protegidos...

Neste país vai tudo sempre no sentido de proteger poderes instalados.

Ainda gostava que me explica-se como impedir uma subida absurda dos preços já abusivos praticados na exploração de inquilinos , poderia afetar o mercado.

MM nenhum proprietário vai deixar de alugar uma propriedade se tiver possibilidade disso, senão vai perder dinheiro. Esse argumento é uma batata socialista.

Os alugueres deviam estar impedidos de seguir a inflação. Não tem coerência nenhuma, porque a inflação pode ser de 10% e os inquilinos podem não terem aumentado os rendimentos...
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Re: Políticas para Portugal

por Marco Martins » 5/9/2022 9:15

NirSup Escreveu:A Guerra do Alecrim e da Mangerona

Está instalada a guerra entre quem defende que há crime de especulação e quem defende que não há crime de especulação.
Então eu tenho uma nota de 10 euros que, por qualquer razão, virou uma raridade e não a posso vender pelo dobro do preço?
Claro que posso (apesar de indicar que apenas vale 10 euros). Desde que não engane ninguém por que não?
Mas se for um bilhete de um espetáculo musical já não posso?

Os advogados acham que não há crime de especulação. A ASAE, por dever de ofício, diz que há crime.
E o que fazem as autoridades judiciais e judiciárias?
Chutam para canto. Respondem nim.
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Depende um pouco do contexto.
De certa forma tens razão, contudo se considerares que uma pessoa aquire todas as notas de 10€ disponíveis e depois as vende por 20€, isso já será especulação.
 
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Re: Políticas para Portugal

por BearManBull » 4/9/2022 14:37

A UE cada vez mais asfixiada na paranoia socialista. Combate-se a inflação, com despesismo e estimulo ao consumo.... :wall:

Governo vai eliminar a sobrexata no preço da eletricidade destinada a financiar as energias renováveis e dar uma bonificação única de 100 euros por criança.



Os dois primeiros pacotes, que totalizam 30 mil milhões de euros, incluíam, entre outros benefícios para os cidadãos, um subsídio de transporte público com bilhetes a nove euros por mês que permitem viajar por toda a Alemanha e um desconto em combustível, limitado a três meses, que terminou em agosto.


Alguém será capaz de meter na cabecita desta gente que a inflação é um problema de excesso de procura e falta de oferta.
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Re: Políticas para Portugal

por NirSup » 2/9/2022 22:56

A Guerra do Alecrim e da Mangerona

Está instalada a guerra entre quem defende que há crime de especulação e quem defende que não há crime de especulação.
Então eu tenho uma nota de 10 euros que, por qualquer razão, virou uma raridade e não a posso vender pelo dobro do preço?
Claro que posso (apesar de indicar que apenas vale 10 euros). Desde que não engane ninguém por que não?
Mas se for um bilhete de um espetáculo musical já não posso?

Os advogados acham que não há crime de especulação. A ASAE, por dever de ofício, diz que há crime.
E o que fazem as autoridades judiciais e judiciárias?
Chutam para canto. Respondem nim.
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Re: Políticas para Portugal

por Masterchief » 2/9/2022 10:06

Pensionistas vão ter bónus ainda este ano
Mexidas no IRS, no IVA de alguns produtos, apoios para as famílias mais pobres e um extra para as pensões. O Governo está a ultimar um pacote de 2 mil milhões de euros para travar as perdas de rendimento das famílias. Medidas são temporárias, mas podem pesar em 2023.

É assim que se ganham eleições.

Não é que as reformas não devam acompanhar, ou até mais, a inflação. Mas se calhar nesta altura há outras medidas prioritárias tal como a energia, a saúde, a economia, etc.
Mas lá está, prioridades para o governo não é governar o país, é manter os seus principais eleitores satisfeitos. Dá com uma mão e retira com a outra mas o que interessa é o que se dá. O resto não é culpa deles. É a conjuntura económica, é a guerra, é...
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Re: Políticas para Portugal

por Marco Martins » 1/9/2022 16:10

Opcard Escreveu:Na última edição do expresso hà o artigo do Ricardo Reis que justifica o preço do jornal .

