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Caldeirão da Bolsa

Políticas para Portugal

Espaço dedicado a todo o tipo de troca de impressões sobre os mercados financeiros e ao que possa condicionar o desempenho dos mesmos.

Re: Políticas para Portugal

por MarcoAntonio » 21/5/2022 20:47

O quarto artigo vem na mesma linha:

Quitting smoking after heart attack reduces chest pain, improves quality of life: Looks like you can say goodbye to those friendly intensive care units that used hand out packs of Luckies to post-op patients hankering for a smoke. Don’t blame the hospitals though, blame those buzz-kills folks at the American Heart Association who are responsible for this no-fun finding. Next in the nanny-state crosshairs: the Krispy Kreme booth at the diabetes clinic.


O artigo original encontra-se aqui:

Association of Smoking Status With Angina and Health-Related Quality of Life After Acute Myocardial Infarction

Os autores incluem o que já se sabia e o que o estudo acrescenta de forma bastante sintética:

What is known

Smoking is common among patients presenting with acute myocardial infarction (AMI) and many patients continue to smoke after their AMI

Although it has been well established that smoking cessation after AMI decreases the risk of recurrent MI and mortality, the association of smoking with angina and health-related quality of life after AMI is unclear.

What the study adds

There is a gradation of more angina and worse dis-ease specific and generic health-related quality of life across smoking status groups from never smok-ers having the best health status and persistent smok-ers the worst.

Those who quit smoking before their AMI were similar to those who had never smoked in all health-related quality of life domains.

Within only 1 year, those who quit smoking after their AMI had less angina and improved general mental health, similar to levels of those who had never smoked.


Os autores, para além de recolherem informação de base científica que aparentemente previamente não existia, indicam também que um dos objectivos é melhor encorajar os pacientes a deixarem de fumar depois do enfarte pois, como advogam, as taxas de sucesso são "baixas" (cito: "Although efforts to improve smoking cessation after AMI have become important performance measures for both hospitals and outpatient clinics a large percentage of smokers do not quit after their AMI.").

Não percebo porque é que o autor do artigo da Time acha o artigo ridículo e o incluiu num top 10 dos mais ridiculos.
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FLOP - Fundamental Laws Of Profit

1. Mais vale perder um ganho que ganhar uma perda, a menos que se cumpra a Segunda Lei.
2. A expectativa de ganho deve superar a expectativa de perda, onde a expectativa mede a
__.amplitude média do ganho/perda contra a respectiva probabilidade.
3. A Primeira Lei não é mesmo necessária mas com Três Leis isto fica definitivamente mais giro.
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Re: Políticas para Portugal

por MarcoAntonio » 21/5/2022 20:25

O terceiro artigo, depois de o consultar na diagonal, não me parece nada de groundbreaking mas também não me apressaria a ridiculariza-lo com a mesma pressa que o autor do artigo da Time apresenta.

Holding on to the blues: Depressed individuals may fail to decrease sadness: This one apparently came as news to the folks at the Association for Psychological Science and they’ve got the body of work to stand behind their findings. They’re surely the same scientists who discovered that short people often fail to increase inches, grouchy people don’t have enough niceness and folks who wear dentures have done a terrible job of hanging onto their teeth. The depression findings in particular are good news, pointing to exciting new treatments based on the venerable “Turn that frown upside down” method.


O original pode ser encontrado aqui:

Sad as a Matter of Choice? Emotion-Regulation Goals in Depression

O conteúdo é mais nuanced do que ele dá a entender. Não estou em condições de dizer o quão relevante é para a área de estudo (muito embora seja perfeitamente evidente que vem na sequência de outros).

Seja como for, a minha "working theory" é que ele nem sequer lê/consulta os artigos que está a atacar. Há alguma evidência a suportar esta minha hipótese pois ele está a usar não os títulos dos artigos originais mas títulos retirados de press releases com sumários que se referem aos artigos. Além de não usar o título (ou o conteúdo directamente dos artigos originais) mas excertos ou "adaptações" do que está nessas breves notícias, ele também não faculta o link para o artigo original que está a atacar (o que devia fazer).
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Re: Políticas para Portugal

por MarcoAntonio » 21/5/2022 20:03

O segundo artigo a que ele se refere é um artigo de research. O comentário dele é basicamente o trabalho de um stand-up comedian a fazer chacota de algo perfeitamente razoável:

Study shows benefit of higher quality screening colonoscopies: Don’t you just hate those low-quality colonoscopies? You know, the ones when the doctor looks at your ears, checks your throat and pronounces, “That’s one fine colon you’ve got there, friend”? Now there’s a better way to go about things, according to JAMA, and that’s to be sure to have timely, high quality screenings instead. That may be bad news for “Colon Bob, Your $5 Colonoscopy Man,” but it’s good news for the rest of us.


