Comunicação Social Portuguesa - Estado actual.
Re: Comunicação Social Portuguesa - Estado actual.
Eu tenho uma porrada de amigos a vender-me coisas do herbalife.
Se calhar esse pessoal era da herbalife ou então eram militantes do Chega.
Se calhar esse pessoal era da herbalife ou então eram militantes do Chega.
“It is not the strongest of the species that survives, nor the most intelligent, but rather the one most adaptable to change.”
― Leon C. Megginson
― Leon C. Megginson
Re: Comunicação Social Portuguesa - Estado actual.
O jornalismo sobre a covid-19 é corrupto?
Pedro Tadeu
Um dos anúncios está titulado assim: "Procuro ENTREVISTADOR/REPÓRTER". A seguir, vem o texto: "Assegurar a elaboração de reportagens, entrevistas, num tema específico relacionado com saúde, desenvolvendo investigação, reportagens e entrevistas." São pedidas: carteira profissional de jornalista, licenciatura ou mestrado na área, competências vídeo, capacidade de análise e comentário e, ainda, "seleção, revisão e preparo definitivo das matérias jornalísticas a serem divulgadas".
Um amigo meu (juro que não fui eu) que está a ver se melhora de vida viu isto na rede social LinkedIn, clicou no link para responder e acabou por ver agendada uma entrevista por computador, através da aplicação de videoconferência Zoom.
Mais tarde encontrou mais dois anúncios parecidos e voltou a inscrever-se para as respetivas entrevistas.
Chegado o momento das três entrevistas, e após as três conversas por Zoom, todas semelhantes na essência, o meu amigo ficou a saber várias coisas que não vinham nos anúncios. Passo a listar:
1 - as matérias que se pretendiam elaborar eram relativas à pandemia provocada pela covid-19;
2 - o jornalista deveria focar os seus trabalhos na contabilização de números de mortos, número de infetados e níveis de contágio;
3 - esses trabalhos também poderiam abarcar os números relativos a contágios em lares, procurar "mortes inexplicadas" e evolução das taxas de mortalidade;
4 - também era possível focar os trabalhos no papel dos hospitais privados na covid-19, o número de hospitais envolvidos, os custos do combate à pandemia para os privados;
5 - era importante que esse meu amigo trabalhasse numa redação de um órgão de comunicação social de difusão nacional e tivesse poder para publicar propostas de trabalho suas;
6 - quando tivesse a reportagem específica combinada com o recrutador, o jornalista deveria propor esse trabalho na sua redação como sendo uma ideia sua. Caso conseguisse publicar, nos moldes combinados, seria remunerado por isso;
7 - quantas mais reportagens conseguisse publicar, melhor.
Quando o meu amigo perguntou pelo cliente - os entrevistadores eram de agências de "caça-talentos" -, as respostas foram evasivas, embora um deles deixasse escapar um vago "um grupo privado do norte"...
Quando, finalmente, o meu amigo argumentou que aquilo que eles estavam a propor era capaz de ser ilegal, recebeu em resposta algo como isto: "A sério?! Olhe que há muitos colegas seus que o fazem!..."
Portanto, ao que parece, está montado um sistema de contratação, por entidades estranhas ao jornalismo, de jornalistas que estejam a trabalhar em redações para impingir nos seus jornais, rádios ou televisões matérias que, embora sejam baseadas na realidade (ninguém pediu para mentir), fossem capazes de alterar a linha editorial desses órgãos de informação.
Quem decide os destaques, os alinhamentos e as dimensões dessas peças, os editores e diretores de cada uma dessas marcas, e recebe propostas desses colegas "comprados" pensa que essas ideias para artigos resultam da pura investigação jornalística, não de "encomendas" de interesses estranhos ao jornalismo, e terá tendência a valorizá-las segundo um critério jornalístico.
Nada me espantaria que, dessa forma, muitas destas "encomendas" acabassem por ser manchete ou abertura de noticiário, causassem impacto público relevante, fossem comentadas e analisadas por líderes de opinião e, portanto, acabassem por distorcer na opinião pública a visão dessa realidade.
Desde que esse meu amigo me contou o que se passou com ele, sempre que vejo uma notícia sobre a covid-19 fico desconfiado: "Será mesmo assim ou isto foi uma encomenda?" E quando constato a grande quantidade de peças que estão dentro da área de interesses destes "recrutadores de jornalistas", quando vejo que essas peças se repetem no foco e na mensagem, exageradamente, nos últimos meses, fico espantado com a minha ingenuidade estúpida: "Como é possível eu ter achado que isto era, apenas, um exercício editorial insensato e incompetente, mas genuíno?" A seguir vem o desgosto: "Como é que a minha profissão chegou a este ponto!?"
Esse meu amigo pede-me anonimato... OK.
Mesmo assim, correndo o risco de ficar a protestar sozinho como os malucos, acho que vale a pena denunciar isto.
Jornalista
https://www.dn.pt/opiniao/o-jornalismo- ... 11040.html
"Só duas coisas são infinitas, o universo e a estupidez humana. Mas no que respeita ao universo ainda não tenho a certeza" Einstein
“Com os actuais meios de acesso à informação, a ignorância não é uma fatalidade, mas uma escolha pessoal" Eu
“Com os actuais meios de acesso à informação, a ignorância não é uma fatalidade, mas uma escolha pessoal" Eu
Comunicação Social Portuguesa - Estado actual.
Resolvi abrir este tópico por começar a ter uma sensação, nada boa, de que a CS em portugal está cada vez mais refém do poder politico.
Tenho assistido a alguns episódios no mínimo "estranhos" tipo o de uma certa sra. que não sei o nome, ser interrompida quando comparava o caso de vendas fraudulentas (alegadamente) com um outro caso em itália onde se soube quem eram os intervenientes e se recuperou o valor "roubado". Interrompida para apresentar uma entrevista a um bombeiro por causa de um incendeio em lisboa (deve ser mais importante o incendeio). E a análise da dita sra. não voltou após a interrupção. Isto foi na Sic Noticias.
Ou o caso da noticia da festa no avante! no NY Times em que após darem a noticia vieram rapidamente pedir desculpa por esta se basear numa foto, ou publicação, falsa. Mas a verdade é que a noticia é verdadeira!
Parece-me haver, no mínimo um certo "medo", ou mesmo manipulação na comunicação social portuguesa.
Tenho assistido a alguns episódios no mínimo "estranhos" tipo o de uma certa sra. que não sei o nome, ser interrompida quando comparava o caso de vendas fraudulentas (alegadamente) com um outro caso em itália onde se soube quem eram os intervenientes e se recuperou o valor "roubado". Interrompida para apresentar uma entrevista a um bombeiro por causa de um incendeio em lisboa (deve ser mais importante o incendeio). E a análise da dita sra. não voltou após a interrupção. Isto foi na Sic Noticias.
Ou o caso da noticia da festa no avante! no NY Times em que após darem a noticia vieram rapidamente pedir desculpa por esta se basear numa foto, ou publicação, falsa. Mas a verdade é que a noticia é verdadeira!
Parece-me haver, no mínimo um certo "medo", ou mesmo manipulação na comunicação social portuguesa.
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