Eu tenho dúvidas se haverá políticas para Portugal para sair desta situação , parte da Europa parou só que os outros pararam lá em cima.


« Está semana, o economista Tiago Tavares fez a seguinte observação nas redes sociais: se Portugal tivesse crescido nos últimos 20 anos ao ritmo a que cresceu nos seis anos anteriores (entre 1995 a 2001), nesta altura seríamos tão ricos como a Holanda. Não porque o final do século XX tenha sido uma época dourada na economia portuguesa, antes pelo contrário, mas porque o desempenho económico tem sido tão medíocre no século XXI até agora. No entanto, e apesar de tantos escreverem sobre isto há mais de uma década, continua a faltar um sentido de urgência no Estado ou nos debates públicos acerca deste desastre. O Governo anterior ganhou muitos votos com uma agenda focada em reverter as reformas do Executivo que tinha substituído; o Governo atual já está no poder há seis meses e, apesar de todas as promessas, continua sem anunciar uma verdadeira reforma cuja intenção seja abanar a economia.

Talvez a razão para esta indiferença seja uma aversão aos números do PIB real per capita. A riqueza de um país resulta de milhões de ações e decisões tomadas todos os dias. É fácil acreditar que o resultado final “é o que tiver de ser”. Para perceber se as pessoas estão afinal contentes ou desiludidas com o país, um bom princípio de economia é o da “preferência revelada”: olhar para as suas escolhas, porque estas vão refletir aquilo que elas verdadeiramente preferem. Da perspetiva de um indivíduo, a principal escolha sobre o seu país é se decide viver nele. Emigrar não é fácil e custa muito estar longe da família e viver numa cultura que não é a nossa.

Em 2020, as Nações Unidas compilaram novos dados sobre a emigração, que foram analisados para o nosso país no “Relatório da Emigração” preparado pela Secretaria de Estado das Comunidades Portuguesas. Na década entre 2011 e 2020 saíram de Portugal 992 mil portugueses, dos quais pelo menos 400 mil de forma permanente. Metade destes saíram nos últimos seis anos, ou seja, os anos da troika são responsáveis por só metade das saídas. Em 2019, a ONU estima que há 2,6 milhões de pessoas que nasceram em Portugal e que vivem hoje no estrangeiro. Para o tamanho do nosso país, é um número avassalador.

Se os números absolutos não o assustam, talvez as comparações ajudem. Com um rácio de emigrantes para residentes de 0,26, Portugal está no oitavo lugar do mundo. Acima de nós estão países cuja população fugiu à guerra e à opressão (Arménia, Bósnia, Palestina e Síria), fugiu de desastres naturais (Porto Rico) ou um país cujas fronteiras foram redesenhadas (Macedónia do Norte). O único comparável com Portugal é a Albânia: de lá também se foge da falta de perspetivas económicas. As grandes mensagens do Presidente da República (“somos os maiores”) ou do primeiro-ministro (“estamos no caminho certo”) recolhem palmas quando eles as repetem em eventos públicos. Mas as pessoas que aplaudiram, quando mais tarde chegam a casa, fazem as malas e vão-se embora.

Código: Selecionar todos
As pessoas fogem da vossa liderança e governação ao mesmo ritmo que fugiam da Guerra Colonial


Comparando antes no tempo, no último século em Portugal só saiu 10% ou mais da população durante uma década nos anos 60. Senhores Presidente e primeiro-ministro, desculpem-me a brutalidade, mas é preciso um abano: as pessoas fogem da vossa liderança e governação ao mesmo ritmo que fugiam da Guerra Colonial.