Não há nada de particularmente ridiculo no artigo que ele está a atacar e que pode ser encontrado aqui:

Variation in Adenoma Detection Rate and the LifetimeBenefits and Cost of Colorectal Cancer Screening

É com base em estudos como este e outros do género que se decidem programas e protocolos.
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Re: Políticas para Portugal

por MarcoAntonio » 21/5/2022 19:39

BearManBull Escreveu:O que falta por aí são estudos de treta, felizmente que pelo menos noutros tempos nos proviam das ferramentas necessárias para tirar conclusões por nós próprios.

The 10 Most Ridiculous Scientific Studies

Digas o que digas esses estudos não têm base analítica, pelos motivos que apresentei anteriormente.


O autor do artigo da Time é um idiota a avaliar por esta amostra:

Okay, maybe not. Still, every one of those not-exactly jaw-dropping studies is entirely real—funded, peer-reviewed, published, the works. And they’re not alone. Here—with their press release headlines unchanged—are the ten best from from science’s recent annals of “duh.”

Study shows beneficial effect of electric fans in extreme heat and humidity: You know that space heater you’ve been firing up every time the temperature climbs above 90º in August? Turns out you’ve been going about it all wrong. If you don’t have air conditioning, it seems that “fans” (which move “air” with the help of a cunning arrangement of rotating “blades”) can actually make you feel cooler. That, at least, was the news from a study in the Journal of the American Medical Association (JAMA) last February. Still to come: “Why Snow-Blower Use Declines in July.”


O artigo não é sobre "sentir-se mais fresco". Trata-se de uma breve comunicação de resultados preliminares, é sobre os efeitos na saúde e o contexto é o de refutar guidelines (de entidades públicas de saúde) pré-existentes que aconselham contra o uso das ventoinhas. Está explicado logo no início e é praticamente impossível não ler. O mais provável é que o autor do artigo da Time não tenha sequer consultado o artigo no original.

Patz et al1 described the projected effects of more prolonged and severe heat waves on human health. A simple, low-cost cooling device is an electric fan. A Cochrane review2 concluded “no evidence currently exists supporting or refuting the use of electric fans during heat waves” for mortality and morbidity. However, public health guidance typically warns against fan use in hot weather. Recommended upper limits range from 32.3°C (90°F) at 35% relative humidity (RH) to the high 90s (96-99°F; 35.6-37.2°C, no RH stated2).

Está literalmente no primeiro parágrafo!


Deixo também a breve discussão final:

Discussion

Our preliminary study is the first, to our knowledge, to demonstrate that electric fans prevent heat-related elevations in HR and core temperature in healthy young men up to approximately 80% RH at 36°C and 50% RH at 42°C. Thus, contrary to existing guidance,3,4 fans may be effective cooling devices for those without air conditioning during hot and humid periods.

Only young participants were assessed, so critical RH values must be derived for other populations (eg, elderly with comorbidities) and those with diminished sweat production. However, sweat rates measured with fans were lower than values previously reported to be achievable in healthy 70-year-old adults (440 g/h).6 Advice to the public to stop using fans during heat waves may need to be reevaluated.



Link para o artigo:

Heart Rate and Body Temperature Responses to Extreme Heat and Humidity With and Without Electric Fans
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Re: Políticas para Portugal

por MarcoAntonio » 20/5/2022 14:56

Bear, mas quem reconhece são investigadores concorrentes (o standard é single blinded peer reviewing, os autores nao sabem quem sao os reviewers).

Os politicos não entram neste processo.
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1. Mais vale perder um ganho que ganhar uma perda, a menos que se cumpra a Segunda Lei.
2. A expectativa de ganho deve superar a expectativa de perda, onde a expectativa mede a
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Re: Políticas para Portugal

por BearManBull » 20/5/2022 14:51

MarcoAntonio Escreveu:Em relação aos políticos, eu diria até que não interessa muito o que é produzido: eles basicamente fazem o aproveitamento que lhes interessa e não têm grande dificuldade em dizer o oposto do que está na literatura científica, se for preciso.



Ora aqui tens o santo graal do investigador. Queres que a tua investigação seja reconhecida.

Ou seja logo aqui tens um enviesamento critico para produzir resultados de acordo com as expectativas dos políticos.
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Re: Políticas para Portugal

por BearManBull » 20/5/2022 14:48

MarcoAntonio Escreveu:
MarcoAntonio Escreveu:E quando me apelidaste de politico, a minha questão é exatamente a oposta, que deveria ser o não envolvimento de politica nestes estudos.

Eu aqui discordo completamente. O que eu disse, por estas ou outras palavras - e é só uma opinião - é que para mim és um político. Raciocinas e ages/procedes como um político (ie aquilo que produzes é essencialmente conteúdo político). Para mim, vejo-te como um agente político. Não estou a alegar que és um político profissional e/ou de carreira, meramente que és um agente/actor político. Nos dias que correm, também não é preciso sequer "sair de casa" para se ser um actor/agente político.

