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Caldeirão da Bolsa

Stop, uma arma ou uma armadilha?

Colecção de Artigos Didácticos do Caldeirão de Bolsa.

por Tridion » 21/2/2012 13:51

tugadaytrader, passei a discussão para aqui porque tem mais visibilidade e fala do assunto.

Mas em resposta à tua pergunta considero-me um trend follower
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por L.S.S » 21/2/2012 13:28

Tridion Escreveu:Sem dúvida que a definição de stop's é uma mais valia, mas qual a melhor maneira de os definir?

Se na entrada onde colocar os stop não me oferece dúvidas, definindo-os em zonas abaixo da zonas de suporte, as minha dúvidas surgem quando a cotação sobe e torna-se necessário ajustar os stop's.

No trend following pode-se utilizar uma média móvel e ajustá-los de acordo com o movimento dessa mesma média. Mas esta opção demora tempo a garantir a não existência de perdas num movimento rápido e ascendente, principalmente se for uma média móvel alta. Por outro lado, se houver um drawdown de 10% não somos atirados para fora da acção.

Outra possibilidade é ir ajustando os stop's à medida que são criados novos suportes pelo sobe e desce da acção, aí garantimos mais cedo a protecção dos ganhos, mas numa correcção mais acentuado podemos ver a nossa posição fechada.

Por isso a minha dúvida prende-se com as diversas formas de definir os stop's, sendo que isso está dependente da forma como nos colocamos no mercado, e nesse caso serei mais um tipo de trend follower 8-).

Obrigado.


Tridion fiquei sem saber que tipo de investidor és e como te posicionas no mercado!?
Podes esclarecer?

Cumprimentos
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por Tridion » 20/2/2012 15:19

Sem dúvida que a definição de stop's é uma mais valia, mas qual a melhor maneira de os definir?

Se na entrada onde colocar os stop não me oferece dúvidas, definindo-os em zonas abaixo da zonas de suporte, as minha dúvidas surgem quando a cotação sobe e torna-se necessário ajustar os stop's.

No trend following pode-se utilizar uma média móvel e ajustá-los de acordo com o movimento dessa mesma média. Mas esta opção demora tempo a garantir a não existência de perdas num movimento rápido e ascendente, principalmente se for uma média móvel alta. Por outro lado, se houver um drawdown de 10% não somos atirados para fora da acção.

Outra possibilidade é ir ajustando os stop's à medida que são criados novos suportes pelo sobe e desce da acção, aí garantimos mais cedo a protecção dos ganhos, mas numa correcção mais acentuado podemos ver a nossa posição fechada.

Por isso a minha dúvida prende-se com as diversas formas de definir os stop's, sendo que isso está dependente da forma como nos colocamos no mercado, e nesse caso serei mais um tipo de trend follower 8-).

Obrigado.
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Stop, uma arma ou uma armadilha?

por Ulisses Pereira » 30/5/2011 16:06

Quem acompanha os meus artigos sabe a importância que os "stops" têm na minha estratégia de negociação.

É quase como conduzir com cinto de segurança ou navegar com um colete salva vidas. Muitas vezes descuramos o seu uso porque nos retiram alguma liberdade mas, em caso de acidente, nunca nos esquecemos que os devíamos ter colocado.

Para aqueles que estão menos familiarizados com esta terminologia técnica, um "stop" é uma ordem dada para fechar uma posição que apresente perdas. É verdade que, hoje em dia, com o desenvolver das plataformas de negociação, o termo "stop" pode ser utilizado para outro género de operações mas aqui, neste artigo, "stop" significa colocar uma ordem de fecho de posição quando o mercado vai contra nós e nos obriga a assumir as perdas.

É evidente que, para um investidor que negoceia com base nos fundamentais das empresas, o uso de "stops" acaba por ser contraproducente mas, para quem negoceia com base em análise técnica, ele é uma arma de defesa absolutamente indispensável na selva dos mercados. Contudo, o objectivo deste artigo não é explicar a sua importância, já abordada em outras ocasiões.

Devemos utilizar "stops" automaticamente colocados no sistema ou accioná-los manualmente quando a cotação atingir um determinado valor?

Num "stop" automático, basta um movimento brusco para o activar mesmo que a cotação recupere logo a seguir. É o grande óbice deste género de "stops", além da hipótese de alguém os "controlar". Mas um "stop" mental não exige apenas que se acompanhe segundo a segundo a sessão. É necessário que o investidor tenha o sangue frio para o executar. Quem anda nos mercados há muitos anos que diga se nunca falhou estes stops com pensamentos do género: "Deixa só ver se recupera mais um pouco...". Os "stops" automáticos garantem a disciplina e a frieza que nem sempre a mente humana permite. Ou seja, pesando os prós e os contras, para os investidores menos experientes aconselho sempre o uso de "stops" automáticos.

Muitos investidores queixam-se que, muitas das vezes, parece que a cotação desce mesmo até ao valor do seu "stop" antes de voltar a subir, obrigando-os a fechar a posição na pior altura possível. Isso acontece porque, por um lado, as pessoas tendem a lembrar-se dos seus "azares" e não recordam os momentos em que os "stops" os salvaram, mas por outro também tem a ver com a zona de colocação dos "stops".

É normal que, quando um determinado suporte é bastante evidente, haja muitos investidores que coloquem os seus "stops" imediatamente abaixo desse nível. Não é, por isso, de estranhar que algumas "mãos fortes" forcem o mercado a ir junto a esses "stops" de forma a serem accionadas as ordens de venda e acumularem uma boa quantidade de acções a preços atractivos.

A forma de superar esta situação é alargar um pouco os "stops", fugindo aos locais óbvios de colocação dos mesmos e evitando estas situações de autênticos ataques aos "stops". Por exemplo, se uma acção tiver um suporte muito óbvio nos 8 euros, é normal que a maioria dos "stops" estejam colocados entre 7,9 e 8 euros. É, por isso, preferível que se coloque o "stop" mais perto da zona dos 7,8 euros de forma a evitar que ele seja activado num movimento errático e sem significado técnico. Pessoalmente, opto também por tentar activar os "stops" apenas perto do final das sessões, para evitar ser apanhado em falsos movimentos durante as mesmas. Mas, naturalmente, que isso por vezes me faz aumentar as perdas.

Não há soluções nem fórmulas mágicas para a colocação dos "stops" ou para a forma de os activar. O tempo vai ajudando a aprimorar a nossa estratégia. E os 18 anos que levo do mercado fazem-me ter cada vez mais a convicção que os "stops" são essenciais para a sobrevivência de qualquer investidor. Sobretudo para aqueles que acham saberem sempre mais do que o mercado.

Ulisses
"Acreditar é possuir antes de ter..."

Ulisses Pereira

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