Neste verão consegui, como habitual, viajar um pouco por Portugal. Em Lisboa ou no Porto, as residências nas zonas nobres e centrais estão cada vez mais ocupadas por estrangeiros reformados. No litoral norte alentejano florescem os empreendimentos com casas de férias (logo vazias a maior parte do ano) destinados ao mercado internacional. À volta de Bragança, Guimarães ou Fundão descobri terrenos comprados por imigrantes que estabelecem comunidades autossus­tentáveis, retiros de ioga e outras atividades meritórias que contribuem aproximadamente zero para o emprego e para a riqueza local. Para pagar dívidas passadas e consumos presentes, os portugueses que ficaram no país vendem hoje os terrenos que eram das famílias e tornam-se caseiros das casas onde cresceram.

Mas não é isto Portugal a transformar-se na “Florida da Europa”? Não. Há 30 anos, a Florida era um estado adormecido onde os americanos se reformavam. Mas desde então tem sido dos estados mais dinâmicos e aguerridos a atrair empresas e profissionais e a privilegiar o crescimento económico, reduzindo regulações e impostos. Na última década foi o estado americano com maior crescimento da população e tornou-se a 15ª maior economia do mundo. Há muito a criticar e a não querer imitar na Florida, mas quer nas políticas quer nos resultados Portugal tem caminhado na direção oposta ao estado do sul dos EUA.

Há pouco menos de um ano, eu era um dos poucos otimistas acerca de Portugal. O mundo estava a mudar numa direção que nos favorecia, com o trabalho à distância que reduz os custos de periferia, a transição energética para longe dos combustíveis fósseis que não temos e o financiamento do PRR a suprir a nossa falta de capital. Discutiu-se crescimento económico nos debates eleitorais, e a sociedade civil, via FFMS, Gulbenkian e Sedes, ofereceu roteiros de reformas e políticas para o novo Governo escolher. Mas, o verão está a chegar ao fim, a janela de oportunidade está a fechar-se, e o progresso é muito pouco. »


Muito bom artigo!
Portugal tem de acordar para a realidade e ser realista naquilo que quer e como o quer fazer.
E os políticos têm um papel muito importante aqui, pois são eles que devem orientar o caminho, as dificuldades e os objetivos!!

Provavelmente temos de definir 5 grandes objectivos e mudar tudo em função disso.
 
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Re: Políticas para Portugal

por Opcard » 1/9/2022 14:49

Na última edição do expresso hà o artigo do Ricardo Reis que justifica o preço do jornal .

Eu tenho dúvidas se haverá políticas para Portugal para sair desta situação , parte da Europa parou só que os outros pararam lá em cima.


« Está semana, o economista Tiago Tavares fez a seguinte observação nas redes sociais: se Portugal tivesse crescido nos últimos 20 anos ao ritmo a que cresceu nos seis anos anteriores (entre 1995 a 2001), nesta altura seríamos tão ricos como a Holanda. Não porque o final do século XX tenha sido uma época dourada na economia portuguesa, antes pelo contrário, mas porque o desempenho económico tem sido tão medíocre no século XXI até agora. No entanto, e apesar de tantos escreverem sobre isto há mais de uma década, continua a faltar um sentido de urgência no Estado ou nos debates públicos acerca deste desastre. O Governo anterior ganhou muitos votos com uma agenda focada em reverter as reformas do Executivo que tinha substituído; o Governo atual já está no poder há seis meses e, apesar de todas as promessas, continua sem anunciar uma verdadeira reforma cuja intenção seja abanar a economia.

Talvez a razão para esta indiferença seja uma aversão aos números do PIB real per capita. A riqueza de um país resulta de milhões de ações e decisões tomadas todos os dias. É fácil acreditar que o resultado final “é o que tiver de ser”. Para perceber se as pessoas estão afinal contentes ou desiludidas com o país, um bom princípio de economia é o da “preferência revelada”: olhar para as suas escolhas, porque estas vão refletir aquilo que elas verdadeiramente preferem. Da perspetiva de um indivíduo, a principal escolha sobre o seu país é se decide viver nele. Emigrar não é fácil e custa muito estar longe da família e viver numa cultura que não é a nossa.