Claro que tu podes discordar completamente, dizer que eu estou errado ou que não sei o que estou para aqui a dizer. As opiniões são com as cerejas. É só uma opinião e não é um ataque, entenda-se. Muito embora a minha opinião genérica da política não seja a melhor, não é crime nem nada que o valha (se o que gostas de discutir é política e se o que preferes é analisar tudo pela perspectiva política, tudo bem, estás em teu inteiro direito). Mas é essencialmente isto que eu estou a querer transmitir.


Considero-me acima de tudo um cidadão inconformado vai mais por aí, nem nunca ganhei um cêntimo por nenhuma critica, mas ok entendo que sim que se poderia considerar que faço alguma intervenção de agente politico sendo que aquilo que mais defendo em grande parte é menos intervenção politica e mais dispersão de poder.

Socialmente/politicamente não importa se o átomo é redondo ou quadrado ou uma nuvem e nesse campo de estudo obviamente que a busca de conhecimento atinge níveis puros de interferência.
Mas nestas questões de estudos que se traduzem em leis como é que queres desvincular a politica? É impossível. Principalmente quando são entidades como agentes de tráfego cujo o único cliente é certamente uma entidade publica. Obviamente que não vais estar a decepcionar mão que te dá de comer...
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Re: Políticas para Portugal

por Caramelo » 20/5/2022 13:30

BearManBull Escreveu:Marco Martins a falta dos médicos de família é um sinal do radicalismo/extremismo dos tempos em que vivemos.
Se fosse só os médicos de família :wall:

Eu tinha uma cirurgia em lista de espera no Beatriz Ângelo há mais de 1 ano, primeiro a desculpa para a demora tinha a ver com o Covid, até que há 15 dias ligaram a dizer para me dirigir ao meu centro de saúde e tentar marcar a cirurgia para outro hospital, já que os anestesistas estão todos a sair do hospital e não me poderiam sequer dar uma previsão para quando a cirurgia seria possível :x

Eu até não me importava de fazer a cirurgia num hospital privado, mas que o valor que eu pagasse pela mesma me fosse deduzido ao que desconto para a segurança social :-k

De recordar que quando este hospital funcionava em regime PPP era um dos hospitais modelo.

https://www.simedicos.pt/pt/noticias/50 ... -hospital/

SNS: em colapso acelerado, mas a gastar como nunca

Em cinco anos a Saúde passou a gastar mais 3 mil milhões, mas as urgências estão sem médicos e enfermeiros, os hospitais sem autonomia para comprar lençóis e o Estado com menos capacidade para competir com o privado.

https://www.sabado.pt/portugal/detalhe/ ... RF96kNS0ik
 
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Re: Políticas para Portugal

por MarcoAntonio » 20/5/2022 12:27

MarcoAntonio Escreveu:E quando me apelidaste de politico, a minha questão é exatamente a oposta, que deveria ser o não envolvimento de politica nestes estudos.

Eu aqui discordo completamente. O que eu disse, por estas ou outras palavras - e é só uma opinião - é que para mim és um político. Raciocinas e ages/procedes como um político (ie aquilo que produzes é essencialmente conteúdo político). Para mim, vejo-te como um agente político. Não estou a alegar que és um político profissional e/ou de carreira, meramente que és um agente/actor político. Nos dias que correm, também não é preciso sequer "sair de casa" para se ser um actor/agente político.

Claro que tu podes discordar completamente, dizer que eu estou errado ou que não sei o que estou para aqui a dizer. As opiniões são com as cerejas. É só uma opinião e não é um ataque, entenda-se. Muito embora a minha opinião genérica da política não seja a melhor, não é crime nem nada que o valha (se o que gostas de discutir é política e se o que preferes é analisar tudo pela perspectiva política, tudo bem, estás em teu inteiro direito). Mas é essencialmente isto que eu estou a querer transmitir.
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FLOP - Fundamental Laws Of Profit

1. Mais vale perder um ganho que ganhar uma perda, a menos que se cumpra a Segunda Lei.
2. A expectativa de ganho deve superar a expectativa de perda, onde a expectativa mede a
__.amplitude média do ganho/perda contra a respectiva probabilidade.
3. A Primeira Lei não é mesmo necessária mas com Três Leis isto fica definitivamente mais giro.
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Re: Políticas para Portugal

por MarcoAntonio » 20/5/2022 11:50

BearManBull Escreveu:Tenho claro que os procedimentos estalecidos para peer review são bem desenhados, mas neste tipo de estudo de interesse politico é fácil exercer pressão para que determinados resultados sejam mais bem aceites.

E quando me apelidaste de politico, a minha questão é exatamente a oposta, que deveria ser o não envolvimento de politica nestes estudos.

As mesmas estratégias usadas pelas tabaqueiras podem ser aplicadas por políticos. E o poder da UE está noutra dimensão quando comparado com o das tabaqueiras.

Podem ou são?

A questão não é se podem, é se são usadas.



1. Fund research that supports the interest group position.

Os políticos não atribuem os fundos a projectos especificamente mas a áreas. Existem fundos, com áreas de aplicabilidade e concursos cujos editais aparecem em locais como a FCT e afins (os concursos podem envolver instituições que nada têm que ver com a União Europeia como o MIT ou a CMU, por exemplo). São submetidas candidaturas (que não discutem resultados, os resultados não existem ainda) e que são avaliadas por paineis científicos que avaliam o mérito do estudo com base em critérios pré-definidos (enquadramento/aplicabilidade, métricas e critérios, etc isto é tudo apresentado up front). Como disse algures atrás, os políticos influenciam as áreas de interesse, onde a comunidade científica está a colocar as suas "energias" mas mesmo isto tem efeito limitado. De qualquer das formas, isto é passível de criar viés (algumas áreas poderão ser mais difíceis de investigar, nomeadamente).


2. Publish research that supports the interest group position.

Não são os políticos que revêm os artigos científicos ou decidem a publicação, não estão envolvidos no processo.


3. Suppress research that does not support the interest group
position.

Também não estou a ver muito bem como é que os políticos suprimem publicações.


4. Criticize research that does not support the interest group
position.

Pontualmente um político pode criticar investigação científica, mas parece-me extremamente raro. Mais depressa ignoram o que (não) lhes interessa e seleccionam o que lhes interessa, independentemente da qualidade ou até da relevância (cherry picking).


5. Disseminate interest group data or interpretation of risk in
the lay press.

Aqui julgo que há potencial sim.


6. Disseminate interest group data or interpretation of risk
directly to policy makers.

Aqui também. Mas nestes dois pontos, isto já não diz respeito à publicação de artigos de carácter científico ou de como se obtém o conhecimento mas sim como se utiliza (e/ou favorece) o conhecimento que já existe / já foi produzido



BearManBull Escreveu:Achas que alguém financiava um estudo como este?
UE manipulation of reserach: How UE politics are shapping the world science for their own interests and benefits?


Podes produzir este estudo e tentar submetê-lo. O título sugere-me que tu queres falar de política e produzir um artigo de opinião (ou talvez um relatório?). Mas o importante ia mesmo ser o conteúdo, nomeadamente o método, a metodologia e a discussão dos resultados. Isto se o artigo tinha pretensões de ter carácter científico. Existem essencialmente dois tipos de artigos científicos (estudos): reasearch e review. Existem outros tipos de artigos mesmo em publicações científicas mas não costumam ser referidos como estudos.


Dito isto: eu creio que os políticos i) influenciam de alguma forma o rumo da investigação científica e ii) fazem o uso que lhes convém do que é produzido; não creio que influenciem da forma que tu pareces estar a supor (digo isto com base na minha própria experiência académica e profissional); note-se que a investigação no circuito privado segue procedimentos diferentes antes da submissão (isto não quer dizer que a que é publicada vá ser má, depois tem de passar pelo mesmo pente que a outra... normalmente é boa, por vezes passa má).

Em relação aos políticos, eu diria até que não interessa muito o que é produzido: eles basicamente fazem o aproveitamento que lhes interessa e não têm grande dificuldade em dizer o oposto do que está na literatura científica, se for preciso.
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1. Mais vale perder um ganho que ganhar uma perda, a menos que se cumpra a Segunda Lei.
2. A expectativa de ganho deve superar a expectativa de perda, onde a expectativa mede a
__.amplitude média do ganho/perda contra a respectiva probabilidade.
3. A Primeira Lei não é mesmo necessária mas com Três Leis isto fica definitivamente mais giro.
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Re: Políticas para Portugal

por BearManBull » 20/5/2022 10:18

Marco Martins a falta dos médicos de família é um sinal do radicalismo/extremismo dos tempos em que vivemos.

Entendo e até concordo com alguns pontos que referes, mas para mim acima de tudo existe aqui uma contradição estrutural em que um dos pilares que era defendido por toda a sociedade e mesmo pelo PS como definição de progresso e de bem estar público, hoje em dia foi simplesmente descartado em prole de outras rubricas como a porcaria de ministérios da igualdade e da verdade... e pelo extremismo burocrático, ainda gosta de saber o ratio gestores/(médicos+enfermeiros) tenho a certeza que este numero é muito superior na actualidade do que era hà 20 anos atrás.
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Re: Políticas para Portugal

por Marco Martins » 20/5/2022 9:44

https://www.msn.com/pt-pt/noticias/portugal/lu%C3%ADs-montenegro-diz-que-ant%C3%B3nio-costa-%C3%A9-um-flop-como-primeiro-ministro/ar-AAXv1s4?ocid=entnewsntp&cvid=3d94a62f7a5a43c58065efa6961a30fe

Para Luís Montenegro, a falta de médicos de família no Serviço Nacional de Saúde (SNS) é um dos exemplos que comprovam o "fracasso" da política socialista.