Em 2020, as Nações Unidas compilaram novos dados sobre a emigração, que foram analisados para o nosso país no “Relatório da Emigração” preparado pela Secretaria de Estado das Comunidades Portuguesas. Na década entre 2011 e 2020 saíram de Portugal 992 mil portugueses, dos quais pelo menos 400 mil de forma permanente. Metade destes saíram nos últimos seis anos, ou seja, os anos da troika são responsáveis por só metade das saídas. Em 2019, a ONU estima que há 2,6 milhões de pessoas que nasceram em Portugal e que vivem hoje no estrangeiro. Para o tamanho do nosso país, é um número avassalador.

Se os números absolutos não o assustam, talvez as comparações ajudem. Com um rácio de emigrantes para residentes de 0,26, Portugal está no oitavo lugar do mundo. Acima de nós estão países cuja população fugiu à guerra e à opressão (Arménia, Bósnia, Palestina e Síria), fugiu de desastres naturais (Porto Rico) ou um país cujas fronteiras foram redesenhadas (Macedónia do Norte). O único comparável com Portugal é a Albânia: de lá também se foge da falta de perspetivas económicas. As grandes mensagens do Presidente da República (“somos os maiores”) ou do primeiro-ministro (“estamos no caminho certo”) recolhem palmas quando eles as repetem em eventos públicos. Mas as pessoas que aplaudiram, quando mais tarde chegam a casa, fazem as malas e vão-se embora.

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As pessoas fogem da vossa liderança e governação ao mesmo ritmo que fugiam da Guerra Colonial


Comparando antes no tempo, no último século em Portugal só saiu 10% ou mais da população durante uma década nos anos 60. Senhores Presidente e primeiro-ministro, desculpem-me a brutalidade, mas é preciso um abano: as pessoas fogem da vossa liderança e governação ao mesmo ritmo que fugiam da Guerra Colonial.

Neste verão consegui, como habitual, viajar um pouco por Portugal. Em Lisboa ou no Porto, as residências nas zonas nobres e centrais estão cada vez mais ocupadas por estrangeiros reformados. No litoral norte alentejano florescem os empreendimentos com casas de férias (logo vazias a maior parte do ano) destinados ao mercado internacional. À volta de Bragança, Guimarães ou Fundão descobri terrenos comprados por imigrantes que estabelecem comunidades autossus­tentáveis, retiros de ioga e outras atividades meritórias que contribuem aproximadamente zero para o emprego e para a riqueza local. Para pagar dívidas passadas e consumos presentes, os portugueses que ficaram no país vendem hoje os terrenos que eram das famílias e tornam-se caseiros das casas onde cresceram.

Mas não é isto Portugal a transformar-se na “Florida da Europa”? Não. Há 30 anos, a Florida era um estado adormecido onde os americanos se reformavam. Mas desde então tem sido dos estados mais dinâmicos e aguerridos a atrair empresas e profissionais e a privilegiar o crescimento económico, reduzindo regulações e impostos. Na última década foi o estado americano com maior crescimento da população e tornou-se a 15ª maior economia do mundo. Há muito a criticar e a não querer imitar na Florida, mas quer nas políticas quer nos resultados Portugal tem caminhado na direção oposta ao estado do sul dos EUA.

Há pouco menos de um ano, eu era um dos poucos otimistas acerca de Portugal. O mundo estava a mudar numa direção que nos favorecia, com o trabalho à distância que reduz os custos de periferia, a transição energética para longe dos combustíveis fósseis que não temos e o financiamento do PRR a suprir a nossa falta de capital. Discutiu-se crescimento económico nos debates eleitorais, e a sociedade civil, via FFMS, Gulbenkian e Sedes, ofereceu roteiros de reformas e políticas para o novo Governo escolher. Mas, o verão está a chegar ao fim, a janela de oportunidade está a fechar-se, e o progresso é muito pouco. »
 
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Re: Políticas para Portugal

por Marco Martins » 1/9/2022 14:12

 
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