"O doutor António Costa prometeu a Portugal, por exemplo, que todos os portugueses tinham direito a um médico de família. Havia um milhão e quarenta e cinco mil portugueses que, em 2015, não tinham médico de família. Ele prometeu que todos iriam ter. Hoje são mais 250 mil, nos números oficiais", afirmou.


Sinceramente eu acho que flops são todos aqueles que vêm falar no numero de médicos de família!!!!
Porra, para que diabo queremos um médico de família para todos, se quanto temos de marcar uma consulta (que não será de rotina) tem de ser com mais de um mês de antecedência?!?!?
Para que interessa um médico de família, se quando temos uma gripe ou uma má disposição, temos de ir para uma vaga no centro de saúde... e o mais certo ir para a urgência do hospital para ser mais rápido o atendimento!!!!

Tudo bem com a existência de um médico de família, mas acho que o maior problema não está aí, mas sim na forma como os centros de saúde funcionam!
Obrigatoriamente, em períodos de maior numero de gripes, alergias ou constipações, todos deveriam ter um médico mais dedicado a essas questões para consultas de urgência!

Se há coisas mal? Sim há... e muitas.. mas não é a tentar por mais pessoas a trabalhar no mesmo local que tudo vai funcionar melhor!!!
 
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Re: Políticas para Portugal

por BearManBull » 20/5/2022 9:08

MarcoAntonio Escreveu:
BearManBull Escreveu:Claro que peer review é bonito e funciona normalmente bem quando existem varias escolas de oposição. Li algures que Einstein revia os artigos do Bohr e que remédio tinha senão dar o seu OK apesar de ser o maior rival, porque as formulações eram incontestáveis. Agora se tens os teus peers a defender o mesmo que tu, a revisão não passa de um tramite burocrático. Principalmente quando todos obtêm fundos do mesmo bolso (UE...).


Os reviewers opõe-se sempre e encontram sempre problemas, em maior ou menor grau. São em regra pelo menos três mas podem ser mais. Por norma, pelo menos um tem elevado grau de expertise (no campo de aplicação) mas um ou mais não têm (são da area mas não peritos naquele problema específico). Isto é propositado (se quiseres posso elaborar, mas não agora). O standard é single blinded (o autor não sabe quem são os reviewers), mas também existe double blinded e open review (este, raro!).

A nacionalidade pode ser uma qualquer e varia (europeu, japones, americano, etc).


Tenho claro que os procedimentos estalecidos para peer review são bem desenhados, mas neste tipo de estudo de interesse politico é fácil exercer pressão para que determinados resultados sejam mais bem aceites.

E quando me apelidaste de politico, a minha questão é exatamente a oposta, que deveria ser o não envolvimento de politica nestes estudos.

As mesmas estratégias usadas pelas tabaqueiras podem ser aplicadas por políticos. E o poder da UE está noutra dimensão quando comparado com o das tabaqueiras.

TOBACCO INDUSTRY
MANIPULATION OF RESEARCH


Figure. Tobacco industry strategies to
manipulate data on risk
1. Fund research that supports the interest group position.
2. Publish research that supports the interest group position.
3. Suppress research that does not support the interest group
position.
4. Criticize research that does not support the interest group
position.
5. Disseminate interest group data or interpretation of risk in
the lay press.
6. Disseminate interest group data or interpretation of risk
directly to policy makers.



Achas que alguém financiava um estudo como este?
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Re: Políticas para Portugal

por EXTR3ME_07 » 20/5/2022 4:08

Marco Martins Escreveu:https://www.dn.pt/sociedade/frente-comum-faz-manifestacao-esta-sexta-feira-contra-atualizacao-salarial-de-09-14801318.html

Mais uma greve!!!

Desculpem a minha opinião, que nada é contra o direito das pessoas fazerem greve (pois esse é um direito constitucional), mas enerva-me não ser obrigatório haver uma previsão de intenção de greve no dia anterior para que os serviços (nomeadamente as escolas) possam dizer com alguma certeza aos encarregados de educação se valerá a pena levarem ou não os filhos à escola!!!!

Não se trata de haver aqui uma inquisição, mas sim um respeito por todos os trabalhadores que também têm responsabilidades!!!


A todos estes que provocam greve (impactando directamente o trabalho dos outros sem que eles possam ter uma preparação previa), gostaria que lhes fizessem o mesmo com a electricidade, o gás, os telefones, a água e tudo o mais!!!

Volto a frizar... o direito à greve é um direito universal, mas não custava nada haver com antecipação uma avaliação do impacto da mesma para que os outros que nada culpa têm, pudessem organizar a sua vida!



Portanto, amanhã vamos ter praias e centros comerciais cheios não é?

A greve é a última forma de luta de um trabalhador, mas já se tornou tão banal que já perdeu imenso a sua razão e importância de ser.
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Re: Políticas para Portugal

por Marco Martins » 19/5/2022 20:34

https://www.dn.pt/sociedade/frente-comum-faz-manifestacao-esta-sexta-feira-contra-atualizacao-salarial-de-09-14801318.html

Mais uma greve!!!

Desculpem a minha opinião, que nada é contra o direito das pessoas fazerem greve (pois esse é um direito constitucional), mas enerva-me não ser obrigatório haver uma previsão de intenção de greve no dia anterior para que os serviços (nomeadamente as escolas) possam dizer com alguma certeza aos encarregados de educação se valerá a pena levarem ou não os filhos à escola!!!!

Não se trata de haver aqui uma inquisição, mas sim um respeito por todos os trabalhadores que também têm responsabilidades!!!


A todos estes que provocam greve (impactando directamente o trabalho dos outros sem que eles possam ter uma preparação previa), gostaria que lhes fizessem o mesmo com a electricidade, o gás, os telefones, a água e tudo o mais!!!

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Re: Políticas para Portugal

por MarcoAntonio » 19/5/2022 15:13

BearManBull Escreveu:Claro que peer review é bonito e funciona normalmente bem quando existem varias escolas de oposição. Li algures que Einstein revia os artigos do Bohr e que remédio tinha senão dar o seu OK apesar de ser o maior rival, porque as formulações eram incontestáveis. Agora se tens os teus peers a defender o mesmo que tu, a revisão não passa de um tramite burocrático. Principalmente quando todos obtêm fundos do mesmo bolso (UE...).


Os reviewers opõe-se sempre e encontram sempre problemas, em maior ou menor grau. São em regra pelo menos três mas podem ser mais. Por norma, pelo menos um tem elevado grau de expertise (no campo de aplicação) mas um ou mais não têm (são da area mas não peritos naquele problema específico). Isto é propositado (se quiseres posso elaborar, mas não agora). O standard é single blinded (o autor não sabe quem são os reviewers), mas também existe double blinded e open review (este, raro!).

A nacionalidade pode ser uma qualquer e varia (europeu, japones, americano, etc).
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2. A expectativa de ganho deve superar a expectativa de perda, onde a expectativa mede a
__.amplitude média do ganho/perda contra a respectiva probabilidade.
3. A Primeira Lei não é mesmo necessária mas com Três Leis isto fica definitivamente mais giro.
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Re: Políticas para Portugal

por BearManBull » 19/5/2022 14:45

A formula a mim parece-me perfeita , o meu parecer era sobre a conclusão.
The capacity of the road network is not fundamentally affected by changes in speed limits.

Que eles justificam assim:

In practice, this means that a lower average speed due to a reduction measure will lead to a higher vehicle density, as drivers also keep a smaller following distance at lower speeds. That is, in the equation Q ​= ​ρ ⋅ V, Q remains basically constant. Another important point to be considered prior to the introduction of speed limit reduction is that a great emphasis should be placed on the reconfiguration of the traffic management, e.g. reconfiguration of road markings, traffic light control programs, public transport timetables. In conclusion, the speed limit reduction is an effective tool, the application of which will be fruitful only if a careful design precedes its introduction.


Claro que peer review é bonito e funciona normalmente bem quando existem varias escolas de oposição. Li algures que Einstein revia os artigos do Bohr e que remédio tinha senão dar o seu OK apesar de ser o maior rival, porque as formulações eram incontestáveis. Agora se tens os teus peers a defender o mesmo que tu, a revisão não passa de um tramite burocrático. Principalmente quando todos obtêm fundos do mesmo bolso (UE...).

No final apesar de no próprio artigo revisarem que tem falhas concluem que é uma ferramenta útil.

A conclusão de que a distancia se reduz com a velocidade não é de todo verdadeira e muito menos é linear ao contrario da formula que apresentam.

Ou seja eles defendem que ​ρ aumenta linearmente com a redução de V o que certamente não é verdade. Aqui o valor de ​ρ é claramente manipulado para defender os interesses das conclusões. Numa boa estrada manténs praticamente a mesma distancia a 50 que a 90,

Outra falacia do artigo é que restringem o modelo alguns tramos, sem considerar o todo de uma cidade que é fulcral considerar pelo menos atendendo à máxima que a menor velocidade todos os veículos vão permanecer mais tempo no sistema antes das vias estarem congestionadas.
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Re: Políticas para Portugal

por MarcoAntonio » 19/5/2022 13:55

Eu não posso perder muito tempo com isto (especialmente hoje) mas há problemas fundamentais nas coisas que tu escreves e que interessa (mesmo) clarificar:

BearManBull Escreveu:Por exemplo esta conclusão parece-me altamente subjectiva porque depende como foram obtidos os valores V e ​ρ.

The capacity of the road network is not fundamentally affected by changes in speed limits. This is explained by the macroscopic fundamental theorem of road traffic, i.e. Q ​= ​ρ ⋅ V (traffic volume Q (veh/h) is the product of the vehicle density ρ (veh/km) and the spatial average speed V).

Isto não é uma conclusão, é um modelo (no caso, um teorema). Agora podes ir ver em que medida é que este modelo está validado na literatura (se o jornal for de qualidade, à partida, os reviewers já fizeram isso por ti, se não estiver o artigo não passa). Não é uma questão de "subjectividade". Um modelo é uma aproximação (sempre, a ciência não tem outra coisa no que diz respeito a modelos). Um trabalho de research ou apresenta/propõe um modelo novo ou trabalha com modelos testados/validados (que têm limitações). Se o modelo for novo, o trabalho do researcher é mostrar a validade do mesmo (e/ou em que é que ele é melhor que as alternativas).


BearManBull Escreveu:Para mim a quantidade de esforço, método e argumentos não dão mais ou menos créditos a uma conclusão, como se pode ver neste pequeno excerto um artigo muito bem extrapolado e que segue à risca o método cientifico pode ser altamente falacioso.

Se um estudo é falacioso, não tem mérito (científico) para ser publicado. Isto é um problema fundamental num artigo. O trabalho do reviewer é, entre outros, verificar se as conclusões são falaciosas. Em ciência, falácia é concluir o que não é justificado pela evidência e pelo método empregue. Se o estudo conclui aquilo que não é possível concluir pelo método utilizado e através dos dados obtidos, o(s) reviewer(s) manda(m) para trás para corrigir (por exemplo, o(s) autor(es) tem de corrigir retirando aquilo que não se pode concluir ou inserir as limitações dizendo o que não se pode concluir ou quando não se pode concluir).

Repito: o método não é perfeito, os reviewers não são perfeitos (nem os jornals têm todos a mesma qualidade) e passam artigos fracos, inevitavelmente. A ciência não se mede pelo mais fraco/pior que ocorre (ou pelo que "pode" acontecer) mas pelo grosso de conhecimento produzido por todo o processo. Nem para se se aferir o que é se sabe sobre determinado tema devemo-nos ficar por um único artigo (a menos que não haja mais nenhum, aí não há alternativa... mas isso tende a ser desde logo uma limitação também).
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Re: Políticas para Portugal

por BearManBull » 19/5/2022 12:15

Marco Martins Escreveu:https://www.jornaldenegocios.pt/economia/detalhe/governo-vai-regular-empresas-de-gestao-de-condominios

Obrigatoriedade de ter porta aberta ao público, contratar um seguro ou ter formação deverão estar entre as novas medidas, diz o setor


É curioso como o estado vai obrigar aos privados aquilo que ele se exclui de fazer passando muitos serviços apenas para online e onde não se consegue falar com ninguém!!!


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Re: Políticas para Portugal

por BearManBull » 19/5/2022 12:07

MarcoAntonio Escreveu:
BearManBull Escreveu:Como não vão ter um paper enviesado....

Eu não percebo como é que daquele trecho tu saltas para isto. Seja como for isto já tomou tempo de mais e quer-me parecer que o teu próprio interesse nos artigos de âmbito científico reacendeu-se: foi questão de começares a ler o que antes dizias que não valia a pena.

:wink:



Não é questão de achar que vale ou não a pena é mais de se desenharem estudos que não têm grande coerência. Ou seja depende do objecto de estudo, neste caso parece-me infundamentado à partida. Tanto é que chegaram a essa conclusão em grande parte do estudo, que foi baseado numa simulação em tramos viários específicos sem considerar o efeito global no todo de uma cidade. Por outro lado usaram uma serie de parâmetros (tunning) que dependendo dos valores assinados pode dar resultados muito distintos.

Por exemplo esta conclusão parece-me altamente subjectiva porque depende como foram obtidos os valores V e ​ρ.

The capacity of the road network is not fundamentally affected by changes in speed limits. This is explained by the macroscopic fundamental theorem of road traffic, i.e. Q ​= ​ρ ⋅ V (traffic volume Q (veh/h) is the product of the vehicle density ρ (veh/km) and the spatial average speed V).



Para mim a quantidade de esforço, método e argumentos não dão mais ou menos créditos a uma conclusão, como se pode ver neste pequeno excerto um artigo muito bem extrapolado e que segue à risca o método cientifico pode ser altamente falacioso.
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Re: Políticas para Portugal

por Marco Martins » 19/5/2022 10:52

https://www.jornaldenegocios.pt/economia/detalhe/governo-vai-regular-empresas-de-gestao-de-condominios

Obrigatoriedade de ter porta aberta ao público, contratar um seguro ou ter formação deverão estar entre as novas medidas, diz o setor


É curioso como o estado vai obrigar aos privados aquilo que ele se exclui de fazer passando muitos serviços apenas para online e onde não se consegue falar com ninguém!!!
 
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Re: Políticas para Portugal

por MarcoAntonio » 18/5/2022 23:40

BearManBull Escreveu:Não sei se reparaste mas nesse estudo que referias dizem mesmo que não se verifica nada do que defendes....

A study of Tang et al. (2019) examines the impacts of reducing the speed limit from 50 to 30 ​km/h. Their results show that the emission of nitrogen oxides (NOx) and particulate matter (PM) increase due to speed limit reduction. However, the extent of the increase depends on network topology, and the characteristics of traffic.

Folgerø et al. (2020) share the results of speed limit measures in Oslo between 2004 and 2011. The maximum allowed speed was reduced from 80 to 60 ​km/h on the main urban roads. The study evaluates the change in air pollution and average travel time due to the traffic management action. The most significant result discussed in the paper is that the average speed decreased by nearly 6 ​km/h. This should also cause the level of NOx and PM emissions to decrease because of the average characteristics of internal combustion engines. However, the results did not confirm this.



Eu não defendi coisa nenhuma sobre emissões (nem tu sabes bem o que eu defendo).

Ocorreram duas instâncias em que abordei as emissões:

i) uma dizia respeito à utilização inadequada de dados no (pseudo) estudo que citaste (ver aqui);

ii) a outra foi no post imediatamente a seguir (ver aqui) e é essencialmente para esclarecer que não estou a comentar os resultados sobre as emissões que também estão no artigo, como é bom de ver.

MarcoAntonio Escreveu:O mesmo artigo na introdução discute o background bibliográfico com resultados diversos quanto ao impacto ao nível das emissões. No entanto, o propósito do meu post era sustentar o que referi atrás, que a relação entre a redução da velocidade e a redução de acidentes está bem estabelecida na literatura (a redução de acidentes tem ela própria implicações no tráfego, assim como outros impactos vários).

Os posts seguintes são muito claramente sobre o risco de colisão, estipulação de limites de velocidade e relação entre velocidade máxima estipulada e velocidade média. Eu nunca fiz considerações sobre os efeitos nas emissões, é simplesmente coisa que não existe no tópico.



BearManBull Escreveu:Como não vão ter um paper enviesado....

Eu não percebo como é que daquele trecho tu saltas para isto. Seja como for isto já tomou tempo de mais e quer-me parecer que o teu próprio interesse nos artigos de âmbito científico reacendeu-se: foi questão de começares a ler o que antes dizias que não valia a pena.

:wink:
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Re: Políticas para Portugal

por BearManBull » 18/5/2022 23:00

The reason for the increase in emission levels is that the average speed is lower, waiting times at traffic signals are higher. In this way, vehicles spend more time on the traffic network and pollute longer. Additionally, the number of stops increases resulting in more vehicle accelerations. In case of lower speeds, the impact of idling emissions is also more significant.



In case of free flow and undersaturated traffic, vehicles travel around the speed limit, not having to slow down or stop. In an oversaturated traffic state, the number of vehicle interactions increases.


Apesar de quererem defender esta abordagem, não se pode fugir á física
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Re: Políticas para Portugal

por MarcoAntonio » 18/5/2022 22:38

Claramente não prestaste atenção ao que escrevi (a alternativa é estares de má-fé). Recua e relê.
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2. A expectativa de ganho deve superar a expectativa de perda, onde a expectativa mede a
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Re: Políticas para Portugal

por BearManBull » 18/5/2022 22:36

Não sei se reparaste mas nesse estudo que referias dizem mesmo que não se verifica nada do que defendes....

A study of Tang et al. (2019) examines the impacts of reducing the speed limit from 50 to 30 ​km/h. Their results show that the emission of nitrogen oxides (NOx) and particulate matter (PM) increase due to speed limit reduction. However, the extent of the increase depends on network topology, and the characteristics of traffic.

Folgerø et al. (2020) share the results of speed limit measures in Oslo between 2004 and 2011. The maximum allowed speed was reduced from 80 to 60 ​km/h on the main urban roads. The study evaluates the change in air pollution and average travel time due to the traffic management action. The most significant result discussed in the paper is that the average speed decreased by nearly 6 ​km/h. This should also cause the level of NOx and PM emissions to decrease because of the average characteristics of internal combustion engines. However, the results did not confirm this.


Por favor não menosprezes o meu respeito pela ciência, a minha falta de respeito vai para os donos de poder que caminham sempre no mesmo sentido de aumentar controlo fazer a vida de quem trabalha mais miserável.

Não tenho nada contra o método cientifico, mas uma coisa é analise estatística outra coisa é análise analítica.
Estatisticamente 2+2=4 nunca será verdade 100%.
2+2=5 pode ser concluído estatisticamente se fizeres o questionário corretamente.

Eu nos tempos em que tive de ler centenas de artigos não me lembro de ver um unico artiog que fizesse referencia a politicas do estado x ou y, isso é que é ciencia?

Dizem eles:
In 2021, the European Parliament adopted the resolution on EU road safety based on the Stockholm Declaration (Government of Sweden, 2020). The EP resolution includes an EU-wide speed limit reduction to 30 ​km/h in residential areas and areas where there are high numbers of cyclists and pedestrians. In view of this, it is even more important to investigate the possible outcomes of urban speed limit reduction.


Como não vão ter um paper enviesado....
Editado pela última vez por BearManBull em 18/5/2022 22:41, num total de 1 vez.
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